{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/direito-e-justica/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/direito-e-justica/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/direito-e-justica/", "name": "Direito e Justiça", "description": "Artigos, entrevistas e colunas publicadas no suplemento semanal Direito & Justiça, todas as quintas-feiras, no Correio Braziliense ", "url": "/direito-e-justica/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/direito-e-justica/2025/03/7070224-as-mudancas-no-codigo-civil-e-no-direito-de-familia.html", "name": "As mudanças no Código Civil e no direito de família", "headline": "As mudanças no Código Civil e no direito de família", "description": "", "alternateName": "Leis", "alternativeHeadline": "Leis", "datePublished": "2025-03-06T06:00:00Z", "articleBody": "

O Código Civil regula os direitos e deveres dos indivíduos desde o nascimento até o falecimento, disciplinando relações sociais e patrimoniais. Em 2023, teve início o processo de revisão dessa legislação para adequá-la às transformações sociais recentes. Embora o Código vigente <a href="/direitoejustica/2025/01/7035892-codigo-civil-completa-23-anos-em-transformacao.html">tenha sido implementado em 2002</a>, seu projeto original data de 1975, tornando algumas disposições desatualizadas já na época de sua promulgação.</p> <p class="texto">A advogada Liliana Marques, especialista em direito de família, destaca a necessidade dessa reforma. "Sendo um dos pilares do ordenamento jurídico nacional, é essencial que seu conteúdo acompanhe a evolução da sociedade, cuja dinâmica atual difere significativamente do contexto em que a legislação foi originalmente concebida e promulgada", afirma.</p> <p class="texto">O processo de atualização começou com a formação de uma comissão de juristas, presidida pelo ministro Luiz Felipe Salomão — vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) — instalada pelo Senado para revisar o Código Civil. Em 31 de janeiro de 2025, foi protocolado no Senado o Projeto de Lei nº 4/2025, de autoria do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que ainda aguarda despacho.</p> <p class="texto">Com 273 páginas, o projeto incorpora direitos digitais, adapta a legislação às inovações tecnológicas e ambientais, tornando-a mais alinhada às necessidades contemporâneas. No âmbito do direito de família, promove mudanças significativas, incluindo a ampliação do conceito de família, estabelecendo regras aplicáveis a todas as entidades familiares, sem distinção. O novo texto a a reconhecer vínculos não conjugais, famílias recompostas e consolida o instituto da multiparentalidade.</p> <p class="texto">A reforma reforça o reconhecimento da socioafetividade, garantindo direitos a relações familiares baseadas no afeto, mesmo sem vínculo sanguíneo. O artigo 1.617-A estabelece que a ausência de vínculo genético não exclui a filiação se houver vínculo socioafetivo. O artigo 1.617-B assegura que a socioafetividade não limita a autoridade dos genitores naturais, e o artigo 1.633-A confirma que todos os pais, sejam naturais, sejam socioafetivos, compartilham a autoridade parental.</p> <p class="texto">O novo Código Civil também legitima a união homoafetiva, reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2011, ao substituir as expressões "homem e mulher" nas disposições sobre casamento e união estável por "duas pessoas", assegurando inclusão plena a todos os casais.</p> <ul> <li><strong>Leia também: <a href="/direito-e-justica/2024/05/6853487-modernizacao-do-codigo-civil-legitima-uniao-homoafetiva.html">Modernização do Código Civil legitima união homoafetiva</a></strong></li> </ul> <p class="texto">Outro avanço significativo é a determinação do registro imediato de paternidade a partir da declaração da mãe, nos casos em que houver recusa ao exame de DNA, garantindo maior proteção aos direitos da criança.</p> <p class="texto">De acordo com a advogada, as mudanças propostas impactam profundamente as relações familiares e os contratos entre cônjuges, ao reconhecer e regulamentar novos arranjos familiares e flexibilizar os aspectos jurídicos desses vínculos. "As alterações visam modernizar as relações familiares, garantir a proteção dos direitos de todas as partes envolvidas e permitir que os contratos entre cônjuges e companheiros sejam mais flexíveis, adaptando-se às realidades da convivência familiar, sempre com foco na dignidade, proteção e equidade", ressalta.</p> <p class="texto">Uma das mudanças mais relevantes destacadas pela a advogada é a possibilidade de divórcio ou dissolução da união estável de forma unilateral, sem necessidade de anuência da outra parte ou escritura pública. Além disso, a alteração do regime de bens a a ser flexibilizada, podendo ser modificada por escritura pública ou por cláusula estipulada previamente em pacto antenupcial ou convivencial. Também se prevê a possibilidade de mudança automática do regime após um período pré-definido, sem efeitos retroativos e garantindo a proteção de terceiros.</p> <p class="texto">No que se refere ao pagamento de alimentos, Liliana explica que a nova legislação mantém o caput do artigo 1.699 e adiciona dois novos parágrafos sobre a obrigação alimentar. O § 1º estabelece que, nos casos de alimentos para crianças e adolescentes, a obrigação cessa com a maioridade, cabendo ao alimentante solicitar judicialmente sua extinção, conforme já consolidado na Súmula 358 do STF. O § 2º permite a prorrogação do direito à pensão por um período razoável após a maioridade, caso o beneficiário ainda esteja concluindo sua formação educacional em curso superior, técnico ou profissionalizante.</p> <p class="texto">Quanto aos alimentos entre cônjuges e conviventes, a reforma cria um capítulo específico para o tema, reorganizando os dispositivos e eliminando a menção à separação judicial. O artigo 1.702 determina que, em caso de dissolução da relação, um cônjuge deve prestar alimentos ao outro caso este esteja desprovido de recursos. Um parágrafo único reforça o caráter transitório da pensão, permitindo que o juiz fixe um prazo final para sua concessão, garantindo tempo suficiente para a inserção ou recolocação do beneficiário no mercado de trabalho.</p> <p class="texto">No âmbito sucessório, a reforma propõe a equiparação entre cônjuges e companheiros, revogando o artigo 1.790 e retirando ambos da categoria de herdeiros necessários, mantendo apenas descendentes e ascendentes com direito à legítima.</p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/direito-e-justica/2025/02/7071769-importancia-do-canabidiol-cbd-na-saude-publica.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/26/page-47251649.jpg?20250227083621" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Direito e Justiça</strong> <span>Importância do canabidiol (CBD) na saúde pública</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/direito-e-justica/2025/02/7071762-a-maquina-que-une-ficcao-e-realidade.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/06/13/003e615d_252d_4c67_922f_f82a7938f9d7_550x542-6706672.jpeg?20250224161646" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Direito e Justiça</strong> <span>A máquina que une ficção e realidade</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/direito-e-justica/2025/02/7071753-ubiratan-denuncia-contra-bolsonaro-e-descritiva-e-tecnica.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/25/mj2502_16-47178233.jpg?20250227082927" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Direito e Justiça</strong> <span>"Denúncia contra Bolsonaro é descritiva e técnica, sem paixões políticas", diz Ubiratan Cazetta</span> </div> </a> </li> </ul> </div></p> <p class="texto"> <br /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/12/22/1200x801/1_homoafetivos-33658752.jpg?20250303213057?20250303213057", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/12/22/1000x1000/1_homoafetivos-33658752.jpg?20250303213057?20250303213057", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/12/22/800x600/1_homoafetivos-33658752.jpg?20250303213057?20250303213057" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Maria Eduarda Lavocat", "url": "/autor?termo=maria-eduarda-lavocat" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 1dh54

As mudanças no Código Civil e no direito de família 6l5661
Leis

As mudanças no Código Civil e no direito de família 515l6r

Embora o Código vigente tenha sido implementado em 2002, o projeto original data de 1975, tornando algumas disposições desatualizadas já na época da promulgação 3o584t

O Código Civil regula os direitos e deveres dos indivíduos desde o nascimento até o falecimento, disciplinando relações sociais e patrimoniais. Em 2023, teve início o processo de revisão dessa legislação para adequá-la às transformações sociais recentes. Embora o Código vigente tenha sido implementado em 2002, seu projeto original data de 1975, tornando algumas disposições desatualizadas já na época de sua promulgação.

A advogada Liliana Marques, especialista em direito de família, destaca a necessidade dessa reforma. "Sendo um dos pilares do ordenamento jurídico nacional, é essencial que seu conteúdo acompanhe a evolução da sociedade, cuja dinâmica atual difere significativamente do contexto em que a legislação foi originalmente concebida e promulgada", afirma.

O processo de atualização começou com a formação de uma comissão de juristas, presidida pelo ministro Luiz Felipe Salomão — vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) — instalada pelo Senado para revisar o Código Civil. Em 31 de janeiro de 2025, foi protocolado no Senado o Projeto de Lei nº 4/2025, de autoria do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que ainda aguarda despacho.

Com 273 páginas, o projeto incorpora direitos digitais, adapta a legislação às inovações tecnológicas e ambientais, tornando-a mais alinhada às necessidades contemporâneas. No âmbito do direito de família, promove mudanças significativas, incluindo a ampliação do conceito de família, estabelecendo regras aplicáveis a todas as entidades familiares, sem distinção. O novo texto a a reconhecer vínculos não conjugais, famílias recompostas e consolida o instituto da multiparentalidade.

A reforma reforça o reconhecimento da socioafetividade, garantindo direitos a relações familiares baseadas no afeto, mesmo sem vínculo sanguíneo. O artigo 1.617-A estabelece que a ausência de vínculo genético não exclui a filiação se houver vínculo socioafetivo. O artigo 1.617-B assegura que a socioafetividade não limita a autoridade dos genitores naturais, e o artigo 1.633-A confirma que todos os pais, sejam naturais, sejam socioafetivos, compartilham a autoridade parental.

O novo Código Civil também legitima a união homoafetiva, reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2011, ao substituir as expressões "homem e mulher" nas disposições sobre casamento e união estável por "duas pessoas", assegurando inclusão plena a todos os casais.

Outro avanço significativo é a determinação do registro imediato de paternidade a partir da declaração da mãe, nos casos em que houver recusa ao exame de DNA, garantindo maior proteção aos direitos da criança.

De acordo com a advogada, as mudanças propostas impactam profundamente as relações familiares e os contratos entre cônjuges, ao reconhecer e regulamentar novos arranjos familiares e flexibilizar os aspectos jurídicos desses vínculos. "As alterações visam modernizar as relações familiares, garantir a proteção dos direitos de todas as partes envolvidas e permitir que os contratos entre cônjuges e companheiros sejam mais flexíveis, adaptando-se às realidades da convivência familiar, sempre com foco na dignidade, proteção e equidade", ressalta.

Uma das mudanças mais relevantes destacadas pela a advogada é a possibilidade de divórcio ou dissolução da união estável de forma unilateral, sem necessidade de anuência da outra parte ou escritura pública. Além disso, a alteração do regime de bens a a ser flexibilizada, podendo ser modificada por escritura pública ou por cláusula estipulada previamente em pacto antenupcial ou convivencial. Também se prevê a possibilidade de mudança automática do regime após um período pré-definido, sem efeitos retroativos e garantindo a proteção de terceiros.

No que se refere ao pagamento de alimentos, Liliana explica que a nova legislação mantém o caput do artigo 1.699 e adiciona dois novos parágrafos sobre a obrigação alimentar. O § 1º estabelece que, nos casos de alimentos para crianças e adolescentes, a obrigação cessa com a maioridade, cabendo ao alimentante solicitar judicialmente sua extinção, conforme já consolidado na Súmula 358 do STF. O § 2º permite a prorrogação do direito à pensão por um período razoável após a maioridade, caso o beneficiário ainda esteja concluindo sua formação educacional em curso superior, técnico ou profissionalizante.

Quanto aos alimentos entre cônjuges e conviventes, a reforma cria um capítulo específico para o tema, reorganizando os dispositivos e eliminando a menção à separação judicial. O artigo 1.702 determina que, em caso de dissolução da relação, um cônjuge deve prestar alimentos ao outro caso este esteja desprovido de recursos. Um parágrafo único reforça o caráter transitório da pensão, permitindo que o juiz fixe um prazo final para sua concessão, garantindo tempo suficiente para a inserção ou recolocação do beneficiário no mercado de trabalho.

No âmbito sucessório, a reforma propõe a equiparação entre cônjuges e companheiros, revogando o artigo 1.790 e retirando ambos da categoria de herdeiros necessários, mantendo apenas descendentes e ascendentes com direito à legítima.

 

Mais Lidas 72595f