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Mercado Financeiro

Criptomoeda e moeda digital: entenda as principais diferenças

Apesar de muitas vezes serem usados como sinônimos, conceitos têm particularidades; entendas as principais

Fernanda Strickland
postado em 19/07/2022 19:58 / atualizado em 19/07/2022 19:58
As criptomoedas, que têm no bitcoin seu representante mais famoso, são moedas digitais baseadas em criptografia -  (crédito: Ozan Kose/AFP)
As criptomoedas, que têm no bitcoin seu representante mais famoso, são moedas digitais baseadas em criptografia - (crédito: Ozan Kose/AFP)

Quando o assunto é investimento, as criptomoedas são um assunto constante na imprensa e nas redes sociais, seja pelo sobe e desce das cotações, pelas tentativas de regulamentação e até mesmo pelas "opiniões" de entusiastas. Por estar em alta, o tema ainda gera muitas dúvidas, em especial sobre a definição desse tipo de ativo, não raro usado como sinônimo de moeda digital. É preciso ter em mente, contudo, que ainda que toda criptomoeda seja uma moeda digital, o contrário não é verdadeiro.

As criptomoedas, que têm no bitcoin seu representante mais famoso, são moedas digitais baseadas em criptografia. De forma resumida, trata-se de uma tecnologia de segurança que codifica a informação na origem para que ela seja “desembaralhada” na outra ponta. Isso ocorre para que um terceiro, no caso de interceptação, não tenha o ao conteúdo enviado.

Pelo fato de as criptomoedas serem descentralizadas — isto é, não existe uma autoridade específica para criá-las, emiti-las e controlá-las —, suas transações são registradas em blockchain, rede aberta onde os ativos são negociados e que funciona como uma espécie de livro contábil, reforçando a segurança das operações. As informações são armazenadas em blocos, sucedidos constantemente por novos blocos de transações que se ligam ao anterior.

“Há alguns anos, tínhamos que nos comunicar por cartas e dependíamos de terceiros para que isso acontecesse. Com o avanço da tecnologia, amos a conversar com pessoas do outro lado do mundo de forma instantânea", comenta Thiago Mozzatto, diretor de operações e fundador da Beplix. "Se antes precisávamos de um disquete para compartilhar arquivos, hoje está tudo na nuvem. Seguimos a mesma tendência em relação ao dinheiro."

As moedas digitais, por sua vez, referem-se a qualquer moeda eletrônica. Ao usar uma carteira on-line para fazer um pagamento, por exemplo, o consumidor está utilizando uma moeda digital. Além disso, ao contrário do que ocorre com as criptomoedas, as moedas digitais estão sob o controle de instituições reconhecidas pelos governos, como os bancos centrais, o que significa que sua emissão é centralizada. São as normas dessas instituições que irão estabelecer a precificação das moedas digitais — para as criptomoedas, é o próprio mercado que define o preço, de acordo com a demanda.

Real digital 

Desde 2020 o Banco Central (BC) do Brasil vem estudando a emissão do real digital — as moedas digitais reguladas por bancos centrais são chamadas de CBDC (Central Bank Digital Currency ou, em português, Moeda Digital de Banco Central) —, mas ainda não há prazo para o seu lançamento. Segundo o BC, as CBDCs teriam potencial para melhorar a eficiência do mercado de pagamentos de varejo e promover a competição e a inclusão financeira da população ainda inadequadamente atendida por serviços bancários.

“A tendência é que as pessoas possam ir se acostumando e incorporando essa modalidade de pagamento no seu dia a dia aos poucos. De qualquer forma, o dinheiro físico não deixará de existir, pelo menos por uns bons anos, e a mudança até a digitalização completa deverá ser gradual”, pontua Mozzatto.

Na China, o yuan digital ainda está em fase de testes, com cerca de US$ 12 bilhões negociados apenas nos primeiros cinco meses de 2022, de acordo com a Xinhua, agência de notícias oficial do governo chinês. Japão e Estados Unidos também estão entre os países que estudam a adoção de CBDCs e as Bahamas foram a primeira nação a lançar oficialmente uma moeda digital, em outubro de 2020, o Sand Dollar.

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