Visão do Direito

Dia da Inteligência Artificial: entre avanços e desafios de regulação e ética

"Mais do que celebrar a tecnologia, é hora de reafirmar o compromisso com seu uso responsável — para decisões mais humanas, sustentáveis e transparentes"

Fabiano Carvalho -  (crédito: Divulgação)
Fabiano Carvalho - (crédito: Divulgação)

Por Fabiano Carvalho* — Comemorado em 1º de maio, o Dia da Inteligência Artificial convida à reflexão sobre os impactos dessa tecnologia que, mais do que uma promessa futurista, já transforma rotinas, decisões e setores inteiros da economia. Usada em assistentes virtuais, diagnósticos médicos, análises de riscos financeiros e monitoramento agrícola, a IA está moldando o mundo em ritmo acelerado.

Essa mudança estrutural traz avanços, mas também exige governança, novas competências e uma consciência ética mais apurada. Questões como transparência algorítmica, riscos de discriminação, impactos sobre o emprego e proteção de dados ocupam hoje o centro do debate. Em áreas sensíveis, como justiça e saúde, entender por que um sistema automatizado tomou determinada decisão é mais do que uma necessidade técnica — é uma exigência democrática.

A adoção crescente da IA exige que lideranças públicas e privadas assumam a responsabilidade de orientar seu uso com critérios claros. Isso significa revisar processos, capacitar equipes e garantir que as decisões apoiadas por algoritmos estejam alinhadas a valores humanos e sociais. A IA, para ser útil, precisa ser compreendida como parte de uma estratégia maior de transformação — e não como um atalho tecnológico.

À medida que tarefas operacionais são automatizadas, o diferencial humano estará no pensamento crítico, na criatividade e na capacidade de adaptação. Mas, para que a IA cumpra seu papel estratégico sem comprometer direitos, é essencial garantir que seus sistemas sejam auditáveis, compreensíveis e justos.

Nesse contexto, a regulação surge como ferramenta fundamental. A recente aprovação do AI Act, na União Europeia, aponta um caminho: incentivar a inovação sem abrir mão da proteção aos direitos fundamentais. No Brasil, o debate sobre um marco legal está em curso e deve envolver todos os setores da sociedade.

Regular a inteligência artificial não significa travar o futuro — significa garantir que ele seja ético, seguro e inclusivo. Neste 1º de maio, mais do que celebrar a tecnologia, é hora de reafirmar o compromisso com seu uso responsável — para decisões mais humanas, sustentáveis e transparentes.

Especialista em transformação digital e CEO da Ikhon*

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Por Opinião
postado em 01/05/2025 03:30
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