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Um estudo da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, divulgado ontem na revista Environmental Health Perspectives, mostrou que, ado o transbordamento da água do esgoto, moradores correm risco elevado de enfermidades gastrointestinais causadas por microrganismos como rotavírus, E. coli, Salmonella e Vibrio cholerae. Outra pesquisa, da Universidade de Monash, na Austrália, encontrou um pico na taxa de mortalidade por todas as causas até 60 dias depois da exposição às inundações.</p> <p class="texto">A pesquisa norte-americana concentrou-se nas comunidades de Massachusetts, que fazem fronteira com o Rio Merrimack, e têm sido, frequentemente, afetadas por enchentes e transbordamento de esgoto. 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O estudo, liderado pela Universidade de Monash, na Austrália, foi publicado no fim do ano ado na revista British Medical Journal (BMJ). </p> <p class="texto">Os professores Shanshan Li e Yuming Guo, da Escola de Saúde Pública e Medicina Preventiva, analisaram dados de 761 comunidades de várias partes do mundo que sofreram pelo menos um evento de inundação durante a década de 2000-2019. No total, revisaram informações de 47,6 milhões de mortes por todas as causas, incluindo 11,1 milhões por doenças cardiovasculares e 4,9 milhões por enfermidades respiratórias. </p> <p class="texto">A equipe descobriu que o risco de morte aumentou e persistiu por até 60 dias (50 dias, no caso de óbitos cardiovasculares) após um dia inundado. 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Água adoece vítimas de tragédias naturais mesmo após enchentes 34rp
Mudanças climáticas

Água adoece vítimas de tragédias naturais mesmo após enchentes 6kcx

Regiões afetadas por inundações apresentam aumento significativo de doenças infecciosas mesmo após o fim da enchente, diz estudo. Pesquisa mostra o pico da mortalidade até 60 dias depois da expostas à contaminação 674z61

Doenças infecciosas podem aumentar ainda mais o drama dos desabrigados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Um estudo da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, divulgado ontem na revista Environmental Health Perspectives, mostrou que, ado o transbordamento da água do esgoto, moradores correm risco elevado de enfermidades gastrointestinais causadas por microrganismos como rotavírus, E. coli, Salmonella e Vibrio cholerae. Outra pesquisa, da Universidade de Monash, na Austrália, encontrou um pico na taxa de mortalidade por todas as causas até 60 dias depois da exposição às inundações.

A pesquisa norte-americana concentrou-se nas comunidades de Massachusetts, que fazem fronteira com o Rio Merrimack, e têm sido, frequentemente, afetadas por enchentes e transbordamento de esgoto. As descobertas, porém se aplicam a outras localidades expostas a um grande volume de precipitação, como ocorre no estado brasileiro. 

"As maiores liberações de esgoto ocorrem quando a precipitação é mais intensa, pois isso produz uma abundância de chuva em um curto período", afirma Beth Haley, pesquisadora de pós-doutorado da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston (BUSPH) e líder o estudo. "Nossas descobertas são preocupantes porque as previsões de mudanças climáticas sugerem que chuvas intensas se tornarão mais frequentes e intensas, o que significa que os moradores de comunidades expostas a cursos de água contaminados por esgoto podem enfrentar risco aumentado de doenças gastrointestinais graves", diz.

Extremos 106757

A equipe avaliou dados de precipitação e registros de saúde de 17 cidades de Massachusetts que fazem fronteira com o Merrimack. Os resultados mostraram que moradores de áreas afetadas por enchentes com transbordamentos de esgoto tinham 62% mais probabilidade de desenvolver doenças gastrointestinais nos dias que se seguiram ao evento, comparado a períodos em que a chuva não foi suficiente para provocar alagamentos. "Tememos que eventos de precipitação mais extremos devido às alterações climáticas estimulem transbordamentos de esgoto em grande escala, colocando a saúde dos residentes em risco ainda maior", diz Haley. 

O biólogo Rodrigo Chitolina, mestre em microbiologia e parasitologia, explica que as águas das enchentes aumentam significativamente o risco de doenças infecciosas porque bactérias, vírus, protozoários e parasitas presentes no ambiente causam enfermidades, como infecções respiratórias, hepatite, leptospirose e dermatites. 

Mortalidade cresce 3ky6w

A análise de uma década de inundações, que afetaram 34 países alerta que moradores de áreas alagadas correm um risco significativamente maior de morrer, incluindo impactos por doenças cardíacas e pulmonares, entre três e seis semanas após o evento, mesmo com a contenção das cheias. O estudo, liderado pela Universidade de Monash, na Austrália, foi publicado no fim do ano ado na revista British Medical Journal (BMJ). 

Os professores Shanshan Li e Yuming Guo, da Escola de Saúde Pública e Medicina Preventiva, analisaram dados de 761 comunidades de várias partes do mundo que sofreram pelo menos um evento de inundação durante a década de 2000-2019. No total, revisaram informações de 47,6 milhões de mortes por todas as causas, incluindo 11,1 milhões por doenças cardiovasculares e 4,9 milhões por enfermidades respiratórias. 

A equipe descobriu que o risco de morte aumentou e persistiu por até 60 dias (50 dias, no caso de óbitos cardiovasculares) após um dia inundado. A elevação foi de 2,1% para qualquer causa; 2,6% para doenças cardiovasculares, e 4,9% nas enfermidades respiratórias. 

Exposição  4n551

"As cheias representam quase metade (43%) de todas as catástrofes naturais e prevê-se que aumentem em termos de gravidade, duração e frequência no contexto das alterações climáticas", observa o artigo. Vinte e três por cento das pessoas em todo o mundo estão diretamente expostas a inundações superiores a 0,15m de profundidade em cada década.

Yuming Guo afirma que as associações estatísticas variaram com o tipo de clima local e foram mais fortes em populações com baixo nível socioeconômico ou com elevadas proporções de população idosa. "Sabemos agora que a questão é: os riscos de mortalidade mudam após as cheias na população em geral? A resposta é sim, e isso precisa ser levado em consideração nas respostas políticas aos eventos de inundação", diz. 

O estudo é observacional: ou seja, não estabeleceu relação de causa e efeito. Porém, os pesquisadores ressaltam que, em consequência de inundações, as mortes podem ser por causas naturais ou desencadeadas pela contaminação de alimentos e água, exposição a agentes patogênicos, dificuldade de o aos serviços de saúde e transtornos psicológicos.

"Além das doenças infecciosas, a contaminação química da água pode causar irritações nas vias respiratórias, nos olhos e na pele. Em casos mais graves, pode resultar em intoxicação aguda ou crônica, afetando órgãos, como o fígado e os rins", afirma Chitolina, especialista no laboratório de biologia molecular e genética DB Diagnósticos. "As enchentes também aumentam o risco de acidentes, como cortes e ferimentos, que, se em contato com água contaminada, podem levar a infecções secundárias", explica. 

Vermes 1r146q

Chitolina também destaca que a presença de esgoto não tratado na água pode aumentar a carga de parasitas, como Ascaris lumbricoides (lombriga) e Taenia spp. (solitária). "Esses patógenos podem causar uma variedade de sintomas, desde leves a graves, representando um risco significativo para a saúde pública, especialmente em áreas onde o o à água potável e saneamento básico é limitado."

Uma preocupação da gastroenterologista Juliana Ayres de Alencar Arrais Guerra, do Centro de Cirurgia, Gastroenterologia e Hepatologia (Cighep), em Curitiba, é com possíveis surtos de hepatite A, cujos sintomas podem surgir até 50 dias após a infecção. "A transmissão da doença é por água e alimentos contaminados. Então, o contato da água com o esgoto é fator de risco", diz. "Além disso, há o contato das pessoas diretamente com a água suja, com o compartilhamento de banheiros nos abrigos e a dificuldade em higienizar mãos e alimentos." 

A médica destaca que a vacinação em massa é uma medida crucial para evitar ou conter a abrangência de surtos da hepatite A. "A proteção da vacina começa, em geral, dentro de quatro semanas após a vacinação. Deve ser feito um reforço seis meses depois", ensina Juliana Ayres de Alencar Arrais Guerra. O Ministério da Saúde informou, em nota técnica, que crianças, gestantes e pessoas com algumas condições pré-existentes receberão a vacina no Rio Grande do Sul.

Impacto 5i526v

A Equipe de Trabalho da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre Alterações Climáticas, Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN) e Malária, fez a análise de 42.693 artigos científicos e constatou que ainda não existe uma compreensão suficiente dos impactos reais e potenciais das alterações induzidas pelo homem nos padrões climáticos na malária e nas DTN. “A crise climática tem o potencial de reverter décadas de progresso na saúde e no desenvolvimento globais", disse Tala Al-Ramahi, Diretora de Estratégia da Reaching the Last Mile. “É urgentemente necessário um maior investimento nas pesquisas para apoiar o desenvolvimento de intervenções oportunas e baseadas em evidências, e para nos permitir antecipar e mitigar as piores consequências das alterações climáticas na saúde humana.”


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Mortalidade cresce até 4,9% após cheias 4ug4u

A análise de uma década de inundações, que afetaram 34 países alerta que moradores de áreas alagadas correm um risco significativamente maior de morrer, incluindo impactos por doenças cardíacas e pulmonares, entre três e seis semanas após o evento, mesmo com a contenção das cheias. O estudo, liderado pela Universidade de Monash, na Austrália, foi publicado no fim do ano ado na revista British Medical Journal (BMJ). 

Os professores Shanshan Li e Yuming Guo, da Escola de Saúde Pública e Medicina Preventiva, analisaram dados de 761 comunidades de várias partes do mundo que sofreram pelo menos um evento de inundação durante a década de 2000-2019. No total, revisaram informações de 47,6 milhões de mortes por todas as causas, incluindo 11,1 milhões por doenças cardiovasculares e 4,9 milhões por enfermidades respiratórias. 

A equipe descobriu que o risco de morte aumentou e persistiu por até 60 dias (50 dias, no caso de óbitos cardiovasculares) após um dia inundado. A elevação foi de 2,1% para qualquer causa; 2,6% para doenças cardiovasculares, e 4,9% nas enfermidades respiratórias. 

Exposição 

"As cheias representam quase metade (43%) de todas as catástrofes naturais e prevê-se que aumentem em termos de gravidade, duração e frequência no contexto das alterações climáticas", observa o artigo. Vinte e três por cento das pessoas em todo o mundo estão diretamente expostas a inundações superiores a 0,15m de profundidade em cada década.

Yuming Guo afirma que as associações estatísticas variaram com o tipo de clima local e foram mais fortes em populações com baixo nível socioeconômico ou com elevadas proporções de população idosa. "Sabemos agora que a questão é: os riscos de mortalidade mudam após as cheias na população em geral? A resposta é sim, e isso precisa ser levado em consideração nas respostas políticas aos eventos de inundação", diz. 

O estudo é observacional: ou seja, não estabeleceu relação de causa e efeito. Porém, os pesquisadores ressaltam que, em consequência de inundações, as mortes podem ser por causas naturais ou desencadeadas pela contaminação de alimentos e água, exposição a agentes patogênicos, dificuldade de o aos serviços de saúde e transtornos psicológicos. (PO)

Impacto desconhecido 6a2r67

A Equipe de Trabalho da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre Alterações Climáticas, Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN) e Malária, fez a análise de 42.693 artigos científicos e constatou que ainda não existe uma compreensão suficiente dos impactos reais e potenciais das alterações induzidas pelo homem nos padrões climáticos na malária e nas DTN. “A crise climática tem o potencial de reverter décadas de progresso na saúde e no desenvolvimento globais", disse Tala Al-Ramahi, Diretora de Estratégia da Reaching the Last Mile. “É urgentemente necessário um maior investimento nas pesquisas para apoiar o desenvolvimento de intervenções oportunas e baseadas em evidências, e para nos permitir antecipar e mitigar as piores consequências das alterações climáticas na saúde humana.”