FUTEBOL

Bruno Henrique marca dois, Fla bate o Botafogo e leva a Supercopa

Rei dos Clássicos, camisa 27 ataca novamente, amplia status de decisivo para o rubro-negro em finais e colabora para triunfo por 3 x 1 no Estádio Mangueirão, em Belém, no Pará

Bruno Henrique chegou a 97 gols pelo Flamengo -  (crédito: Gilvan de Souza/Flamengo)
Bruno Henrique chegou a 97 gols pelo Flamengo - (crédito: Gilvan de Souza/Flamengo)

Bruno Henrique é um típico mineiro “come-quieto”. É discreto, não costuma polemizar e, quando o adversário menos espera, rouba a cena e costuma destravar e resolver partidas importantes. É assim desde a chegada ao Flamengo, em 2019. A diferença era que, até o ano ado, os holofotes eram todos do também decisivo Gabriel Barbosa. Agora, o camisa 27 é o dono de fato e de direito da bola rubro-negra. Neste domingo (2/2), mostrou inspiração ao marcar os dois gols da vitória por 3 x 1 sobre o Botafogo, que deu ao clube o terceiro título da Supercopa, no Estádio Mangueirão, em Belém, no Pará. Luiz Araújo fechou a conta flamenguista, e Patrick de Paula descontou para os alvinegros.

Aos 34 anos, Bruno Henrique está entre os principais ídolos da história rubro-negra. O troféu erguido neste domingo foi o 14º dele e de Arrascaeta pelo clube. Deixaram para trás Zico, Maestro Júnior e o ex-companheiro Gabriel Barbosa. Antes de a bola rolar, Bruno Henrique era candidato a protagonista. Em seis anos de Flamengo, construiu a fama de “Rei dos clássicos”.

São 20 gols marcados contra os três rivais do Rio de Janeiro. Zico puxa a fila, com 58. O Botafogo é a segunda maior vítima. Com os dois anotados, são sete bolas nas redes alvinegras, uma a menos do que contra o Vasco e duas a mais do que contra o Fluminense. São quatro marcados nos últimos cinco jogos contra a equipe de General Severiano. 

Flamenguistas se acostumaram a ver Gabriel Barbosa marcando e decidindo títulos para o rubro-negro, mas talvez não se recordem da relevância de Bruno Henrique em finais. Neste domingo, foi a 15ª pelo clube. São 11 participações em gols — nove bolas na rede e duas assistências. O camisa 27 deixou s em títulos de Copa do Brasil, Carioca, Recopa Sul-Americana e Supercopa. Inclusive, no torneio resgatado em 2020, jamais de colaborar efetivamente.

Marcou no vice contra o Atlético-MG em 2022; deu assistência na vitória nos pênaltis sobre o Palmeiras em 2021; e anotou um no 3 x 0 sobre o Athletico-PR em 2020. Também poderia entrar na estatística o gol na derrota por 2 x 1 para o São Paulo, na 38ª rodada do Brasileirão de 2020. O título daquela edição foi garantido na última rodada, no Morumbi.

Bruno Henrique persegue outro feito. Com contrato até 31 de dezembro de 2026, o atacante busca entrar no top 10 de maiores artilheiro do clube. Com os dois marcados sobre o Botafogo em Belém, chegou a 97. Zico lidera (509), enquanto Zizinho fecha o ranking (148). 

Foi um domingo para Flamengo e Bruno Henrique lavarem a alma. Um temporal caiu sobre a região do Estádio Mangueirão. Só foi possível ter bola rolando nos primeiros 15 minutos de jogo. A equipe rubro-negra era melhor, chegou com perigo e intensidade até ser recompensada com pênalti. O camisa 27 invadiu a área e recebeu carrinho do zagueiro Luca Halter. Confiante, foi para a bola e converteu. 

Após 1h12min de paralisação, o Flamengo seguiu com as rédeas da partida e não demorou para ampliar. BH foi novamente a arma ofensiva. Aos 19, jogada iniciada pelo goleiro Rossi, com desvio rápido de Michael para Plata, terminou no golaço do ídolo, de fora da área, no duelo três contra dois, sem chances para John. 

Bruno Henrique também foi solidário. Antes do intervalo, conduziu a bola pela linha de fundo, ou com facilidade pela marcação e serviu Gérson. O camisa 8 finalizou de canhota e obrigou a intervenção do goleiro botafoguense. A etapa final teve o mesmo enredo. O Flamengo era absoluto, com controle do meio de campo e das ações ofensivas. 

A vantagem e o cenário eram tão confortáveis que Filipe Luís foi fazer a primeira mudança aos 26 minutos, quando colocou Arrascaeta no lugar de Plata. Sem treinador efetivo e alternativas, o Botafogo trocou seis por meia dúzia quando Vitinho assumiu a função de Mateo Ponte na lateral-direita alvinegra. A maior chance do Botafogo na partida foi criada aos 33 minutos de jogo. Alex Telles recebeu e pela esquerda, conduziu para a perna boa e carimbou a bola no travessão.

A resposta rubro-negra veio aos 37. Oportunista, Luiz Araújo entrou a 10 minutos do fim, pressionou a saída de Lucas Halter, avançou e bateu por cobertura: 3 x 1. Em meio a gritos de olé, quando o placar parecia definido, o Glorioso teve lampejo de reação com o gol do volante Patrick de Paula, após rebote de Rossi. 

Victor Parrini
postado em 02/02/2025 19:10 / atualizado em 02/02/2025 19:13
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