FÍSICA

Chineses apostam em fábrica para desvendar mistérios do Universo

Cientistas buscam identificar partículas que podem servir como uma possível ponte entre o mundo visível e o da matéria escura no Universo

Esta imagem do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA mostra a galáxia espiral barrada NGC 1385
 -  (crédito: ESA/Hubble e NASA, R. Chandar, J. Lee e a equipe PHANGS-HST)
Esta imagem do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA mostra a galáxia espiral barrada NGC 1385 - (crédito: ESA/Hubble e NASA, R. Chandar, J. Lee e a equipe PHANGS-HST)

Pesquisadores chineses quererem construir uma fábrica de partículas subatômicas mésons eta para desvender informações sobre a física e o Universo. A Instalação Aceleradora de Íons Pesados de Alta Intensidade e o Sistema Subcrítico Acionado por Aceleradores da Iniciativa Chinesa são as duas principais infraestruturas científicas em construção na cidade chinesa de Huizhou.

A instalação vai utilizar o espectrômetro de hádrons de Huizhou, que inclui um sistema compacto de rastreamento de pixels de silício para partículas carregadas e um calorímetro eletromagnético de resposta rápida para fótons.

O conceito do espectrômetro apresenta quatro componentes principais: um sistema de rastreamento de pixels de silício para detecção de partículas carregadas; um sistema de tempo de voo de detector de avalanche de baixo ganho de silício para identificação de partículas; um calorímetro eletromagnético de vidro de chumbo para medição de fótons; e um ímã solenóide supercondutor
O conceito do espectrômetro apresenta quatro componentes principais: um sistema de rastreamento de pixels de silício para detecção de partículas carregadas; um sistema de tempo de voo de detector de avalanche de baixo ganho de silício para identificação de partículas; um calorímetro eletromagnético de vidro de chumbo para medição de fótons; e um ímã solenóide supercondutor (foto: Divulgação/Rong Wang)

Ao analisar os produtos de decaimento do méson eta, os cientistas buscam identificar partículas que podem servir como uma possível ponte entre o mundo visível e o da matéria escura no Universo.

Segundo o Observatório Nacional, estima-se que cerca de 95% do conteúdo do Universo seja composto por algo que não conseguimos ver diretamente. Esse "algo" é a matéria escura — chamada assim porque não emite, reflete ou absorve luz, o que a torna invisível para telescópios e sensores ópticos convencionais.

"O Instalação Aceleradora de Íons Pesados de Alta Intensidade visa estudos de ponta em física nuclear, de alta densidade energética e atômica, fornecendo feixes de íons pulsados de intensidade sem precedentes, do hidrogênio ao urânio, com energia de prótons de até 9 GeV. O Sistema Subcrítico Acionado por Aceleradores da Iniciativa Chinesa visa verificar o princípio da tecnologia pioneira de transmutação de resíduos nucleares", diz o estudo.

A pesquisa também cita que, ao determinar o fator de transição eletromagnética e as diferenças de massa a partir das medições de decaimento, a fábrica fornecerá testes rigorosos da teoria da cromodinâmica quântica e contribuirá para a solução de problemas de longa data.

Fique por dentro:

  • Fótons: são partículas de luz que têm propriedades completamente distintas das dos elétrons. Por exemplo, enquanto elétrons possuem carga elétrica e massa, fótons não as têm;
  • Hádrons: partículas formadas por quarks e que constituem a maior parte da matéria regular, como prótons e nêutrons;
  • Cromodinâmica quântica: teoria que descreve a interação entre as partículas quarks e glúons.
  • Íons: são átomos ou moléculas carregados eletricamente.

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postado em 03/06/2025 14:57 / atualizado em 03/06/2025 14:59
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