postado em 08/06/2010 07:55

Em 2007, quando chegou ao Jardim Botânico, Lílian achou estranho que no local existissem tantas mudas de orquídea sem finalidade específica. Notou que, em meio a muitas espécies exóticas, havia espécies nativas do cerrado, como a Cattleya bicolor e a Cattleya walkeriana, que poderiam ser reinseridas na natureza. Melhor: elas poderiam enfeitar Brasília e, ao mesmo tempo, ficar bem longe do perigo de extinção. ;Como o cerrado não é um bioma considerado patrimônio nacional, como a Mata Atlântica, ele está sendo desmatado muito rapidamente. Por isso, espécies como essas orquídeas podem desaparecer;, alerta.

Com duas emendas parlamentares, o projeto recebeu R$ 200 mil. Lílian e mais três funcionários começaram a replantar as orquídeas, produzidas in vitro, em fevereiro e só terminaram em abril, período ideal para a adaptação das mudas por causa da chuva. Os locais foram determinados pelo Departamento de Parques e Jardins da Novacap. ;Essas árvores nunca são derrubadas, só podadas;, explica Lílian. Hoje, o Laboratório de Reprodução do Jardim Botânico tem 100 mil mudas de 14 espécies de orquídeas. ;Nosso projeto pode ter desdobramentos enormes. Esperamos que sirva de incentivo para outras iniciativas;, avalia Jeanitto Gentilini, diretor do Jardim Botânico. ;Por mim, colocaríamos orquídeas na cidade toda;, almeja Lilían.
1 - Paciência

O processo de crescimento das orquídeas é demorado. Com um ano de idade, a orquídea não é nada além de pequenas folhas. Para ter uma ideia, as mudas de orquídea das espécies que foram colocadas nas quadras já têm entre seis e sete anos e devem florir pela primeira vez quando completarem o oitavo ano. O longo período de cuidados até a floração é um dos motivos pelos quais as plantas com flores são vendidas a preços altos.
O número
8 mil
Quantidade de mudas de orquídea a serem plantadas no Parque da Cidade