
O hacker Walter Delgatti, preso pela Polícia Federal por ter invadido e emitido um mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, revelou à Comissão Parlamentar de Inquérito (I) dos Atos Antidemocráticos, de que ele tem mensagens e áudios inéditos da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) confessando a trama que tinha como objetivo gerar dúvidas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas.
Delgatti está preso desde 2 de agosto. Aos distritais, contou que disponibilizou quase todos os materiais que tem para a Polícia Federal, mas que guardou alguns. Ele detalhou que vai utilizar em um momento “oportuno” contra a parlamentar. “Existia um rapaz, que eu acredito ser primo da Carla, que fiscalizava o que (eu) fazia. Ele tinha o ao computador e via se eu realmente conseguiria. Tanto que, no começo, ele dizia ser impossível (invadir o sistema do CNJ). Quando eu consegui, ele ficou surpreso. Ele seria uma testemunha”, disse.
Logo em seguida, Delgatti após conversar com um dos advogados, interrompeu o relator da I, deputado Hermeto (MDB), dizendo ter um material revelador contra Zambelli. “Eu tenho uma conversa minha com a Carla, que não saiu na mídia ainda, que ela confessa (o mandado de prisão), que realmente foi ela. Foi o que eu disse anteriormente. Estou aguardando um momento oportuno (para revelar)”, disse aos distritais.
Os deputados pediram o ao material, e Delgatti disse que irá estreitar com os representantes dele antes de rear à I. Depois, o hacker contou que visitou o Palácio do Alvorada para um café da manhã, e na residência oficial do presidente recebeu o convite de invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“Tive uma outra conversa com o presidente, por celular. Eu estava em um posto de combustível”, disse. “No encontro do Alvorada, a revista Veja tirou foto do encontro. Após isso, ficou inviável o encontro presidencial”, explicou.
Ele foi preso em 2 de agosto, nos desdobramentos da investigação que apura a inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), incluindo um mandado de prisão falso contra Moraes. Ele presta depoimento na I por videoconferência, direto da cadeia.
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