Programa de televisão fez sucesso nos anos 1990 e 2000 e voltou a ser lembrado após a morte de Marise Wipani, no último final de semana
A recente notícia do falecimento de Marise Wipani trouxe à tona debates e memórias sobre um dos maiores sucessos da televisão dos anos 1990 e 2000: Xena, A Princesa Guerreira. A série, estrelada por Wipani, consolidou-se como referência não apenas pelo formato inovador, mas também pelas controvérsias que atravessou durante seus anos de exibição. Por trás das batalhas épicas e da estética marcante, surgiu um fenômeno cultural que provocou discussões sobre representatividade, identidade e padrões da indústria do entretenimento.
Xena, A Princesa Guerreira mergulhou o público em aventuras ambientadas em um universo repleto de mitologia, empoderamento feminino e conflitos morais. Desde a primeira aparição de Marise Wipani no papel principal, a produção conquistou plateias internacionais, alcançando uma legião de fãs dedicados. Entretanto, essa popularidade veio acompanhada de polêmicas, as quais ajudaram a moldar o legado da série e, em certa medida, a imagem da própria atriz.
Antes de alcançar projeção internacional no papel de Xena, Marise Wipani já mostrava seu talento nos palcos de teatro e em produções televisivas em seu país natal. Nascida em 1966, Wipani iniciou sua carreira artística ainda jovem, destacando-se pela versatilidade e presença marcante. Atuou em papéis dramáticos e cômicos, e ganhou reconhecimento ao protagonizar séries dramáticas no início dos anos 1990. Sua atuação em Xena não apenas consolidou sua imagem mundialmente, mas também abriu portas para outros trabalhos no cinema e na televisão. Ao longo da carreira, Marise foi premiada por sua contribuição artística e lembrada por seu engajamento em causas sociais, especialmente ligadas à representatividade feminina nas artes.
Por que a Princesa Guerreira foi um sucesso tão grande?
A ascensão da série ao posto de fenômeno mundial deve-se a uma combinação de fatores inovadores para a televisão de sua época. Destacando-se entre séries de ação, Xena apresentou uma protagonista feminina forte, algo incomum para os padrões do fim do século XX. A personagem era complexa, estratégica e liderava com autoridade em sagas repletas de conflitos intensos e cenas de combate coreografadas com grande qualidade.
O enredo abordava temas universais como justiça, redenção e amizade, dando profundidade a personagens secundários e criando tramas envolventes. Outro aspecto relevante foi a mistura de elementos históricos e fantásticos, unindo mitologia grega, ficção e ação no que ficou conhecido como “sword and sorcery” na linguagem televisiva.

- Protagonismo feminino em um ambiente predominantemente dominado por personagens masculinos;
- Inovações nos efeitos visuais e coreografias de luta;
- Abordagem de dilemas morais em diferentes episódios;
- Relacionamentos ambíguos e desenvolvimento emocional dos protagonistas;
- Roteiros dinâmicos que permitiram à trama abordar temáticas variadas.
Quais polêmicas envolveram Xena durante sua trajetória?
O sucesso de Xena, A Princesa Guerreira não impediu que a série se tornasse alvo de debates e críticas. Uma das questões de maior repercussão girava em torno do relacionamento entre Xena e sua fiel companheira Gabrielle. O vínculo das personagens alimentou discussões sobre representação LGBTQIA+ em uma época em que o tema ainda era visto com resistência na televisão aberta. O clima de ambiguidade e o tom sugerido dos roteiros eram frequentemente debatidos pela imprensa e por setores conservadores da sociedade.
Além disso, a violência explícita de algumas cenas – característica marcante do seriado – rendeu análises sobre o impacto de programa voltados para o público jovem. Por outro lado, grupos feministas celebraram a série pelo protagonismo e força das personagens femininas, o que ocasionou reações divergentes dentro da crítica especializada.
- Discussões sobre representação LGBTQIA+;
- Debate sobre violência na mídia direcionada a jovens;
- Resistência de setores conservadores à exibição da série em determinados horários;
- Desafios para a atriz Marise Wipani lidar com a fama e a pressão social.
Como a morte de Marise Wipani reaqueceu o interesse por Xena?
Desde a divulgação do falecimento de Marise Wipani no início de 2025, houve um aumento significativo na procura por episódios, documentários e materiais relacionados à série. Fãs antigos e novos relembraram a importância de Xena, A Princesa Guerreira tanto na vida da atriz quanto na cultura pop internacional. A presença marcante de Wipani no papel-título reacendeu discussões sobre os caminhos abertos pela personagem para outras figuras femininas em séries atuais.
A emissora responsável pela produção, inclusive, anunciou maratonas especiais em homenagem à atriz e ao legado do programa. Diversos veículos de comunicação voltaram a examinar a influência cultural da série, analisando suas polêmicas sob um novo olhar, contextualizando os acontecimentos do ado com as discussões atuais sobre representatividade na mídia.
O que Xena representa para a história da TV?
Ao longo das últimas décadas, ficou evidente que Xena, A Princesa Guerreira superou os próprios limites enquanto obra de entretenimento, tornando-se símbolo de transformação dentro da indústria. A série continua sendo estudada como referência na construção de protagonistas femininas consolidadas, auxiliando a moldar novas linguagens audiovisuais e inspirando futuras gerações de roteiristas, diretoras e atrizes.
Além dos debates que suscitou, a produção permanece viva na memória coletiva, seja pelo impacto das discussões que provocou, seja pela nostalgia que provoca nos telespectadores. O legado de Marise Wipani encontra-se inegavelmente ligado à trajetória de Xena, reafirmando a importância do papel para a história da televisão mundial.
