{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/brasil/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/brasil/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/brasil/", "name": "Brasil", "description": "Acompanhe o que ocorre no país em tempo real: notícias e análises ", "url": "/brasil/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/brasil/2024/11/6993914-doencas-atribuidas-a-alimentos-ultraprocessados-podem-custar-mais-de-rs-10-bi-por-ano.html", "name": "Doenças atribuídas a alimentos ultraprocessados podem custar mais de R$ 10 bi por ano", "headline": "Doenças atribuídas a alimentos ultraprocessados podem custar mais de R$ 10 bi por ano", "description": "", "alternateName": "SAÚDE PÚBLICA", "alternativeHeadline": "SAÚDE PÚBLICA", "datePublished": "2024-11-21T19:08:36Z", "articleBody": "<p dir="ltr">O consumo de <a href="/ciencia-e-saude/2024/05/6853496-ultraprocessados-associados-a-maior-mortalidade.html" target="_blank" data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=/ciencia-e-saude/2024/05/6853496-ultraprocessados-associados-a-maior-mortalidade.html&source=gmail&ust=1732304142153000&usg=AOvVaw3dmpTOriyVLg_-L0mNEcnQ">alimentos ultraprocessados</a> gera um gasto de, aproximadamente, R$ 10,4 bilhões para os cofres públicos brasileiros. A informação vem dos dados colhidos pelo pesquisador Eduardo Nilson da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP).<br /></p> <p dir="ltr">O levantamento, que considerou apenas as três doenças crônicas mais prevalentes no país — obesidade, diabetes tipo 2 e hipertensão —, também mostrou que cerca de 57 mil mortes anuais podem ser atribuídas aos ultraprocessados, equivalente 10,5% do total de mortes causadas anualmente por ultraprocessados. Sete entidades federativas possuem uma proporção maior de mortes do que a média nacional, com Rio Grande do Sul, com 13%; Santa Catarina, com 12,5%; São Paulo, com 12,3%; Distrito Federal, 11,7%; Amapá, 11,1%; Rio de Janeiro, 10,9%; e Paraná, 10,7%.</p> <ul> <li dir="ltr"> <p dir="ltr"><strong>Leia também:</strong> <a href="/ciencia-e-saude/2024/02/6810517-consumo-frequente-de-alimentos-ultraprocessados-pode-gerar-32-problemas-de-saude.html">Consumo frequente de ultraprocessados pode gerar 32 problemas de saúde</a></p> </li> </ul> <h3 dir="ltr">Valores e saúde</h3> <p dir="ltr">Na pesquisa encomendada pela ACT Promoção da Saúde e que considerou apenas os gastos federais, Nilson levantou que, do total gasto pelos cofres públicos, aproximadamente R$ 933,5 milhões são de custos diretos relativos a procedimentos ambulatoriais e farmácia popular advindos do Sistema Único de Saúde (SUS). O valor é equivalente a 25% de tudo é gasto com as três doenças crônicas mais prevalentes. Os maiores custos diretos são relacionados ao tratamento da diabetes tipo 2, correspondendo a 41% do total.</p> <p dir="ltr"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/brasil/2024/11/6993684-delegado-e-preso-pela-pf-por-vender-bens-apreendidos-em-operacao.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/21/whatsapp_image_2024_11_21_at_08_18_39-41986633.jpeg?20241121135043" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Delegado de polícia é preso por vender bens apreendidos em operação</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/brasil/2024/11/6993605-ibama-apreende-cabecas-de-animais-silvestres-em-exposicao-ilegal.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/21/675x450/1_5fa74bd0_5133_431b_a43b_56248ceb4ac2-41982424.jpeg?20241121160037" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Ibama apreende cabeças de animais silvestres em exposição ilegal</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/brasil/2024/11/6993556-filhote-de-golden-shi-tzu-chega-ao-peso-do-pai-com-apenas-dois-meses.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/21/arquivos_gabi__5_-41981147.jpg?20241121155939" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Filhote de "golden-shi tzu" chega ao peso do pai com apenas dois meses</span> </div> </a> </li> </ul> </div></p> <p dir="ltr">Os dados relacionados à obesidade indicam que os gastos com as mulheres são três vezes maiores em comparação com os homens, enquanto o público masculino geram um gasto maior com diabetes e hipertensão. Já os custos previdenciários e relativos ao absenteísmo chegam a marca de R$ 263 milhões por ano. O total de gastos com despesas hospitalares, ambulatoriais e medicamentos podem atingir os R$ 1,2 bilhão.</p> <ul> <li dir="ltr"> <p dir="ltr"><strong>Leia também:</strong> <a href="/brasil/2024/05/6865042-ma-alimentacao-e-rotina-nas-grandes-cidades-brasileiras-diz-estudo.html">Má alimentação é rotina nas grandes cidades brasileiras, diz estudo</a></p> </li> </ul> <p dir="ltr">Por outro lado, os gastos indiretos apontados pela pesquisa <em>Estimação dos custos da mortalidade prematura por todas as causas atribuíveis ao consumo de produtos alimentícios ultraprocessados no Brasil</em> chegam a marca de R$ 9,2 bilhões por ano. Esse número é relativo à mortalidade prematura atribuída ao consumo de alimentos ultraprocessados. Desse total, R$ 6,6 bilhões são referentes a custos de mortes precoces de homens e R$ 2,6 bi de mulheres.</p> <h3 dir="ltr">Tributação de ultrapocessados</h3> <p dir="ltr">A pesquisadora em saúde pública da ACT, Bruna Hassan, destaca que apenas a Colômbia realizou a tributação dos alimentos ultraprocessados no mundo, porém é um movimento ainda bem recente. As bebidas ricas em açúcar, segundo a Bruna, já foram tributadas em mais de 80 países. “São basicamente bebidas ultraprocessadas, né? Não tem ninguém tributando o café, que você adiciona o açúcar ali na padaria. Então, quando você tá falando desses produtos, que não dá mais pra chamar de alimentos, você está falando de produtos que são ricos em açúcar, gordura e sódio”, detalha.</p> <p dir="ltr">“E eu acho que esse ponto pro SUS é muito relevante. Nas experiências internacionais, vários países fizeram uma destinação do que foi arrecadado com a tributação. Sejam em programas específicos para populações mais vulneráveis, para obras, para café da manhã na escola. Tem uma série de modalidades do que fizeram com o dinheiro que é muito interessante”, afirma a especialista.</p> <ul> <li dir="ltr"> <p dir="ltr"><strong>Leia também:</strong> <a href="/opiniao/2024/07/6907599-artigo-direito-humano-a-alimentacao-adequada-e-saudavel.html">Artigo: Direito humano à alimentação adequada e saudável</a></p> </li> </ul> <h3 dir="ltr">Política publicitária</h3> <p dir="ltr">Ao <strong>Correio</strong>, a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG), autora do Projeto de Lei (PL) 2922/2023, que visa restringir o o aos ultraprocessados por entrega e venda para crianças de até 3 anos, explica que “precisamos pensar no que é prioridade para o país”. “Atualmente, os ultraprocessados recebem do estado uma verdadeira proteção, com subsídios e incentivos fiscais que barateiam a sua produção. Por outro lado, a produção de alimentos orgânicos, principalmente de pequenos produtores, é muito pouco apoiada”, destacou.</p> <p dir="ltr">No que tange ao público infantil, o mais recente <a href="/brasil/2022/02/4983653-uma-em-cada-dez-criancas-de-ate-5-anos-esta-acima-do-peso-no-brasil.html" target="_blank" data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=/brasil/2022/02/4983653-uma-em-cada-dez-criancas-de-ate-5-anos-esta-acima-do-peso-no-brasil.html&source=gmail&ust=1732304142153000&usg=AOvVaw0eJaWKCrZb1veKy7MeZCH3">Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil</a> (<a href="/brasil/2022/02/4983653-uma-em-cada-dez-criancas-de-ate-5-anos-esta-acima-do-peso-no-brasil.html" target="_blank" data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=/brasil/2022/02/4983653-uma-em-cada-dez-criancas-de-ate-5-anos-esta-acima-do-peso-no-brasil.html&source=gmail&ust=1732304142153000&usg=AOvVaw0eJaWKCrZb1veKy7MeZCH3">Enani/UFRJ</a>) destacou que 25% da dieta das crianças com menos de 5 anos é proveniente de alimentos ultraprocessados. Para aquelas de 2 a 5 anos, o percentual sobe para 30%.</p> <p dir="ltr">Duda também destaca que, com o grande alcance que as plataformas de streaming e as redes sociais possuem, é preciso que a publicidade desses produtos — e não "alimento", como a pesquisadora em saúde pública Bruna Hassan descreveu — seja cada vez mais restrita. Ela comenta que a propaganda desses produtos deve ser a mesma que produtos como álcool e tabaco, já que “hoje sabemos que os efeitos desse tipo de alimentação causa dependência similar à provocada pela nicotina, e que os efeitos do açúcar podem ser similares ao da cocaína no organismo”.</p> <ul> <li dir="ltr"> <p dir="ltr">Leia também: <a href="/ciencia-e-saude/2024/06/6874795-ensaio-alerta-para-ascensao-da-obesidade-infantil-no-mundo.html">Ensaio alerta para ascensão da obesidade infantil no mundo</a></p> </li> </ul> <p dir="ltr">Segundo Bruna, para que os ultraprocessados se tornem menos íveis, é necessário alterar o preço e a publicidade em volta do produto. “Não deveria ser comum que você visse em hospitais, mas o que você vê muito é ultraprocessados sendo prescritos para pessoas que estão doentes, que não têm condição de escolher o que elas vão receber”, lamenta.</p> <h3 dir="ltr">Gastos com alimentação saudável e ultraprocessados<br /></h3> <p dir="ltr"> </p> <ul> <li dir="ltr"> <p dir="ltr"><strong>Leia também:</strong> <a href="/opiniao/2024/07/6897266-artigo-uma-conta-cara-para-a-saude-a-comida-consumida-pelos-jovens.html">Artigo: Uma conta cara para a saúde: a comida consumida pelos jovens</a></p> </li> </ul> <p dir="ltr">“Não pode ser normal que um biscoito recheado custe menos que uma fruta madura e saborosa. Do ponto de vista da fiscalização, assim como é restringida a venda de álcool e cigarros, cabe ao estado enquadrar a venda de ultraprocessados para crianças nesse mesmo tipo de fiscalização já exercida”, comenta a deputada ao debater a diferença de preço entre os alimentos.</p> <p dir="ltr">Para o pesquisador da Fiocruz, a indústria de alimentos possui um portfólio com produtos <em>in natura</em> — sem ou quase sem interferência humana —, até os ultraprocessados. Com isso, cabe à indústria investir naqueles que geram um bem social maior. Um argumento muito utilizado é sobre a perda de empregos e produtividade que, segundo Nilson, não se comprovaram no mercado. “Então, faz todo o conjunto, o portfólio que a indústria tem vai, às vezes, desde o minimamente processado até o ultraprocessado, mesmo com o aglomerado”, comentou.</p> <p dir="ltr"><strong>*Estagiário sob a supervisão de Ronayre Nunes</strong></p> <p dir="ltr"><strong><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/brasil/2024/11/6993830-bahia-confirma-morte-de-bebe-por-coqueluche-apos-5-anos-sem-registros.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2020/09/02/interna_2_foto_geovana_albuquerque-6262613.jpg?20240731194042" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Bahia confirma morte de bebê por coqueluche após 5 anos sem registros</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/brasil/2024/11/6993823-brasileiro-acusado-de-estuprar-crianca-e-preso-nos-eua.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/21/24112boston-41993819.jpg?20241121155535" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Brasileiro acusado de estuprar criança é preso nos EUA</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/brasil/2024/11/6993726-maioria-dos-brasileiros-confia-na-vacinacao-contra-dengue-mas-fake-news-atrapalha.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/02/22/mosquito_1548948_1280-35153407.jpg?20240426235020" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Maioria dos brasileiros confia na vacinação contra dengue, mas fake news atrapalha</span> </div> </a> </li> </ul> </div></strong></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/21/1200x801/1_flat_lay_fast_food_meal-41999511.jpg?20241121164633?20241121164633", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/21/1000x1000/1_flat_lay_fast_food_meal-41999511.jpg?20241121164633?20241121164633", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/21/800x600/1_flat_lay_fast_food_meal-41999511.jpg?20241121164633?20241121164633" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Iago Mac Cord", "url": "/autor?termo=iago-mac-cord" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 2t1644

Doenças atribuídas a alimentos ultraprocessados podem custar mais de R$ 10 bi por ano 2u6i5f
SAÚDE PÚBLICA

Doenças atribuídas a alimentos ultraprocessados podem custar mais de R$ 10 bi por ano 2v1b6v

Pesquisa da Fiocruz detalhou o quanto o governo arca com doenças atribuídas a má alimentação da população 3c5m6z

O consumo de alimentos ultraprocessados gera um gasto de, aproximadamente, R$ 10,4 bilhões para os cofres públicos brasileiros. A informação vem dos dados colhidos pelo pesquisador Eduardo Nilson da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP).

O levantamento, que considerou apenas as três doenças crônicas mais prevalentes no país — obesidade, diabetes tipo 2 e hipertensão —, também mostrou que cerca de 57 mil mortes anuais podem ser atribuídas aos ultraprocessados, equivalente 10,5% do total de mortes causadas anualmente por ultraprocessados. Sete entidades federativas possuem uma proporção maior de mortes do que a média nacional, com Rio Grande do Sul, com 13%; Santa Catarina, com 12,5%; São Paulo, com 12,3%; Distrito Federal, 11,7%; Amapá, 11,1%; Rio de Janeiro, 10,9%; e Paraná, 10,7%.

Valores e saúde d392

Na pesquisa encomendada pela ACT Promoção da Saúde e que considerou apenas os gastos federais, Nilson levantou que, do total gasto pelos cofres públicos, aproximadamente R$ 933,5 milhões são de custos diretos relativos a procedimentos ambulatoriais e farmácia popular advindos do Sistema Único de Saúde (SUS). O valor é equivalente a 25% de tudo é gasto com as três doenças crônicas mais prevalentes. Os maiores custos diretos são relacionados ao tratamento da diabetes tipo 2, correspondendo a 41% do total.

Os dados relacionados à obesidade indicam que os gastos com as mulheres são três vezes maiores em comparação com os homens, enquanto o público masculino geram um gasto maior com diabetes e hipertensão. Já os custos previdenciários e relativos ao absenteísmo chegam a marca de R$ 263 milhões por ano. O total de gastos com despesas hospitalares, ambulatoriais e medicamentos podem atingir os R$ 1,2 bilhão.

Por outro lado, os gastos indiretos apontados pela pesquisa Estimação dos custos da mortalidade prematura por todas as causas atribuíveis ao consumo de produtos alimentícios ultraprocessados no Brasil chegam a marca de R$ 9,2 bilhões por ano. Esse número é relativo à mortalidade prematura atribuída ao consumo de alimentos ultraprocessados. Desse total, R$ 6,6 bilhões são referentes a custos de mortes precoces de homens e R$ 2,6 bi de mulheres.

Tributação de ultrapocessados n4k60

A pesquisadora em saúde pública da ACT, Bruna Hassan, destaca que apenas a Colômbia realizou a tributação dos alimentos ultraprocessados no mundo, porém é um movimento ainda bem recente. As bebidas ricas em açúcar, segundo a Bruna, já foram tributadas em mais de 80 países. “São basicamente bebidas ultraprocessadas, né? Não tem ninguém tributando o café, que você adiciona o açúcar ali na padaria. Então, quando você tá falando desses produtos, que não dá mais pra chamar de alimentos, você está falando de produtos que são ricos em açúcar, gordura e sódio”, detalha.

“E eu acho que esse ponto pro SUS é muito relevante. Nas experiências internacionais, vários países fizeram uma destinação do que foi arrecadado com a tributação. Sejam em programas específicos para populações mais vulneráveis, para obras, para café da manhã na escola. Tem uma série de modalidades do que fizeram com o dinheiro que é muito interessante”, afirma a especialista.

Política publicitária 4av60

Ao Correio, a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG), autora do Projeto de Lei (PL) 2922/2023, que visa restringir o o aos ultraprocessados por entrega e venda para crianças de até 3 anos, explica que “precisamos pensar no que é prioridade para o país”. “Atualmente, os ultraprocessados recebem do estado uma verdadeira proteção, com subsídios e incentivos fiscais que barateiam a sua produção. Por outro lado, a produção de alimentos orgânicos, principalmente de pequenos produtores, é muito pouco apoiada”, destacou.

No que tange ao público infantil, o mais recente Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani/UFRJ) destacou que 25% da dieta das crianças com menos de 5 anos é proveniente de alimentos ultraprocessados. Para aquelas de 2 a 5 anos, o percentual sobe para 30%.

Duda também destaca que, com o grande alcance que as plataformas de streaming e as redes sociais possuem, é preciso que a publicidade desses produtos — e não "alimento", como a pesquisadora em saúde pública Bruna Hassan descreveu — seja cada vez mais restrita. Ela comenta que a propaganda desses produtos deve ser a mesma que produtos como álcool e tabaco, já que “hoje sabemos que os efeitos desse tipo de alimentação causa dependência similar à provocada pela nicotina, e que os efeitos do açúcar podem ser similares ao da cocaína no organismo”.

Segundo Bruna, para que os ultraprocessados se tornem menos íveis, é necessário alterar o preço e a publicidade em volta do produto. “Não deveria ser comum que você visse em hospitais, mas o que você vê muito é ultraprocessados sendo prescritos para pessoas que estão doentes, que não têm condição de escolher o que elas vão receber”, lamenta.

Gastos com alimentação saudável e ultraprocessados 1j541n

 

“Não pode ser normal que um biscoito recheado custe menos que uma fruta madura e saborosa. Do ponto de vista da fiscalização, assim como é restringida a venda de álcool e cigarros, cabe ao estado enquadrar a venda de ultraprocessados para crianças nesse mesmo tipo de fiscalização já exercida”, comenta a deputada ao debater a diferença de preço entre os alimentos.

Para o pesquisador da Fiocruz, a indústria de alimentos possui um portfólio com produtos in natura — sem ou quase sem interferência humana —, até os ultraprocessados. Com isso, cabe à indústria investir naqueles que geram um bem social maior. Um argumento muito utilizado é sobre a perda de empregos e produtividade que, segundo Nilson, não se comprovaram no mercado. “Então, faz todo o conjunto, o portfólio que a indústria tem vai, às vezes, desde o minimamente processado até o ultraprocessado, mesmo com o aglomerado”, comentou.

*Estagiário sob a supervisão de Ronayre Nunes

Mais Lidas 72595f

Tags 49q2k