
Com a mudança das estações e a chegada dos dias mais frios, é comum o aumento dos casos de gripe, resfriados e outras doenças respiratórias. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal alerta que estamos no período dessas enfermidades. A redução da temperatura e a baixa umidade do ar podem prolongar a vida de vírus como o da gripe, mantendo-os ativos por mais tempo e facilitando a transmissão. Além disso, para se proteger do clima gelado, as pessoas permanecem mais tempo em ambientes fechados e pouco ventilados, o que também contribui para o problema.
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Esta época do ano é marcado pelo aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), relacionados à circulação de diversos patógenos, como o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que acomete principalmente crianças de até dois anos, e o rinovírus, mais comum entre pacientes de 2 até 14 anos.
A gripe, causada pelo vírus influenza, também é recorrente por este período. Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores no corpo, tosse e mal-estar geral. Apesar de parecer simples, essa enfermidade pode provocar complicações, especialmente no público infantil, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas. Por isso, é fundamental que a população se vacine durante esse período.
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Providência
Para reforçar a prevenção, o Governo do Distrito Federal (GDF) ampliou a vacinação, na rede pública de saúde contra a gripe para toda a população a partir dos seis meses de idade, desde 19 de maio. Segundo a Secretaria de Saúde, aproximadamente 2,8 milhões de pessoas estão aptas a receber a picada contra a influenza. O envio das doses, entregues pelo Ministério da Saúde, ocorre de forma gradual — semanal ou quinzenalmente — conforme a disponibilização.
De acordo com Jessica Fernandes Ramos — médica do Núcleo de Infectologia do Hospital Sírio-Libanês e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) — uma menor ocorrência de pacientes com gripe reduz a possibilidade de que surjam casos graves. E acrescenta: "Quanto menos pessoas procurarem os prontos-socorros por causa da gripe, mais espaço teremos para atender quem realmente precisa. Também reduzimos a demanda, aliviamos a sobrecarga dos serviços de saúde e diminuímos os custos com internações evitáveis, tornando o sistema de saúde mais eficiente e sustentável".
Ela também destaca que a vacina é essencial para pessoas com baixa imunidade, que costumam ter uma resposta menor à imunização, e para aqueles que convivem com esse grupo. "Transplantados, pacientes em quimioterapia ou idosos muito frágeis nem sempre conseguem se proteger bem com a vacina. Por isso, é importante que quem convive com eles esteja vacinado", afirma. "Quando familiares, cuidadores e profissionais de saúde se vacinam, ajudam a proteger essas pessoas indiretamente."
A empresária do ramo gastronômico, Jussimara Monteiro, 60, que estava na Unidade Básica de Saúde do Guará I para uma consulta de rotina, disse ao Correio que já se protegeu contra a influenza este ano. "A vacina é um avanço da medicina e temos que aproveitar. Claro que ainda existe a chance de pegar gripe ou resfriado, mas as consequências são bem menores", enfatizou.
Além dela, o aposentado Miguel Nascimento, 75 anos, também procurou a unidade médica para garantir a proteção da família, levando a filha para se vacinar. "Tomo essa vacina todos os anos, e faço questão que todos que morem sob meu teto também venham. Ano que vem, pretendo vir, novamente, vou tomar sempre", ensinou.
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Hábito
Segundo a doutora Jessica, a vacinação contra a gripe precisa ser feita anualmente porque o vírus influenza sofre mutações frequentes. "Com essas alterações genéticas, surgem novas variantes, o que exige que a composição da vacina seja atualizada anualmente com base nas cepas mais recentes em circulação", detalha.
Além das mutações frequentes, outro fator que justifica a vacinação anual é que a proteção conferida pela vacina diminui com o tempo. A resposta imunológica não é tão robusta nem duradoura, o que reforça a importância de renovar essa proteção todos os anos.
A auxiliar istrativa Maria do Carmo Rodrigues Oliveira, 65, moradora do Guará I, tem o hábito de se vacinar contra a gripe, e neste ano não foi diferente. Ela diz que mantém sua caderneta de vacinação atualizada. "A vacinação é importante para não ter muito problema, para não propagar ainda mais esse vírus, porque ele é muito perigoso", disse.