{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/brasil/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/brasil/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/brasil/", "name": "Brasil", "description": "Acompanhe o que ocorre no país em tempo real: notícias e análises ", "url": "/brasil/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/brasil/2024/08/6913871-agosto-lilas-acoes-buscam-combater-a-violencia-contra-a-mulher-no-brasil.html", "name": "Agosto Lilás: ações buscam combater a violência contra a mulher no Brasil", "headline": "Agosto Lilás: ações buscam combater a violência contra a mulher no Brasil", "description": "", "alternateName": "Violência Doméstica", "alternativeHeadline": "Violência Doméstica", "datePublished": "2024-08-05T17:25:00Z", "articleBody": "<p class="texto">O início do oitavo mês deste ano marcou o começo da campanha Agosto Lilás, que visa trazer ações de enfrentamento e conscientização sobre a violência doméstica contra a mulher. Neste ano, os governos federal e estaduais trouxeram iniciativas que buscam aproximar a população brasileira da realidade de mulheres que enfrentam esse problema e informar sobre as possibilidades de apoiar a causa.</p> <p class="texto">Segundo o Atlas da Violência 2024, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 48.289 mulheres brasileiras foram assassinadas entre os anos de 2012 e 2022. Além disso, segundo o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, uma menina ou mulher é vítima de violência sexual a cada seis minutos no país.</p> <p class="texto">O Projeto Banco Vermelho, lançado pelo governo federal na quinta-feira (1º/8), visa a instalação de assentos na cor vermelha em espaços públicos de grande circulação de pessoas, como escolas, universidades, estações de trem e metrô, rodoviárias e aeroportos. Os bancos estarão estampados com frases que estimulem a reflexão sobre a conscientização e alerta para a violência contra as mulheres, assim como o número 180 — telefone do Centro de Atendimento à Mulher, para onde as denúncias sobre o tema devem ser feitas.</p> <ul> <li><a href="/brasil/2024/08/6912909-agosto-lilas-campanha-de-combate-a-violencia-contra-a-mulher.html">Agosto Lilás: campanha de combate à violência contra a mulher</a><br /></li> <li><a href="/politica/2024/08/6911369-lula-sanciona-programa-banco-vermelho-contra-feminicidio.html">"Banco Vermelho": Lula sanciona medida de combate à violência contra mulher</a><br /></li> <li><a href="/direito-e-justica/2024/08/6910564-temos-a-melhor-lei-de-combate-a-violencia-domestica-do-mundo-diz-juiza.html">"Temos a melhor lei de combate à violência doméstica do mundo", diz juíza</a><br /></li> </ul> <p class="texto">A instituição do projeto está prevista na Lei 14.942, publicada na edição de quinta do Diário Oficial da União, e promete premiações para as melhores iniciativas relacionadas à conscientização e ao enfrentamento da violência contra a mulher, assim como à reintegração da vítima.</p> <p class="texto">Também na quinta, o Ministério das Mulheres lançou a cartilha Mais Mulheres no Poder, Mais Democracia, que reúne índices alarmantes relacionados às desigualdades e violências praticadas contra as mulheres no Brasil, e pretende ampliar e qualificar o debate sobre a importância política da participação das mulheres nos espaços de poder e tomada de decisão.</p> <p class="texto">“Quando a gente não fala da violência doméstica, a vítima a a ter uma impressão de que só ela a por aquilo, que só ela está sofrendo uma violência, e isso não é verdade. Quando a gente explica pra mulher o que é uma violência doméstica, uma violência psicológica, uma violência moral, mostra que uma mulher, dentro de um casamento, pode sim, por exemplo, ser estuprada pelo seu marido, a gente mostra para essa mulher quais são os direitos que ela tem. E aí, muitas das vezes, além de perceber que ela não está só e que o que ela está ando é um crime, ela percebe que tem meios para buscar ajuda e sair daquele ciclo de violência. Isso é muito importante. Essas medidas de prevenção também vêm para, além de informar as mulheres, também lembrar a toda a sociedade o que é a violência doméstica”, afirma a especialista em Direito da Mulher e de Gênero, Cristina Alves Tubino.</p> <p class="texto">Ex-diretora da Comissão de Enfrentamento à Violência Doméstica Contra a Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF), Cristina defendeu que a violência contra a mulher é um problema que precisa ser atacado por todos, por ter repercussões que afetam a todos os âmbitos da sociedade. “É muito importante que mulheres, homens e todos nós nos conscientizemos de que a violência doméstica existe, está presente e precisa ser combatida, porque não é um problema só daquela mulher que foi agredida, é um problema de todo mundo e tem repercussões que afetam a todos nós”, ressaltou.</p> <p class="texto">“Mulheres vítimas de violência doméstica, se lesionadas ou sofrendo danos psicológicos, podem vir a ser afastadas dos seus trabalhos, o que acaba onerando, por exemplo, o sistema da Previdência Social. Além disso, precisam ser atendidas no sistema médico do Sistema Único de Saúde (SUS), o que também gera gastos. Às vezes, elas ficam sem poder trabalhar e, muitas vezes, os filhos delas vão acabar tendo algum tipo de dificuldade escolar e isso vai acabar trazendo ônus, também, dentro da questão educacional”, complementou.</p> <h3>Pintando o oito</h3> <p class="texto">Agosto é visto como o mês de enfrentamento à violência doméstica contra a mulher por ser o mês em que foi aprovada a Lei Maria da Penha — reconhecida como uma das maiores conquistas em defesa da causa no país. Promulgada em 7 de agosto de 2006, a lei completa 18 anos em 2024.</p> <p class="texto">A cor lilás foi escolhida por simbolizar a luta contra a violência de gênero e também simboliza respeito. Historicamente, o lilás tem raízes simbólicas ligadas ao movimento feminista, e é frequentemente associado à luta pelos direitos das mulheres e à igualdade de gênero.</p> <p class="texto">A presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-DF, Nildete Santana de Oliveira, argumentou que a realização da campanha do Agosto Lilás e de outras ações relacionadas é permite a difusão da noção de que a violência contra a mulher não ocorre exclusivamente de forma física, e que, muitas vezes, decorre de uma sequência de eventos que envolve a retirada da vítima de sua rede de apoio.</p> <p class="texto">“Nenhum relacionamento começa com violência. O homem começa com cuidado, com carinho, com engano e depois é que ele vai tirando todas as perspectivas de dignidade da pessoa humana daquela mulher, ele vai diminuindo, agredindo com palavras, vem com violência psicológica e só posteriormente a isso é que vem uma violência física. Ele tira a mulher da proximidade de sua rede de apoio dos seus familiares, às vezes do emprego e aí, depois que a mulher fica sem essas perspectivas de apoio, sem sua rede de apoio psicológico, de apoio familiar, dos amigos, é que começa efetivamente a violência física”, explicou.</p> <p class="texto">A presidente da comissão reforçou a importância de que as vítimas denunciem seus agressores. Para ela, por mais que essas vítimas possam se sentir despreparadas para realizarem a denúncia, esse é o primeiro o para se desvencilhar da toxicidade de um relacionamento violento. “O melhor caminho é sempre a denúncia, mesmo que a vítima não esteja completamente preparada. Quando ela faz a denúncia, ela dá um o difícil de retroceder. A partir desse primeiro o é que ela pode andar para frente para sair desse relacionamento tóxico, desse relacionamento com violência”, defendeu.</p> <h3>Fomento à voz</h3> <p class="texto">No Distrito Federal, a campanha do Agosto Lilás também teve início na quinta, sob a coordenação da Secretaria da Mulher do Distrito Federal (SMDF). A ação contará com diversos eventos destinados à divulgação dos serviços especializados da rede de atendimento à mulher e dos mecanismos de denúncia, e contará com a realização de palestras, encontros, distribuição de material informativo e ações de mobilização para fortalecer o enfrentamento a essa violência.</p> <p class="texto">Uma das ações no DF é a campanha Mulher, Não se Cale!, lançada na sexta-feira (2/8), na praça ao lado da Feira Central de Ceilândia. A iniciativa percorrerá as principais feiras do DF até o dia 22 de setembro para levar informações, apoio e conscientização sobre os tipos de violência de gênero.</p> <p class="texto">A secretária da Mulher do DF, Giselle Ferreira, afirmou que a ação visa esclarecer às mulheres que a violência vai além da agressão física e encorajar vítimas a denunciar e buscar opções de evasão da violência.</p> <p class="texto">“A gente leva os canais de denúncia e leva informações sobre tipos de violência contra a mulher para locais de grande circulação. Hoje, se você for à feira da Ceilândia, ela está toda sinalizada com essa campanha. A violência é muito mais que física, ela é psicológica, moral e além. Então, a gente tem que levar o conhecimento, porque o conhecimento encoraja a mulher e inibe o agressor”, explicou.</p> <p class="texto">Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), entre janeiro e março de 2024, o DF teve 4.674 vítimas de violência doméstica — uma média de 52 casos registrados diariamente. Contudo, Giselle Ferreira alegou que as ações de enfrentamento realizadas pelo GDF diminuíram o número de feminicídios na unidade federativa em 63% no primeiro semestre do ano.</p> <p class="texto">“No primeiro semestre, diminuímos o número de feminicídios em 63%. A gente tem acompanhado essa redução, mas só vamos comemorar quando for zero. Os equipamentos públicos — Casa da Mulher Brasileira, Centros de Atendimento Especializado à Mulher — também têm aumentado muito a procura por parte das mulheres, porque elas entendem que a nossa Secretaria da Mulher é para prevenção, é para orientação, é para capacitação. Por isso que essas campanhas são tão importantes para a gente divulgar o trabalho da Secretaria da Mulher”, finalizou.</p> <p class="texto"><em>*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes</em></p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/brasil/2024/08/6913759-mjsp-autoriza-atuacao-da-forca-nacional-em-terra-indigena-no-rs.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/03/19/forca_nacional-27646620.jpg?20240805152242" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Ministério autoriza atuação da Força Nacional em terra indígena no RS</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/brasil/2024/08/6913715-homem-e-morto-a-tiros-na-frente-do-pai-ao-sair-de-culto-na-grande-bh.html"> <amp-img src="https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2024/07/17/hospital_risoleta-38954381.jpeg?20240805150036" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Homem é morto a tiros na frente do pai ao sair de culto na Grande BH</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/brasil/2024/08/6913714-uma-pessoa-morre-e-sete-ficam-feridas-em-batida-no-triangulo-mineiro.html"> <amp-img src="https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2024/08/05/acidente_223-39284974.jpg?20240805145958" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Uma pessoa morre e sete ficam feridas em batida no Triângulo Mineiro</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/brasil/2024/08/6913713-cao-acorrentado-desnutrido-e-com-ferimentos-no-pescoco-e-resgatado-em-bh.html"> <amp-img src="https://midias.em.com.br/_midias/png/2024/08/05/captura_de_tela_2024_08_05_120125-39284121.png?20240805150031" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Cão acorrentado, desnutrido e com ferimentos no pescoço é resgatado em BH</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/diversao-e-arte/2024/08/6913706-5-lancamentos-imperdiveis-do-prime-video-em-agosto.html"> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Influencer suspeito de desviar doações para filha com deficiência é preso</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/brasil/2024/08/6913679-morre-o-ex-satanista-daniel-mastral-autor-de-filho-do-fogo.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/05/675x450/1_daniel_mastral_galeria021-39287750.jpg?20240805222246" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Morre o ex-satanista Daniel Mastral, autor de "Filho do Fogo"</span> </div> </a> </li> </ul> </div></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fmidias.correiobraziliense.com.br%2F_midias%2Fjpg%2F2024%2F07%2F11%2F1200x801%2F1_53851050554_b05d453ddc_o-38848761.jpg", "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fmidias.correiobraziliense.com.br%2F_midias%2Fjpg%2F2024%2F07%2F11%2F1000x1000%2F1_53851050554_b05d453ddc_o-38848761.jpg", "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fmidias.correiobraziliense.com.br%2F_midias%2Fjpg%2F2024%2F07%2F11%2F800x600%2F1_53851050554_b05d453ddc_o-38848761.jpg" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Henrique Fregonasse", "url": "/autor?termo=henrique-fregonasse" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 2z4o23

Agosto Lilás 6q25z ações buscam combater a violência contra a mulher no Brasil
Violência Doméstica

Agosto Lilás: ações buscam combater a violência contra a mulher no Brasil 5o3a1r

Iniciativas focadas em prevenção informa a população sobre as formas de violência e como fazer denúncias; especialistas reafirmam importância da conscientização sobre o tema 12492o

O início do oitavo mês deste ano marcou o começo da campanha Agosto Lilás, que visa trazer ações de enfrentamento e conscientização sobre a violência doméstica contra a mulher. Neste ano, os governos federal e estaduais trouxeram iniciativas que buscam aproximar a população brasileira da realidade de mulheres que enfrentam esse problema e informar sobre as possibilidades de apoiar a causa.

Segundo o Atlas da Violência 2024, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 48.289 mulheres brasileiras foram assassinadas entre os anos de 2012 e 2022. Além disso, segundo o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, uma menina ou mulher é vítima de violência sexual a cada seis minutos no país.

O Projeto Banco Vermelho, lançado pelo governo federal na quinta-feira (1º/8), visa a instalação de assentos na cor vermelha em espaços públicos de grande circulação de pessoas, como escolas, universidades, estações de trem e metrô, rodoviárias e aeroportos. Os bancos estarão estampados com frases que estimulem a reflexão sobre a conscientização e alerta para a violência contra as mulheres, assim como o número 180 — telefone do Centro de Atendimento à Mulher, para onde as denúncias sobre o tema devem ser feitas.

A instituição do projeto está prevista na Lei 14.942, publicada na edição de quinta do Diário Oficial da União, e promete premiações para as melhores iniciativas relacionadas à conscientização e ao enfrentamento da violência contra a mulher, assim como à reintegração da vítima.

Também na quinta, o Ministério das Mulheres lançou a cartilha Mais Mulheres no Poder, Mais Democracia, que reúne índices alarmantes relacionados às desigualdades e violências praticadas contra as mulheres no Brasil, e pretende ampliar e qualificar o debate sobre a importância política da participação das mulheres nos espaços de poder e tomada de decisão.

“Quando a gente não fala da violência doméstica, a vítima a a ter uma impressão de que só ela a por aquilo, que só ela está sofrendo uma violência, e isso não é verdade. Quando a gente explica pra mulher o que é uma violência doméstica, uma violência psicológica, uma violência moral, mostra que uma mulher, dentro de um casamento, pode sim, por exemplo, ser estuprada pelo seu marido, a gente mostra para essa mulher quais são os direitos que ela tem. E aí, muitas das vezes, além de perceber que ela não está só e que o que ela está ando é um crime, ela percebe que tem meios para buscar ajuda e sair daquele ciclo de violência. Isso é muito importante. Essas medidas de prevenção também vêm para, além de informar as mulheres, também lembrar a toda a sociedade o que é a violência doméstica”, afirma a especialista em Direito da Mulher e de Gênero, Cristina Alves Tubino.

Ex-diretora da Comissão de Enfrentamento à Violência Doméstica Contra a Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF), Cristina defendeu que a violência contra a mulher é um problema que precisa ser atacado por todos, por ter repercussões que afetam a todos os âmbitos da sociedade. “É muito importante que mulheres, homens e todos nós nos conscientizemos de que a violência doméstica existe, está presente e precisa ser combatida, porque não é um problema só daquela mulher que foi agredida, é um problema de todo mundo e tem repercussões que afetam a todos nós”, ressaltou.

“Mulheres vítimas de violência doméstica, se lesionadas ou sofrendo danos psicológicos, podem vir a ser afastadas dos seus trabalhos, o que acaba onerando, por exemplo, o sistema da Previdência Social. Além disso, precisam ser atendidas no sistema médico do Sistema Único de Saúde (SUS), o que também gera gastos. Às vezes, elas ficam sem poder trabalhar e, muitas vezes, os filhos delas vão acabar tendo algum tipo de dificuldade escolar e isso vai acabar trazendo ônus, também, dentro da questão educacional”, complementou.

Pintando o oito f6j6o

Agosto é visto como o mês de enfrentamento à violência doméstica contra a mulher por ser o mês em que foi aprovada a Lei Maria da Penha — reconhecida como uma das maiores conquistas em defesa da causa no país. Promulgada em 7 de agosto de 2006, a lei completa 18 anos em 2024.

A cor lilás foi escolhida por simbolizar a luta contra a violência de gênero e também simboliza respeito. Historicamente, o lilás tem raízes simbólicas ligadas ao movimento feminista, e é frequentemente associado à luta pelos direitos das mulheres e à igualdade de gênero.

A presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-DF, Nildete Santana de Oliveira, argumentou que a realização da campanha do Agosto Lilás e de outras ações relacionadas é permite a difusão da noção de que a violência contra a mulher não ocorre exclusivamente de forma física, e que, muitas vezes, decorre de uma sequência de eventos que envolve a retirada da vítima de sua rede de apoio.

“Nenhum relacionamento começa com violência. O homem começa com cuidado, com carinho, com engano e depois é que ele vai tirando todas as perspectivas de dignidade da pessoa humana daquela mulher, ele vai diminuindo, agredindo com palavras, vem com violência psicológica e só posteriormente a isso é que vem uma violência física. Ele tira a mulher da proximidade de sua rede de apoio dos seus familiares, às vezes do emprego e aí, depois que a mulher fica sem essas perspectivas de apoio, sem sua rede de apoio psicológico, de apoio familiar, dos amigos, é que começa efetivamente a violência física”, explicou.

A presidente da comissão reforçou a importância de que as vítimas denunciem seus agressores. Para ela, por mais que essas vítimas possam se sentir despreparadas para realizarem a denúncia, esse é o primeiro o para se desvencilhar da toxicidade de um relacionamento violento. “O melhor caminho é sempre a denúncia, mesmo que a vítima não esteja completamente preparada. Quando ela faz a denúncia, ela dá um o difícil de retroceder. A partir desse primeiro o é que ela pode andar para frente para sair desse relacionamento tóxico, desse relacionamento com violência”, defendeu.

Fomento à voz 1v3x46

No Distrito Federal, a campanha do Agosto Lilás também teve início na quinta, sob a coordenação da Secretaria da Mulher do Distrito Federal (SMDF). A ação contará com diversos eventos destinados à divulgação dos serviços especializados da rede de atendimento à mulher e dos mecanismos de denúncia, e contará com a realização de palestras, encontros, distribuição de material informativo e ações de mobilização para fortalecer o enfrentamento a essa violência.

Uma das ações no DF é a campanha Mulher, Não se Cale!, lançada na sexta-feira (2/8), na praça ao lado da Feira Central de Ceilândia. A iniciativa percorrerá as principais feiras do DF até o dia 22 de setembro para levar informações, apoio e conscientização sobre os tipos de violência de gênero.

A secretária da Mulher do DF, Giselle Ferreira, afirmou que a ação visa esclarecer às mulheres que a violência vai além da agressão física e encorajar vítimas a denunciar e buscar opções de evasão da violência.

“A gente leva os canais de denúncia e leva informações sobre tipos de violência contra a mulher para locais de grande circulação. Hoje, se você for à feira da Ceilândia, ela está toda sinalizada com essa campanha. A violência é muito mais que física, ela é psicológica, moral e além. Então, a gente tem que levar o conhecimento, porque o conhecimento encoraja a mulher e inibe o agressor”, explicou.

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), entre janeiro e março de 2024, o DF teve 4.674 vítimas de violência doméstica — uma média de 52 casos registrados diariamente. Contudo, Giselle Ferreira alegou que as ações de enfrentamento realizadas pelo GDF diminuíram o número de feminicídios na unidade federativa em 63% no primeiro semestre do ano.

“No primeiro semestre, diminuímos o número de feminicídios em 63%. A gente tem acompanhado essa redução, mas só vamos comemorar quando for zero. Os equipamentos públicos — Casa da Mulher Brasileira, Centros de Atendimento Especializado à Mulher — também têm aumentado muito a procura por parte das mulheres, porque elas entendem que a nossa Secretaria da Mulher é para prevenção, é para orientação, é para capacitação. Por isso que essas campanhas são tão importantes para a gente divulgar o trabalho da Secretaria da Mulher”, finalizou.

*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes

Mais Lidas 72595f