Felipe Xavier, nutrólogo na clínica NeoLiv, em Brasília

Felipe Xavier, nutrólogo  -  (crédito: Arquivo pessoal )
Felipe Xavier, nutrólogo - (crédito: Arquivo pessoal )

Felipe Xavier, nutrólogo na clínica NeoLiv, em Brasília

O que são aditivos alimentares??

São substâncias intencionalmente adicionadas aos alimentos com objetivos técnicos: melhorar sabor, cor, textura, aparência, conservação ou estabilidade do produto. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), eles são amplamente utilizados na produção industrial de alimentos e incluem corantes, conservantes, emulsificantes, adoçantes artificiais, estabilizantes, acidulantes, entre outros. No Brasil, mais de 400 aditivos alimentares estão atualmente aprovados para uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Embora regulamentados, os testes de segurança foram historicamente realizados individualmente, ou seja, substância por substância, sem considerar os efeitos combinados desses compostos quando consumidos simultaneamente, realidade mais condizente com a população geral.

Há pistas que podem explicar a relação entre o consumo desses produtos e o risco de diabetes 2?

Por se tratar de um estudo observacional, a pesquisa sa não pode provar casualidade, mas, sim, uma associação entre os fatores observados, levantando hipóteses para estudos futuros. Apesar disso, existem pistas que podem explicar esta associação. A primeira combinação que demonstrou associação, incluindo goma guar, carragenina, pectina e goma xantana, demonstrou a capacidade de promover inflamação e induzir resistência à insulina. Já a segunda mistura era composta por adoçantes artificiais, acidulantes e corantes. Alguns desses compostos já foram associados à disbiose intestinal, intolerância à glicose e alteração no metabolismo energético em estudos com animais e humanos. O estudo sugere que o risco pode não vir de um aditivo isolado, mas da combinação frequente entre eles. 

Quais os cuidados o consumidor deve ter para não comprometer a saúde?

Dado que muitos aditivos são encontrados majoritariamente em alimentos ultraprocessados — como bebidas adoçadas, produtos prontos para consumo, embutidos, molhos e sobremesas industrializadas —, a principal recomendação prática é reduzir o consumo regular desses produtos, priorizando alimentos com lista de ingredientes curta e reconhecível. Optar por alimentos minimamente processados (como frutas, vegetais, leguminosas e preparações caseiras) é uma estratégia eficaz para evitar a exposição sistemática a misturas de aditivos, especialmente aqueles considerados não essenciais do ponto de vista nutricional. Ler os rótulos pode ajudar a identificar padrões de repetição e, evitar este tipo de produto. (PO)

 

postado em 18/05/2025 06:00
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