
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (12/5) que o escândalo de descontos indevidos em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) “enojou” o país e assumiu que as investigações abalaram o governo.
“É um escândalo mesmo. O que tem de mais sagrado é a pessoa trabalhar a vida inteira e, depois, conseguir a sua aposentadoria, a sua pensão dignamente. A pessoa focar nesse público para levar vantagem, a partir de um crime, é uma coisa indigna num grau. Realmente enojou um país inteiro”, disse, em entrevista ao portal UOL.
Uma operação da Polícia Federal revelou um esquema de descontos em pensões e aposentadorias por associações de classe e sindicatos que realizaram o desvio de até R$ 6,3 bilhões. As investigações, iniciadas pela Controladoria-Geral da União (CGU), apontaram que os desvios tiveram início em 2016, mostraram crescimento expressivo em 2019 e explodiram no governo Lula.
O ministro afirmou que o órgão mostrou-se independente e agiu "corretamente" ao entregar a investigação à Polícia Federal e não ao governo. Questionado sobre como o governo vai ressarcir os aposentados e pensionistas, o chefe da equipe econômica destacou o bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens de associações investigadas, realizado pela Advocacia-Geral da União (AGU).
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“A AGU e a CGU já bloquearam um volume considerável de recursos das associações fraudadoras. Nós temos de fazer um balanço do que efetivamente não foi autorizado, temos de saber exatamente o valor da fraude, e se os valores bloqueados das associações pagam a fraude”, disse o ministro, que afirmou que o governo deve estabelecer um procedimento de checagem do ressarcimento.
Haddad defendeu, ainda, uma pena exemplar para os criminosos. “Eu desejo, e acredito que isso vai acontecer, que essas pessoas sejam presas e cumpram uma pena que, ao meu juízo, deveria ser exemplar”, completou.
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