/* 1rem = 16px, 0.625rem = 10px, 0.5rem = 8px, 0.25rem = 4px, 0.125rem = 2px, 0.0625rem = 1px */ :root { --cor: #073267; --fonte: "Roboto", sans-serif; --menu: 12rem; /* Tamanho Menu */ } @media screen and (min-width: 600px){ .site{ width: 50%; margin-left: 25%; } .logo{ width: 50%; } .hamburger{ display: none; } } @media screen and (max-width: 600px){ .logo{ width: 100%; } } p { text-align: justify; } .logo { display: flex; position: absolute; /* Tem logo que fica melhor sem position absolute*/ align-items: center; justify-content: center; } .hamburger { font-size: 1.5rem; padding-left: 0.5rem; z-index: 2; } .sidebar { padding: 10px; margin: 0; z-index: 2; } .sidebar>li { list-style: none; margin-bottom: 10px; z-index: 2; } .sidebar a { text-decoration: none; color: #fff; z-index: 2; } .close-sidebar { font-size: 1.625em; padding-left: 5px; height: 2rem; z-index: 3; padding-top: 2px; } #sidebar1 { width: var(--menu); background: var(--cor); color: #fff; } #sidebar1 amp-img { width: var(--menu); height: 2rem; position: absolute; top: 5px; z-index: -1; } .fonte { font-family: var(--fonte); } .header { display: flex; background: var(--cor); color: #fff; align-items: center; height: 3.4rem; } .noticia { margin: 0.5rem; } .assunto { text-decoration: none; color: var(--cor); text-transform: uppercase; font-size: 1rem; font-weight: 800; display: block; } .titulo { color: #333; } .autor { color: var(--cor); font-weight: 600; } .chamada { color: #333; font-weight: 600; font-size: 1.2rem; line-height: 1.3; } .texto { line-height: 1.3; } .galeria {} .retranca {} .share { display: flex; justify-content: space-around; padding-bottom: 0.625rem; padding-top: 0.625rem; } .tags { display: flex; flex-wrap: wrap; flex-direction: row; text-decoration: none; } .tags ul { display: flex; flex-wrap: wrap; list-style-type: disc; margin-block-start: 0.5rem; margin-block-end: 0.5rem; margin-inline-start: 0px; margin-inline-end: 0px; padding-inline-start: 0px; flex-direction: row; } .tags ul li { display: flex; flex-wrap: wrap; flex-direction: row; padding-inline-end: 2px; padding-bottom: 3px; padding-top: 3px; } .tags ul li a { color: var(--cor); text-decoration: none; } .tags ul li a:visited { color: var(--cor); } .citacao {} /* Botões de compartilhamento arrendodados com a cor padrão do site */ amp-social-share.rounded { border-radius: 50%; background-size: 60%; color: #fff; background-color: var(--cor); } --> { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/euestudante/trabalho-e-formacao/2024/06/6885317-pesquisa-aponta-lacunas-entre-ensino-e-mercado-de-trabalho.html", "name": "Pesquisa aponta lacunas entre ensino superior e mercado de trabalho", "headline": "Pesquisa aponta lacunas entre ensino superior e mercado de trabalho", "alternateName": "Educação&Emprego", "alternativeHeadline": "Educação&Emprego", "datePublished": "2024-06-30-0306:00:00-10800", "articleBody": "<p class="texto">Cursar uma faculdade &eacute; um sonho para muitos brasileiros.&nbsp;De acordo com o IBGE, em 2023 a propor&ccedil;&atilde;o de trabalhadores com ensino superior alcan&ccedil;ou os 23,1%, um aumento significativo em compara&ccedil;&atilde;o aos 14,1% registrados h&aacute; 11 anos. Al&eacute;m disso, a taxa de desemprego para profissionais com ensino superior completo &eacute; 56,2% menor em compara&ccedil;&atilde;o com aqueles que t&ecirc;m apenas o ensino m&eacute;dio. Outra estat&iacute;stica colhida pelo &oacute;rg&atilde;o &eacute; que a m&eacute;dia dos sal&aacute;rios para os formados no n&iacute;vel superior era de R$ 7.622, enquanto os de n&iacute;vel m&eacute;dio era de R$ 2.827, em 2022.</p> <p class="texto">Informa&ccedil;&otilde;es como essas fazem muitas pessoas almejarem a conclus&atilde;o de suas forma&ccedil;&otilde;es, abrindo m&atilde;o de outros planos para conquistar seus diplomas.&nbsp;Por&eacute;m, o estudo&nbsp;<em>O ensino e o mercado de trabalho &mdash; an&aacute;lise de cen&aacute;rio</em>, encomendado pela Geofusion, da empresa Cortex,&nbsp;l&iacute;der em&nbsp;intelig&ecirc;ncia de&nbsp;dados&nbsp;na Am&eacute;rica Latina, mostra que a gradua&ccedil;&atilde;o em uma universidade n&atilde;o &eacute; garantia de emprego na &aacute;rea.</p> <h3>An&aacute;lise</h3> <p class="texto">Ao observar a demanda do mercado por uma an&aacute;lise real do cen&aacute;rio de egressos das universidades no mercado de trabalho, a empresa iniciou um levantamento com fontes oficiais do governo. "Por meio da Lei de o &agrave; Informa&ccedil;&atilde;o, a Geofusion conseguiu o &agrave;s bases que permitiram a combina&ccedil;&atilde;o in&eacute;dita de dados do Minist&eacute;rio da Educa&ccedil;&atilde;o (MEC) e do Minist&eacute;rio do Trabalho (MTE). Ao todo, foram mais de 400 mil registros que foram estruturados e combinados pelo nosso time de cientistas de dados, o que permitiu entender o cen&aacute;rio", explica Isabela Cavalcanti de Albuquerque, gerente de Produtos de Dados da Geofusion e uma das respons&aacute;veis pelo estudo.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/06/27/trabalho_cursos_contratacao-38488348.jpg" width="1512" height="1202" layout="responsive" alt="Gr&aacute;fico mostra cargos com maior volume de contrata&ccedil;&atilde;o por curso"></amp-img> <figcaption>Editoria de Arte - <b>Gr&aacute;fico mostra cargos com maior volume de contrata&ccedil;&atilde;o por curso</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">A pesquisa revelou que, apesar do aumento nas matr&iacute;culas no ensino superior nos &uacute;ltimos anos, a maioria dos formados acaba ocupando vagas de n&iacute;vel m&eacute;dio quando se trata de contrata&ccedil;&otilde;es por empresas no modelo CLT.&nbsp;Considerando ainda os 15 cursos com o maior n&uacute;mero de matriculados no pa&iacute;s, apenas um em cada 10 graduados consegue ingressar no mercado em cargos compat&iacute;veis com a sua forma&ccedil;&atilde;o. J&aacute; em rela&ccedil;&atilde;o aos 10 maiores cursos do Brasil em n&uacute;mero de matr&iacute;culas, menos de 9 mil dos quase 67 mil formados ingressaram em cargos de n&iacute;vel superior, representando apenas 12% dos egressos das universidades no recorte analisado.</p> <p class="texto">Entre os rec&eacute;m-formados em enfermagem, apenas 7% atuam em cargos de n&iacute;vel superior. Para os graduados em direito, esse n&uacute;mero &eacute; de 9%. De modo geral, a maioria dos graduados ocupa posi&ccedil;&otilde;es como assistente istrativo (37%), auxiliar de escrit&oacute;rio (18%) e auxiliar de servi&ccedil;os jur&iacute;dicos (15%). No caso dos formados em istra&ccedil;&atilde;o, apenas 3% atuam como es, enquanto 52% trabalham como assistentes istrativos e 36% como auxiliares de escrit&oacute;rio.&nbsp;"Muitas vezes, os estudantes investem alto na forma&ccedil;&atilde;o superior e se dedicam por anos para aprimorar a forma&ccedil;&atilde;o, mas o cargo ocupado nem sempre est&aacute; &agrave; altura do investimento realizado", afirma Isabela.</p> <h3>Novos caminhos</h3> <p class="texto">Lyssa Brand&atilde;o, 30 anos, foi uma das pessoas a ar por essa experi&ecirc;ncia. Atualmente, ela trabalha como maquiadora, mesmo sendo formada em direito. "Meu sonho era cursar psicologia, mas minha fam&iacute;lia n&atilde;o me apoiava, diziam que eu iria 'morrer de fome'. Ent&atilde;o, decidi cursar direito para garantir uma melhor inser&ccedil;&atilde;o no mercado de trabalho", compartilha.</p> <p class="texto">Por&eacute;m, as expectativas n&atilde;o foram cumpridas. "Eu me formei em 2016 e em 2018 ei na OAB e fiquei animada para advogar, mas encontrei dificuldades porque eram muitos requisitos necess&aacute;rios como p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o e experi&ecirc;ncia de anos na &aacute;rea. A maioria dos escrit&oacute;rios de advocacia n&atilde;o querem dar a primeira oportunidade e eu n&atilde;o consegui fazer est&aacute;gio na &eacute;poca da faculdade, pois precisava de um emprego CLT."</p> <p class="texto">Assim, Lyssa optou por seguir novos caminhos. "Sempre gostei de maquiagem e me maquiava bem, ent&atilde;o minhas amigas me incentivavam a gravar v&iacute;deos e atender clientes. Quando chegou a pandemia, eu, que trabalho como terceirizada, ei muito tempo livre, ent&atilde;o decidi me arriscar como maquiadora. Me sinto mais feliz e agora estou seguindo o sonho de cursar psicologia", conta. <div class="galeria-cb"> <amp-carousel class="carousel1" layout="fixed-height" height="300" type="slides"> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/06/25/675x450/1_25062024ea_28-38394001.jpg" class="contain" layout="fill" alt=" 25/06/2024 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Trabalho e Formação Profissional. Graduados que exerce outra profissão. Na foto Lyssa Brandão, advogada porem maquiadora." width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Ed Alves/CB/DA.Press - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/06/25/675x450/1_25062024ea_34-38394094.jpg" class="contain" layout="fill" alt=" 25/06/2024 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Trabalho e Forma&ccedil;&atilde;o Profissional. Graduados que exerce outra profiss&atilde;o. Na foto Lyssa Brand&atilde;o, advogada porem maquiadora." width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Ed Alves/CB/DA.Press - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/06/25/675x450/1_25062024ea_19-38393775.jpg?20240628211152" class="contain" layout="fill" alt=" 25/06/2024 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Trabalho e Formação Profissional. Graduados que exerce outra profissão. Na foto Lyssa Brandão, advogada porem maquiadora." width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Ed Alves/CB/DA.Press - <b></b> </figcaption> </div> <amp-embed width=100 height=100 type=taboola layout=responsive data-publisher='diariosassociados-correiobraziliense' data-mode='thumbnails-a-photogallery' data-placement='taboola-widget-0-photo-gallery AMP' data-target_type='mix' data-article='auto' data-url=''> </amp-embed> </amp-carousel> </div></p> <h3>Contatos</h3> <p class="texto">Patrick Leal, 29, tamb&eacute;m ou por uma situa&ccedil;&atilde;o parecida. "Me formei em biomedicina na Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2018. Eu escolhi o curso porque me interessava pela &aacute;rea e pretendia reutilizar algumas mat&eacute;rias posteriormente para cursar medicina. Depois que me formei, acabei n&atilde;o conseguindo emprego na &aacute;rea nem tempo para outro curso. Na minha opini&atilde;o, conseguir se empregar em biomedicina &eacute; quase imposs&iacute;vel. Aqui em Bras&iacute;lia, voc&ecirc; s&oacute; consegue se tiver contatos", explica. "Ap&oacute;s um tempo, eu desanimei, percebi que se n&atilde;o corresse atr&aacute;s de outra coisa n&atilde;o ia conseguir me sustentar, ent&atilde;o fiz entrevista para ser auxiliar istrativo em uma empresa do ParkShopping e fui contratado. Estou aqui h&aacute; dez meses", completa.</p> <h3>Recoloca&ccedil;&atilde;o</h3> <p class="texto">Ricardo Aparecido, 44, que atualmente trabalha como motorista de aplicativo, tamb&eacute;m enfrenta dificuldades e j&aacute; est&aacute; fora do mercado de sua &aacute;rea de forma&ccedil;&atilde;o h&aacute; quase sete anos. "Me formei primeiro em desenho industrial, em 2005, mas n&atilde;o consegui trabalhar na &aacute;rea, ent&atilde;o comecei a cursar publicidade e propaganda e me formei em 2008. Nessa &aacute;rea, tamb&eacute;m enfrentei dificuldades e consegui trabalhar apenas como estagi&aacute;rio, freelancer e PJ por alguns meses. Para tentar me recolocar no mercado, resolvi fazer uma terceira gradua&ccedil;&atilde;o em gest&atilde;o comercial, mas tamb&eacute;m n&atilde;o consegui atuar. Acredito que a maior dificuldade para entrar no mercado de trabalho &eacute; a falta de experi&ecirc;ncia na &aacute;rea", comenta.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/06/26/ricardo_aparecido__44_anos__uber-38452232.jpeg" width="1248" height="1202" layout="responsive" alt="Ricardo Aparecido, 44, considera a falta de experi&ecirc;ncia na &aacute;rea a maior dificuldade para entrar no mercado"></amp-img> <figcaption>Arquivo pessoal - <b>Ricardo Aparecido, 44, considera a falta de experi&ecirc;ncia na &aacute;rea a maior dificuldade para entrar no mercado</b></figcaption> </div></p> <h3>Diagn&oacute;stico</h3> <p class="texto">Dados do Instituto de Pesquisa Econ&ocirc;mica Aplicada (Ipea) indicam que a maior parte dos trabalhadores do Brasil possui ensino m&eacute;dio completo e a maioria das vagas ofertadas tamb&eacute;m &eacute; direcionada para esse perfil. De acordo com Maria Andreia Lameiras, t&eacute;cnica de planejamento e pesquisa da Diretoria de Estudos e Pol&iacute;ticas Macroecon&ocirc;micas do Ipea, nos &uacute;ltimos anos, o crescimento brasileiro tem sido muito focado nos servi&ccedil;os. "Esse &eacute; o setor que mais cresce e, consequentemente, o que mais emprega. Os empregos gerados nesse setor s&atilde;o, em sua maioria, de baixa qualifica&ccedil;&atilde;o, exigindo menos escolaridade. Ent&atilde;o, esses s&atilde;o os empregos mais comuns", explica.</p> <p class="texto">"Dessa forma, muitos rec&eacute;m-formados, quando saem da faculdade, t&ecirc;m duas op&ccedil;&otilde;es: se capacitar mais para esperar uma vaga na sua &aacute;rea ou aceitar um emprego que n&atilde;o requer sua qualifica&ccedil;&atilde;o imediata, mas que pode manter at&eacute; encontrar algo melhor. Infelizmente, para a maioria da popula&ccedil;&atilde;o brasileira, esperar por um bom emprego n&atilde;o &eacute; uma op&ccedil;&atilde;o vi&aacute;vel, pois h&aacute; contas a pagar e, &agrave;s vezes, uma fam&iacute;lia para sustentar", completa a pesquisadora.</p> <p dir="ltr">A segunda quest&atilde;o levantada por Maria Andreia &eacute; a qualidade do ensino superior no Brasil. &ldquo;Muitas pessoas t&ecirc;m o diploma, mas n&atilde;o possuem o conhecimento necess&aacute;rio. Ao se candidatar a uma vaga, os empregadores frequentemente identificam que, apesar do diploma, o candidato n&atilde;o possui os requisitos necess&aacute;rios para a vaga.&rdquo;</p> <p class="texto">O head da empresa Networkme, Luciano Cacace, afirma que existe uma dist&acirc;ncia entre a forma&ccedil;&atilde;o universit&aacute;ria e as demandas do mercado de trabalho. "As universidades seguem um curr&iacute;culo imposto pelo MEC, que possui elementos valiosos, mas n&atilde;o acompanha as mudan&ccedil;as r&aacute;pidas do mercado. As empresas valorizam muito mais as habilidades comportamentais e individuais do que a forma&ccedil;&atilde;o formal das institui&ccedil;&otilde;es", esclarece.</p> <h3>Preju&iacute;zos</h3> <p class="texto">Solange de Castro,&nbsp;especialista em carreira e professora de lideran&ccedil;a no Ibmec, afirma que um dos principais problemas &eacute; a desmotiva&ccedil;&atilde;o. "&Eacute; muito complicado para o funcion&aacute;rio quando ele tem condi&ccedil;&otilde;es de contribuir mais, mas n&atilde;o tem espa&ccedil;o para isso. As tarefas n&atilde;o exigem e n&atilde;o requerem a gradua&ccedil;&atilde;o feita. Isso desmotiva", elucida. Essa problem&aacute;tica atinge n&atilde;o s&oacute; o empregado como tamb&eacute;m o empregador, como explica a especialista. "Se existe uma vaga na qual os candidatos de n&iacute;vel m&eacute;dio e superior aceitam receber a mesma remunera&ccedil;&atilde;o, &eacute; mais prov&aacute;vel que o empres&aacute;rio opte pela pessoa mais qualificada. Nem sempre essa &eacute; a melhor decis&atilde;o porque a desmotiva&ccedil;&atilde;o leva &agrave; improdutividade e ao baixo desempenho", completa.</p> <p class="texto">Outros preju&iacute;zos s&atilde;o a perda de competitividade do pa&iacute;s no cen&aacute;rio global, o achatamento salarial em cadeia, a redu&ccedil;&atilde;o da arrecada&ccedil;&atilde;o de impostos e a insustentabilidade do sistema previdenci&aacute;rio do pa&iacute;s. "O modelo de crescimento econ&ocirc;mico do Brasil continua baseado em servi&ccedil;os de baixa qualifica&ccedil;&atilde;o, enquanto em economias desenvolvidas, o crescimento &eacute; sustentado por servi&ccedil;os que exigem maior qualifica&ccedil;&atilde;o", explica Solange.</p> <p class="texto">Maria Andreia complementa ressaltando que, quanto mais um trabalhador de n&iacute;vel superior fica fora da sua &aacute;rea de atua&ccedil;&atilde;o, mais dif&iacute;cil &eacute; para ele ingressar nela. "Estudos mostram que &eacute; mais f&aacute;cil para rec&eacute;m-formados conseguirem empregos dentro da sua &aacute;rea do que para aqueles que est&atilde;o fora dela h&aacute; alguns anos. Isso ocorre porque o mercado pode interpretar o tempo sem emprego na &aacute;rea como falta de qualifica&ccedil;&atilde;o recente, o que pode ser um obst&aacute;culo na busca por oportunidades melhores", conta.</p> <h3>Dicas</h3> <p class="texto">De acordo com Solange, a capacita&ccedil;&atilde;o e a qualifica&ccedil;&atilde;o consistente s&atilde;o essenciais. "As pessoas que t&ecirc;m uma boa gradua&ccedil;&atilde;o, que aproveitaram bem esse per&iacute;odo para fazer est&aacute;gio, buscar experi&ecirc;ncia e enriquecer o curr&iacute;culo, tendem a ter mais facilidade de conseguir uma posi&ccedil;&atilde;o de n&iacute;vel superior. N&atilde;o basta apenas o diploma; a gradua&ccedil;&atilde;o deve ser s&oacute;lida, a ponto de proporcionar verdadeiras condi&ccedil;&otilde;es para a pessoa adquirir habilidades e especialidades. Capacite-se ao ponto de o seu curr&iacute;culo ser desejado para cargos compat&iacute;veis com sua qualifica&ccedil;&atilde;o".</p> <p class="texto">Outra indica&ccedil;&atilde;o &eacute; encontrar maneiras de aplicar os conhecimentos adquiridos na faculdade quando se &eacute; necess&aacute;rio aceitar empregos de menor qualifica&ccedil;&atilde;o para garantir renda. "Isso trar&aacute; mais qualifica&ccedil;&atilde;o e tornar&aacute; o profissional apto para quando surgir uma vaga adequada &agrave; sua forma&ccedil;&atilde;o", explica Maria Andreia.</p> <p class="texto"><em>*Estagi&aacute;ria sob supervis&atilde;o de Marina Rodrigues</em></p> <p class="texto">&nbsp;<div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/euestudante/concursos/2024/06/6887263-governo-autoriza-concurso-da-policia-penal-de-goias-com-16-mil-vagas.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/png/2024/03/11/policial_penal___sejus_pi-35371481.png?20240530164956" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Concursos</strong> <span>Governo autoriza concurso da Polícia Penal de Goiás com 1,6 mil vagas</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/concursos/2024/06/6887210-concurso-do-itamaraty-tem-banca-definida-para-novo-edital-confira.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/03/21/_dsc7769-35657222.jpg?20240628110143" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Concursos</strong> <span>Concurso do Itamaraty tem banca definida para novo edital; confira</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/ensino-superior/2024/06/6886900-professores-encerram-greve-e-assinam-acordo-salarial-com-o-governo.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/06/27/credito_eline_luz_andes_sn-38488654.jpeg?20240627235829" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Ensino superior</strong> <span>Professores e técnico-istrativos assinam acordo salarial com o governo</span> </div> </a> </li> </ul> </div><br /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/06/28/675x450/1_dificuldades_financeiras_e_falta_de_oportunidade_sao_alguns_dos_motivos_para_a_busca_desses_profissionais_por_cargos_de_nivel_medio-38522950.webp?20240628212339?20240628212339", "width": 820, "@type": "ImageObject", "height": 490 }, "author": [ { "@type": "Person", "name": "Maria Eduarda Lavocat*" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } 2b2u3z

Eu, Estudante 6rh50

Educação&Emprego

Pesquisa aponta lacunas entre ensino superior e mercado de trabalho 3xc6u

No recorte analisado, apenas um em cada 10 graduados consegue ingressar em cargos compatíveis com a formação e 12% dos egressos das universidades conseguem cargos de nível superior 5j2q3m

Cursar uma faculdade é um sonho para muitos brasileiros. De acordo com o IBGE, em 2023 a proporção de trabalhadores com ensino superior alcançou os 23,1%, um aumento significativo em comparação aos 14,1% registrados há 11 anos. Além disso, a taxa de desemprego para profissionais com ensino superior completo é 56,2% menor em comparação com aqueles que têm apenas o ensino médio. Outra estatística colhida pelo órgão é que a média dos salários para os formados no nível superior era de R$ 7.622, enquanto os de nível médio era de R$ 2.827, em 2022.

Informações como essas fazem muitas pessoas almejarem a conclusão de suas formações, abrindo mão de outros planos para conquistar seus diplomas. Porém, o estudo O ensino e o mercado de trabalho — análise de cenário, encomendado pela Geofusion, da empresa Cortex, líder em inteligência de dados na América Latina, mostra que a graduação em uma universidade não é garantia de emprego na área.

Análise 2i1b5s

Ao observar a demanda do mercado por uma análise real do cenário de egressos das universidades no mercado de trabalho, a empresa iniciou um levantamento com fontes oficiais do governo. "Por meio da Lei de o à Informação, a Geofusion conseguiu o às bases que permitiram a combinação inédita de dados do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério do Trabalho (MTE). Ao todo, foram mais de 400 mil registros que foram estruturados e combinados pelo nosso time de cientistas de dados, o que permitiu entender o cenário", explica Isabela Cavalcanti de Albuquerque, gerente de Produtos de Dados da Geofusion e uma das responsáveis pelo estudo.

Editoria de Arte - Gráfico mostra cargos com maior volume de contratação por curso

A pesquisa revelou que, apesar do aumento nas matrículas no ensino superior nos últimos anos, a maioria dos formados acaba ocupando vagas de nível médio quando se trata de contratações por empresas no modelo CLT. Considerando ainda os 15 cursos com o maior número de matriculados no país, apenas um em cada 10 graduados consegue ingressar no mercado em cargos compatíveis com a sua formação. Já em relação aos 10 maiores cursos do Brasil em número de matrículas, menos de 9 mil dos quase 67 mil formados ingressaram em cargos de nível superior, representando apenas 12% dos egressos das universidades no recorte analisado.

Entre os recém-formados em enfermagem, apenas 7% atuam em cargos de nível superior. Para os graduados em direito, esse número é de 9%. De modo geral, a maioria dos graduados ocupa posições como assistente istrativo (37%), auxiliar de escritório (18%) e auxiliar de serviços jurídicos (15%). No caso dos formados em istração, apenas 3% atuam como es, enquanto 52% trabalham como assistentes istrativos e 36% como auxiliares de escritório. "Muitas vezes, os estudantes investem alto na formação superior e se dedicam por anos para aprimorar a formação, mas o cargo ocupado nem sempre está à altura do investimento realizado", afirma Isabela.

Novos caminhos 3f5p6q

Lyssa Brandão, 30 anos, foi uma das pessoas a ar por essa experiência. Atualmente, ela trabalha como maquiadora, mesmo sendo formada em direito. "Meu sonho era cursar psicologia, mas minha família não me apoiava, diziam que eu iria 'morrer de fome'. Então, decidi cursar direito para garantir uma melhor inserção no mercado de trabalho", compartilha.

Porém, as expectativas não foram cumpridas. "Eu me formei em 2016 e em 2018 ei na OAB e fiquei animada para advogar, mas encontrei dificuldades porque eram muitos requisitos necessários como pós-graduação e experiência de anos na área. A maioria dos escritórios de advocacia não querem dar a primeira oportunidade e eu não consegui fazer estágio na época da faculdade, pois precisava de um emprego CLT."

Assim, Lyssa optou por seguir novos caminhos. "Sempre gostei de maquiagem e me maquiava bem, então minhas amigas me incentivavam a gravar vídeos e atender clientes. Quando chegou a pandemia, eu, que trabalho como terceirizada, ei muito tempo livre, então decidi me arriscar como maquiadora. Me sinto mais feliz e agora estou seguindo o sonho de cursar psicologia", conta.

Ed Alves/CB/DA.Press -
Ed Alves/CB/DA.Press -
Ed Alves/CB/DA.Press -

Contatos 193w2k

Patrick Leal, 29, também ou por uma situação parecida. "Me formei em biomedicina na Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2018. Eu escolhi o curso porque me interessava pela área e pretendia reutilizar algumas matérias posteriormente para cursar medicina. Depois que me formei, acabei não conseguindo emprego na área nem tempo para outro curso. Na minha opinião, conseguir se empregar em biomedicina é quase impossível. Aqui em Brasília, você só consegue se tiver contatos", explica. "Após um tempo, eu desanimei, percebi que se não corresse atrás de outra coisa não ia conseguir me sustentar, então fiz entrevista para ser auxiliar istrativo em uma empresa do ParkShopping e fui contratado. Estou aqui há dez meses", completa.

Recolocação y41k

Ricardo Aparecido, 44, que atualmente trabalha como motorista de aplicativo, também enfrenta dificuldades e já está fora do mercado de sua área de formação há quase sete anos. "Me formei primeiro em desenho industrial, em 2005, mas não consegui trabalhar na área, então comecei a cursar publicidade e propaganda e me formei em 2008. Nessa área, também enfrentei dificuldades e consegui trabalhar apenas como estagiário, freelancer e PJ por alguns meses. Para tentar me recolocar no mercado, resolvi fazer uma terceira graduação em gestão comercial, mas também não consegui atuar. Acredito que a maior dificuldade para entrar no mercado de trabalho é a falta de experiência na área", comenta.

Arquivo pessoal - Ricardo Aparecido, 44, considera a falta de experiência na área a maior dificuldade para entrar no mercado

Diagnóstico 601i4u

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indicam que a maior parte dos trabalhadores do Brasil possui ensino médio completo e a maioria das vagas ofertadas também é direcionada para esse perfil. De acordo com Maria Andreia Lameiras, técnica de planejamento e pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, nos últimos anos, o crescimento brasileiro tem sido muito focado nos serviços. "Esse é o setor que mais cresce e, consequentemente, o que mais emprega. Os empregos gerados nesse setor são, em sua maioria, de baixa qualificação, exigindo menos escolaridade. Então, esses são os empregos mais comuns", explica.

"Dessa forma, muitos recém-formados, quando saem da faculdade, têm duas opções: se capacitar mais para esperar uma vaga na sua área ou aceitar um emprego que não requer sua qualificação imediata, mas que pode manter até encontrar algo melhor. Infelizmente, para a maioria da população brasileira, esperar por um bom emprego não é uma opção viável, pois há contas a pagar e, às vezes, uma família para sustentar", completa a pesquisadora.

A segunda questão levantada por Maria Andreia é a qualidade do ensino superior no Brasil. “Muitas pessoas têm o diploma, mas não possuem o conhecimento necessário. Ao se candidatar a uma vaga, os empregadores frequentemente identificam que, apesar do diploma, o candidato não possui os requisitos necessários para a vaga.”

O head da empresa Networkme, Luciano Cacace, afirma que existe uma distância entre a formação universitária e as demandas do mercado de trabalho. "As universidades seguem um currículo imposto pelo MEC, que possui elementos valiosos, mas não acompanha as mudanças rápidas do mercado. As empresas valorizam muito mais as habilidades comportamentais e individuais do que a formação formal das instituições", esclarece.

Prejuízos 5f4y15

Solange de Castro, especialista em carreira e professora de liderança no Ibmec, afirma que um dos principais problemas é a desmotivação. "É muito complicado para o funcionário quando ele tem condições de contribuir mais, mas não tem espaço para isso. As tarefas não exigem e não requerem a graduação feita. Isso desmotiva", elucida. Essa problemática atinge não só o empregado como também o empregador, como explica a especialista. "Se existe uma vaga na qual os candidatos de nível médio e superior aceitam receber a mesma remuneração, é mais provável que o empresário opte pela pessoa mais qualificada. Nem sempre essa é a melhor decisão porque a desmotivação leva à improdutividade e ao baixo desempenho", completa.

Outros prejuízos são a perda de competitividade do país no cenário global, o achatamento salarial em cadeia, a redução da arrecadação de impostos e a insustentabilidade do sistema previdenciário do país. "O modelo de crescimento econômico do Brasil continua baseado em serviços de baixa qualificação, enquanto em economias desenvolvidas, o crescimento é sustentado por serviços que exigem maior qualificação", explica Solange.

Maria Andreia complementa ressaltando que, quanto mais um trabalhador de nível superior fica fora da sua área de atuação, mais difícil é para ele ingressar nela. "Estudos mostram que é mais fácil para recém-formados conseguirem empregos dentro da sua área do que para aqueles que estão fora dela há alguns anos. Isso ocorre porque o mercado pode interpretar o tempo sem emprego na área como falta de qualificação recente, o que pode ser um obstáculo na busca por oportunidades melhores", conta.

Dicas n658

De acordo com Solange, a capacitação e a qualificação consistente são essenciais. "As pessoas que têm uma boa graduação, que aproveitaram bem esse período para fazer estágio, buscar experiência e enriquecer o currículo, tendem a ter mais facilidade de conseguir uma posição de nível superior. Não basta apenas o diploma; a graduação deve ser sólida, a ponto de proporcionar verdadeiras condições para a pessoa adquirir habilidades e especialidades. Capacite-se ao ponto de o seu currículo ser desejado para cargos compatíveis com sua qualificação".

Outra indicação é encontrar maneiras de aplicar os conhecimentos adquiridos na faculdade quando se é necessário aceitar empregos de menor qualificação para garantir renda. "Isso trará mais qualificação e tornará o profissional apto para quando surgir uma vaga adequada à sua formação", explica Maria Andreia.

*Estagiária sob supervisão de Marina Rodrigues