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C6 Fest 2025 se despede do público com emoção e dança

Wilco emociona, Nile Rodgers transforma festival em festa dos anos 1970 e The Last Dinner Party surpreende no último dia de evento

Wilco em apresentação no C6 Fest -  (crédito: C6 Fest/Divulgação)
Wilco em apresentação no C6 Fest - (crédito: C6 Fest/Divulgação)

O domingo (25/5) em São Paulo foi de até logo do C6 Fest. O evento fez o último dia de shows com algumas das atrações mais esperadas do calendário de shows deste ano no Brasil. Com muita emoção e uma mescla de lendas e novos nomes, o evento mais uma vez foi bem sucedido em trazer uma curadoria de qualidade para o público.

Esse dia de encerramento foi de momentos especiais. O principal deles, e um dos mais emocionantes da história do recente festival, foi proporcionado pela simbiose entre a banda americana Wilco e o público que encheu o parque do Ibirapuera. As lendas do indie vieram de Chicago para ouvirem a plateia do C6 Fest cantar intensamente até os riffs de guitarra das músicas mais amadas o repertório.

“Às vezes eu me pergunto: ‘por que a gente não mora no Brasil’”, disse o vocalista Jeff Tweedy. Porém, nenhuma palavra vale tanto quanto as lágrimas que desceram no rosto do cantor perto do fim do show. O Wilco foi ovacionado e teve o público mais participativo e barulhento do evento. A banda que não tem a pretensão de ser gigante, conquistou no Brasil muito mais do que jamais esperou.

Quem sucedeu Wilco e fechou os trabalhos dos palcos principais do evento foi o ainda mais lendário Nile Rodgers acompanhado da banda Chic. Como esperado, o guitarrista americano apresentou um repertório praticamente todo moldado em hits atemporais de parceiros com quem trabalhou. Os sucessos do Chic eram a base, mas Beyoncé, Madonna e Daft Punk tiveram faixas lembradas no show.

O instrumentista foi a escolha certa para dar o até logo à edição de 2025 do evento, o clima era de pura festa. Com a levada setentista da guitarra, Rodgers colocou até o mais cansado dos frequentadores do festival para dançar. No final, o músico deixou uma mensagem: “obrigado, C6 Fest”. Frase que poderia ser dita por qualquer fã que viveu intensamente esses quatro dias de festival.

Porta aberta para novidade

Uma das mais aguardadas atrações do evento para o público, a banda The Last Dinner Party fez um show imponente no C6 Fest. A banda tem apenas um disco lançada, mas parecia uma veterana dos grandes eventos. A setlist de sucessos dentro do nicho indie atual foi cantada a plenos pulmões por fãs que fizeram até surpresas para emocionar os artistas no palco. Em uma das cenografias de palco mais bonitas do festival, a banda britânica arrepiou os fãs.

Entre os momentos mais memoráveis do dia, e talvez de todo evento, estará o choro de alegria de Abigail Morris, vocalista do grupo, ao perceber que os fãs do país não só abraçaram a banda como aguardavam ansiosa e apaixonadamente essa que foi a primeira agem do The Last Dinner Party pelo território brasileiro. Também é marcante um excelente cover de Call me da banda Blondie.

  • Nile Rodgers no C6 Fest
    Nile Rodgers no C6 Fest C6 Fest/Divulgação
  • English Teacher no C6 Fest
    English Teacher no C6 Fest C6 Fest/Divulgação
  • Thalin canta Maria Esmeralda no C6 Fest
    Thalin canta Maria Esmeralda no C6 Fest C6 Fest/Divulgação
  • The Last Dinner Party no C6 Fest
    The Last Dinner Party no C6 Fest C6 Fest/Divulgação
  • Wilco em apresentação no C6 Fest
    Wilco em apresentação no C6 Fest C6 Fest/Divulgação

Vencedores do Mercury Prize, cultuado prêmio da música britânica, os jovens do English Teacher lotaram o evento logo cedo. A empolgação de estar no Brasil fez com que a banda aproveitasse cada segundo e tentasse fazer um pouco de tudo possível na apresentação. De chamar uma fã para tocar guitarra ando por comemorar o título do Liverpool na Premier League, a se jogar nos espectadores da grade, a vocalista Lily Fontaine viveu a experiência de se apresentar para os brasileiros.

O show também foi uma confirmação do motivo de tanto reboliço que os britânicos tem feito no meio musical do Reino Unido desde que estrearam em 2021 com o single R&B. Lily tem um presença de palco e uma voz marcante, enquanto a banda trabalha muito bem os sons dissonantes para fazer um rock desconjuntado, porém extremamente atrativo e original.

Uma das apostas mais acertadas da curadoria di festival, a primeira atração do domingo foi o coletivo de artista responsável pelo álbum Maria Esmeralda. O grupo assumiu a tenda já às 14h. Thalin, Cravinhos, Ilovelangelo, VCR Slim e Pirlo fizeram uma apresentação de um hip-hop animado e sofisticado. Os artistas apresentaram a íntegra do disco que foi aclamado por público e crítica e mostraram porque são um fenômeno recente da cena underground.

O jornalista foi ao festival a convite do C6 Bank.

postado em 25/05/2025 23:39
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