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Cidades

10 fatos para entender caso de estudante picado por naja no DF

Aluno de veterinária segue internado em UTI; cobra foi capturada nesta quarta-feira no Píer 21, em Brasília. O que se sabe até agora sobre o caso

Correio Braziliense
postado em 09/07/2020 13:42
Estudante de 22 anos é um irador de serpentesA notícia do estudante de medicina veterinária picado por uma cobra naja em pleno Distrito Federal repercute no noticiário local e nacional desde a quarta-feira (8/7). Com o estudante induzido ao coma, muitas lacunas ainda serão preenchidas pela polícia. Eis o que se sabe até o momento sobre o caso:

A vítima

Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl tem 22 anos, é morador do Guará II e estudante de medicina veterinária na Uniceplac. Ele foi atacado pela cobra naja na terça-feira (7/8) e precisou ser socorrido ao Hospital Maria Auxiliadora, no Gama, onde está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O jovem desenvolveu uma necrose no braço e lesões no coração devido ao veneno do animal.

Aluno de veterinária segue internado em UTI; cobra foi capturada nesta quarta-feira no Píer 21, em Brasília. O que se sabe até agora sobre o casoirador dos répteis, o rapaz costuma compartilhar diversas publicações com imagens de cobras em seu perfil no Facebook. Em uma delas, uma criança aparece brincando com o animal. Contudo, não há, ao menos em modo público, qualquer registro que revele espécimes criados pelo próprio estudante.

O tratamento

Pedro Henrique foi tratado com o antídoto e apresentou uma melhora no estado de saúde. O jovem também ou por uma hemodiálise e a reação alérgica causada pelo veneno diminuiu. No entanto, ele segue na UTI do hospital, com previsão para receber alta no sábado (11/7).


Correio apurou que dez doses do soro antiofídico relacionado a essa espécie foram importadas dos Estados Unidos e devem chegar ao Distrito Federal ainda nesta quinta-feira (9/7). As novas doses são preventivas e não necessariamente serão todas utilizadas pelo estudante. As que sobrarem serão encaminhadas ao estoque do Butantan. 

 

A naja


Naja é um gênero serpentes que abrange cerca de 20 espécies. A que picou Pedro é da espécie kaouthia. Elas vivem em toda a África e sul da Ásia e são animais peçonhentos considerados perigosos. É o que explica o biólogo Jair Neto Vieira. "Algumas espécies apresentam veneno neurotóxico, que ataca o sistema nervoso; e outras apresentam venenos cardiotóxicos, que causam inchaço, necrose e têm efeito anticoagulante", explica. O veneno da naja pode matar um ser humano em aproximadamente 60 minutos.

As najas vivem, em média, 15 anos e, na fase adulta, podem chegar a medir até três metros. O biólogo afirma, contudo, que apesar de ser um animal extremamente venenoso, a espécie só ataca os seres humanos exclusivamente por defesa. O réptil se alimenta basicamente de roedores. As fêmeas de naja botam de 15 a 30 ovos por ninhada, os quais são incubados durante 60 a 80 dias. 

Onde está a cobra

A cobra naja que picou um estudante foi encontrada e capturada na quarta-feira (8/7). O Batalhão da Polícia Militar Ambiental (BPMA) resgatou o animal próximo ao shopping Pier 21. Segundo a corporação, familiares de Pedro Henrique Lehmkuhl forneceram informações que levaram ao contato de um adolescente que estaria com o bicho. De acordo com a Polícia Civil, ele é amigo do estudante picado.
 
Naja resgatada pela Polícia Ambiental na quarta-feira (8/7)A cobra, de aproximadamente 1,5m, foi encaminhada ao Zoológico de Brasília e ficará no local até que os órgãos ambientais definam seu destino final. 

Além da naja, outras 16 serpentes foram resgatadas de um criadouro clandestino e encaminhadas ao zoo. Entre as que mais chamam a atenção, há uma king snake (cobra-rei) albina e outras king snakes, comuns nos Estados e no México e que não são peçonhentas.  

Nova casa">Estudantes colegas do universitário se manifestaram em relação ao caso, que receberam com bastante surpresa. Os alunos pediram que a população evite julgamentos para não ampliar a dor dos familiares e que todos torcessem pela recuperação do paciente.

 

O Grupo de Estudos de Animais Silvestres e Exóticos do UniCEPLAC, GEASE UniCEPLAC, disse considerar Pedro Henrique um importante membro do grupo e se posicionou quanto às questões ainda não esclarecidas do caso. "Advertimos que o grupo não incentiva, de forma alguma, a criação de animais que possam oferecer riscos à saúde humana, ou do próprio animal. Aconselhamos que os membros que desejem adquirir um animal silvestre, façam isso seguindo as leis e normativas vigentes no país", resumiu, em nota. 


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