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Entre elas, a de influenciador digital. Ao que tudo indica, o futuro chegou. E o Brasil j&aacute; &eacute; visto como o pa&iacute;s dos influenciadores.&nbsp;Estudo da multinacional Nielsen Media Research&nbsp;mostra que no pa&iacute;s existem, hoje, pelo menos 500 mil influenciadores com&nbsp;no m&iacute;nimo 10 mil seguidores cada. &Eacute; mais do que o n&uacute;mero de engenheiros civis (455 mil) e dentistas (374 mil), e por pouco empata com o total de m&eacute;dicos (502 mil).</p> <p class="texto">O gerente de marketing da Codashop Brasil e especialista em marketing Raphael Negr&atilde;o, observa que o influenciador nada mais &eacute; que um contador de hist&oacute;rias. "No final das contas, n&atilde;o seguimos pessoas, mas suas hist&oacute;rias e a forma como elas s&atilde;o contadas. O criador de conte&uacute;do precisa prestar aten&ccedil;&atilde;o em como o p&uacute;blico est&aacute; consumindo essa hist&oacute;ria nas plataformas", exp&otilde;e. Assim, afirma ele, a competi&ccedil;&atilde;o gira em torno de quem tem a melhor narrativa. "Se o enredo for bem contado, ele tende a alcan&ccedil;ar mais pessoas", ensina.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/08/23/400x526/1_raphael_negrao-26288534.jpg" width="400" height="526" layout="responsive" alt="Negr&atilde;o: &quot;N&atilde;o seguimos pessoas, mas suas hist&oacute;rias e como elas s&atilde;o contadas&quot;"></amp-img> <figcaption> MARCOPINTO - <b>Negr&atilde;o: &quot;N&atilde;o seguimos pessoas, mas suas hist&oacute;rias e como elas s&atilde;o contadas&quot;</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">Com mais de 10 anos de experi&ecirc;ncia na &aacute;rea de marketing e publicidade, Negr&atilde;o compara o cen&aacute;rio de influenciadores digitais de hoje ao de seis anos atr&aacute;s. Agora, observa, os micro influenciadores ganham espa&ccedil;o e s&atilde;o, muitas vezes, preferidos pelas marcas em rela&ccedil;&atilde;o aos grandes influenciadores.</p> <p class="texto">A mestre em istra&ccedil;&atilde;o e professora do Instituto Presbiteriano Mackenzie Mariana Munis &eacute; mais uma a afirmar que o Brasil &eacute; um mercado muito maduro e promissor para os influenciadores, mas pondera que, para atingir o t&atilde;o sonhado sucesso, &eacute; preciso trabalhar com nichos.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/09/02/400x526/1_mariana_munis_26288420-26363521.jpeg" width="399" height="526" layout="responsive" alt="Mariana Munis, mestre em istra&ccedil;&atilde;o"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>Mariana Munis, mestre em istra&ccedil;&atilde;o</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">A ag&ecirc;ncia de marketing SamyRoad elencou os tipos de influenciadores de acordo com os seguidores e o faturamento. Os mega influenciadores, com mais de um milh&atilde;o de seguidores, faturam, em m&eacute;dia, R$ 500 mil por m&ecirc;s. Os macro influenciadores, aqueles que t&ecirc;m entre 200 mil e um milh&atilde;o de seguidores, ganham em torno de R$ 100 mil mensais. Os m&eacute;dios, que figuram na faixa entre 20 mil e 200 mil seguidores, tem faturamento de R$ 30 mil. J&aacute; os micro influenciadores, que possuem entre 10 mil e 20 mil seguidores, recebem at&eacute; R$ 15 mil mensalmente.</p> <h3>Bras&iacute;lia no mapa dos influenciadores</h3> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/08/10/400x526/1_100822mj_12-26208287.jpg" width="399" height="526" layout="responsive" alt=" Andr&eacute; Martins "></amp-img> <figcaption>Minervino J&uacute;nior/CB/D.A.Press - <b> Andr&eacute; Martins </b></figcaption> </div></p> <p class="texto">Bras&iacute;lia n&atilde;o escapa do fen&ocirc;meno que alcan&ccedil;a o resto do pa&iacute;s. Os influenciadores digitais tamb&eacute;m conquistaram espa&ccedil;o no quadradinho, como &eacute; o caso de Andr&eacute; Martins, 21 anos. Com quase dois milh&otilde;es de seguidores em suas redes sociais, ele conta que sempre gostou de registrar tudo o que via e, ainda crian&ccedil;a, andava com uma c&acirc;mera na m&atilde;o tirando foto de todo mundo, mas nunca planejou transformar a brincadeira em profiss&atilde;o. Estudante de jornalismo, ele come&ccedil;ou a produzir conte&uacute;dos em 2016 e viu seu perfil crescer durante a pandemia.</p> <p class="texto">Com mais tempo para se dedicar &agrave;s redes, o que at&eacute; ent&atilde;o era um hobby se transformou em trabalho de forma r&aacute;pida. "No final de 2019, eu comecei a ganhar muitos seguidores. Logo em seguida, fui convidado pelo pr&oacute;prio TikTok para um evento em S&atilde;o Paulo, e foi onde realmente entendi a propor&ccedil;&atilde;o de tudo que estava acontecendo", conta Andr&eacute;.</p> <p class="texto">Com uma rotina puxada, o influenciador explica como equilibra a vida p&uacute;blica aos compromissos de faculdade, est&aacute;gio e cursos. "Agora j&aacute; &eacute; mais natural. Meus amigos j&aacute; entendem a minha vida p&uacute;blica, ent&atilde;o eles mesmos me ajudam, dando ideias para gravar, participando dos meus v&iacute;deos, assim como a minha fam&iacute;lia. Mas, obviamente, nossa vida n&atilde;o se resume &agrave;queles 15 segundos dos stories. Vivo muita coisa que n&atilde;o posto. Apesar da minha vida ser meu trabalho, e meu trabalho ser minha vida, &eacute; preciso dividir para n&atilde;o virar uma coisa s&oacute;", afirma.</p> <p class="texto">Andr&eacute; conta que ainda se surpreende com as particularidades de cada plataforma e que aprendeu a lidar com os desafios de trabalhar com a internet. "A internet &eacute; o pior e o melhor lugar para lidar com frustra&ccedil;&otilde;es e expectativas, porque a gente convive diariamente com n&uacute;meros. Ent&atilde;o, realmente, &eacute; saber lidar, porque isso afeta muito, principalmente o psicol&oacute;gico. &Eacute; tentar sempre dar o seu melhor e n&atilde;o ligar exatamente para o que o algoritmo est&aacute; dizendo, mas sim para conte&uacute;do de qualidade", diz.</p> <p class="texto">Para ele, existe espa&ccedil;o para todos nas redes sociais, o segredo &eacute; ser aut&ecirc;ntico. "A pessoa conquista seu espa&ccedil;o a partir do momento em que extravasa a sua personalidade, seu carisma, o jeito que edita os v&iacute;deos. Exatamente porque cada pessoa &eacute; &uacute;nica, ent&atilde;o n&atilde;o tem como copiar. O p&uacute;blico vai se aproximar porque v&atilde;o se identificar com o jeito que voc&ecirc; &eacute;", diz.</p> <p class="texto">Segundo o influenciador, para fazer parte desse universo basta dar o primeiro o. "Parece clich&ecirc;, mas &eacute; fato: n&atilde;o &eacute; preciso ter o melhor celular, a melhor ilumina&ccedil;&atilde;o, o melhor cen&aacute;rio. Basta come&ccedil;ar com o que se tem e fazer do seu jeitinho. No come&ccedil;o voc&ecirc; n&atilde;o vai ter a melhor edi&ccedil;&atilde;o, a melhor t&eacute;cnica de filmagem, mas uma coisa que aprendi &eacute; que o feito &eacute; melhor que perfeito. Ent&atilde;o, &eacute; s&oacute; come&ccedil;ar", afirma.</p> <h3>"Bem-vindos ao surto coletivo"</h3> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/08/17/400x526/1_lucas_rangel_1-26247510.jpg" width="400" height="526" layout="responsive" alt="Lucas Rangel"></amp-img> <figcaption>Divulga&ccedil;&atilde;o/Jo&atilde;o Moura - <b>Lucas Rangel</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">Youtuber, TikToker, produtor de conte&uacute;do e empres&aacute;rio. Aos 25 anos, o influenciador Lucas Rangel j&aacute; fez quase tudo na internet. Com mais de 61 milh&otilde;es de seguidores, ele foi pioneiro na profiss&atilde;o de influenciador digital e ajudou a instituir a carreira. Aos que desejam fazer parte desse mundo, Lucas tem a resposta na ponta da l&iacute;ngua: "Bem-vindo ao surto coletivo", diz, alertando que &eacute; preciso estar preparado para o que der e vier.</p> <p class="texto">Lucas ficou famoso por meio dos seus v&iacute;deos de seis segundos para o aplicativo Vine, plataforma extinta do Twitter. Aos 16 anos e no ensino m&eacute;dio, em 2013 ele j&aacute; fazia seu nome ao se tornar o maior Viner do Brasil. Considerado um "dinossauro" da internet, Rangel explica que a motiva&ccedil;&atilde;o para quem decidia produzir conte&uacute;do ainda n&atilde;o era financeira. "&Agrave;s vezes a gente queria ser Youtuber, queria ser tuiteiro, que na &eacute;poca eram as redes que bombavam. Mas por causa da fama, porque o dinheiro n&atilde;o vinha da forma que acontece hoje."</p> <p class="texto">Do Vine ao TikTok, Lucas Rangel gera engajamento por onde quer que v&aacute;. No TikTok, por exemplo, s&atilde;o mais de 18 milh&otilde;es de seguidores e 440 milh&otilde;es de curtidas em seu perfil. Seus v&iacute;deos chegam a bater milh&otilde;es de visualiza&ccedil;&otilde;es. Ele afirma que, para se manter no topo, &eacute; preciso transitar entre as plataformas. "O p&uacute;blico transita para novas redes, novos conte&uacute;dos, novos formatos, porque existe sempre uma necessidade de estar em um novo lugar, de conhecer algo novo. &Eacute; o que sempre falo com influenciadores que est&atilde;o h&aacute; mais tempo na &aacute;rea, como eu." Amigo de influenciadores como Gkay e em um relacionamento com Lucas Bley, Rangel ressalta a import&acirc;ncia de saber ceder. "A gente n&atilde;o pode se colocar no lugar de n&atilde;o ceder a trends, porque n&atilde;o funciona assim. O p&uacute;blico vai para esse lugar e a&iacute; voc&ecirc; vai perd&ecirc;-los se voc&ecirc; n&atilde;o for."</p> <p class="texto">H&aacute; quase 10 anos produzindo conte&uacute;do para a internet, Rangel chegou a publicar um livro, comandar o programa de TV Rangel, C&acirc;mera, A&ccedil;&atilde;o!, no SBT, e estreou na plataforma de streaming Netflix com o filme Flops: Agentes Nada Secretos. Ele conta, ainda, que o mais dif&iacute;cil n&atilde;o &eacute; alcan&ccedil;ar a popularidade, mas mant&ecirc;-la. "O trabalho de influenciador vai muito al&eacute;m de postar um v&iacute;deo de 15 segundos ou um conte&uacute;do viral no YouTube. O segredo do trabalho do influenciador &eacute; se manter, porque viralizar &eacute; muito f&aacute;cil. O neg&oacute;cio &eacute; viralizar por 10 anos", diz.</p> <p class="texto"><strong>REDES SOCIAIS</strong></p> <h3>Conte&uacute;dos bem elaborados podem se transformar em belas cifras</h3> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/09/02/400x526/1_1-26363385.jpeg" width="399" height="526" layout="responsive" alt="Maria L&uacute;cia: vida simples, com alegria, mostrando sempre o lado positivo"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>Maria L&uacute;cia: vida simples, com alegria, mostrando sempre o lado positivo</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">Agricultora aposentada, ex-bab&aacute;, ex-cozinheira e m&atilde;e de quatro filhos, a potiguar Maria L&uacute;cia Pereira, 58 anos, virou fen&ocirc;meno nas redes sociais ao compartilhar a vida exatamente como ela &eacute;. Em meio a conte&uacute;dos que fabricam a ilus&atilde;o de uma vida perfeita, ela faz sucesso mostrando a vida real em formato de vlog. A &ldquo;influencer da ro&ccedil;a&rdquo;, como ficou conhecida, acumula mais de tr&ecirc;s milh&otilde;es de seguidores em suas redes. Na cidade de Riachuelo, no interior do Rio Grande do Norte, exibe sua rotina de acordar cedo, cozinhar, alimentar seus animais e cuidar da casa. Para ela, o segredo para ter viralizado tanto &eacute; o sorriso no rosto. &ldquo;As pessoas acham legal mostrar o dia a dia, a vida simples, com alegria, vendo sempre o lado positivo de tudo, sem reclamar&rdquo;, diz.</p> <p class="texto">Nascida em Cai&ccedil;ara do Rio do Vento, no Rio Grande do Norte, Maria L&uacute;cia lembra a &eacute;poca em que morou em Natal e em S&atilde;o Paulo. Conta que gosta dos centros urbanos, mas prefere morar na &aacute;rea rural. "Estou sempre voltando para a ro&ccedil;a, para as minhas ra&iacute;zes", afirma. Ela explica que quem come&ccedil;ou a postar foi sua filha. "Ela teve a ideia de comprar uma sobremesa e fazer um v&iacute;deo para mostrar aos irm&atilde;os." Pensando estar fazendo um v&iacute;deo para os filhos, Maria L&uacute;cia se assustou quando, 24 horas depois, se deparou com mais de cem seguidores em seu perfil.</p> <p class="texto">Os v&iacute;deos de Maria L&uacute;cia ganharam visibilidade nacional de forma r&aacute;pida. Com quase um ano de postagens &mdash; a primeira foi em outubro de 2021 &mdash;, os conte&uacute;dos come&ccedil;aram a dar retorno financeiro. "Eu estou caindo na real, vendo que d&aacute; pra viver das redes sociais."</p> <p class="texto">A experi&ecirc;ncia com as redes ensinou Maria L&uacute;cia que ser genu&iacute;no pode levar qualquer um longe. E at&eacute; arrisca dicas para quem sonha em trabalhar com a internet. "As pessoas gostam da realidade. Tem gente que j&aacute; me viu pessoalmente e diz que eu sou igualzinha aos v&iacute;deos. N&atilde;o sou de maquiagem, de filtro. Sou a mesma Maria dos v&iacute;deos."</p> <h3>Novos projetos</h3> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/09/02/ramon_3_26247787-26363402.jpeg" width="399" height="526" layout="responsive" alt="Ramon Vitor: &quot;Minha realidade mudou&quot;"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>Ramon Vitor: &quot;Minha realidade mudou&quot;</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">Ramon Vitor Teodoro de Freitas, 22, tamb&eacute;m aposta no sucesso ao compartilhar sua rotina. Nascido e criado em S&atilde;o Paulo, ele decidiu se mudar para Ilh&eacute;us, na Bahia, no fim de 2021, para ficar mais pr&oacute;ximo da m&atilde;e. A hist&oacute;ria de Ramon com a internet &eacute; antiga. Ele conta que encontrou na internet o melhor ref&uacute;gio para os problemas que enfrentava na cidade grande. Foi quando conheceu o YouTube. &ldquo;O primeiro v&iacute;deo que apareceu come&ccedil;ou com &lsquo;Oi, oi, gente, meu nome &eacute; K&eacute;fera&rsquo;. Um ano depois, no fim de 2013, come&ccedil;ou a postar v&iacute;deos na rede e se apaixonou pela carreira</p> <p class="texto">O processo para Vitor se encontrar como produtor de conte&uacute;do foi longo. &ldquo;Quando morava em S&atilde;o Paulo, tinha um grupo de amigos que tamb&eacute;m gravava e a gente observava o que o outro ia fazendo, o que estava em alta.&rdquo; Mas Ramon n&atilde;o se sentia representado pelo conte&uacute;do que entregava. &ldquo;Eu queria que as pessoas conhecessem quem era o Ramon, o que eu gosto, mas os v&iacute;deos que eu fazia n&atilde;o avam a minha ess&ecirc;ncia. Depois que vim pra Ilh&eacute;us, minha realidade mudou. A minha casinha &eacute; bem mais simples comparada ao padr&atilde;o da internet.E eu pensei: &lsquo;eu vou fazer dessas dificuldades o meu conte&uacute;do&rsquo;.&rdquo;</p> <p class="texto">Desde 2013 na internet, Ramon chegou a alcan&ccedil;ar 500 mil seguidores em 2021, mas n&atilde;o fazia dinheiro com os v&iacute;deos. Com mais de oito milh&otilde;es de seguidores no TikTok e 772 mil no Instagram, o influenciador ainda trabalha em um quiosque na praia, onde pode gravar sua rotina. Agora, com novos projetos em mente, ele relata que o trabalho como influenciador tamb&eacute;m encontra burocracias. Na mais recente parceria fechada, ele conta que precisar&aacute; esperar tr&ecirc;s meses para receber o valor acordado. Como &ldquo;as contas n&atilde;o param de chegar&rdquo;, o jovem continua trabalhando.</p> <h3>Camaleoa</h3> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/09/02/400x526/1_juliana_goes_2_26247377-26363419.jpg" width="400" height="526" layout="responsive" alt="Juliana Goes: movimento inconsciente"></amp-img> <figcaption> Arquivo Pessoal - <b>Juliana Goes: movimento inconsciente</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">A jornalista Juliana Goes, 37, se especializou em redirecionar suas rotas no meio digital. A criadora de conte&uacute;do j&aacute; transitou entre v&aacute;rios nichos e re&uacute;ne muitas personas em uma s&oacute;. Na internet desde 2009, a influenciadora, blogueira e ex-BBB se encontrou no caminho do autoconhecimento e lifestyle. &ldquo;Isso &eacute; muito caracter&iacute;stico da minha ess&ecirc;ncia. Hoje, quando olho para tr&aacute;s, sou muito feliz porque vejo que foi um movimento inconsciente&rdquo;, diz</p> <p class="texto">A influenciadora digital conta que os anos de experi&ecirc;ncia a ensinaram sobre versatilidade. &ldquo;&Eacute; preciso acreditar no seu papel e reproduzir seu conte&uacute;do em diferentes linguagens para diversas plataformas&rdquo;, afirma. Ela entende a necessidade de estar aberta a novos aplicativos e praticar o desapego, mas ressalta a import&acirc;ncia de manter um crit&eacute;rio na hora de decidir o que postar. &ldquo;N&atilde;o quero me vender nem perder minha autenticidade, mas ainda sou um ve&iacute;culo. Ainda tenho um lado comercial e preciso, de alguma forma, ter uma estrat&eacute;gia.&rdquo;</p> <p class="texto">Juliana conta que, por anos, se incomodou com o r&oacute;tulo de ex-BBB. &ldquo;Sei que foi um momento important&iacute;ssimo da minha hist&oacute;ria, mas at&eacute; ent&atilde;o era como se o resto fosse irrelevante. Mexia muito com minha identidade. Hoje, n&atilde;o me importo que esteja em pauta, mas me sinto como outra Juliana. &Eacute; dif&iacute;cil achar uma palavra s&oacute;, porque essa multiplicidade &eacute; importante para mim. Sou empreendedora, investidora, tenho muitos pap&eacute;is. Mas ainda sou a Juliana jornalista, comunicadora, criadora de conte&uacute;do. E ex-BBB tamb&eacute;m.&rdquo;</p> <h3>"A vida de influencer me escolheu"</h3> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/09/02/400x526/1_1-26363079.jpeg" width="400" height="526" layout="responsive" alt="Lucas Bley: &quot;As coisas acontecem naturalmente&quot;"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>Lucas Bley: &quot;As coisas acontecem naturalmente&quot;</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">O ex-estudante de medicina Lucas Bley, 30, n&atilde;o premeditou a sua carreira como influenciador digital. S&oacute; considerou produzir conte&uacute;do para internet depois de tornar p&uacute;blico o seu relacionamento com Lucas Rangel. Durante os sete primeiros meses de namoro, Bley preferiu manter o anonimato. "N&atilde;o foi algo em que eu pensei 'vou entrar na internet para trabalhar'. Eu nem sabia como &eacute; que funcionava, para ser sincero. As coisas v&atilde;o acontecendo bem naturalmente e de degrau em degrau", afirma.</p> <p class="texto">Em 16 de junho de 2021, Bley e Rangel anunciaram o namoro. Em 22 de julho, Bley come&ccedil;ou a postar publicamente no seu perfil pessoal do Instagram, criado para compartilhar fotos e v&iacute;deos com familiares e amigos pr&oacute;ximos.</p> <p class="texto">"Eu comecei a fazer os v&iacute;deos conforme fui entendendo o que o pessoal queria, porque tudo come&ccedil;ou com quem queria me conhecer. Fui bem no meu tempo, entendendo dos meus gostos, criando e pensando no que eu podia levar para eles me conhecerem."</p> <p class="texto">Bley conta que depois que come&ccedil;ou a trabalhar com a internet sua vida virou do avesso. "Antes eu era uma pessoa totalmente t&iacute;mida, que ficava no cantinho da biblioteca, ando horas e horas estudando medicina. Agora, tive que lidar com um lado que nem eu mesmo conhecia de verdade, de cria&ccedil;&atilde;o, de ideias, de anima&ccedil;&atilde;o. Um lado meu que estava escondido. Hoje eu amo e vejo que tenho muito mais prazer em estar nessa &aacute;rea", afirma.</p> <p class="texto">Apesar dos mais de tr&ecirc;s milh&otilde;es de seguidores nas redes sociais, Bley ainda n&atilde;o se considera uma pessoa famosa ou com vida p&uacute;blica. "Sempre tentei preservar essa parte do anonimato, pelo menos na minha cabe&ccedil;a", afirma.</p> <h3>Compromisso com o p&uacute;blico</h3> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/08/17/400x526/1_nath_financas_2-26247683.jpg" width="400" height="526" layout="responsive" alt="Nath&aacute;lia Rodrigues: &quot;Conte&uacute;do &eacute; informa&ccedil;&atilde;o&quot;"></amp-img> <figcaption>Divulga&ccedil;&atilde;o/ Pedro Campos - <b>Nath&aacute;lia Rodrigues: &quot;Conte&uacute;do &eacute; informa&ccedil;&atilde;o&quot;</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">Nath&aacute;lia Rodrigues na certid&atilde;o, na internet, Nath Finan&ccedil;as. A educadora financeira destaca a import&acirc;ncia de produzir conte&uacute;dos respons&aacute;veis e de credibilidade. Considerada a nona maior influenciadora de finan&ccedil;as do Brasil em pesquisa realizada pela ag&ecirc;ncia Nexxt Communications, Nath&aacute;lia conta que come&ccedil;ou a produzir conte&uacute;do quando ainda era estagi&aacute;ria, para falar sobre educa&ccedil;&atilde;o financeira com o p&uacute;blico de baixa renda. "Quando eu criei o canal, foi com a proje&ccedil;&atilde;o de ajudar outras pessoas como eu, que eram trabalhadores assalariados, bolsistas, estudantes, quem estava no corre", afirma.</p> <p class="texto">O objetivo n&atilde;o mudou. Agora formada em istra&ccedil;&atilde;o e com renda exclusiva do trabalho como influenciadora, Nath&aacute;lia diz que falar sobre finan&ccedil;as para seu p&uacute;blico ainda &eacute; um desafio. "Agora eu tenho uma situa&ccedil;&atilde;o financeira mais confort&aacute;vel, mas a gente sabe que o p&uacute;blico que me acompanha est&aacute; ando por dificuldades, est&aacute; usando o cart&atilde;o de cr&eacute;dito para fazer compras essenciais. &Eacute; muito desafiador para mim, como Nath&aacute;lia, como orientadora financeira, trazer esse conte&uacute;do de forma &iacute;vel, e tamb&eacute;m ter a consci&ecirc;ncia de classe de que a educa&ccedil;&atilde;o financeira n&atilde;o vai resolver todos os problemas do mundo, mas vai ajudar a pelo menos n&atilde;o ter uma bola de neve e evitar armadilhas", diz.</p> <p class="texto">Nath&aacute;lia conta que trabalhar com a internet reestruturou n&atilde;o apenas a sua vida financeira, mas a sua forma de se relacionar. "As pessoas tamb&eacute;m mudaram. Elas n&atilde;o enxergaram a Nath&aacute;lia Rodrigues, enxergaram a Nath Finan&ccedil;as. E n&atilde;o &eacute; ruim, mas as pessoas olharam para o que eu tenho, e n&atilde;o para o que eu sou. Quando voc&ecirc; tem fama e, consequentemente, dinheiro, isso mexe com suas rela&ccedil;&otilde;es, porque algumas acabam n&atilde;o ficando."</p> <p class="texto">Ciente da demanda da internet por v&iacute;deos mais curtos, Nath&aacute;lia explica que prefere utilizar a ferramenta apenas para apresentar o seu perfil a novas pessoas. "N&atilde;o gosto de deixar em 15 segundos os dados sobre finan&ccedil;as, porque o meu conte&uacute;do &eacute; uma informa&ccedil;&atilde;o. E se a gente faltar com uma palavra, um texto, acaba causando a desinforma&ccedil;&atilde;o", diz. Com mais seguidores no Twitter (520 mil) que no Instagram (457 mil), ela afirma que n&atilde;o tem o sonho de viralizar na internet, como muitos t&ecirc;m. Prefere ser reconhecida aos poucos. "Prefiro crescer de cem em cem, de mil em mil, do que, de repente, ter um milh&atilde;o, 500 mil seguidores. 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Eu, Estudante 6rh50

Redes sociais

Legião de influenciadores digitais cresce no Brasil 4c1m9

O Brasil figura entre os países com mais influenciadores com seguidores no planeta. Pelo menos 500 mil personalidades da área detém o poder de inspirar legiões. 4tt4e

Na última década, especialistas já sugeriam um cenário em que ocupações tradicionais deixariam o protagonismo para que profissões do futuro ganhassem os holofotes. Entre elas, a de influenciador digital. Ao que tudo indica, o futuro chegou. E o Brasil já é visto como o país dos influenciadores. Estudo da multinacional Nielsen Media Research mostra que no país existem, hoje, pelo menos 500 mil influenciadores com no mínimo 10 mil seguidores cada. É mais do que o número de engenheiros civis (455 mil) e dentistas (374 mil), e por pouco empata com o total de médicos (502 mil).

O gerente de marketing da Codashop Brasil e especialista em marketing Raphael Negrão, observa que o influenciador nada mais é que um contador de histórias. "No final das contas, não seguimos pessoas, mas suas histórias e a forma como elas são contadas. O criador de conteúdo precisa prestar atenção em como o público está consumindo essa história nas plataformas", expõe. Assim, afirma ele, a competição gira em torno de quem tem a melhor narrativa. "Se o enredo for bem contado, ele tende a alcançar mais pessoas", ensina.

MARCOPINTO - Negrão: "Não seguimos pessoas, mas suas histórias e como elas são contadas"

Com mais de 10 anos de experiência na área de marketing e publicidade, Negrão compara o cenário de influenciadores digitais de hoje ao de seis anos atrás. Agora, observa, os micro influenciadores ganham espaço e são, muitas vezes, preferidos pelas marcas em relação aos grandes influenciadores.

A mestre em istração e professora do Instituto Presbiteriano Mackenzie Mariana Munis é mais uma a afirmar que o Brasil é um mercado muito maduro e promissor para os influenciadores, mas pondera que, para atingir o tão sonhado sucesso, é preciso trabalhar com nichos.

Arquivo Pessoal - Mariana Munis, mestre em istração

A agência de marketing SamyRoad elencou os tipos de influenciadores de acordo com os seguidores e o faturamento. Os mega influenciadores, com mais de um milhão de seguidores, faturam, em média, R$ 500 mil por mês. Os macro influenciadores, aqueles que têm entre 200 mil e um milhão de seguidores, ganham em torno de R$ 100 mil mensais. Os médios, que figuram na faixa entre 20 mil e 200 mil seguidores, tem faturamento de R$ 30 mil. Já os micro influenciadores, que possuem entre 10 mil e 20 mil seguidores, recebem até R$ 15 mil mensalmente.

Brasília no mapa dos influenciadores 1g5f22

Minervino Júnior/CB/D.A.Press - André Martins

Brasília não escapa do fenômeno que alcança o resto do país. Os influenciadores digitais também conquistaram espaço no quadradinho, como é o caso de André Martins, 21 anos. Com quase dois milhões de seguidores em suas redes sociais, ele conta que sempre gostou de registrar tudo o que via e, ainda criança, andava com uma câmera na mão tirando foto de todo mundo, mas nunca planejou transformar a brincadeira em profissão. Estudante de jornalismo, ele começou a produzir conteúdos em 2016 e viu seu perfil crescer durante a pandemia.

Com mais tempo para se dedicar às redes, o que até então era um hobby se transformou em trabalho de forma rápida. "No final de 2019, eu comecei a ganhar muitos seguidores. Logo em seguida, fui convidado pelo próprio TikTok para um evento em São Paulo, e foi onde realmente entendi a proporção de tudo que estava acontecendo", conta André.

Com uma rotina puxada, o influenciador explica como equilibra a vida pública aos compromissos de faculdade, estágio e cursos. "Agora já é mais natural. Meus amigos já entendem a minha vida pública, então eles mesmos me ajudam, dando ideias para gravar, participando dos meus vídeos, assim como a minha família. Mas, obviamente, nossa vida não se resume àqueles 15 segundos dos stories. Vivo muita coisa que não posto. Apesar da minha vida ser meu trabalho, e meu trabalho ser minha vida, é preciso dividir para não virar uma coisa só", afirma.

André conta que ainda se surpreende com as particularidades de cada plataforma e que aprendeu a lidar com os desafios de trabalhar com a internet. "A internet é o pior e o melhor lugar para lidar com frustrações e expectativas, porque a gente convive diariamente com números. Então, realmente, é saber lidar, porque isso afeta muito, principalmente o psicológico. É tentar sempre dar o seu melhor e não ligar exatamente para o que o algoritmo está dizendo, mas sim para conteúdo de qualidade", diz.

Para ele, existe espaço para todos nas redes sociais, o segredo é ser autêntico. "A pessoa conquista seu espaço a partir do momento em que extravasa a sua personalidade, seu carisma, o jeito que edita os vídeos. Exatamente porque cada pessoa é única, então não tem como copiar. O público vai se aproximar porque vão se identificar com o jeito que você é", diz.

Segundo o influenciador, para fazer parte desse universo basta dar o primeiro o. "Parece clichê, mas é fato: não é preciso ter o melhor celular, a melhor iluminação, o melhor cenário. Basta começar com o que se tem e fazer do seu jeitinho. No começo você não vai ter a melhor edição, a melhor técnica de filmagem, mas uma coisa que aprendi é que o feito é melhor que perfeito. Então, é só começar", afirma.

"Bem-vindos ao surto coletivo" 6845v

Divulgação/João Moura - Lucas Rangel

Youtuber, TikToker, produtor de conteúdo e empresário. Aos 25 anos, o influenciador Lucas Rangel já fez quase tudo na internet. Com mais de 61 milhões de seguidores, ele foi pioneiro na profissão de influenciador digital e ajudou a instituir a carreira. Aos que desejam fazer parte desse mundo, Lucas tem a resposta na ponta da língua: "Bem-vindo ao surto coletivo", diz, alertando que é preciso estar preparado para o que der e vier.

Lucas ficou famoso por meio dos seus vídeos de seis segundos para o aplicativo Vine, plataforma extinta do Twitter. Aos 16 anos e no ensino médio, em 2013 ele já fazia seu nome ao se tornar o maior Viner do Brasil. Considerado um "dinossauro" da internet, Rangel explica que a motivação para quem decidia produzir conteúdo ainda não era financeira. "Às vezes a gente queria ser Youtuber, queria ser tuiteiro, que na época eram as redes que bombavam. Mas por causa da fama, porque o dinheiro não vinha da forma que acontece hoje."

Do Vine ao TikTok, Lucas Rangel gera engajamento por onde quer que vá. No TikTok, por exemplo, são mais de 18 milhões de seguidores e 440 milhões de curtidas em seu perfil. Seus vídeos chegam a bater milhões de visualizações. Ele afirma que, para se manter no topo, é preciso transitar entre as plataformas. "O público transita para novas redes, novos conteúdos, novos formatos, porque existe sempre uma necessidade de estar em um novo lugar, de conhecer algo novo. É o que sempre falo com influenciadores que estão há mais tempo na área, como eu." Amigo de influenciadores como Gkay e em um relacionamento com Lucas Bley, Rangel ressalta a importância de saber ceder. "A gente não pode se colocar no lugar de não ceder a trends, porque não funciona assim. O público vai para esse lugar e aí você vai perdê-los se você não for."

Há quase 10 anos produzindo conteúdo para a internet, Rangel chegou a publicar um livro, comandar o programa de TV Rangel, Câmera, Ação!, no SBT, e estreou na plataforma de streaming Netflix com o filme Flops: Agentes Nada Secretos. Ele conta, ainda, que o mais difícil não é alcançar a popularidade, mas mantê-la. "O trabalho de influenciador vai muito além de postar um vídeo de 15 segundos ou um conteúdo viral no YouTube. O segredo do trabalho do influenciador é se manter, porque viralizar é muito fácil. O negócio é viralizar por 10 anos", diz.

REDES SOCIAIS

Conteúdos bem elaborados podem se transformar em belas cifras 5w2sg

Arquivo Pessoal - Maria Lúcia: vida simples, com alegria, mostrando sempre o lado positivo

Agricultora aposentada, ex-babá, ex-cozinheira e mãe de quatro filhos, a potiguar Maria Lúcia Pereira, 58 anos, virou fenômeno nas redes sociais ao compartilhar a vida exatamente como ela é. Em meio a conteúdos que fabricam a ilusão de uma vida perfeita, ela faz sucesso mostrando a vida real em formato de vlog. A “influencer da roça”, como ficou conhecida, acumula mais de três milhões de seguidores em suas redes. Na cidade de Riachuelo, no interior do Rio Grande do Norte, exibe sua rotina de acordar cedo, cozinhar, alimentar seus animais e cuidar da casa. Para ela, o segredo para ter viralizado tanto é o sorriso no rosto. “As pessoas acham legal mostrar o dia a dia, a vida simples, com alegria, vendo sempre o lado positivo de tudo, sem reclamar”, diz.

Nascida em Caiçara do Rio do Vento, no Rio Grande do Norte, Maria Lúcia lembra a época em que morou em Natal e em São Paulo. Conta que gosta dos centros urbanos, mas prefere morar na área rural. "Estou sempre voltando para a roça, para as minhas raízes", afirma. Ela explica que quem começou a postar foi sua filha. "Ela teve a ideia de comprar uma sobremesa e fazer um vídeo para mostrar aos irmãos." Pensando estar fazendo um vídeo para os filhos, Maria Lúcia se assustou quando, 24 horas depois, se deparou com mais de cem seguidores em seu perfil.

Os vídeos de Maria Lúcia ganharam visibilidade nacional de forma rápida. Com quase um ano de postagens — a primeira foi em outubro de 2021 —, os conteúdos começaram a dar retorno financeiro. "Eu estou caindo na real, vendo que dá pra viver das redes sociais."

A experiência com as redes ensinou Maria Lúcia que ser genuíno pode levar qualquer um longe. E até arrisca dicas para quem sonha em trabalhar com a internet. "As pessoas gostam da realidade. Tem gente que já me viu pessoalmente e diz que eu sou igualzinha aos vídeos. Não sou de maquiagem, de filtro. Sou a mesma Maria dos vídeos."

Novos projetos 3im65

Arquivo Pessoal - Ramon Vitor: "Minha realidade mudou"

Ramon Vitor Teodoro de Freitas, 22, também aposta no sucesso ao compartilhar sua rotina. Nascido e criado em São Paulo, ele decidiu se mudar para Ilhéus, na Bahia, no fim de 2021, para ficar mais próximo da mãe. A história de Ramon com a internet é antiga. Ele conta que encontrou na internet o melhor refúgio para os problemas que enfrentava na cidade grande. Foi quando conheceu o YouTube. “O primeiro vídeo que apareceu começou com ‘Oi, oi, gente, meu nome é Kéfera’. Um ano depois, no fim de 2013, começou a postar vídeos na rede e se apaixonou pela carreira

O processo para Vitor se encontrar como produtor de conteúdo foi longo. “Quando morava em São Paulo, tinha um grupo de amigos que também gravava e a gente observava o que o outro ia fazendo, o que estava em alta.” Mas Ramon não se sentia representado pelo conteúdo que entregava. “Eu queria que as pessoas conhecessem quem era o Ramon, o que eu gosto, mas os vídeos que eu fazia não avam a minha essência. Depois que vim pra Ilhéus, minha realidade mudou. A minha casinha é bem mais simples comparada ao padrão da internet.E eu pensei: ‘eu vou fazer dessas dificuldades o meu conteúdo’.”

Desde 2013 na internet, Ramon chegou a alcançar 500 mil seguidores em 2021, mas não fazia dinheiro com os vídeos. Com mais de oito milhões de seguidores no TikTok e 772 mil no Instagram, o influenciador ainda trabalha em um quiosque na praia, onde pode gravar sua rotina. Agora, com novos projetos em mente, ele relata que o trabalho como influenciador também encontra burocracias. Na mais recente parceria fechada, ele conta que precisará esperar três meses para receber o valor acordado. Como “as contas não param de chegar”, o jovem continua trabalhando.

Camaleoa 15v15

Arquivo Pessoal - Juliana Goes: movimento inconsciente

A jornalista Juliana Goes, 37, se especializou em redirecionar suas rotas no meio digital. A criadora de conteúdo já transitou entre vários nichos e reúne muitas personas em uma só. Na internet desde 2009, a influenciadora, blogueira e ex-BBB se encontrou no caminho do autoconhecimento e lifestyle. “Isso é muito característico da minha essência. Hoje, quando olho para trás, sou muito feliz porque vejo que foi um movimento inconsciente”, diz

A influenciadora digital conta que os anos de experiência a ensinaram sobre versatilidade. “É preciso acreditar no seu papel e reproduzir seu conteúdo em diferentes linguagens para diversas plataformas”, afirma. Ela entende a necessidade de estar aberta a novos aplicativos e praticar o desapego, mas ressalta a importância de manter um critério na hora de decidir o que postar. “Não quero me vender nem perder minha autenticidade, mas ainda sou um veículo. Ainda tenho um lado comercial e preciso, de alguma forma, ter uma estratégia.”

Juliana conta que, por anos, se incomodou com o rótulo de ex-BBB. “Sei que foi um momento importantíssimo da minha história, mas até então era como se o resto fosse irrelevante. Mexia muito com minha identidade. Hoje, não me importo que esteja em pauta, mas me sinto como outra Juliana. É difícil achar uma palavra só, porque essa multiplicidade é importante para mim. Sou empreendedora, investidora, tenho muitos papéis. Mas ainda sou a Juliana jornalista, comunicadora, criadora de conteúdo. E ex-BBB também.”

"A vida de influencer me escolheu" sk1s

Arquivo Pessoal - Lucas Bley: "As coisas acontecem naturalmente"

O ex-estudante de medicina Lucas Bley, 30, não premeditou a sua carreira como influenciador digital. Só considerou produzir conteúdo para internet depois de tornar público o seu relacionamento com Lucas Rangel. Durante os sete primeiros meses de namoro, Bley preferiu manter o anonimato. "Não foi algo em que eu pensei 'vou entrar na internet para trabalhar'. Eu nem sabia como é que funcionava, para ser sincero. As coisas vão acontecendo bem naturalmente e de degrau em degrau", afirma.

Em 16 de junho de 2021, Bley e Rangel anunciaram o namoro. Em 22 de julho, Bley começou a postar publicamente no seu perfil pessoal do Instagram, criado para compartilhar fotos e vídeos com familiares e amigos próximos.

"Eu comecei a fazer os vídeos conforme fui entendendo o que o pessoal queria, porque tudo começou com quem queria me conhecer. Fui bem no meu tempo, entendendo dos meus gostos, criando e pensando no que eu podia levar para eles me conhecerem."

Bley conta que depois que começou a trabalhar com a internet sua vida virou do avesso. "Antes eu era uma pessoa totalmente tímida, que ficava no cantinho da biblioteca, ando horas e horas estudando medicina. Agora, tive que lidar com um lado que nem eu mesmo conhecia de verdade, de criação, de ideias, de animação. Um lado meu que estava escondido. Hoje eu amo e vejo que tenho muito mais prazer em estar nessa área", afirma.

Apesar dos mais de três milhões de seguidores nas redes sociais, Bley ainda não se considera uma pessoa famosa ou com vida pública. "Sempre tentei preservar essa parte do anonimato, pelo menos na minha cabeça", afirma.

Compromisso com o público 3sb5s

Divulgação/ Pedro Campos - Nathália Rodrigues: "Conteúdo é informação"

Nathália Rodrigues na certidão, na internet, Nath Finanças. A educadora financeira destaca a importância de produzir conteúdos responsáveis e de credibilidade. Considerada a nona maior influenciadora de finanças do Brasil em pesquisa realizada pela agência Nexxt Communications, Nathália conta que começou a produzir conteúdo quando ainda era estagiária, para falar sobre educação financeira com o público de baixa renda. "Quando eu criei o canal, foi com a projeção de ajudar outras pessoas como eu, que eram trabalhadores assalariados, bolsistas, estudantes, quem estava no corre", afirma.

O objetivo não mudou. Agora formada em istração e com renda exclusiva do trabalho como influenciadora, Nathália diz que falar sobre finanças para seu público ainda é um desafio. "Agora eu tenho uma situação financeira mais confortável, mas a gente sabe que o público que me acompanha está ando por dificuldades, está usando o cartão de crédito para fazer compras essenciais. É muito desafiador para mim, como Nathália, como orientadora financeira, trazer esse conteúdo de forma ível, e também ter a consciência de classe de que a educação financeira não vai resolver todos os problemas do mundo, mas vai ajudar a pelo menos não ter uma bola de neve e evitar armadilhas", diz.

Nathália conta que trabalhar com a internet reestruturou não apenas a sua vida financeira, mas a sua forma de se relacionar. "As pessoas também mudaram. Elas não enxergaram a Nathália Rodrigues, enxergaram a Nath Finanças. E não é ruim, mas as pessoas olharam para o que eu tenho, e não para o que eu sou. Quando você tem fama e, consequentemente, dinheiro, isso mexe com suas relações, porque algumas acabam não ficando."

Ciente da demanda da internet por vídeos mais curtos, Nathália explica que prefere utilizar a ferramenta apenas para apresentar o seu perfil a novas pessoas. "Não gosto de deixar em 15 segundos os dados sobre finanças, porque o meu conteúdo é uma informação. E se a gente faltar com uma palavra, um texto, acaba causando a desinformação", diz. Com mais seguidores no Twitter (520 mil) que no Instagram (457 mil), ela afirma que não tem o sonho de viralizar na internet, como muitos têm. Prefere ser reconhecida aos poucos. "Prefiro crescer de cem em cem, de mil em mil, do que, de repente, ter um milhão, 500 mil seguidores. Prefiro fazer aos poucos, porque daí eu tenho até direito de errar. Se um dia eu errar, aquelas pessoas que estão comigo já sabem quem eu sou."

 

Estagiária sob a supervisão de Jáder Rezende