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Nesta edi&ccedil;&atilde;o, conhe&ccedil;a a trajet&oacute;ria de algumas delas.</p> <h3>Prop&oacute;sito unificado</h3> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/03/12/360x240/1_whatsapp_image_2025_03_12_at_09_54_55-47897682.jpeg" width="360" height="240" layout="responsive" alt="Capit&atilde;o Jacqueline Ribeiro, 48 anos, est&aacute; trabalhando como observadora militar no Saara Ocidental"></amp-img> <figcaption>Fotos: Arquivo pessoal - <b>Capit&atilde;o Jacqueline Ribeiro, 48 anos, est&aacute; trabalhando como observadora militar no Saara Ocidental</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">Criada em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, a capit&atilde;o Jacqueline Ribeiro Santos, 48 anos, sempre irou a carreira militar, tendo fortalecido seu interesse pelas For&ccedil;as Armadas ao assistir aos desfiles de 7 de Setembro. "Ver toda aquela disciplina, ordem, os uniformes impec&aacute;veis, era lindo, mas as oportunidades para o sexo feminino praticamente n&atilde;o existiam."</p> <ul> <li><strong>Leia tamb&eacute;m:</strong>&nbsp;<a href="/politica/2025/01/7026309-sete-mil-mulheres-se-alistam-no-servico-militar.html">Sete mil mulheres se alistam no servi&ccedil;o militar</a></li> </ul> <p class="texto">Formada em letras pela Universidade Unigranrio Afya, encontrou no quadro complementar de oficiais do Ex&eacute;rcito a chance de unir sua paix&atilde;o pelo ensino com o desejo de servir o pa&iacute;s. Ap&oacute;s 5 anos de prepara&ccedil;&atilde;o, em 2010, foi aprovada na sele&ccedil;&atilde;o e, no ano seguinte, ingressou no Curso de Forma&ccedil;&atilde;o de Oficiais (CFO), iniciando sua jornada na &aacute;rea do magist&eacute;rio militar.</p> <p class="texto">No Centro de Idiomas do Ex&eacute;rcito (CIDEx), treinava militares para miss&otilde;es no exterior, o que despertou seu interesse por opera&ccedil;&otilde;es de paz. 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Hoje, com 21 anos de servi&ccedil;o, ela atua como observadora militar na Miss&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para Apoiar o Acordo de Hudaydah (Unmha), no I&ecirc;men.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/03/13/360x240/1_major_farmaceutica_ludmila_santos__e___47__integra_a_operacao_no_iemen_aprendizado_constante_e_amizades_para_a_vida-47992663.jpeg" width="360" height="240" layout="responsive" alt="Major farmac&ecirc;utica Ludmila Santos, 47, integra a opera&ccedil;&atilde;o da ONU no I&ecirc;men"></amp-img> <figcaption>Arquivo pessoal - <b>Major farmac&ecirc;utica Ludmila Santos, 47, integra a opera&ccedil;&atilde;o da ONU no I&ecirc;men</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">Ser volunt&aacute;ria para uma miss&atilde;o de paz sempre esteve em seus planos, impulsionada pelo desejo de contribuir para a estabilidade global e aprender em um ambiente de grande diversidade cultural. Desde o in&iacute;cio da miss&atilde;o, em 2024, ela tem enfrentado desafios significativos, como a barreira do idioma &mdash; a popula&ccedil;&atilde;o local fala predominantemente &aacute;rabe &mdash; e a adapta&ccedil;&atilde;o alimentar. "A comida &eacute; muito diferente do meu feij&atilde;o com arroz, bife, salada e batata frita", brinca.</p> <ul> <li><strong>Leia tamb&eacute;m:&nbsp;</strong><a href="/euestudante/trabalho-e-formacao/2024/03/6822968-soldadas-da-paz-conheca-11-militares-brasileiras-em-missoes-da-onu.html">Soldadas da paz: conhe&ccedil;a 11 militares brasileiras em miss&otilde;es da ONU</a></li> </ul> <p class="texto">Ainda assim, a experi&ecirc;ncia tem sido enriquecedora. "O aprendizado &eacute; constante, e as amizades feitas aqui ser&atilde;o para toda a vida", conta. Para Ludmila, a miss&atilde;o se resume a uma palavra: "resili&ecirc;ncia". A militar compartilha que o que mais a marcou at&eacute; agora foi observar como ambientes restritivos e desafiadores fortalecem os la&ccedil;os entre as pessoas. Seu compromisso com a Unmha segue at&eacute; 5 de julho e, at&eacute; l&aacute;, ela pretende continuar representando com excel&ecirc;ncia o Ex&eacute;rcito brasileiro e contribuindo para a estabilidade da regi&atilde;o.</p> <h3>Ensinamentos</h3> <p class="texto">A capit&atilde;o Renata Sim&otilde;es, 38, tem 15 anos de experi&ecirc;ncia na corpora&ccedil;&atilde;o e sempre soube que esse era o seu caminho. Filha de militar e ex-aluna de Col&eacute;gio Militar, cresceu encantada com a disciplina e os valores das For&ccedil;as Armadas, decidindo seguir a mesma trajet&oacute;ria.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/03/12/360x240/1_capitao_renata_simoes___exercito___1_-47934167.jpeg" width="360" height="240" layout="responsive" alt="Renata Sim&otilde;es"></amp-img> <figcaption>Arquivo pessoal - <b>Renata Sim&otilde;es</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">Formada em medicina veterin&aacute;ria e doutoranda em biodefesa, especializou-se em defesa qu&iacute;mica, biol&oacute;gica, radiol&oacute;gica e nuclear (DQBRN), o que a levou a realizar treinamentos em diversos pa&iacute;ses, como S&eacute;rvia, Paquist&atilde;o e Rep&uacute;blica Tcheca. O compromisso com o servi&ccedil;o ao pr&oacute;ximo tamb&eacute;m se refletiu em seu envolvimento em trabalhos volunt&aacute;rios, tendo contribu&iacute;do, em 2019, como veterin&aacute;ria na Opera&ccedil;&atilde;o Acolhida &mdash; que auxilia imigrantes venezuelanos em situa&ccedil;&atilde;o de vulnerabilidade.</p> <ul> <li><strong>Leia tamb&eacute;m:&nbsp;</strong><a href="/brasil/2024/12/7017782-brasil-e-reeleito-para-integrar-o-comite-de-paz-da-onu-2025-2026.html">Brasil &eacute; reeleito para integrar o comit&ecirc; de paz da ONU 2025-2026</a></li> </ul> <p class="texto">Hoje, a capit&atilde;o Renata est&aacute; como observadora militar na Minusca, focada na Rep&uacute;blica Centro-Africana. "Aqui, o meu trabalho nas patrulhas objetiva garantir a escuta de outras mulheres, fortalecendo a participa&ccedil;&atilde;o feminina em espa&ccedil;os onde, muitas vezes, elas s&atilde;o invisibilizadas."</p> <p class="texto">Segundo a militar, o maior desafio tem sido conciliar a saudade do esposo e dos filhos, mas a experi&ecirc;ncia &eacute; de transforma&ccedil;&atilde;o. "Eu me sinto profundamente realizada em contribuir com essa miss&atilde;o. E eu sei que saio daqui diferente, com ensinamentos profundos de empatia, doa&ccedil;&atilde;o e resili&ecirc;ncia", afirma.</p> <h3>Pioneirismo</h3> <p class="texto">A presen&ccedil;a feminina nas miss&otilde;es de paz do Ex&eacute;rcito come&ccedil;ou em 2003, quando a capit&atilde;o m&eacute;dica &Acirc;ngela Tavares Bezerra, hoje com 61 anos e 23 de carreira militar, foi a primeira mulher a integrar um contingente brasileiro em uma opera&ccedil;&atilde;o da ONU.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/03/12/360x240/1_angela_tavares_bezerra__primeira_mulher_do_exercito_a_ir_em_missao_de_paz___1_-47934165.jpeg" width="360" height="239" layout="responsive" alt="&Acirc;ngela Bezerra foi a primeira mulher do Ex&eacute;rcito a ir numa miss&atilde;o de paz"></amp-img> <figcaption>Arquivo pessoal - <b>&Acirc;ngela Bezerra foi a primeira mulher do Ex&eacute;rcito a ir numa miss&atilde;o de paz</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">Ao se candidatar para a miss&atilde;o no Timor-Leste, &Acirc;ngela ou por um rigoroso processo seletivo, que incluiu testes f&iacute;sicos e treinamentos intensivos em condi&ccedil;&otilde;es iguais &agrave;s dos homens. "No in&iacute;cio, foi um pouco dif&iacute;cil, pois eu precisava acompanhar os rapazes em atividades f&iacute;sicas de alta performance, al&eacute;m dos treinamentos diurnos e noturnos com instru&ccedil;&otilde;es de tiro, orienta&ccedil;&atilde;o e aulas de idiomas", lembra.</p> <p class="texto">Sua perseveran&ccedil;a e dedica&ccedil;&atilde;o foram reconhecidas rapidamente. "Ao demonstrar esfor&ccedil;o e capacidade, meus companheiros perceberam a for&ccedil;a e a coragem que temos como mulheres e aram a confiar em mim, incluindo-me em tudo. N&atilde;o senti preconceito, apenas o desafio de provar que eu era capaz", relata.</p> <p class="texto">No Timor-Leste, &Acirc;ngela encontrou uma realidade de extrema pobreza e instabilidade pol&iacute;tica, mas tamb&eacute;m uma popula&ccedil;&atilde;o carente de ajuda humanit&aacute;ria. Seu trabalho como m&eacute;dica militar ia al&eacute;m dos atendimentos m&eacute;dicos, uma vez que era parte do esfor&ccedil;o de reconstru&ccedil;&atilde;o de um pa&iacute;s devastado por conflitos.</p> <ul> <li><strong>Leia tamb&eacute;m:&nbsp;</strong><a href="/euestudante/trabalho-e-formacao/2022/03/4990569-toque-feminino-nos-quarteis-altera-a-historia-do-exercito-brasileiro.html">Toque feminino nos quart&eacute;is altera a hist&oacute;ria do Ex&eacute;rcito brasileiro</a></li> </ul> <p class="texto">"Lembro como se fosse hoje. No meu primeiro dia no Timor, fui chamada pelo general Beraldo, que me disse: 'Aqui, voc&ecirc; n&atilde;o &eacute; apenas a capit&atilde;o m&eacute;dica &Acirc;ngela, mas, sim, a representante feminina do nosso pa&iacute;s. A partir de ent&atilde;o, voc&ecirc; abre ou fecha as portas para o corpo feminino do Ex&eacute;rcito'. Isso me incentivou a dar o melhor de mim", compartilha, emocionada.</p> <p class="texto">Seu compromisso abriu caminho para muitas outras mulheres. "O maior desafio era interno, pois eu sabia que n&atilde;o poderia decepcionar as futuras companheiras que viriam depois de mim", destaca.</p> <p class="texto">Hoje, com orgulho, ela v&ecirc; a crescente participa&ccedil;&atilde;o feminina nas miss&otilde;es de paz e deixa uma mensagem para as pr&oacute;ximas gera&ccedil;&otilde;es: "Gostaria de transmitir para todas as mulheres que acreditem em si mesmas. Somos capazes, somos fortes, e, mostrando nosso potencial, podemos ser respeitadas. N&atilde;o h&aacute; limites para alcan&ccedil;armos nossos objetivos!"</p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/euestudante/concursos/2025/03/7084388-as-novas-regras-para-autorizacao-de-concursos-federais-confira.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/27/675x450/1_mj2702_25-47312442.jpg?20250314125152" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Concursos</strong> <span>As novas regras para autorização de concursos federais; confira</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/concursos/2025/03/7084221-foragido-da-justica-e-preso-durante-prova-para-a-policia-civil-sp.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/04/14/675x450/1_51173944347_6fd0cd1181_o-27824356.jpg?20250314104927" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Concursos</strong> <span>Foragido da Justiça é preso durante prova para a Polícia Civil</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/concursos/2025/03/7083196-concurso-dos-correios-segue-sem-cronograma-de-convocacao.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2019/09/11/675x450/1_cbnfot110920190884-23589221.jpg?20250313110516" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Concursos</strong> <span>Concurso dos Correios segue sem cronograma de convocação</span> </div> </a> </li> </ul> </div></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/03/12/675x450/1_capitao_renata_simoes___exercito___4_-47934169.jpeg?20250317133717?20250317133717", "width": 820, "@type": "ImageObject", "height": 490 }, "author": [ { "@type": "Person", "name": "Marina Rodrigues" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } 6q5g2k

Eu, Estudante 6rh50

forças armadas

Mulheres no Exército se destacam em missões de paz da ONU; conheça o trabalho delas 4j5j4w

Neste ano, 10 brasileiras estão em regiões vulneráveis da África e do Oriente Médio, comprovando a importância da presença feminina na carreira militar 2g44i

A participação feminina nas operações de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) tem aumentado ao longo dos anos, especialmente após a implementação da Resolução 1325, em 2000, que reconheceu a importância das mulheres na prevenção e na resolução de conflitos. Desde 2003, quando a primeira brasileira integrou uma missão de paz pelo Exército, 441 outras militares já representaram o país em diversas missões internacionais.

Atualmente, 10 delas estão em regiões vulneráveis da África e do Oriente Médio. Identificadas pelos capacetes azuis, elas desempenham papéis essenciais, como observadoras de campo, conselheiras de gênero, comissárias de polícia e instrutoras, contribuindo não apenas para a segurança, mas para a aproximação com as comunidades locais. O trabalho desempenhado por elas também inspira mulheres e meninas de diferentes culturas, muitas vezes, sem poder de fala ou autonomia para se expressar, estudar ou se desenvolver profissionalmente.

As militares são: tenente-coronel Márcia Hollanda, major Natália Meziat e capitão
Jacqueline Ribeiro, engajadas na Missão das Nações Unidas para o Referendo no Saara Ocidental (Minurso); capitães Leciane Dias, Santos de Lima e Leticia Maciel, no Sudão do Sul (Unmiss); major Ana Martins e capitão Renata Simões, na Missão Multidimensional Integrada da ONU para a Estabilização da República Centro-Africana (Minusca); capitão Priscilla Farias, na Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (Monusco); e major Ludmila Santos, dedicada à missão da ONU para apoiar o Acordo de Hudaydah (Unmha), no Iêmen. Nesta edição, conheça a trajetória de algumas delas.

Propósito unificado 1552n

Fotos: Arquivo pessoal - Capitão Jacqueline Ribeiro, 48 anos, está trabalhando como observadora militar no Saara Ocidental

Criada em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, a capitão Jacqueline Ribeiro Santos, 48 anos, sempre irou a carreira militar, tendo fortalecido seu interesse pelas Forças Armadas ao assistir aos desfiles de 7 de Setembro. "Ver toda aquela disciplina, ordem, os uniformes impecáveis, era lindo, mas as oportunidades para o sexo feminino praticamente não existiam."

Formada em letras pela Universidade Unigranrio Afya, encontrou no quadro complementar de oficiais do Exército a chance de unir sua paixão pelo ensino com o desejo de servir o país. Após 5 anos de preparação, em 2010, foi aprovada na seleção e, no ano seguinte, ingressou no Curso de Formação de Oficiais (CFO), iniciando sua jornada na área do magistério militar.

No Centro de Idiomas do Exército (CIDEx), treinava militares para missões no exterior, o que despertou seu interesse por operações de paz. Para se qualificar, fez cursos do Instituto para Treinamento em Operações de Paz (Poti) até ser selecionada, em 2023, para integrar a missão da ONU no Saara Ocidental.

Arquivo pessoal - Capitão Jacqueline Ribeiro Santos

Desde setembro de 2024, está trabalhando como observadora militar na Minurso, no Saara Ocidental, enfrentando uma rotina com diversos desafios, como patrulhas extensas em ambientes hostis. "É uma experiência totalmente diferente de tudo o que já vivi. Pessoas de todo o mundo engajadas num único propósito. Todos nós deixamos algo para trás em prol de algo maior, do coletivo", afirma Jacqueline. 

Para ela, o maior obstáculo é a distância da família, mas a sensação de contribuir para a paz compensa qualquer dificuldade. "Sempre lembro de onde vim e de onde estou. Através do meu trabalho, quero honrar o meu nome, o da minha família e a confiança do meu país que me enviou", declara a militar.

Aprendizado constante 5a622f

Natural do Rio de Janeiro e atualmente servindo em Santa Maria (RS), a major farmacêutica Ludmila Santos Manhães, 47, sempre sonhou com as Forças Armadas, mesmo sem ter militares na família. Antes de ingressar na faculdade, almejava uma carreira no Exército, desejo que se concretizou em 8 de março de 2004, quando iniciou sua trajetória na corporação. Hoje, com 21 anos de serviço, ela atua como observadora militar na Missão das Nações Unidas para Apoiar o Acordo de Hudaydah (Unmha), no Iêmen.

Arquivo pessoal - Major farmacêutica Ludmila Santos, 47, integra a operação da ONU no Iêmen

Ser voluntária para uma missão de paz sempre esteve em seus planos, impulsionada pelo desejo de contribuir para a estabilidade global e aprender em um ambiente de grande diversidade cultural. Desde o início da missão, em 2024, ela tem enfrentado desafios significativos, como a barreira do idioma — a população local fala predominantemente árabe — e a adaptação alimentar. "A comida é muito diferente do meu feijão com arroz, bife, salada e batata frita", brinca.

Ainda assim, a experiência tem sido enriquecedora. "O aprendizado é constante, e as amizades feitas aqui serão para toda a vida", conta. Para Ludmila, a missão se resume a uma palavra: "resiliência". A militar compartilha que o que mais a marcou até agora foi observar como ambientes restritivos e desafiadores fortalecem os laços entre as pessoas. Seu compromisso com a Unmha segue até 5 de julho e, até lá, ela pretende continuar representando com excelência o Exército brasileiro e contribuindo para a estabilidade da região.

Ensinamentos 111931

A capitão Renata Simões, 38, tem 15 anos de experiência na corporação e sempre soube que esse era o seu caminho. Filha de militar e ex-aluna de Colégio Militar, cresceu encantada com a disciplina e os valores das Forças Armadas, decidindo seguir a mesma trajetória.

Arquivo pessoal - Renata Simões

Formada em medicina veterinária e doutoranda em biodefesa, especializou-se em defesa química, biológica, radiológica e nuclear (DQBRN), o que a levou a realizar treinamentos em diversos países, como Sérvia, Paquistão e República Tcheca. O compromisso com o serviço ao próximo também se refletiu em seu envolvimento em trabalhos voluntários, tendo contribuído, em 2019, como veterinária na Operação Acolhida — que auxilia imigrantes venezuelanos em situação de vulnerabilidade.

Hoje, a capitão Renata está como observadora militar na Minusca, focada na República Centro-Africana. "Aqui, o meu trabalho nas patrulhas objetiva garantir a escuta de outras mulheres, fortalecendo a participação feminina em espaços onde, muitas vezes, elas são invisibilizadas."

Segundo a militar, o maior desafio tem sido conciliar a saudade do esposo e dos filhos, mas a experiência é de transformação. "Eu me sinto profundamente realizada em contribuir com essa missão. E eu sei que saio daqui diferente, com ensinamentos profundos de empatia, doação e resiliência", afirma.

Pioneirismo 6y4k5e

A presença feminina nas missões de paz do Exército começou em 2003, quando a capitão médica Ângela Tavares Bezerra, hoje com 61 anos e 23 de carreira militar, foi a primeira mulher a integrar um contingente brasileiro em uma operação da ONU.

Arquivo pessoal - Ângela Bezerra foi a primeira mulher do Exército a ir numa missão de paz

Ao se candidatar para a missão no Timor-Leste, Ângela ou por um rigoroso processo seletivo, que incluiu testes físicos e treinamentos intensivos em condições iguais às dos homens. "No início, foi um pouco difícil, pois eu precisava acompanhar os rapazes em atividades físicas de alta performance, além dos treinamentos diurnos e noturnos com instruções de tiro, orientação e aulas de idiomas", lembra.

Sua perseverança e dedicação foram reconhecidas rapidamente. "Ao demonstrar esforço e capacidade, meus companheiros perceberam a força e a coragem que temos como mulheres e aram a confiar em mim, incluindo-me em tudo. Não senti preconceito, apenas o desafio de provar que eu era capaz", relata.

No Timor-Leste, Ângela encontrou uma realidade de extrema pobreza e instabilidade política, mas também uma população carente de ajuda humanitária. Seu trabalho como médica militar ia além dos atendimentos médicos, uma vez que era parte do esforço de reconstrução de um país devastado por conflitos.

"Lembro como se fosse hoje. No meu primeiro dia no Timor, fui chamada pelo general Beraldo, que me disse: 'Aqui, você não é apenas a capitão médica Ângela, mas, sim, a representante feminina do nosso país. A partir de então, você abre ou fecha as portas para o corpo feminino do Exército'. Isso me incentivou a dar o melhor de mim", compartilha, emocionada.

Seu compromisso abriu caminho para muitas outras mulheres. "O maior desafio era interno, pois eu sabia que não poderia decepcionar as futuras companheiras que viriam depois de mim", destaca.

Hoje, com orgulho, ela vê a crescente participação feminina nas missões de paz e deixa uma mensagem para as próximas gerações: "Gostaria de transmitir para todas as mulheres que acreditem em si mesmas. Somos capazes, somos fortes, e, mostrando nosso potencial, podemos ser respeitadas. Não há limites para alcançarmos nossos objetivos!"