{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/brasil/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/brasil/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/brasil/", "name": "Brasil", "description": "Acompanhe o que ocorre no país em tempo real: notícias e análises ", "url": "/brasil/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/brasil/2024/08/6930307-povo-indigena-resgata-nomes-de-abelhas-em-risco-e-eterniza-saberes-tradicionais.html", "name": "Povo indígena resgata nomes de abelhas em risco e eterniza saberes tradicionais", "headline": "Povo indígena resgata nomes de abelhas em risco e eterniza saberes tradicionais", "description": "", "alternateName": "POVOS ORIGINÁRIOS", "alternativeHeadline": "POVOS ORIGINÁRIOS", "datePublished": "2024-08-29T12:00:00Z", "articleBody": "<p class="texto">Os <a href="/brasil/2024/02/6803698-biologo-indigena-cria-guia-de-primatas-da-terra-do-povo-paiter-surui.html" target="_self">indígenas</a> tikmu'un, também conhecidos como maxakali, registraram o nome de 33 espécies de abelhas em um canto tradicional chamado papa-mel. Esse povo, que mora na divisa de Minas Gerais com a Bahia e Espírito Santo, guarda um rico conhecimento da biodiversidade da Mata Atlântica e com o registro do nome das abelhas — algumas sob risco de extinção — atuam para eternizar saberes tradicionais da floresta. </p> <p class="texto">Segundo a professora Rosângela Tugny, da Universidade Federal do Sul da Bahia, nas aldeias onde vivem os tikmu'un restam apenas duas das 33 espécies cantadas por eles. No entanto, esses indígenas têm a esperança de que a variedade de insetos, animais e plantas retornem aos territórios como resultado do projeto socioambiental <em>Hãmhi - Terra viva.</em></p> <p class="texto">A iniciativa conta com o apoio do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do <a href="/brasil/2024/06/6875531-mp-prende-27-pessoas-ligadas-ao-trafico-dentro-dos-presidios-de-mg.html" target="_self">Ministério Público de Minas Gerais</a> e da Plataforma Semente, e é realizado pelo Instituto Opaoká. O projeto desenvolve ações de recuperação ambiental em quatro territórios indígenas do povo Tikmu’un: Terra Indígena Maxakali, Reserva Indígena Aldeia Verde, Reserva Indígena Cachoeirinha e Aldeia-Escola Floresta.</p> <ul> <li><strong>Leia também: <a href="/brasil/2024/02/6803698-biologo-indigena-cria-guia-de-primatas-da-terra-do-povo-paiter-surui.html" target="_self">Biólogo indígena cria guia de primatas da terra do povo Paiter Suruí</a></strong></li> </ul> <p class="texto">O principal objetivo do <em>Hãmhi - Terra viva</em> é formar 30 agentes agroflorestais tikmu'un, que serão responsáveis pela implementação e manejo da recomposição florestal, aliando <a href="/brasil/2024/02/6806163-linklado-pesquisadores-desenvolvem-teclado-especial-para-linguas-indigenas.html" target="_self">conhecimentos tradicionais</a> aos princípios da agroecologia, incluindo a construção de viveiros-escola para garantir a sustentabilidade dos plantios. As mulheres tikmu'un descrevem os viveiros-escola como o "útero da floresta" e as mudas como crianças que necessitam de cuidado.</p> <ul> <li><strong>Leia também: <a href="/brasil/2023/09/5127576-xokleng-quem-e-o-povo-alvo-de-violencias-e-contato-forcado-ha-109-anos.html" target="_self">Xokleng: quem é o povo alvo de violências e contato forçado há 109 anos</a></strong></li> </ul> <p class="texto">A professora Rosângela Tugny trabalha com os indígenas desde 2002 e destaca a resistência cultural deles como um dos aspectos mais iráveis. "Eles têm um grande repertório de canto e de histórias. Uma vida inteira não basta para conhecer e estudá-los. Cada canto é um detalhe de um bicho, porque eles são muito ligados com os animais, eles têm um vínculo com os seres da mata, não são apenas objetos de estudo como são para nós", frisa a especialista, que estuda musicologia.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/29/papa_mel-39669410.jfif" width="933" height="1200" layout="responsive" alt="Ilustração sobre o canto do papa-mel"></amp-img> <figcaption>Divulgação/Donizete Maxakali - <b>Ilustração sobre o canto do papa-mel</b></figcaption> </div></p> <h3>Frutos do projeto</h3> <p class="texto">De acordo com Carlos Eduardo Ferreira Pinto, promotor de Justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do Ministério Público de Minas Gerais, depois de 15 meses de projeto, já foram reflorestados 150 hectares das <a href="/politica/2024/02/6810185-candidaturas-indigenas-terao-direito-a-distribuicao-proporcional-de-recursos.html" target="_self">aldeias</a>.</p> <p class="texto">"Espécies de abóbora, melancia, feijão, quiabo, amendoim, milho, maxixe, entre outros, já servem de alimentos para os tikmu'un. O maior marco do projeto é o retorno da água na Aldeia Água Boa. Essa é uma iniciativa capaz de empoderar o povo indígena para que eles cuidem da própria terra. E deve servir de exemplo para as políticas públicas de apoio aos povos originários", pontua o promotor.</p> <p class="texto"> <div class="galeria-cb"> <amp-carousel class="carousel1" layout="fixed-height" height="300" type="slides"> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/29/indigenas_2-39672357.jpg?20240902081513" class="contain" layout="fill" alt="O principal objetivo do Hãmhi - Terra viva é formar 30 agentes agroflorestais tikmu'un, que serão responsáveis pela implementação e manejo da recomposição florestal" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Divulgação/Acervo do Projeto Hamhi - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/29/indigenas_4-39672359.jpg?20240902081406" class="contain" layout="fill" alt="O principal objetivo do Hãmhi - Terra viva é formar 30 agentes agroflorestais tikmu'un, que serão responsáveis pela implementação e manejo da recomposição florestal" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Divulgação/Acervo do Projeto Hamhi - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/29/indigenas_5-39672361.jpg?20240902081406" class="contain" layout="fill" alt="O principal objetivo do Hãmhi - Terra viva é formar 30 agentes agroflorestais tikmu'un, que serão responsáveis pela implementação e manejo da recomposição florestal" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Divulgação/Acervo do Projeto Hamhi - <b></b> </figcaption> </div> <amp-embed width=100 height=100 type=taboola layout=responsive data-publisher='diariosassociados-correiobraziliense' data-mode='thumbnails-a-photogallery' data-placement='taboola-widget-0-photo-gallery AMP' data-target_type='mix' data-article='auto' data-url=''> </amp-embed> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/29/indigenas_1-39672319.jpeg?20240829093450" class="contain" layout="fill" alt="O principal objetivo do Hãmhi - Terra viva é formar 30 agentes agroflorestais tikmu'un, que serão responsáveis pela implementação e manejo da recomposição florestal" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Divulgação/Acervo do Projeto Hamhi - <b></b> </figcaption> </div> </amp-carousel> </div></p> <p class="texto">Carlos também destacou que os promotores destinaram recursos para o projeto, que tem previsão de duração de 24 meses. Segundo ele, já foram destinados, até o momento, R$6,2 milhões em medidas compensatórias ambientais. "As comunidades indígenas estão mais vulneráveis aos impactos climáticos e aos crimes ambientais, e cabe ao MPMG tutelar o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida", citou o promotor.</p> <h3>Veja a letra do canto papa-mel:</h3> <p class="texto"><em>quero o mel da arapuá hui hui</em><br /><em>quero o mel da moça-branca hui hui</em><br /><em>quero o mel do mandaguari-amarelo hui hui</em><br /><em>quero o mel do guaraipo hui hui</em><br /><em>quero o mel da dona-branca hui hui</em><br /><em>quero o mel da uruçu hui hui</em><br /><em>ai, eu quero, hui hui</em></p> <p class="texto"><em>quero o mel do mandaguari-amarelo hui hui</em><br /><em>quero o mel do mandaguari-amarelo hui hui</em><br /><em>quero o mel da saranhão hui hui</em><br /><em>quero o mel da mombucão hui hui</em><br /><em>quero o mel da arapuá hui hui</em><br /><em>quero o mel da abelha-cachorro hui hui</em><br /><em>quero o mel da arapuá hui hui</em><br /><em>quero o mel da uruçu hui hui</em><br /><em>quero o mel da abelha corta-folha hui hui</em><br /><em>quero o mel da mandaçaia hui hui</em><br /><em>quero o mel a guaraipo hui hui</em><br /><em>quero o mel da abelha pequena hui hui</em><br /><em>quero o mel da moça-branca hui hui</em><br /><em>quero o mel da uruçu hui hui</em><br /><em>quero o mel da abelha-mirim hui hui</em><br /><em>quero o mel da dona-branca hui hui</em><br /><em>quero o mel da jataí hui hui</em><br /><em>quero o mel da iraí hui hui</em><br /><em>quero o mel da mombuca hui hui</em><br /><em>quero o mel da mombuca hui hui</em><br /><em>quero o mel da moça-branca hui hui</em><br /><em>quero o mel da puxxokata hui hui</em><br /><em>quero o mel da koxkak hui hui </em><br /><em>quero o mel da abelha-da-orquídea hui hui</em><br /><em>quero o mel da abelha hui hui</em><br /><em>quero o mel da pukyãykuxnõg hui hui</em></p> <p class="texto"><em>quero comer qualquer fruta hui hui</em><br /><em>quero comer o fruto da gameleira hui hui</em><br /><em>quero comer mamão hui hui</em><br /><em>quero comer jenipapo hui hui</em><br /><em>quero comer cajá hui hui</em><br /><em>quero comer o fruto da embaúba-branca hui hui</em><br /><em>quero comer abacaxi hui hui</em><br /><em>quero comer maracujá hui hui</em><br /><em>quero comer o fruto da embaúba do brejo hui hui</em><br /><em>quero comer a fruta da semente grande hui hui</em><br /><em>quero comer jabuticaba hui hui</em><br /><em>quero comer manga hui hui</em><br /><em>quero comer a fruta igual jabuticaba hui hui</em><br /><em>quero comer banana hui hui</em><br /><em>quero comer cana hui hui</em><br /><em>quero comer jaca hui hui</em><br /><em>hãã</em></p> <p class="texto"><iframe id="instagram-embed-0" class="instagram-media instagram-media-rendered" style="background: white; max-width: 540px; width: calc(100% - 2px); border-radius: 3px; border: 1px solid #dbdbdb; box-shadow: none; display: block; margin: 0px 0px 12px; min-width: 326px; padding: 0px;" src="https://www.instagram.com/reel/C-3c1O0Sot-/embed/captioned/?cr=1&v=14&wp=485&rd=http%3A%2F%2Ffivenews.cbnet.net.br&rp=%2Findex.php#%7B%22ci%22%3A0%2C%22os%22%3A95810.39999961853%2C%22ls%22%3A95391.29999923706%2C%22le%22%3A95792%7D" width="300" height="1241" frameborder="0" scrolling="no" allowfullscreen="allowfullscreen" data-instgrm-payload-id="instagram-media-payload-0"></iframe></p> <p class="texto"><em> <script async="" src="//www.instagram.com/embed.js"></script> </em></p> <h3>Quem são os tikmu'un?</h3> <p class="texto">Os tikmu'un são uma população de 2.850 indígenas que moram em aldeias e uma escola-aldeia situadas nos municípios mineiros de Teófilo Otoni, Ladainha, Santa Helena de Minas e Bertópolis. Eles são falantes da língua Maxakali.</p> <ul> <li><strong>Leia também: <a href="/brasil/2024/02/6806163-linklado-pesquisadores-desenvolvem-teclado-especial-para-linguas-indigenas.html" target="_self">Linklado: pesquisadores desenvolvem teclado especial para línguas indígenas</a></strong></li> </ul> <p class="texto">De acordo com a professora Rosângela, esses indígenas sofreram e ainda sofrem com a devastação ambiental do bioma Mata Atlântica. "É uma população que viveu um processo muito violento de colonização, assim como os outros povos do Brasil, mas eles viveram isso antes, pois viviam na Bahia, no Espírito Santo, nas margens do Rio Doce, de vários rios do sul baiano, no Jequitinhonha", explica.</p> <p class="texto">"Eles foram se espremendo no local que hoje é a Terra Indígena Maxakali, considerada tradicional. Mas essa terra sofreu muita degradação ambiental por conta das atividades agropastoris, durante a ditadura militar também sofreu uma perda enorme de árvores. A população indígena enfrenta insegurança alimentar, desnutrição infantil e falta de água potável. A água que você vê eles bebendo, se for feito um teste vai encontrar excesso de ferro e coliformes fecais. Isso é uma coisa que só agora está começando a ser resolvido", acrescenta a professora.</p> <p class="texto">No ano ado, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) iniciou as tratativas para a criação da Rede de Proteção Social do Povo Maxakali. A iniciativa busca garantir o o dos indígenas a direitos sociais, por meio de ações integradas entre diferentes órgãos e instituições.</p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/brasil/2024/08/6930174-queimadas-a-luta-para-evitar-novas-tragedias-ambientais.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/26/incendio_5-39609491.jpg?20240826210825" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Queimadas: a luta para evitar tragédias ambientais</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/brasil/2024/08/6930155-alistamento-militar-feminino-comeca-em-2025-saiba-detalhes.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/28/53231769290_6fbcbbd1d9_o-39665517.jpg?20240829092824" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Alistamento militar feminino começa em 2025; saiba detalhes</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/brasil/2024/08/6930137-sao-paulo-concentra-mais-da-metade-dos-casos-de-mpox-no-brasil.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/28/000_36en3ze-39645479.jpg?20240828004356" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>São Paulo concentra mais da metade dos casos de mpox no Brasil</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/brasil/2024/08/6929960-cbic-pede-neutralidade-nos-impostos-com-a-nova-reforma-tributaria.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/28/28082024ea_16-39659446.jpg?20240828174843" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>CBIC alerta que moradia ficará mais cara com reforma tributária</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/brasil/2024/08/6929610-dengue-em-2025-nao-deve-ter-mesma-explosao-de-casos-diz-nisia.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/28/53954261668_dc76b0a2ea_c-39662826.jpg?20240828213202" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Dengue em 2025 não deve ter mesma "explosão" de casos, diz Nísia</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/politica/2024/08/6929562-quase-100-dos-incendios-em-sao-paulo-foram-causados-por-acao-humana.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/26/incendio_4-39609489.jpg?20240828150225" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Quase 100% dos incêndios em São Paulo foram causados por ação humana</span> </div> </a> </li> </ul> </div></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/29/1200x801/1_maxakali-39669200.jpg?20240902081406?20240902081406", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/29/1000x1000/1_maxakali-39669200.jpg?20240902081406?20240902081406", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/29/800x600/1_maxakali-39669200.jpg?20240902081406?20240902081406" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Aline Gouveia", "url": "/autor?termo=aline-gouveia" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } i703o

Povo indígena resgata nomes de abelhas em risco e eterniza saberes tradicionais 5h5u5i
POVOS ORIGINÁRIOS

Povo indígena resgata nomes de abelhas em risco e eterniza saberes tradicionais 3w2o48

Nas aldeias onde vivem os tikmu'un restam apenas duas das 33 espécies. No entanto, eles têm a esperança de que a variedade de insetos retornem aos territórios 455b5r

Os indígenas tikmu'un, também conhecidos como maxakali, registraram o nome de 33 espécies de abelhas em um canto tradicional chamado papa-mel. Esse povo, que mora na divisa de Minas Gerais com a Bahia e Espírito Santo, guarda um rico conhecimento da biodiversidade da Mata Atlântica e com o registro do nome das abelhas — algumas sob risco de extinção — atuam para eternizar saberes tradicionais da floresta. 

Segundo a professora Rosângela Tugny, da Universidade Federal do Sul da Bahia, nas aldeias onde vivem os tikmu'un restam apenas duas das 33 espécies cantadas por eles. No entanto, esses indígenas têm a esperança de que a variedade de insetos, animais e plantas retornem aos territórios como resultado do projeto socioambiental Hãmhi - Terra viva.

A iniciativa conta com o apoio do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do Ministério Público de Minas Gerais e da Plataforma Semente, e é realizado pelo Instituto Opaoká. O projeto desenvolve ações de recuperação ambiental em quatro territórios indígenas do povo Tikmu’un: Terra Indígena Maxakali, Reserva Indígena Aldeia Verde, Reserva Indígena Cachoeirinha e Aldeia-Escola Floresta.

O principal objetivo do Hãmhi - Terra viva é formar 30 agentes agroflorestais tikmu'un, que serão responsáveis pela implementação e manejo da recomposição florestal, aliando conhecimentos tradicionais aos princípios da agroecologia, incluindo a construção de viveiros-escola para garantir a sustentabilidade dos plantios. As mulheres tikmu'un descrevem os viveiros-escola como o "útero da floresta" e as mudas como crianças que necessitam de cuidado.

A professora Rosângela Tugny trabalha com os indígenas desde 2002 e destaca a resistência cultural deles como um dos aspectos mais iráveis. "Eles têm um grande repertório de canto e de histórias. Uma vida inteira não basta para conhecer e estudá-los. Cada canto é um detalhe de um bicho, porque eles são muito ligados com os animais, eles têm um vínculo com os seres da mata, não são apenas objetos de estudo como são para nós", frisa a especialista, que estuda musicologia.

Divulgação/Donizete Maxakali - Ilustração sobre o canto do papa-mel

Frutos do projeto 5u82n

De acordo com Carlos Eduardo Ferreira Pinto, promotor de Justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do Ministério Público de Minas Gerais, depois de 15 meses de projeto, já foram reflorestados 150 hectares das aldeias.

"Espécies de abóbora, melancia, feijão, quiabo, amendoim, milho, maxixe, entre outros, já servem de alimentos para os tikmu'un. O maior marco do projeto é o retorno da água na Aldeia Água Boa. Essa é uma iniciativa capaz de empoderar o povo indígena para que eles cuidem da própria terra. E deve servir de exemplo para as políticas públicas de apoio aos povos originários", pontua o promotor.

Divulgação/Acervo do Projeto Hamhi -
Divulgação/Acervo do Projeto Hamhi -
Divulgação/Acervo do Projeto Hamhi -
Divulgação/Acervo do Projeto Hamhi -

Carlos também destacou que os promotores destinaram recursos para o projeto, que tem previsão de duração de 24 meses. Segundo ele, já foram destinados, até o momento, R$6,2 milhões em medidas compensatórias ambientais. "As comunidades indígenas estão mais vulneráveis aos impactos climáticos e aos crimes ambientais, e cabe ao MPMG tutelar o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida", citou o promotor.

Veja a letra do canto papa-mel: 2s5u5u

quero o mel da arapuá hui hui
quero o mel da moça-branca hui hui
quero o mel do mandaguari-amarelo hui hui
quero o mel do guaraipo hui hui
quero o mel da dona-branca hui hui
quero o mel da uruçu hui hui
ai, eu quero, hui hui

quero o mel do mandaguari-amarelo hui hui
quero o mel do mandaguari-amarelo hui hui
quero o mel da saranhão hui hui
quero o mel da mombucão hui hui
quero o mel da arapuá hui hui
quero o mel da abelha-cachorro hui hui
quero o mel da arapuá hui hui
quero o mel da uruçu hui hui
quero o mel da abelha corta-folha hui hui
quero o mel da mandaçaia hui hui
quero o mel a guaraipo hui hui
quero o mel da abelha pequena hui hui
quero o mel da moça-branca hui hui
quero o mel da uruçu hui hui
quero o mel da abelha-mirim hui hui
quero o mel da dona-branca hui hui
quero o mel da jataí hui hui
quero o mel da iraí hui hui
quero o mel da mombuca hui hui
quero o mel da mombuca hui hui
quero o mel da moça-branca hui hui
quero o mel da puxxokata hui hui
quero o mel da koxkak hui hui
quero o mel da abelha-da-orquídea hui hui
quero o mel da abelha hui hui
quero o mel da pukyãykuxnõg hui hui

quero comer qualquer fruta hui hui
quero comer o fruto da gameleira hui hui
quero comer mamão hui hui
quero comer jenipapo hui hui
quero comer cajá hui hui
quero comer o fruto da embaúba-branca hui hui
quero comer abacaxi hui hui
quero comer maracujá hui hui
quero comer o fruto da embaúba do brejo hui hui
quero comer a fruta da semente grande hui hui
quero comer jabuticaba hui hui
quero comer manga hui hui
quero comer a fruta igual jabuticaba hui hui
quero comer banana hui hui
quero comer cana hui hui
quero comer jaca hui hui
hãã

Quem são os tikmu'un? 1eg1p

Os tikmu'un são uma população de 2.850 indígenas que moram em aldeias e uma escola-aldeia situadas nos municípios mineiros de Teófilo Otoni, Ladainha, Santa Helena de Minas e Bertópolis. Eles são falantes da língua Maxakali.

De acordo com a professora Rosângela, esses indígenas sofreram e ainda sofrem com a devastação ambiental do bioma Mata Atlântica. "É uma população que viveu um processo muito violento de colonização, assim como os outros povos do Brasil, mas eles viveram isso antes, pois viviam na Bahia, no Espírito Santo, nas margens do Rio Doce, de vários rios do sul baiano, no Jequitinhonha", explica.

"Eles foram se espremendo no local que hoje é a Terra Indígena Maxakali, considerada tradicional. Mas essa terra sofreu muita degradação ambiental por conta das atividades agropastoris, durante a ditadura militar também sofreu uma perda enorme de árvores. A população indígena enfrenta insegurança alimentar, desnutrição infantil e falta de água potável. A água que você vê eles bebendo, se for feito um teste vai encontrar excesso de ferro e coliformes fecais. Isso é uma coisa que só agora está começando a ser resolvido", acrescenta a professora.

No ano ado, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) iniciou as tratativas para a criação da Rede de Proteção Social do Povo Maxakali. A iniciativa busca garantir o o dos indígenas a direitos sociais, por meio de ações integradas entre diferentes órgãos e instituições.

Mais Lidas 72595f