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"Esse projeto merece ser destacado porque ele n&atilde;o s&oacute; promove uma l&iacute;ngua ind&iacute;gena important&iacute;ssima, possivelmente a mais falada na regi&atilde;o do Rio Solim&otilde;es, mas tamb&eacute;m de dar o. Porque uma vez na l&iacute;ngua ticuna, o Estatuto poder&aacute; ser lido com facilidade por aqueles que n&atilde;o t&ecirc;m o dom&iacute;nio do portugu&ecirc;s e nem da escrita. 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No entanto, estima-se que mais da metade de todas elas ser&atilde;o extintas at&eacute; o final deste s&eacute;culo.</p> <p class="texto">"Temos faladas como primeiro idioma umas 170 l&iacute;nguas, outras s&atilde;o lembradas por alguns indiv&iacute;duos e h&aacute; aquelas da quais se tem apenas a mem&oacute;ria de palavras. As comunidades que se autoidentificam como pertencentes ao povo que antes falava essas l&iacute;nguas procuram resgatar dos livros, das cr&ocirc;nicas, dos relat&oacute;rios e relatos antigos tudo aquilo que foi registrado para poder ter algum material e ensinar para as crian&ccedil;as, a fim de guardar isso como um tesouro, como parte important&iacute;ssima de sua identidade. 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Eu, Estudante 6rh50

dia internacional da língua materna

Pesquisadores da UnB vão traduzir o ECA para a língua indígena ticuna 5l5c3h

Iniciativa está na fase final e conta com 11 tradutores, entre pesquisadores e indígenas. A expectativa é que o projeto seja concluído entre abril e maio deste ano 274s5n

Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), em parceria com a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH) e a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológico (Finatec), vão realizar a tradução do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Estatuto da Juventude para a língua indígena ticuna. No Dia Internacional da Língua Materna, celebrado nesta quarta-feira (21/2), a coordenadora do projeto, professora Ana Suelly Arruda, explica ao Correio que a tradução será importante para assegurar o o da população indígena a direitos básicos.

Segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a etnia conta com aproximadamente 60 mil pessoas. Esses indígenas estão espalhados por 47 aldeias localizadas em seis municípios do Alto Solimões, no Amazonas. Além do Brasil, os Ticunas vivem no Peru e na Colômbia. "Esse projeto merece ser destacado porque ele não só promove uma língua indígena importantíssima, possivelmente a mais falada na região do Rio Solimões, mas também de dar o. Porque uma vez na língua ticuna, o Estatuto poderá ser lido com facilidade por aqueles que não têm o domínio do português e nem da escrita. A tradução respeita o modo de ver o mundo dos Ticunas", pontua a professora Ana Suelly.

"No Brasil temos tantas línguas que têm de ser preservadas e precisam de apoio, de políticas linguísticas para o fortalecimento. Não é só uma questão da língua, mas também de território, de cultura, de dignidade humana. Neste Dia da Língua Materna, tudo chama a atenção para a situação que vivem esses indígenas e as perdas linguísticas e culturais que eles sofrem", defende a coordenadora do projeto.

A iniciativa está na fase final e conta com 11 tradutores, entre pesquisadores e indígenas. A expectativa é a de que o projeto seja concluído entre abril e maio. "Nós temos a certeza de que algo vai mudar com a tradução de Estatuto, porque os Ticunas têm um trabalho muito importante na educação, suas escolas são centros de discussão dos problemas comunitários", pontua Ana Suelly.

Preservação das línguas indígenas 6193m

O Dia Internacional da Língua Materna foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) com o objetivo de ressaltar a importância da diversidade linguística. No Brasil, além do português, existem mais de 200 línguas indígenas. O país tem a maior diversidade linguística da América do Sul.

Além disso, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um plano de dez anos (2022-2032), chamado de Década Internacional das Línguas Indígenas, para preservar a diversidade sociolinguística. Cabe destacar que, cada vez que uma língua indígena é extinta, também se vão a cultura, a tradição e os saberes que ela carrega. Segundo a ONU, os povos indígenas são 6% da população global e falam mais de quatro mil das 6,7 mil línguas do mundo. No entanto, estima-se que mais da metade de todas elas serão extintas até o final deste século.

"Temos faladas como primeiro idioma umas 170 línguas, outras são lembradas por alguns indivíduos e há aquelas da quais se tem apenas a memória de palavras. As comunidades que se autoidentificam como pertencentes ao povo que antes falava essas línguas procuram resgatar dos livros, das crônicas, dos relatórios e relatos antigos tudo aquilo que foi registrado para poder ter algum material e ensinar para as crianças, a fim de guardar isso como um tesouro, como parte importantíssima de sua identidade. Além dessas, temos as línguas de sinais, línguas assobiadas, línguas de imigrantes e dos indígenas isolados e de recente contato — que são falantes de línguas que não conhecemos", ressalta a professora Ana Suelly Arruda.

"Das línguas indígenas que sobreviveram, poucas estão com vitalidade, como é o caso da língua Zo'é, em que aproximadamente 340 indígenas são falantes. Eles usam e sonham em sua língua. Os Ianomâmis também mantêm sua língua. E o povo Ticuna, que a cada dia está lutando para manter a língua e a cultura vivas", cita a especialista.

Pouca presença digital 4n213r

De acordo com a Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), apenas 12 línguas indígenas ibero-americanas (quéchua, guarani, maia, aimará, náhuatl, bribri, k'iche', nhengatu, totonaco, otomí, triqui e kaqchikel) estão presentes nos principais mecanismos de busca ou aplicativos linguísticos de uso massivo na internet, como Google, Bing, Duolingo, Aikumi ou Wikipedia.

 

Divulgação/OEI - Dados sobre a presença de línguas indígenas no mundo digital

No relatório Línguas indígenas no mundo digital: Inventário de recursos e lacunas, a organização internacional aponta que embora as línguas possam recuperar a visibilidade por meio do universo digital, a falta de protocolos, fontes, teclados e, principalmente, a escassez de o à internet e de alfabetização digital das populações indígenas "ampliaram a lacuna entre as línguas dominantes e as línguas indígenas".