
Uma descoberta científica na costa noroeste da Espanha mescla uma história de amor e um animal invertebrado de características anatômicas e comportamentais únicas. O novo verme chamou a atenção dos pesquisadores por ser capaz de contrair o corpo até um quinto do tamanho original. O comportamento rendeu o nome de “verme acordeão”, por formar uma série de anéis regulares, que lembra o instrumento musical.
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Cientificamente nomeado Pararosa vigarae, trata-se de uma homenagem de Juan Junoy, autor sênior e um dos seis pesquisadores que assinam o artigo científico, à mulher, Rosa Vigara, como presente de bodas de ouro.
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Eles encontraram a nova espécie na zona subtidal, a uma profundidade de 30m, na costa da Galícia. O verme mede cerca de 25cm de comprimento quando totalmente esticado, mas pode se contrair para aproximadamente 5cm. Essa contração resulta em anéis ou rugas regulares em seu corpo, uma característica distintiva.
O “verme acordeão” pertence à ordem Heteronemertea, a mesma do Lineus longissimus, o animal mais longo da Terra. Apesar dessa relação, a contração do corpo do verme acordeão é única dentro da ordem.
A homenagem do autor à mulher, entretanto, é um gesto raro no mundo da taxonomia, onde os nomes científicos geralmente vêm do latim ou grego, referências geográficas ou características morfológicas.
A pesquisa, publicada na edição de maio da revista Royal Society Open Science, utilizou uma combinação de análise morfológica detalhada e dados genéticos (DNA) para classificar o Pararosa vigarae e confirmar a posição taxonômica inédita.