Luto

Diretora de 'Revelando Sebastião Salgado' enaltece humanismo do artista

Cineasta Betse de Paula sobre Salgado: "sua visão permanece viva em cada imagem que nos deixou"

Betse de Paula, durante o 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
Betse de Paula, durante o 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

Para além de estar atrás das câmeras, o mestre Sebastião Salgado, no cinema, despontou como personagem singular de filmes como O sal da terra (candidato ao Oscar de melhor documentário), dirigido pelo filho dele, Juliano, em parceria com Wim Wenders, o alemão consagrado por filmes como Dias perfeitos (2023) e Asas do desejo (1987).

Diretora do filme Revelando Sebastião Salgado, primeiro longa-metragem documental da carreira, Betse de Paula falou ao Correio da "convivência marcante". "Recebi com profunda tristeza a notícia da partida de Sebastião Salgado, um dos grandes humanistas do nosso tempo. Tive a honra de conhecê-lo, de ser recebida em sua casa com generosidade. Ele tinha um coração enorme. Sua lente, seu olhar e sua escuta revelaram ao mundo a dignidade dos trabalhadores, a força das comunidades em deslocamento, a beleza e a fragilidade das Américas e do planeta", observou.

Para a diretora, que esteve em Brasília por ocasião do lançamento do filme, numa abertura do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, feita há 12 anos, "Sebastião ancestralizou, mas sua visão permanece viva em cada imagem que nos deixou".

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Para a cineasta de ficções como Celeste & Estrela (2005) e O casamento de Louise (2001), Salgado traz uma obra que foi testemunho e também legado. "Ele trouxe um chamado à consciência, à solidariedade e ao cuidado com a Terra e com todos os seus habitantes", concluiu, no depoimento.


postado em 23/05/2025 13:32
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