A diretora Renata Pinheiro conta que o longa Lispectorante nasceu por meio da personagem Glória, mulher de 60 anos, em crise, e que retorna ao bairro da Boa Vista, em Recife, onde nasceu. "Um dia a gente percebeu que a casa que a Clarice Lispector ou a infância era lá também, e estava completamente abandonada. Então, a gente tinha uma personagem que, como o ambiente, estava em decadência. O filme surge de uma vontade de me aproximar do ado da escritora", explica a diretora.
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A escolha de Marcélia Cartaxo para a protagonista foi sugestão de Sérgio Oliveira, um dos roteiristas, uma vez que a atriz se destacou em A hora da estrela. Renata fala do privilégio de contar com Cartaxo: "Eu me sinto agraciada pela oportunidade: ela já é uma especialista, uma pioneira, no mundo da autora. Foi uma experiência vital para minha carreira, nós damos a uma mulher de 60 anos o direito de se reinventar, de viver, de se apaixonar e de sentir prazer".
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O risco da narrativa foi almejado. "Acho que é isso que o cinema precisa hoje em dia: de tramas originais, de pessoas que têm coragem de fazer algo diferente do que está sendo entregue pelos grandes estúdios. Podemos apostar no caminho do sonho e da esperança. Se o homem não imagina coisas e não consome arte, a humanidade adoece", finaliza.
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Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco*