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Largar para tr&aacute;s a fam&iacute;lia, os amigos e o pa&iacute;s em que se nasceu &eacute; mais complicado ainda. &Eacute; preciso muita vontade de mudar e, sobretudo, resili&ecirc;ncia para se reconstruir. Seis anos depois de encarar todos esses desafios, o carioca Luca Loureiro, 57, tem a certeza de que tomou a decis&atilde;o correta. Ele n&atilde;o aguentava mais o estresse do trabalho como produtor cultural no Rio de Janeiro e ansiava por uma vida menos corrida e um emprego que lhe rendesse o suficiente para bancar todas as suas despesas. Em Portugal, tornou-se barbeiro e se juntou a um time de talentos que v&ecirc;m fazendo barba, cabelo e bigode dos portugueses. &ldquo;Simplesmente, me encontrei&rdquo;, afirma.</p> <p class="texto">O n&uacute;mero de barbeiros brasileiros trabalhando em Portugal &eacute; impressionante. 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O neg&oacute;cio prosperou tanto, que logo eles investiram em outros ramos&rdquo;, lembra. &ldquo;Ouvia aquilo e dizia que n&atilde;o tinha nada a ver comigo, e acabei seguindo por outros caminhos e me formei em publicidade&rdquo;, complementa. A sacudida para a mudan&ccedil;a ocorreu quando o paulistano foi demitido de uma grande multinacional, depois de 12 anos de servi&ccedil;os prestados na &aacute;rea de recursos humanos. &ldquo;N&atilde;o esperava aquilo&rdquo;, destaca.</p> <p class="texto">O choque da demiss&atilde;o havia sido forte. Fora da zona de conforto, Thiago lembrou-se do que o pai havia lhe martelado na cabe&ccedil;a quando menino. &ldquo;Pensei, vou experimentar ser barbeiro&rdquo;, conta. Ele se matriculou, ent&atilde;o, naquele que, &agrave; &eacute;poca, era considerado o melhor curso de corte de cabelo em S&atilde;o Paulo. Em vez dos tr&ecirc;s meses tradicionais de aprendizado, estudou por quase um ano. &ldquo;Quis me aprofundar no conhecimento das t&eacute;cnicas&rdquo;, assinala. &ldquo;Aprendi a cortar cabelo com uma mulher, que tinha sido aluna de dois dos maiores barbeiros do mundo, Lion Bergman e Robert Rietveld, que fundaram a Schorem, em Roterd&atilde;, na Holanda, e onde, recentemente, estudei por uma temporada&rdquo;, complementa.</p> <p class="texto">N&atilde;o satisfeito, Thiago embarcou para Minas Gerais, para um per&iacute;odo de aprendizado com o lend&aacute;rio barbeiro Elias. Depois de duas semanas de prepara&ccedil;&atilde;o, se sentiu pronto para abrir uma barbearia em um shopping de Santos, onde estava morando. Um ano depois, em 2012, encerrou o neg&oacute;cio, fez as malas e se mudou para Portugal. A chegada ao pa&iacute;s foi mais f&aacute;cil do que o imaginado, porque ele j&aacute; tinha cidadania lusa, herdada do av&ocirc;. No Porto, abriu um sal&atilde;o dentro de uma loja de um supermercado, na qual tamb&eacute;m atendia a mulheres. H&aacute; 11 meses, deu outro o e abriu a atual barbearia, que, garante ele, &eacute; a sua realiza&ccedil;&atilde;o profissional. &ldquo;N&atilde;o me vejo fazendo outra coisa, nem mesmo aos 75 anos&rdquo;, afirma.</p> <h3>Projeto de expans&atilde;o</h3> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/01/31/675x450/1_leonardo_valentim_de_souza__barbeiro_brasileiro_em_portugal__socio_da_rota_351_barber_shop__corta_o_cabelo_de_um_portugues-34768575.jpg" width="675" height="450" layout="responsive" alt="Leonardo Valentim de Souza, s&oacute;cio da Rota 351 Barber Shop, corta o cabelo de um portugu&ecirc;s"></amp-img> <figcaption>Vicente Nunes/CB - <b>Leonardo Valentim de Souza, s&oacute;cio da Rota 351 Barber Shop, corta o cabelo de um portugu&ecirc;s</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">O goiano Murilo Dias Gomes, 36, est&aacute; t&atilde;o entusiasmado com o sucesso da Rota 351 Barber Shop, aberta h&aacute; tr&ecirc;s anos e meio em parceria com o s&oacute;cio, o rondonense Leonardo Valentim de Souza, 25, que j&aacute; faz planos para ampliar o empreendimento. Os dois, que fazem a cabe&ccedil;a dos portugueses em uma loja em Almada, na regi&atilde;o metropolitana de Lisboa, est&atilde;o em busca de um novo ponto para montar mais uma barbearia. &ldquo;Estamos estudando o mercado de Lisboa, que nos parece um pouco saturado, e de algumas cidades menores pr&oacute;ximas da capital portuguesa. Queremos dar um o bem seguro, pois &eacute; importante um investimento que d&ecirc; retorno e que gere empregos&rdquo;, diz.</p> <p class="texto">N&atilde;o foi f&aacute;cil, por&eacute;m, os primeiros momentos dos s&oacute;cios, quando eles decidiram sair da condi&ccedil;&atilde;o de empregados em uma barbearia, com sal&aacute;rios garantidos, para empreender o pr&oacute;prio neg&oacute;cio. &ldquo;Houve dias em que o nosso faturamento foi zero. No primeiro m&ecirc;s, cada um de n&oacute;s faturou 400 euros (R$ 2.250). 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A l&iacute;ngua &eacute; a mesma, a comida &eacute; parecida e o jeito de ser dos portugueses n&atilde;o &eacute; muito diferente, mesmo sendo eles um pouco mais fechados do que n&oacute;s&rdquo;, frisa. Com a barbearia indo t&atilde;o bem e a vida tranquila que leva, n&atilde;o a pela cabe&ccedil;a do goiano voltar para o pa&iacute;s em que nasceu.</p> <p class="texto">Planos nesse sentido tamb&eacute;m est&atilde;o fora de cogita&ccedil;&atilde;o para o s&oacute;cio Leonardo. O jovem afirma que ainda tem um longo caminho a percorrer na dire&ccedil;&atilde;o que escolheu seguir. Ele conta que os primeiros contatos com a tesoura se deram quando ainda tinha 16 anos. &ldquo;Comecei a cortar o cabelo dos meus amigos. Era um hobby que me dava prazer&rdquo;, ressalta. Quando terminou os estudos, aos 18 anos, deparou-se com a dura realidade enfrentada por muitos garotos da idade dele: a falta de oportunidades no mercado de trabalho. &ldquo;N&atilde;o conseguia arrumar emprego. Foi a&iacute; que decidi fazer um curso de barbeiro&rdquo;, lembra.</p> <p class="texto">Profissionalmente, contudo, Leonardo s&oacute; foi exercer a profiss&atilde;o em Portugal, para onde se mudou com a m&atilde;e. Na pequena cidade de Piau Novo, pr&oacute;xima a Lisboa, ele conseguiu o primeiro trabalho em uma barbearia. &ldquo;De in&iacute;cio, havia muita desconfian&ccedil;a dos portugueses em rela&ccedil;&atilde;o a minha capacidade profissional. Me faziam uma s&eacute;rie de perguntas. Queriam saber por que eu estava trabalhando em vez de estudar e se eu realmente sabia cortar cabelo e fazer barba. &Agrave; medida que fui mostrando o meu talento e toda a t&eacute;cnica que tinha, as desconfian&ccedil;as cessaram. Hoje, tenho o meu pr&oacute;prio sal&atilde;o, em parceria com o Murilo, e estamos nos preparando para expandir nosso neg&oacute;cio. Posso dizer que me encontrei nessa profiss&atilde;o e n&atilde;o quero saber de outra atividade&rdquo;, afirma.</p> <h3>Nas gra&ccedil;as da vizinhan&ccedil;a</h3> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/01/31/675x450/1_whatsapp_image_2024_01_31_at_16_30_39-34768685.jpeg" width="675" height="450" layout="responsive" alt="&quot;Temos facilidade para conversar e ouvir, e isso faz um bom diferencial&quot;, conta Ronaldo Barros"></amp-img> <figcaption>Vicente Nunes/CB - <b>&quot;Temos facilidade para conversar e ouvir, e isso faz um bom diferencial&quot;, conta Ronaldo Barros</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">Na Barbearia do Ronaldo, tamb&eacute;m em Almada, &eacute; preciso paci&ecirc;ncia para encontrar um hor&aacute;rio vago. O mineiro de Caratinga, Ronaldo Barros, 55, &eacute; requisitad&iacute;ssimo pela vizinhan&ccedil;a, que descobriu no sal&atilde;o que ele istra, al&eacute;m de um servi&ccedil;o de qualidade, um bom papo. &ldquo;Os clientes gostam de ser bem atendidos. Temos facilidade para conversar e ouvir, e isso faz um bom diferencial&rdquo;, destaca. &ldquo;Como a minha barbearia &eacute; de bairro, 90% dos meus clientes s&atilde;o portugueses, e v&aacute;rios deles se tornaram meus amigos&rdquo;, acrescenta. A barbearia foi aberta h&aacute; sete anos, mas o brasileiro est&aacute; na profiss&atilde;o desde 1987, que ou a exercer por acaso, quando o dono de uma barbearia em Caratinga se prop&ocirc;s a lhe ensinar as t&eacute;cnicas.</p> <p class="texto">A mudan&ccedil;a para Portugal h&aacute; quase 20 anos, no entanto, veio acompanhada de uma proposta de emprego como ajudante de eletricista. O mineiro viu ali uma oportunidade para a vida nova e n&atilde;o questionou, mas bastaram tr&ecirc;s dias de trabalho para ter a certeza de que aquela n&atilde;o era a praia dele. Acabou se encaixando em uma barbearia, que trocou por v&aacute;rias outras at&eacute; que surgiu a oportunidade de ter a sua loja. O ponto estava localizado em um local estrat&eacute;gico da cidade. Faltava, por&eacute;m, o capital para transformar o sonho em realidade. &ldquo;Aluguei o local, comecei as obras e fui para o Brasil, onde raspei toda a minha poupan&ccedil;a&rdquo;, relembra ele, que, anos antes, chegou a pensar em desistir de Portugal e retornar para Minas.</p> <p class="texto">Inquieto, Ronaldo est&aacute; &agrave;s voltas com uma nova obra no sal&atilde;o. &ldquo;Quero remodel&aacute;-lo, deix&aacute;-lo mais arrumado. Os clientes pagam, portanto, merecem ter mais conforto&rdquo;, ressalta. No total, desde o come&ccedil;o do empreendimento, j&aacute; foram investidos mais de 10 mil euros (R$ 56 mil) no neg&oacute;cio. &ldquo;Mas n&atilde;o tenho do que reclamar. Meus clientes s&atilde;o fi&eacute;is, e eu gosto muito do que fa&ccedil;o. Conquistei o meu espa&ccedil;o e vou terminar a vida sendo barbeiro&rdquo;, frisa. Ele assinala que j&aacute; teve v&aacute;rios brasileiros dividindo o sal&atilde;o com ele, mas, neste momento, est&aacute; cuidado sozinho da clientela, que est&aacute; mais do que satisfeita.</p> <p class="texto">O mineiro diz que sua t&eacute;cnica &eacute; a tradicional, contudo, os barbeiros menos experientes t&ecirc;m procurado se especializar em outras formas de dar acabamento ao cabelo, &agrave; barba e ao bigode. &ldquo;H&aacute; v&aacute;rios cursos para isso&rdquo;, explica o mineiro. Os portugueses mais jovens gostam de replicar os cortes usados no Brasil, sobretudo, por jogadores de futebol, cantores e atores de novela. Muitos chegam &agrave;s barbearias com fotos dos modelos que querem seguir. E, nesse ponto, os profissionais brasileiros fazem a diferen&ccedil;a. S&atilde;o abertos a novas experi&ecirc;ncias e gostam da ousadia. &ldquo;Isso explica o nosso sucesso em Portugal&rdquo;, refor&ccedil;a Leonardo, da Rota 351.</p> <h3>Bom relacionamento &eacute; importante</h3> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/01/31/675x450/1_luca_loureiro__barbeiro_brasileiro_em_portugal_1-34615232.jpg" width="675" height="450" layout="responsive" alt="Luca Loureiro trocou de profiss&atilde;o depois dos 50 anos e diz que n&atilde;o se arrepende"></amp-img> <figcaption>Fotos: Vicente Nunes/CB - <b>Luca Loureiro trocou de profiss&atilde;o depois dos 50 anos e diz que n&atilde;o se arrepende</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">Luca Loureiro ainda n&atilde;o conseguiu sair da posi&ccedil;&atilde;o de empregado para dono de uma barbearia. &ldquo;Mas os meus planos nesse sentido j&aacute; est&atilde;o tra&ccedil;ados&rdquo;, afirma. Agora, a miss&atilde;o que lhe foi dada pela propriet&aacute;ria da Bratz Barber &mdash; uma portuguesa &mdash; &eacute; para que ele use todo o talento para atrair clientes brasileiros, que n&atilde;o param de chegar a Portugal. &ldquo;A maioria da clientela do sal&atilde;o &eacute; de portugueses, mas j&aacute; conquistei uma boa leva de brasileiros, muitos que desembarcaram em Portugal sem conhecer ningu&eacute;m, sem ter uma refer&ecirc;ncia de onde fazer a barba e o cabelo. V&aacute;rios deles est&atilde;o fidelizados conosco&rdquo;, complementa.</p> <p class="texto">Assim que pisou em terras lusitanas, Luca fez um curso profissionalizante, reconhecido pela Uni&atilde;o Europeia. Logo, come&ccedil;ou a trabalhar. Ele n&atilde;o contava, por&eacute;m, com a pandemia da covid-19, que levou muitos estabelecimentos a fecharem as portas. A sorte do carioca foi que os clientes que ele havia feito aram a lhe chamar para cortar o cabelo na casa deles. &ldquo;Esse servi&ccedil;o em domic&iacute;lio me ajudou muito. E o atendimento deu t&atilde;o certo, que alguns ainda continuam preferindo ser atendidos em casa. Assim, mesclo esses clientes com os da barbearia e, melhor, refor&ccedil;o o meu faturamento&rdquo;, relata.</p> <p class="texto">Para quem deu uma bela virada na vida depois dos 50 anos, Luca est&aacute; sempre pronto para encarar desafios, contudo, prefere manter sempre os dois p&eacute;s no ch&atilde;o. Assim, acredita ele, ter&aacute; condi&ccedil;&otilde;es de, mais &agrave; frente, empreender. &ldquo;A concorr&ecirc;ncia n&atilde;o &eacute; f&aacute;cil, especialmente em Lisboa, onde trabalho. Al&eacute;m disso, os pre&ccedil;os dos alugu&eacute;is de im&oacute;veis comerciais subiram muito&rdquo;, enfatiza. &ldquo;J&aacute; n&atilde;o sofro com as estreias de nove espet&aacute;culos por ano. Agora, tenho uma profiss&atilde;o que me acalma, que me permite trocar experi&ecirc;ncias e aprendizados com os clientes&rdquo;, acrescenta. Os &uacute;nicos assuntos proibidos nas barbearias s&atilde;o pol&iacute;tica e religi&atilde;o. N&atilde;o h&aacute; raz&atilde;o para embates desnecess&aacute;rios.</p> <p class="texto">Essa cartilha &eacute; seguida &agrave; risca pelo paulistano Thiago Carvalho. &ldquo;Um bom barbeiro n&atilde;o entra em pol&ecirc;micas. &Eacute; sempre educado e paciente, at&eacute; porque as portas da loja est&atilde;o sempre abertas para todos os p&uacute;blicos&rdquo;, ensina. O brasileiro est&aacute; se preparando para abrir outros pontos de atendimento, todos pr&oacute;prios, com a marca Senhor Barbeiro. 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Eu, Estudante 6rh50

PORTUGAL

Barbeiros brasileiros fazem sucesso em Portugal 5bw5h

Muitos profissionais têm saído da condição de empregados para montar os próprios negócios na Europa e falam em expansão das empresas 1j1z5d

Lisboa — Trocar de profissão depois dos 50 anos é difícil. Largar para trás a família, os amigos e o país em que se nasceu é mais complicado ainda. É preciso muita vontade de mudar e, sobretudo, resiliência para se reconstruir. Seis anos depois de encarar todos esses desafios, o carioca Luca Loureiro, 57, tem a certeza de que tomou a decisão correta. Ele não aguentava mais o estresse do trabalho como produtor cultural no Rio de Janeiro e ansiava por uma vida menos corrida e um emprego que lhe rendesse o suficiente para bancar todas as suas despesas. Em Portugal, tornou-se barbeiro e se juntou a um time de talentos que vêm fazendo barba, cabelo e bigode dos portugueses. “Simplesmente, me encontrei”, afirma.

O número de barbeiros brasileiros trabalhando em Portugal é impressionante. De Norte a Sul do país, é possível encontrar um profissional da tesoura que, como funcionário ou dono do próprio negócio, está difundindo um estilo que os portugueses incorporaram de vez. “Com certeza, nós, os barbeiros brasileiros, despertamos nos portugueses a preocupação com a estética, com um cabelo bem cortado, uma barba estilosa e uma pele bem tratada”, diz o paulistano Thiago Carvalho, 44, dono da Senhor Barbeiro, em Oeiras, cidade próxima a Lisboa. “Aos poucos, fui conquistando a confiança da clientela. Hoje, não sobra vaga na minha agenda diária. Ofereço um serviço exclusivo e diferenciado, que não existia em Portugal”, ressalta.

Fotos: Vicente Nunes/CB - Thiago Carvalho, barbeiro brasileiro em Portugal, é dono da Senhor Barbeiro

Desde a adolescência, Thiago ouvia do pai que ser barbeiro era um ótimo negócio. “Tinha de 15 para 16 anos, quando meu pai me chamou a atenção para a profissão. Ele citava como exemplo o sucesso da família de um amigo meu. Os sete irmãos abriram uma barbearia nas proximidades da nossa casa. O negócio prosperou tanto, que logo eles investiram em outros ramos”, lembra. “Ouvia aquilo e dizia que não tinha nada a ver comigo, e acabei seguindo por outros caminhos e me formei em publicidade”, complementa. A sacudida para a mudança ocorreu quando o paulistano foi demitido de uma grande multinacional, depois de 12 anos de serviços prestados na área de recursos humanos. “Não esperava aquilo”, destaca.

O choque da demissão havia sido forte. Fora da zona de conforto, Thiago lembrou-se do que o pai havia lhe martelado na cabeça quando menino. “Pensei, vou experimentar ser barbeiro”, conta. Ele se matriculou, então, naquele que, à época, era considerado o melhor curso de corte de cabelo em São Paulo. Em vez dos três meses tradicionais de aprendizado, estudou por quase um ano. “Quis me aprofundar no conhecimento das técnicas”, assinala. “Aprendi a cortar cabelo com uma mulher, que tinha sido aluna de dois dos maiores barbeiros do mundo, Lion Bergman e Robert Rietveld, que fundaram a Schorem, em Roterdã, na Holanda, e onde, recentemente, estudei por uma temporada”, complementa.

Não satisfeito, Thiago embarcou para Minas Gerais, para um período de aprendizado com o lendário barbeiro Elias. Depois de duas semanas de preparação, se sentiu pronto para abrir uma barbearia em um shopping de Santos, onde estava morando. Um ano depois, em 2012, encerrou o negócio, fez as malas e se mudou para Portugal. A chegada ao país foi mais fácil do que o imaginado, porque ele já tinha cidadania lusa, herdada do avô. No Porto, abriu um salão dentro de uma loja de um supermercado, na qual também atendia a mulheres. Há 11 meses, deu outro o e abriu a atual barbearia, que, garante ele, é a sua realização profissional. “Não me vejo fazendo outra coisa, nem mesmo aos 75 anos”, afirma.

Projeto de expansão 3kg5i

Vicente Nunes/CB - Leonardo Valentim de Souza, sócio da Rota 351 Barber Shop, corta o cabelo de um português

O goiano Murilo Dias Gomes, 36, está tão entusiasmado com o sucesso da Rota 351 Barber Shop, aberta há três anos e meio em parceria com o sócio, o rondonense Leonardo Valentim de Souza, 25, que já faz planos para ampliar o empreendimento. Os dois, que fazem a cabeça dos portugueses em uma loja em Almada, na região metropolitana de Lisboa, estão em busca de um novo ponto para montar mais uma barbearia. “Estamos estudando o mercado de Lisboa, que nos parece um pouco saturado, e de algumas cidades menores próximas da capital portuguesa. Queremos dar um o bem seguro, pois é importante um investimento que dê retorno e que gere empregos”, diz.

Não foi fácil, porém, os primeiros momentos dos sócios, quando eles decidiram sair da condição de empregados em uma barbearia, com salários garantidos, para empreender o próprio negócio. “Houve dias em que o nosso faturamento foi zero. No primeiro mês, cada um de nós faturou 400 euros (R$ 2.250). Não dava para cobrir nem as despesas com o salão”, recorda Murilo. “Hoje, se perguntarem se estamos satisfeitos com as nossas receitas, direi que sim. Fazemos, em média, 500 atendimentos por mês”, acrescenta ele. “Os portugueses gostam do trabalho que nós, brasileiros, fazemos na área da beleza”, emenda Leonardo.

Murilo, que está em Portugal há pouco mais de seis anos, já trabalhava como barbeiro em sua cidade natal, Itumbiara. “Tudo começou por incentivo da minha mãe, que é cabeleireira. Fiz um curso em Uberlândia, Minas Gerais, e vi que tinha jeito para lidar com a tesoura”, comenta. A decisão de cruzar o Atlântico também teve a ver com a mãe, que vivia na Espanha há mais de uma década. “Mas escolhi Portugal para morar, por causa das similaridades com o Brasil. A língua é a mesma, a comida é parecida e o jeito de ser dos portugueses não é muito diferente, mesmo sendo eles um pouco mais fechados do que nós”, frisa. Com a barbearia indo tão bem e a vida tranquila que leva, não a pela cabeça do goiano voltar para o país em que nasceu.

Planos nesse sentido também estão fora de cogitação para o sócio Leonardo. O jovem afirma que ainda tem um longo caminho a percorrer na direção que escolheu seguir. Ele conta que os primeiros contatos com a tesoura se deram quando ainda tinha 16 anos. “Comecei a cortar o cabelo dos meus amigos. Era um hobby que me dava prazer”, ressalta. Quando terminou os estudos, aos 18 anos, deparou-se com a dura realidade enfrentada por muitos garotos da idade dele: a falta de oportunidades no mercado de trabalho. “Não conseguia arrumar emprego. Foi aí que decidi fazer um curso de barbeiro”, lembra.

Profissionalmente, contudo, Leonardo só foi exercer a profissão em Portugal, para onde se mudou com a mãe. Na pequena cidade de Piau Novo, próxima a Lisboa, ele conseguiu o primeiro trabalho em uma barbearia. “De início, havia muita desconfiança dos portugueses em relação a minha capacidade profissional. Me faziam uma série de perguntas. Queriam saber por que eu estava trabalhando em vez de estudar e se eu realmente sabia cortar cabelo e fazer barba. À medida que fui mostrando o meu talento e toda a técnica que tinha, as desconfianças cessaram. Hoje, tenho o meu próprio salão, em parceria com o Murilo, e estamos nos preparando para expandir nosso negócio. Posso dizer que me encontrei nessa profissão e não quero saber de outra atividade”, afirma.

Nas graças da vizinhança 5j6o1i

Vicente Nunes/CB - "Temos facilidade para conversar e ouvir, e isso faz um bom diferencial", conta Ronaldo Barros

Na Barbearia do Ronaldo, também em Almada, é preciso paciência para encontrar um horário vago. O mineiro de Caratinga, Ronaldo Barros, 55, é requisitadíssimo pela vizinhança, que descobriu no salão que ele istra, além de um serviço de qualidade, um bom papo. “Os clientes gostam de ser bem atendidos. Temos facilidade para conversar e ouvir, e isso faz um bom diferencial”, destaca. “Como a minha barbearia é de bairro, 90% dos meus clientes são portugueses, e vários deles se tornaram meus amigos”, acrescenta. A barbearia foi aberta há sete anos, mas o brasileiro está na profissão desde 1987, que ou a exercer por acaso, quando o dono de uma barbearia em Caratinga se propôs a lhe ensinar as técnicas.

A mudança para Portugal há quase 20 anos, no entanto, veio acompanhada de uma proposta de emprego como ajudante de eletricista. O mineiro viu ali uma oportunidade para a vida nova e não questionou, mas bastaram três dias de trabalho para ter a certeza de que aquela não era a praia dele. Acabou se encaixando em uma barbearia, que trocou por várias outras até que surgiu a oportunidade de ter a sua loja. O ponto estava localizado em um local estratégico da cidade. Faltava, porém, o capital para transformar o sonho em realidade. “Aluguei o local, comecei as obras e fui para o Brasil, onde raspei toda a minha poupança”, relembra ele, que, anos antes, chegou a pensar em desistir de Portugal e retornar para Minas.

Inquieto, Ronaldo está às voltas com uma nova obra no salão. “Quero remodelá-lo, deixá-lo mais arrumado. Os clientes pagam, portanto, merecem ter mais conforto”, ressalta. No total, desde o começo do empreendimento, já foram investidos mais de 10 mil euros (R$ 56 mil) no negócio. “Mas não tenho do que reclamar. Meus clientes são fiéis, e eu gosto muito do que faço. Conquistei o meu espaço e vou terminar a vida sendo barbeiro”, frisa. Ele assinala que já teve vários brasileiros dividindo o salão com ele, mas, neste momento, está cuidado sozinho da clientela, que está mais do que satisfeita.

O mineiro diz que sua técnica é a tradicional, contudo, os barbeiros menos experientes têm procurado se especializar em outras formas de dar acabamento ao cabelo, à barba e ao bigode. “Há vários cursos para isso”, explica o mineiro. Os portugueses mais jovens gostam de replicar os cortes usados no Brasil, sobretudo, por jogadores de futebol, cantores e atores de novela. Muitos chegam às barbearias com fotos dos modelos que querem seguir. E, nesse ponto, os profissionais brasileiros fazem a diferença. São abertos a novas experiências e gostam da ousadia. “Isso explica o nosso sucesso em Portugal”, reforça Leonardo, da Rota 351.

Bom relacionamento é importante 1e3q5y

Fotos: Vicente Nunes/CB - Luca Loureiro trocou de profissão depois dos 50 anos e diz que não se arrepende

Luca Loureiro ainda não conseguiu sair da posição de empregado para dono de uma barbearia. “Mas os meus planos nesse sentido já estão traçados”, afirma. Agora, a missão que lhe foi dada pela proprietária da Bratz Barber — uma portuguesa — é para que ele use todo o talento para atrair clientes brasileiros, que não param de chegar a Portugal. “A maioria da clientela do salão é de portugueses, mas já conquistei uma boa leva de brasileiros, muitos que desembarcaram em Portugal sem conhecer ninguém, sem ter uma referência de onde fazer a barba e o cabelo. Vários deles estão fidelizados conosco”, complementa.

Assim que pisou em terras lusitanas, Luca fez um curso profissionalizante, reconhecido pela União Europeia. Logo, começou a trabalhar. Ele não contava, porém, com a pandemia da covid-19, que levou muitos estabelecimentos a fecharem as portas. A sorte do carioca foi que os clientes que ele havia feito aram a lhe chamar para cortar o cabelo na casa deles. “Esse serviço em domicílio me ajudou muito. E o atendimento deu tão certo, que alguns ainda continuam preferindo ser atendidos em casa. Assim, mesclo esses clientes com os da barbearia e, melhor, reforço o meu faturamento”, relata.

Para quem deu uma bela virada na vida depois dos 50 anos, Luca está sempre pronto para encarar desafios, contudo, prefere manter sempre os dois pés no chão. Assim, acredita ele, terá condições de, mais à frente, empreender. “A concorrência não é fácil, especialmente em Lisboa, onde trabalho. Além disso, os preços dos aluguéis de imóveis comerciais subiram muito”, enfatiza. “Já não sofro com as estreias de nove espetáculos por ano. Agora, tenho uma profissão que me acalma, que me permite trocar experiências e aprendizados com os clientes”, acrescenta. Os únicos assuntos proibidos nas barbearias são política e religião. Não há razão para embates desnecessários.

Essa cartilha é seguida à risca pelo paulistano Thiago Carvalho. “Um bom barbeiro não entra em polêmicas. É sempre educado e paciente, até porque as portas da loja estão sempre abertas para todos os públicos”, ensina. O brasileiro está se preparando para abrir outros pontos de atendimento, todos próprios, com a marca Senhor Barbeiro. Mas o que realmente está lhe tocando a alma é a possibilidade de criar uma escola para formação de barbeiros, focada num padrão de qualidade do atendimento. “É para ar o conhecimento adiante”, afirma. “O público português está ávido pelos serviços que prestamos”, conclui.