Em um mundo onde o caos parece ser a norma, algumas pessoas encontram consolo na organização. Atividades como fazer listas ou ordenar gavetas, que para muitos podem parecer triviais, oferecem um sentido de controle e calma. Este comportamento, embora cotidiano, tem implicações mais profundas na psicologia e na saúde mental das pessoas.
Para alguns, começar o dia sem uma lista de tarefas é impensável, enquanto outros não am ver uma gaveta desorganizada. Este impulso por organizar não só afeta o ambiente físico, mas também pode refletir um desejo de ordenar o mundo interno. Mas, o que realmente motiva essa inclinação para o ordenamento?
Por que ordenar proporciona calma interna?
De uma perspectiva psicológica, o ato de ordenar e fazer listas pode ativar mecanismos de autorregulação emocional. Segundo o Dr. Jordan Peterson, psicólogo clínico, essa tendência está relacionada com o traço de ordem dentro do modelo dos “Cinco Grandes” da personalidade. As pessoas com altos níveis de consciência e responsabilidade tendem a buscar a organização como uma forma de gerenciar seu ambiente.
Além disso, o processo de fazer listas ativa áreas do cérebro associadas com a antecipação e a recompensa. Cada tarefa completada libera dopamina, o neurotransmissor do prazer, o que explica por que planejar e sistematizar o dia pode ser tão gratificante para alguns.

Como o ordenamento influencia a saúde mental?
Um estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles revelou que realizar tarefas organizativas pode reduzir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse. Isso sugere que atividades como organizar uma gaveta ou escrever uma lista não são apenas formas de organização, mas métodos eficazes de autorregulação emocional. Esses hábitos podem melhorar tanto a saúde mental quanto o desempenho diário.
Para algumas pessoas, especialmente aquelas com antecedentes de ansiedade, o ordenamento oferece uma ferramenta para reduzir a incerteza. Não se trata apenas de controlar o ambiente, mas de se proteger emocionalmente perante o imprevisível. No entanto, quando esse hábito se torna excessivo, pode cruzar a linha para o transtorno obsessivo-compulsivo, um aspecto que a psicologia clínica examina com atenção.
O ordenamento é uma obsessão ou uma necessidade?
Embora às vezes seja percebido como uma mania menor, o desejo de ordenar pode ter raízes mais profundas. Na maioria dos casos, o prazer nestas tarefas representa um mecanismo saudável de foco e refúgio emocional. É uma maneira eficaz de reconectar-se consigo mesmo e encontrar equilíbrio em um mundo caótico.
Em resumo, o que pode parecer um hábito insignificante esconde um universo de benefícios psicológicos e neurobiológicos. A ciência e a psicologia começaram a desvelar esses benefícios, sugerindo que ordenar e fazer listas não é uma perda de tempo, mas uma maneira de cuidar do bem-estar pessoal.