
Desde a pandemia, cursos de graduação à distância tomaram conta do país e representaram uma democratização do o ao ensino superior. É o que explica o presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) e membro da Câmara da Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE), Celso Niskier. Durante entrevista ao CB.Poder — programa da TV Brasília em parceria com o Correio — desta quinta-feira (13/3), Niskier discutiu a relevância do ensino à distância, além dos desafios em incorporar a inteligência artificial no meio educacional de forma sustentável.
“Eu acredito que o ensino à distância democratizou o ensino superior em muitos lugares, em muitos municípios que não tinham condições de receber uma faculdade presencial tradicional. Isso foi um ponto muito positivo. Hoje, mais da metade dos jovens que estão no ensino superior estudam em modalidade à distância”, diz Niskier.
Segundo o presidente, existe um novo marco regulatório sendo elaborado pelo Ministério da Educação sobre o EAD. “Nós do setor da educação, tivemos uma participação consultiva, ou seja, podemos opinar sobre as novas regras. Uma das boas notícias, segundo o que soubemos, é que vai se formalizar o formato semipresencial, uma espécie de híbrido para o EAD. Eu acho que é importante entender que como está, não está suficientemente bom. Nós podemos melhorar”, ressalta.
Niskier explica que o MEC irá definir quais são os cursos que poderão ser à distância, quais que terão que ser exclusivamente na modalidade presencial. No entanto, para ele, é preciso considerar o mundo digital em que os jovens estão inseridos para pensar na graduação à distância.
“No projeto educacional do país, não podemos voltar para um modelo que não existe mais na vida e na presença do jovem. Nossa preocupação tem sido apoiar as inovações para que, mesmo considerando as características de cada curso, nós tenhamos chance de permitir a flexibilidade que a que a tecnologia traz, ou seja, não inibir a inovação, não inibir a tecnologia presente na vida do jovem, sob a pena dele perder a vontade de fazer curso superior”, comenta.
“No Brasil, a educação ainda é um sinalizador de competências, de habilidades. Ainda permite uma renda média maior do que quem não tem o ensino superior, ainda é um bom investimento no Brasil”, argumenta Niskier.
Além disso, Niskier se considera um aliado das novas tecnologias e acredita que a inteligência artificial é um novo o para a educação. “A inteligência artificial traz um potencial enorme de personalizar a experiência do aluno. Aqueles que têm mais facilidade de aprendizagem, aqueles que têm menos (facilidade), aqueles que têm interesses em outras áreas. Hoje, as ferramentas de aprendizagem adaptativa e os modelos preditivos conseguem dizer para o professor quais as dificuldades prováveis daquele aluno, para que o educador consiga direcionar o conteúdo para aquelas características. Então, o primeiro potencial da inteligência artificial é a personalização da aprendizagem”, explica.
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Além disso, segundo Niskier, os modelos preditivos permitem descobrir quais alunos têm mais potencial de sucesso ou de evasão, apenas com o perfil escolar. “Muitos professores pensam assim 'nós vamos perder a nossa função como professores, como educadores'. Mas não, nós vamos realizar melhor a nossa função ao educar de uma maneira única cada aluno na sua capacidade de aprender, valorizando o professor no seu papel de mentor, permitindo que os processos, as escolhas, as trilhas sejam flexibilizadas de acordo com a característica de cada aluno. Tudo isso se torna potencial com as ferramentas da inteligência artificial”, completa.
*Estagiária sob a supervisão de Ronayre Nunes
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