Se, para a maioria das pessoas, as festas de fim de ano são sinônimo de alegria, as comemorações também podem ser fonte de estresse. Uma pesquisa da Associação Norte-Americana de Psicologia constatou que, entre adultos norte-americanos, 89% se preocupam com falta de dinheiro para presentes e temem conflitos entre familiares nas celebrações. Para 43%, a ansiedade gerada por esses fatores impede que aproveitem os eventos como deveriam.
A pesquisa, feita com 2.061 pessoas acima de 18 anos, também descobriu que 88% dos entrevistados sentem-se estressados no fim do ano. Para lidar com o cansaço mental, 70% conversam com amigos sobre o que está ando, mas apenas 41% deles acreditam que a estratégia rende algum benefício.
Dois em cada cinco entrevistados que se sentem estressados no fim do ano também itiram que podem recorrer a mecanismos prejudiciais na época dos feriados. Desses, 21% preferem se isolar, 16% comem em excesso e 13% recorrem a álcool ou nicotina para se sentirem melhor.
Em entrevista ao Correio, Sílvia Oliveira, psicóloga e psicanalista em Brasília, ensina estratégias para aproveitar as festas de fim de ano, sem sofrimento:
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Por trás do excesso de compromissos e da pressão social, muitas vezes está uma tentativa de atender ideais de perfeição e de busca por aceitação. É fundamental se perguntar: De quem é o desejo que estou tentando atender? Esse desejo é realmente meu? Essa reflexão permite cultivar uma relação mais autêntica consigo mesma e priorizar o que realmente importa.
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Os encontros familiares, outro ponto sensível, podem reativar emoções ligadas ao ado e tensões familiares pré-existentes, como rivalidades ou diferenças políticas. Para tornar esses momentos mais leves, vale a pena estabelecer acordos prévios sobre temas a serem evitados, como política, e usar estratégias de escuta ativa e comunicação não conflitiva. Frases neutras, como “Prefiro não falar disso agora, vamos aproveitar a festa”, podem ajudar a redirecionar conversas delicadas.
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Além disso, priorizar um planejamento organizado pode reduzir significativamente o estresse. Listas para compras e tarefas, orçamento definido para presentes e antecipação de compromissos ajudam a evitar a correria e a preocupação financeira. Essa organização deve incluir tempo para cuidar de si, seja com momentos de descanso, prática de atividades prazerosas ou uma rotina de sono saudável.
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Outro aspecto importante é desconectar-se de expectativas perfeccionistas. Aceitar que imprevistos podem acontecer e valorizar os momentos simples e genuínos ajuda a evitar frustrações. Da mesma forma, reduzir o foco no consumismo, optando por presentes simbólicos e priorizando a convivência, pode trazer mais leveza às celebrações.
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Se as tensões forem difíceis de gerenciar sozinha, conversar com amigos ou buscar apoio de um terapeuta pode ser uma alternativa valiosa. Praticar a gratidão e se reconectar com o significado das festas, união, reflexão e celebração das coisas boas, é um caminho para transformar esse período em uma experiência mais significativa e equilibrada.