/* 1rem = 16px, 0.625rem = 10px, 0.5rem = 8px, 0.25rem = 4px, 0.125rem = 2px, 0.0625rem = 1px */ :root { --cor: #073267; --fonte: "Roboto", sans-serif; --menu: 12rem; /* Tamanho Menu */ } @media screen and (min-width: 600px){ .site{ width: 50%; margin-left: 25%; } .logo{ width: 50%; } .hamburger{ display: none; } } @media screen and (max-width: 600px){ .logo{ width: 100%; } } p { text-align: justify; } .logo { display: flex; position: absolute; /* Tem logo que fica melhor sem position absolute*/ align-items: center; justify-content: center; } .hamburger { font-size: 1.5rem; padding-left: 0.5rem; z-index: 2; } .sidebar { padding: 10px; margin: 0; z-index: 2; } .sidebar>li { list-style: none; margin-bottom: 10px; z-index: 2; } .sidebar a { text-decoration: none; color: #fff; z-index: 2; } .close-sidebar { font-size: 1.625em; padding-left: 5px; height: 2rem; z-index: 3; padding-top: 2px; } #sidebar1 { width: var(--menu); background: var(--cor); color: #fff; } #sidebar1 amp-img { width: var(--menu); height: 2rem; position: absolute; top: 5px; z-index: -1; } .fonte { font-family: var(--fonte); } .header { display: flex; background: var(--cor); color: #fff; align-items: center; height: 3.4rem; } .noticia { margin: 0.5rem; } .assunto { text-decoration: none; color: var(--cor); text-transform: uppercase; font-size: 1rem; font-weight: 800; display: block; } .titulo { color: #333; } .autor { color: var(--cor); font-weight: 600; } .chamada { color: #333; font-weight: 600; font-size: 1.2rem; line-height: 1.3; } .texto { line-height: 1.3; } .galeria {} .retranca {} .share { display: flex; justify-content: space-around; padding-bottom: 0.625rem; padding-top: 0.625rem; } .tags { display: flex; flex-wrap: wrap; flex-direction: row; text-decoration: none; } .tags ul { display: flex; flex-wrap: wrap; list-style-type: disc; margin-block-start: 0.5rem; margin-block-end: 0.5rem; margin-inline-start: 0px; margin-inline-end: 0px; padding-inline-start: 0px; flex-direction: row; } .tags ul li { display: flex; flex-wrap: wrap; flex-direction: row; padding-inline-end: 2px; padding-bottom: 3px; padding-top: 3px; } .tags ul li a { color: var(--cor); text-decoration: none; } .tags ul li a:visited { color: var(--cor); } .citacao {} /* Botões de compartilhamento arrendodados com a cor padrão do site */ amp-social-share.rounded { border-radius: 50%; background-size: 60%; color: #fff; background-color: var(--cor); } --> { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/euestudante/trabalho-e-formacao/2023/07/5105158-projeto-de-lei-quer-barrar-perguntas-indiscretas-em-entrevistas-de-emprego.html", "name": "Projeto de Lei quer barrar perguntas indiscretas em entrevistas de emprego", "headline": "Projeto de Lei quer barrar perguntas indiscretas em entrevistas de emprego", "alternateName": "Legislação", "alternativeHeadline": "Legislação", "datePublished": "2023-07-02-0300:01:00-10800", "articleBody": "<p class="texto">"Voc&ecirc; tem filho?". "Com quem voc&ecirc; vai deix&aacute;-lo para trabalhar?". "Qual a sua orienta&ccedil;&atilde;o sexual?". Esses s&atilde;o exemplos de perguntas que, embora n&atilde;o estejam relacionadas ao ambiente de trabalho, s&atilde;o comuns de serem ouvidas em entrevistas de emprego. Apesar de o candidato n&atilde;o ser obrigado a responder tudo o que recrutador gostaria de saber, ser indagado sobre quest&otilde;es pessoais faz com que as pessoas fiquem sem saber como agir para se sair bem-sucedido na sele&ccedil;&atilde;o. Entretanto, para as parlamentares Tal&iacute;ria Petrone (Psol-RJ) e Daiana Santos (PCdoB-RS), esses questionamentos s&atilde;o constrangedores e t&ecirc;m vieses discriminat&oacute;rios.</p> <ul> <li><a href="/euestudante/trabalho-e-formacao/2023/01/5066830-como-se-preparar-para-uma-entrevista-de-emprego.html" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Como se preparar para uma entrevista de emprego</a></li> <li><a href="/brasil/2023/06/5103835-jovem-presa-por-engano-durante-entrevista-de-emprego-e-solta-no-rj.html" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Jovem presa por engano durante entrevista de emprego &eacute; solta no RJ</a></li> </ul> <p class="texto">As parlamentares apresentaram um projeto de lei que pro&iacute;be perguntas deste tipo em entrevistas de empregos e outros processos seletivos. O texto estabelece multa correspondente ao valor da remunera&ccedil;&atilde;o mensal da respectiva vaga de emprego, em caso de reincid&ecirc;ncia o valor dever&aacute; ser dobrado. "A proposta de lei visa combater a precariza&ccedil;&atilde;o da vida das minorias sociais no Brasil, em um contexto em que esses grupos enfrentam desafios significativos e discriminat&oacute;rios. Ela &eacute; apresentada como parte das discrimina&ccedil;&otilde;es sofridas pelas popula&ccedil;&otilde;es em situa&ccedil;&atilde;o de vulnerabilidade. O objetivo principal dessa lei &eacute; estabelecer mecanismos legais para promover a equidade e prote&ccedil;&atilde;o dessas minorias", defendem as deputadas.</p> <p class="texto">Segundo o projeto, indagar aos candidatos sobre quest&otilde;es pessoais em processos seletivos viola os princ&iacute;pios da privacidade e intimidade previstos na Constitui&ccedil;&atilde;o Federal. "Importante ressaltar que o Brasil &eacute; signat&aacute;rio da Conven&ccedil;&atilde;o 111 da Organiza&ccedil;&atilde;o Internacional do Trabalho, a qual determina que empregador n&atilde;o poder&aacute; fazer qualquer distin&ccedil;&atilde;o, exclus&atilde;o ou prefer&ecirc;ncia ao empregado em raz&atilde;o de ra&ccedil;a, cor, sexo, religi&atilde;o, opini&atilde;o pol&iacute;tica, ascend&ecirc;ncia nacional ou origem social", ressaltam, na justificativa do projeto, as deputadas Tal&iacute;ria e Daiana.</p> <p class="texto">Para lidar com essas situa&ccedil;&otilde;es, a diretora executiva do Instituto Ser , Wandreza Bayona, recomenda que as pessoas usem do direito de n&atilde;o responder as perguntas que n&atilde;o os deixam confort&aacute;veis ou leve o caso ao setor de Recursos Humanos da empresa. No entanto, a especialista tamb&eacute;m destaca a import&acirc;ncia de manter a educa&ccedil;&atilde;o e mostrar maturidade.</p> <p class="texto">"Se tiver qualquer pergunta de vi&eacute;s discriminat&oacute;rio, voc&ecirc; pode, inclusive, pontuar isso para o RH, desta forma: 'pe&ccedil;o desculpas, mas essa pergunta est&aacute; com um vi&eacute;s discriminat&oacute;rio e eu n&atilde;o gostaria de responder'. A transpar&ecirc;ncia e a tranquilidade nesse tipo de resposta, &eacute; o que vai conotar o seu processo de maturidade, porque &eacute; necess&aacute;rio manter a maturidade mesmo quando este tipo de quest&atilde;o aparecer. Tamb&eacute;m devemos sempre estar preparados para situa&ccedil;&otilde;es adversas e que n&atilde;o nos preparamos. Manter a perspectiva que do outro lado tem uma pessoa que, talvez nem tenha percebido que a pergunta foi feita de uma maneira discriminat&oacute;ria, pode te ajudar a manter a calma e conduzir a sua resposta", diz Wandreza.</p> <p class="texto">Contudo, a especialista em istra&ccedil;&atilde;o e gest&atilde;o empresarial, Thaisa Batista, ressalta que nem todas as perguntas de cunho pessoal t&ecirc;m aspectos discriminat&oacute;rios. Pelo contr&aacute;rio, alguns desses questionamentos podem integrar a pol&iacute;tica da empresa de buscar por mais representatividade no ambiente de trabalho. "Estamos em um momento em que h&aacute; empresas que est&atilde;o buscando serem mais inclusivas e diversas, e para isso, no primeiro contato com o candidato, muitos deles precisam preencher caracter&iacute;sticas, como op&ccedil;&atilde;o sexual e ra&ccedil;a. Se esse &eacute; o prop&oacute;sito da organiza&ccedil;&atilde;o, &eacute; v&aacute;lido que, se a pessoa se sentir &agrave; vontade, declare essas informa&ccedil;&otilde;es. Vale entender o contexto das situa&ccedil;&otilde;es", pontua Thaisa.</p> <p class="texto">Em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s empresas, Wandreza Bayona defende mais capacita&ccedil;&atilde;o da equipe, a fim de evitar perguntas possivelmente constrangedoras ou discriminat&oacute;rias. Al&eacute;m disso, abrir espa&ccedil;o para a diversidade tamb&eacute;m pode contribuir na oferta de um ambiente de trabalho mais acolhedor e igualit&aacute;rio. "&Eacute; importante olhar as compet&ecirc;ncias e n&atilde;o os outros itens inclu&iacute;dos naquele curr&iacute;culo. E para que a empresa garanta isso, como se trata de pessoas, a melhor forma &eacute; sempre por meio da capacita&ccedil;&atilde;o. Se a companhia tiver empresas terceirizadas que cuidam desses processos, deve-se olhar como a empresa trabalha, seu &iacute;ndice de diversidade, porque quanto mais diversa ela for, menor as chances de ter um vi&eacute;s discriminat&oacute;rio nas entrevistas", recomenda a especialista.</p> <h3>"Traumas"</h3> <p class="texto">A pesquisa Maternidade e Mercado de Trabalho, realizada pela plataforma Vagcorreiobraziliense-br.parananoticias.info e divulgada no fim de 2021, revela que cerca de 70% das mulheres&nbsp;j&aacute; foram questionadas sobre filhos em entrevistas de emprego. O principal temor dessas pessoas &eacute; o fato de que esse questionamento possa ser um aspecto desclassificat&oacute;rio para a vaga. E essa inseguran&ccedil;a das m&atilde;es se confirma em muitos dos casos. Assim que a licen&ccedil;a-maternidade da escritora Joice Melo terminou, ela foi buscar outro emprego ap&oacute;s ser demitida da antiga empresa. Joice lembra que, durante a entrevista, o recrutador perguntou insistentemente com quem ficaria o beb&ecirc; dela. "Eu falei que tinha um beb&ecirc;, na &eacute;poca eu estava casada e disse que a crian&ccedil;a ficaria com o pai. A pessoa virou para mim e come&ccedil;ou a falar que o beb&ecirc; era muito pequeno e tinha de que ficar com a m&atilde;e", diz.</p> <p class="texto">"'Quem vai cuidar?', 'quem vai amamentar?'. Eu expliquei para ele como eu faria. Depois, eles me ligaram e falaram que eu n&atilde;o tinha ado na sele&ccedil;&atilde;o. Eu tenho certeza que foi por causa disso, porque eles me questionaram muito", relata a escritora. Joice descreve essas experi&ecirc;ncias em processos seletivos e em empregos como "traumas". Quando ainda estava gr&aacute;vida, ela foi chamada de "imprest&aacute;vel" pela chefe depois dela relatar a dificuldade em se deslocar por causa do incha&ccedil;o causado pela gravidez.&nbsp;</p> <p class="texto">Para a vendedora Sarah Favaro, essas pr&aacute;ticas s&atilde;o "abusivas" e as empresas devem se atentar para o curr&iacute;culo dos candidatos, e n&atilde;o &agrave;s quest&otilde;es estritamente pessoais. "Em toda entrevista eles perguntam se voc&ecirc; tem filhos, quantos tem, sua idade e tamb&eacute;m a escolaridade, como se quem tem ensino superior n&atilde;o deveria ter filho. &Eacute; muito comum, e &eacute; ruim ter de que dar explica&ccedil;&otilde;es para algu&eacute;m que n&atilde;o tem nenhum v&iacute;nculo com voc&ecirc;, sobre se seu filho vai para a escola, se vai ficar com a bab&aacute; ou parente, se est&aacute;&nbsp;casada com o pai da crian&ccedil;a. Acho muito abusivo", afirma Sarah.&nbsp;</p> <p class="texto"><div class="galeria-cb"> <amp-carousel class="carousel1" layout="fixed-height" height="300" type="slides"> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/06/28/daiana_santos-28361763.jpg" class="contain" layout="fill" alt="Deputada Daiana Santos apresentou o projeto de lei junto com a Talíria Petrone. 'O objetivo principal dessa lei é estabelecer mecanismos legais para promover a equidade e proteção dessas minorias', diz o texto" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Pablo Valadares / Câmara dos Deputados - <b>Deputada Daiana Santos apresentou o projeto de lei junto com a Talíria Petrone. "O objetivo principal dessa lei é estabelecer mecanismos legais para promover a equidade e proteção dessas minorias", diz o texto</b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/06/28/img_2417-28361285.jpg" class="contain" layout="fill" alt="Wandreza Bayona, diretora executiva do Instituto Ser+: 'Se não quiser responder, não precisa responder. Mas se optar por responder, é necessário sempre manter a educação e maturidade para o tema', diz" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Divulgação/Thiago Rodrigues - <b>Wandreza Bayona, diretora executiva do Instituto Ser : "Se não quiser responder, não precisa responder. Mas se optar por responder, é necessário sempre manter a educação e maturidade para o tema", diz</b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/06/28/thaisa_1-28361264.jpg" class="contain" layout="fill" alt="Thaisa Batista, especialista em gestão empresarial, diz que o candidato pode se recusar a responder perguntas constrangedoras. 'Mediar essa inconsistência de propósito de maneira educada', diz" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Arquivo pessoal - <b>Thaisa Batista, especialista em gestão empresarial, diz que o candidato pode se recusar a responder perguntas constrangedoras. "Mediar essa inconsistência de propósito de maneira educada", diz</b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/06/28/joice_melo-28361263.jfif?20230628074450" class="contain" layout="fill" alt="A escritora Joice Melo descreve as experiência em entrevistas de emprego e na empresa, quando estava grávida, como 'traumas'" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Arquivo pessoal - <b>A escritora Joice Melo descreve as experiência em entrevistas de emprego e na empresa, quando estava grávida, como "traumas"</b> </figcaption> </div> </amp-carousel> </div></p> <h3>Dicas</h3> <p class="texto">De maneira geral, estudar sobre a empresa que est&aacute; recrutando &eacute; a principal dica para que os candidatos aumentem as chances de se sa&iacute;rem bem-sucedidos nas entrevistas de emprego. A recomenda&ccedil;&atilde;o serve tanto para a pessoa ser mais assertiva, quanto para ter mais seguran&ccedil;a para lidar com situa&ccedil;&otilde;es imprevistas ou possivelmente constrangedoras. Para os mais jovens, o fato de n&atilde;o ter experi&ecirc;ncia costuma causar medo. Nesses casos, a especialista Wandreza Bayona lembra que ser sincero e evitar criar expectativas sobre conhecimentos que n&atilde;o tem &eacute; fundamental.</p> <p class="texto">"Dizer a verdade e enfatizar suas soft skills, que s&atilde;o as habilidades pessoais que voc&ecirc; possui, &eacute; sempre uma boa dica. A ideia &eacute; compartilhar exemplos do seu dia a dia, mesmo que n&atilde;o tenha experi&ecirc;ncia profissional, como projetos realizados durante a escola, faculdade, trabalhos volunt&aacute;rios em que j&aacute; tenha participado, e relatar situa&ccedil;&otilde;es da sua rotina que evidenciem suas habilidades, como resili&ecirc;ncia, trabalho em equipe e habilidades de gest&atilde;o. &Eacute; essencial compreender a empresa que est&aacute; recrutando, o processo seletivo e a vaga para a qual est&aacute; se candidatando, a fim de avaliar se possui o perfil adequado e se &eacute; realmente um sonho trabalhar nesse ramo e carreira, evitando decep&ccedil;&otilde;es de ambas as partes", orienta.</p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> </ul> </div></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fmidias.correiobraziliense.com.br%2F_midias%2Fjpg%2F2023%2F06%2F28%2F750x500%2F1_taliria_petrone-28361742.jpg", "width": 820, "@type": "ImageObject", "height": 490 }, "author": [ { "@type": "Person", "name": "Aline Gouveia" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } 675g2i

Eu, Estudante 6rh50

Legislação

Projeto de Lei quer barrar perguntas indiscretas em entrevistas de emprego x384t

Projeto em tramitação na Câmara dos Deputados quer proibir questionamentos de cunho pessoal e com viés discriminatório. Essa prática viola a intimidade e impacta a garantia de igualdade entre os candidatos 5l216q

"Você tem filho?". "Com quem você vai deixá-lo para trabalhar?". "Qual a sua orientação sexual?". Esses são exemplos de perguntas que, embora não estejam relacionadas ao ambiente de trabalho, são comuns de serem ouvidas em entrevistas de emprego. Apesar de o candidato não ser obrigado a responder tudo o que recrutador gostaria de saber, ser indagado sobre questões pessoais faz com que as pessoas fiquem sem saber como agir para se sair bem-sucedido na seleção. Entretanto, para as parlamentares Talíria Petrone (Psol-RJ) e Daiana Santos (PCdoB-RS), esses questionamentos são constrangedores e têm vieses discriminatórios.

As parlamentares apresentaram um projeto de lei que proíbe perguntas deste tipo em entrevistas de empregos e outros processos seletivos. O texto estabelece multa correspondente ao valor da remuneração mensal da respectiva vaga de emprego, em caso de reincidência o valor deverá ser dobrado. "A proposta de lei visa combater a precarização da vida das minorias sociais no Brasil, em um contexto em que esses grupos enfrentam desafios significativos e discriminatórios. Ela é apresentada como parte das discriminações sofridas pelas populações em situação de vulnerabilidade. O objetivo principal dessa lei é estabelecer mecanismos legais para promover a equidade e proteção dessas minorias", defendem as deputadas.

Segundo o projeto, indagar aos candidatos sobre questões pessoais em processos seletivos viola os princípios da privacidade e intimidade previstos na Constituição Federal. "Importante ressaltar que o Brasil é signatário da Convenção 111 da Organização Internacional do Trabalho, a qual determina que empregador não poderá fazer qualquer distinção, exclusão ou preferência ao empregado em razão de raça, cor, sexo, religião, opinião política, ascendência nacional ou origem social", ressaltam, na justificativa do projeto, as deputadas Talíria e Daiana.

Para lidar com essas situações, a diretora executiva do Instituto Ser , Wandreza Bayona, recomenda que as pessoas usem do direito de não responder as perguntas que não os deixam confortáveis ou leve o caso ao setor de Recursos Humanos da empresa. No entanto, a especialista também destaca a importância de manter a educação e mostrar maturidade.

"Se tiver qualquer pergunta de viés discriminatório, você pode, inclusive, pontuar isso para o RH, desta forma: 'peço desculpas, mas essa pergunta está com um viés discriminatório e eu não gostaria de responder'. A transparência e a tranquilidade nesse tipo de resposta, é o que vai conotar o seu processo de maturidade, porque é necessário manter a maturidade mesmo quando este tipo de questão aparecer. Também devemos sempre estar preparados para situações adversas e que não nos preparamos. Manter a perspectiva que do outro lado tem uma pessoa que, talvez nem tenha percebido que a pergunta foi feita de uma maneira discriminatória, pode te ajudar a manter a calma e conduzir a sua resposta", diz Wandreza.

Contudo, a especialista em istração e gestão empresarial, Thaisa Batista, ressalta que nem todas as perguntas de cunho pessoal têm aspectos discriminatórios. Pelo contrário, alguns desses questionamentos podem integrar a política da empresa de buscar por mais representatividade no ambiente de trabalho. "Estamos em um momento em que há empresas que estão buscando serem mais inclusivas e diversas, e para isso, no primeiro contato com o candidato, muitos deles precisam preencher características, como opção sexual e raça. Se esse é o propósito da organização, é válido que, se a pessoa se sentir à vontade, declare essas informações. Vale entender o contexto das situações", pontua Thaisa.

Em relação às empresas, Wandreza Bayona defende mais capacitação da equipe, a fim de evitar perguntas possivelmente constrangedoras ou discriminatórias. Além disso, abrir espaço para a diversidade também pode contribuir na oferta de um ambiente de trabalho mais acolhedor e igualitário. "É importante olhar as competências e não os outros itens incluídos naquele currículo. E para que a empresa garanta isso, como se trata de pessoas, a melhor forma é sempre por meio da capacitação. Se a companhia tiver empresas terceirizadas que cuidam desses processos, deve-se olhar como a empresa trabalha, seu índice de diversidade, porque quanto mais diversa ela for, menor as chances de ter um viés discriminatório nas entrevistas", recomenda a especialista.

"Traumas" 4n3x5r

A pesquisa Maternidade e Mercado de Trabalho, realizada pela plataforma Vagcorreiobraziliense-br.parananoticias.info e divulgada no fim de 2021, revela que cerca de 70% das mulheres já foram questionadas sobre filhos em entrevistas de emprego. O principal temor dessas pessoas é o fato de que esse questionamento possa ser um aspecto desclassificatório para a vaga. E essa insegurança das mães se confirma em muitos dos casos. Assim que a licença-maternidade da escritora Joice Melo terminou, ela foi buscar outro emprego após ser demitida da antiga empresa. Joice lembra que, durante a entrevista, o recrutador perguntou insistentemente com quem ficaria o bebê dela. "Eu falei que tinha um bebê, na época eu estava casada e disse que a criança ficaria com o pai. A pessoa virou para mim e começou a falar que o bebê era muito pequeno e tinha de que ficar com a mãe", diz.

"'Quem vai cuidar?', 'quem vai amamentar?'. Eu expliquei para ele como eu faria. Depois, eles me ligaram e falaram que eu não tinha ado na seleção. Eu tenho certeza que foi por causa disso, porque eles me questionaram muito", relata a escritora. Joice descreve essas experiências em processos seletivos e em empregos como "traumas". Quando ainda estava grávida, ela foi chamada de "imprestável" pela chefe depois dela relatar a dificuldade em se deslocar por causa do inchaço causado pela gravidez. 

Para a vendedora Sarah Favaro, essas práticas são "abusivas" e as empresas devem se atentar para o currículo dos candidatos, e não às questões estritamente pessoais. "Em toda entrevista eles perguntam se você tem filhos, quantos tem, sua idade e também a escolaridade, como se quem tem ensino superior não deveria ter filho. É muito comum, e é ruim ter de que dar explicações para alguém que não tem nenhum vínculo com você, sobre se seu filho vai para a escola, se vai ficar com a babá ou parente, se está casada com o pai da criança. Acho muito abusivo", afirma Sarah. 

Pablo Valadares / Câmara dos Deputados - Deputada Daiana Santos apresentou o projeto de lei junto com a Talíria Petrone. "O objetivo principal dessa lei é estabelecer mecanismos legais para promover a equidade e proteção dessas minorias", diz o texto
Divulgação/Thiago Rodrigues - Wandreza Bayona, diretora executiva do Instituto Ser : "Se não quiser responder, não precisa responder. Mas se optar por responder, é necessário sempre manter a educação e maturidade para o tema", diz
Arquivo pessoal - Thaisa Batista, especialista em gestão empresarial, diz que o candidato pode se recusar a responder perguntas constrangedoras. "Mediar essa inconsistência de propósito de maneira educada", diz
Arquivo pessoal - A escritora Joice Melo descreve as experiência em entrevistas de emprego e na empresa, quando estava grávida, como "traumas"

Dicas n658

De maneira geral, estudar sobre a empresa que está recrutando é a principal dica para que os candidatos aumentem as chances de se saírem bem-sucedidos nas entrevistas de emprego. A recomendação serve tanto para a pessoa ser mais assertiva, quanto para ter mais segurança para lidar com situações imprevistas ou possivelmente constrangedoras. Para os mais jovens, o fato de não ter experiência costuma causar medo. Nesses casos, a especialista Wandreza Bayona lembra que ser sincero e evitar criar expectativas sobre conhecimentos que não tem é fundamental.

"Dizer a verdade e enfatizar suas soft skills, que são as habilidades pessoais que você possui, é sempre uma boa dica. A ideia é compartilhar exemplos do seu dia a dia, mesmo que não tenha experiência profissional, como projetos realizados durante a escola, faculdade, trabalhos voluntários em que já tenha participado, e relatar situações da sua rotina que evidenciem suas habilidades, como resiliência, trabalho em equipe e habilidades de gestão. É essencial compreender a empresa que está recrutando, o processo seletivo e a vaga para a qual está se candidatando, a fim de avaliar se possui o perfil adequado e se é realmente um sonho trabalhar nesse ramo e carreira, evitando decepções de ambas as partes", orienta.

Saiba Mais 321468

Tags 49q2k