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Sabendo que a Educa&ccedil;&atilde;o Infantil &eacute; ofertada, prioritariamente, nas redes municipais de ensino, a pesquisa recomenda aos gestores municipais planejar a expans&atilde;o de vagas, com especial aten&ccedil;&atilde;o aos p&uacute;blicos mais vulner&aacute;veis identificados neste estudo; identificar e localizar as crian&ccedil;as que n&atilde;o est&atilde;o matriculadas na pr&eacute;-escola, utilizando estrat&eacute;gias como a busca ativa escolar; sensibilizar as fam&iacute;lias para a import&acirc;ncia da educa&ccedil;&atilde;o infantil; articular a&ccedil;&otilde;es intersetoriais, integrando sa&uacute;de, assist&ecirc;ncia social e educa&ccedil;&atilde;o para a promo&ccedil;&atilde;o do direito &agrave; pr&eacute;-escola &agrave;s crian&ccedil;as; e contribuir para a efetiva&ccedil;&atilde;o do regime de colabora&ccedil;&atilde;o, conhecendo quais programas e pol&iacute;ticas federais e do seu estado est&atilde;o ativos para a educa&ccedil;&atilde;o infantil e em quais seu munic&iacute;pio pode ser participante, al&eacute;m de demandar destes entes uma maior participa&ccedil;&atilde;o no regime.</p> <p class="texto">"Essas recomenda&ccedil;&otilde;es s&atilde;o importantes e merecem aten&ccedil;&atilde;o, sobretudo quando falamos de a&ccedil;&otilde;es conjuntas, em regime de colabora&ccedil;&atilde;o envolvendo Uni&atilde;o, estados e munic&iacute;pios. 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As desigualdades s&atilde;o 4,3%, 3,7%, 3,3% e 0,2%, respectivamente por estado.</p> <p class="texto">O Centro Oeste registra, ainda, uma diferen&ccedil;a de 4,2% entre os dois grupos (85,7% pobres e 89,9% n&atilde;o pobres). Mato Grosso &eacute; o estado da regi&atilde;o que possui maior desigualdade nas taxas de escolariza&ccedil;&atilde;o entre as crian&ccedil;as dos dois grupos: 82,3% pobres e 95,6% n&atilde;o pobres. A menor diferen&ccedil;a &eacute; observada no Distrito Federal (90,0% pobres 86,1% n&atilde;o pobres).</p> <p class="texto">&ldquo;Crian&ccedil;as pretas e pobres s&atilde;o, historicamente, mais vulnerabilizadas no Brasil e essa desigualdade no o &agrave; educa&ccedil;&atilde;o infantil privilegia alguns grupos em detrimento de outros, afinal as crian&ccedil;as pretas e pobres que n&atilde;o frequentam a pr&eacute;-escola t&ecirc;m menos o a est&iacute;mulos, intera&ccedil;&otilde;es, alimenta&ccedil;&atilde;o e seguran&ccedil;a. Isso pode comprometer o desenvolvimento, impactar a progress&atilde;o e a transi&ccedil;&atilde;o para as etapas de ensino sequentes, al&eacute;m de reproduzir desigualdades que atrasam o nosso pa&iacute;s&rdquo;, explica Ma&iacute;ra Souza, Oficial de Primeira Inf&acirc;ncia do UNICEF no Brasil.<br /><br />Ocupa&ccedil;&atilde;o materna<br /></p> <p class="texto">Em 2019, as regi&otilde;es Centro-Oeste e Norte apresentaram as menores taxas de frequ&ecirc;ncia escolar de crian&ccedil;as filhas de m&atilde;es jovens, 81,5% e 82,1%, respectivamente. O estado de Goi&aacute;s apresenta a maior desigualdade nessa regi&atilde;o com 66% de crian&ccedil;as filhas de m&atilde;es com 19 ou menos idade e 88,2% de crian&ccedil;as filhas de m&atilde;es com 20 ou mais.</p> <p class="texto">A regi&atilde;o Centro-Oeste registra 89,5% de frequ&ecirc;ncia para m&atilde;es com ocupa&ccedil;&otilde;es informais e 92,3% para m&atilde;es com trabalho formal. As taxas de frequ&ecirc;ncia para crian&ccedil;as com m&atilde;es na informalidade nos estados da regi&atilde;o equivale a: Mato Grosso (92%), Mato Grosso do Sul (90,3%), Goi&aacute;s (88,6%) e Distrito Federal (87,2%).</p> <p class="texto">A regi&atilde;o Centro-Oeste foi uma das que apresentou as menores taxas de escolariza&ccedil;&atilde;o de filhos de m&atilde;es sem Ensino Fundamental completo: 86,3%. Para m&atilde;es com o Ensino Fundamental completo o &iacute;ndice &eacute; 90,4%. Por estado, os indicadores de m&atilde;es sem o fundamental completo s&atilde;o: Goi&aacute;s (83,8%), Mato Grosso do Sul (86,3%), Mato Grosso (87,8%), Distrito Federal (88,7%).</p> <p class="texto">&ldquo;Embora esses dados indiquem que as desigualdades s&atilde;o maiores nos recortes maternos, n&oacute;s percebemos que esses marcadores, infelizmente, tamb&eacute;m s&atilde;o caracter&iacute;sticos de mulheres pretas e pobres no nosso pa&iacute;s, como m&atilde;es jovens, de baixa escolaridade e trabalho informal&rdquo;, avalia Mariana Luz. &ldquo;Isso indica que o problema n&atilde;o &eacute; exclusivo no o &agrave; educa&ccedil;&atilde;o, mas &eacute; tamb&eacute;m de emancipa&ccedil;&atilde;o das mulheres e dos negros, al&eacute;m da quebra de ciclos intergeracionais de pobreza&rdquo;, finaliza a CEO da Funda&ccedil;&atilde;o.</p> <p class="texto">A regi&atilde;o Centro-Oeste, chama aten&ccedil;&atilde;o ainda como a que possui maior defasagem em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; frequ&ecirc;ncia escolar de crian&ccedil;as que residem com apenas um adulto. Em 2019, a taxa para fam&iacute;lias monoparentais nessa regi&atilde;o foi de 83,1% e a de fam&iacute;lias n&atilde;o-monoparentais foi de 89,9%. Este resultado decorre, especialmente, da situa&ccedil;&atilde;o observada em Goi&aacute;s, que apresentou um resultado de 72,1% e 87,4%, respectivamente, para os mesmos indicadores.</p> <h3>Zonas urbana x rural</h3> <p class="texto">No Brasil, a porcentagem de crian&ccedil;as entre quatro e cinco anos de idade que frequentam a escola &eacute; menor nas localidades rurais, com uma diferen&ccedil;a de 3% em 2019.<br /><br />A regi&atilde;o Centro-Oeste apresenta o segundo menor &iacute;ndice de frequ&ecirc;ncia escolar de crian&ccedil;as dessa faixa et&aacute;ria nas zonas rurais (85,8%), no Brasil. Na mesma regi&atilde;o, o &iacute;ndice do domic&iacute;lio urbano &eacute; de 89,6%. O Mato Grosso do Sul (77,7%) &eacute; um exemplo de estado com uma das mais baixas taxas de escolariza&ccedil;&atilde;o em domic&iacute;lios rurais no Pa&iacute;s.<br /><br />Para o presidente da Undime, &eacute; fundamental a formula&ccedil;&atilde;o de estrat&eacute;gias que respondam ao desafio de garantir pr&eacute;-escola de qualidade para todas as crian&ccedil;as e tragam-nas de volta &agrave; escola, com oportunidades de aprendizagem. &ldquo;&Eacute; indispens&aacute;vel que a gente trabalhe para termos a&ccedil;&otilde;es robustas e coesas de busca ativa dessas crian&ccedil;as, que se amplie o o &agrave; educa&ccedil;&atilde;o infantil com qualidade e que realizemos o monitoramento dessas iniciativas para que o direito constitucional &agrave; Educa&ccedil;&atilde;o seja efetivamente garantido, com equidade, para todos&rdquo;, diz Garcia.<br /><br />Com o apoio t&eacute;cnico da Quantis Consultoria, o estudo avaliou as taxas de frequ&ecirc;ncia de crian&ccedil;as na pr&eacute;-escola segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic&iacute;lios Cont&iacute;nua (PNADC) de 2019, da PNAD (2005-2015) e do Censo Demogr&aacute;fico (2010), com an&aacute;lises produzidas em 2019. 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Eu, Estudante 6rh50

Pré-escola

Centro-Oeste lidera desigualdade entre crianças brancas e pretas 1z1e71

Média de alunos brancos no Distrito Federal e no Mato Grosso é superior a de crianças negras, representando o maior índice de desigualdade no país, segundo pesquisa do Unicef e Undime 542x2

O número de crianças brancas matriculadas na pré-escola na região Centro-Oeste do Brasil, principalmente no Distrito Federal e no Mato Grosso, é superior ao de crianças negras, representando o maior índice de desigualdade no país, revela a pesquisa Desigualdades na garantia do direito à pré-escola, lançada pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

De acordo com o estudo, as crianças brancas na pré-escola no Centro-Oeste representam 89,4% enquanto crianças pretas são apenas 80,6%. Em relação aos estados da região, destaca-se, Mato Grosso (91,3% e 80,0%) e Distrito Federal (89,4% e 80,6%). No Centro-Oeste, 89,2% das crianças dessa faixa etária frequentam a pré-escola, índice abaixo da média nacional, de 94,1%.

O estudo mostra que o Brasil vinha avançando lentamente no o à pré-escola nas últimas décadas. Em 2019, 94,1% das crianças brasileiras frequentavam a pré-escola, deixando 5,9% fora dela — apesar da previsão de universalização desta etapa até 2016 pelo Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024.

Com a pandemia da covid-19, o cenário se inverteu. Embora não haja dados consolidados para os últimos anos, uma análise das taxas de matrícula durante a pandemia, revela que ocorreu, apenas em 2021, uma queda de 275 mil matrículas na pré-escola.

“Infelizmente, nós ainda não tivemos o aos dados consolidados de 2019 para cá, mas nós já temos estudos que indicam uma queda dramática das matrículas dessas crianças na pandemia, o que torna o cenário ainda mais preocupante e demanda uma ação coordenada das três esferas de governo com as famílias e as redes de ensino nesta volta às aulas, identificando e localizando essas crianças que não estão tendo seu direito assegurado”, avalia Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

Além de todas as crianças não terem o direito assegurado, a pesquisa traz outro alerta importante: crianças pretas, pobres e filhas de mães jovens e de baixa escolaridade são as que têm maior risco de não frequentar a pré-escola. Há também desigualdades regionais, estaduais e entre crianças do campo e das cidades.

Mudança de cenário 4n18r

Mudar esse cenário é urgente e demanda ações concretas, voltadas ao enfrentamento da exclusão escolar. Sabendo que a Educação Infantil é ofertada, prioritariamente, nas redes municipais de ensino, a pesquisa recomenda aos gestores municipais planejar a expansão de vagas, com especial atenção aos públicos mais vulneráveis identificados neste estudo; identificar e localizar as crianças que não estão matriculadas na pré-escola, utilizando estratégias como a busca ativa escolar; sensibilizar as famílias para a importância da educação infantil; articular ações intersetoriais, integrando saúde, assistência social e educação para a promoção do direito à pré-escola às crianças; e contribuir para a efetivação do regime de colaboração, conhecendo quais programas e políticas federais e do seu estado estão ativos para a educação infantil e em quais seu município pode ser participante, além de demandar destes entes uma maior participação no regime.

"Essas recomendações são importantes e merecem atenção, sobretudo quando falamos de ações conjuntas, em regime de colaboração envolvendo União, estados e municípios. Temos governadores que foram empossados recentemente e é estratégico que essas recomendações cheguem neles, para que estados e municípios trabalhem juntos pela garantia do direito à educação de cada criança", destaca o presidente da Undime, Luiz Miguel Garcia, dirigente municipal de Educação de Sud Mennucci/SP.

Raça e renda 3y82y

A região Centro-Oeste foi a que apresentou a segunda maior desigualdade, no Brasil, entre as taxas para crianças pretas, pardas ou indígenas em relação às brancas ou amarelas (86,5% e 89,5%). Em relação aos estados, verifica-se no Distrito Federal (87,8% e 83,5%), Goiás (85,3% e 89,0%), Mato Grosso (88,1% e 91,4%) e Mato Grosso do Sul (89,7% e 89,9%). As desigualdades são 4,3%, 3,7%, 3,3% e 0,2%, respectivamente por estado.

O Centro Oeste registra, ainda, uma diferença de 4,2% entre os dois grupos (85,7% pobres e 89,9% não pobres). Mato Grosso é o estado da região que possui maior desigualdade nas taxas de escolarização entre as crianças dos dois grupos: 82,3% pobres e 95,6% não pobres. A menor diferença é observada no Distrito Federal (90,0% pobres 86,1% não pobres).

“Crianças pretas e pobres são, historicamente, mais vulnerabilizadas no Brasil e essa desigualdade no o à educação infantil privilegia alguns grupos em detrimento de outros, afinal as crianças pretas e pobres que não frequentam a pré-escola têm menos o a estímulos, interações, alimentação e segurança. Isso pode comprometer o desenvolvimento, impactar a progressão e a transição para as etapas de ensino sequentes, além de reproduzir desigualdades que atrasam o nosso país”, explica Maíra Souza, Oficial de Primeira Infância do UNICEF no Brasil.

Ocupação materna

Em 2019, as regiões Centro-Oeste e Norte apresentaram as menores taxas de frequência escolar de crianças filhas de mães jovens, 81,5% e 82,1%, respectivamente. O estado de Goiás apresenta a maior desigualdade nessa região com 66% de crianças filhas de mães com 19 ou menos idade e 88,2% de crianças filhas de mães com 20 ou mais.

A região Centro-Oeste registra 89,5% de frequência para mães com ocupações informais e 92,3% para mães com trabalho formal. As taxas de frequência para crianças com mães na informalidade nos estados da região equivale a: Mato Grosso (92%), Mato Grosso do Sul (90,3%), Goiás (88,6%) e Distrito Federal (87,2%).

A região Centro-Oeste foi uma das que apresentou as menores taxas de escolarização de filhos de mães sem Ensino Fundamental completo: 86,3%. Para mães com o Ensino Fundamental completo o índice é 90,4%. Por estado, os indicadores de mães sem o fundamental completo são: Goiás (83,8%), Mato Grosso do Sul (86,3%), Mato Grosso (87,8%), Distrito Federal (88,7%).

“Embora esses dados indiquem que as desigualdades são maiores nos recortes maternos, nós percebemos que esses marcadores, infelizmente, também são característicos de mulheres pretas e pobres no nosso país, como mães jovens, de baixa escolaridade e trabalho informal”, avalia Mariana Luz. “Isso indica que o problema não é exclusivo no o à educação, mas é também de emancipação das mulheres e dos negros, além da quebra de ciclos intergeracionais de pobreza”, finaliza a CEO da Fundação.

A região Centro-Oeste, chama atenção ainda como a que possui maior defasagem em relação à frequência escolar de crianças que residem com apenas um adulto. Em 2019, a taxa para famílias monoparentais nessa região foi de 83,1% e a de famílias não-monoparentais foi de 89,9%. Este resultado decorre, especialmente, da situação observada em Goiás, que apresentou um resultado de 72,1% e 87,4%, respectivamente, para os mesmos indicadores.

Zonas urbana x rural 54i69

No Brasil, a porcentagem de crianças entre quatro e cinco anos de idade que frequentam a escola é menor nas localidades rurais, com uma diferença de 3% em 2019.

A região Centro-Oeste apresenta o segundo menor índice de frequência escolar de crianças dessa faixa etária nas zonas rurais (85,8%), no Brasil. Na mesma região, o índice do domicílio urbano é de 89,6%. O Mato Grosso do Sul (77,7%) é um exemplo de estado com uma das mais baixas taxas de escolarização em domicílios rurais no País.

Para o presidente da Undime, é fundamental a formulação de estratégias que respondam ao desafio de garantir pré-escola de qualidade para todas as crianças e tragam-nas de volta à escola, com oportunidades de aprendizagem. “É indispensável que a gente trabalhe para termos ações robustas e coesas de busca ativa dessas crianças, que se amplie o o à educação infantil com qualidade e que realizemos o monitoramento dessas iniciativas para que o direito constitucional à Educação seja efetivamente garantido, com equidade, para todos”, diz Garcia.

Com o apoio técnico da Quantis Consultoria, o estudo avaliou as taxas de frequência de crianças na pré-escola segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) de 2019, da PNAD (2005-2015) e do Censo Demográfico (2010), com análises produzidas em 2019. A ausência de resultados mais recentes se dá pela não publicação de novos dados da PNAD sobre o tema.