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"Ela atingiu um n&iacute;vel de exaust&atilde;o t&atilde;o grande que chegou a chorar de cansa&ccedil;o. Eram provas atr&aacute;s de provas e, &agrave;s vezes, ela ficava por pouco sem ar. Todo mundo via o sofrimento dela, a gente ficava com o cora&ccedil;&atilde;o apertado. 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Mas n&atilde;o t&iacute;nhamos condi&ccedil;&atilde;o de pagar", lembra o pai. Hoje, a primog&ecirc;nita &eacute; formada em pedagogia na UnB, e o filho mais novo, Ot&aacute;vio, 18, estuda engenharia aeroespacial na mesma institui&ccedil;&atilde;o.&nbsp;&nbsp;</p> <ul> <li><strong>Leia tamb&eacute;m:</strong>&nbsp;<a href="/euestudante/vestibular-e-pas/2025/02/7055562-conheca-o-primeiro-lugar-em-medicina-da-unb-terceiro-no-campus-darcy-ribeiro.html">PAS 3: conhe&ccedil;a o primeiro lugar em medicina da UnB; terceiro no c&acirc;mpus Darcy Ribeiro</a></li> </ul> <p class="texto">Br&aacute;s conta a luta para sustentar a fam&iacute;lia e educar os filhos. De Minas Gerais, ele chegou a Bras&iacute;lia em 1976, ainda adolescente, e come&ccedil;ou a trabalhar na constru&ccedil;&atilde;o civil, enfrentando desafios para se manter. "Na &eacute;poca, n&atilde;o era f&aacute;cil sem estudo, a gente tinha que arcar com tudo. At&eacute; tentei estudar, mas era complicado", recorda. Tudo mudou quando ele conheceu Arlete e p&ocirc;de formar sua fam&iacute;lia. "Foi quando as coisas come&ccedil;aram a dar certo, s&atilde;o coisas de Deus", diz.</p> <p class="texto">Segundo o pai, a fam&iacute;lia vive com uma renda de R$ 2 mil a R$ 3 mil por m&ecirc;s, "dependendo do servi&ccedil;o", e conta com aux&iacute;lios do governo para transporte e outras despesas. Apesar das dificuldades, os pais nunca deixaram de incentivar os estudos em casa. "N&oacute;s amos por muitos problemas, mas minhas filhas e meu filho s&atilde;o um presente, e a Isabela &eacute; muito especial. Ela sempre quis medicina, e a gente n&atilde;o podia pagar escola particular ou transporte escolar, mas sempre fizemos o poss&iacute;vel para que eles estudassem e, gra&ccedil;as a Deus, conseguimos", afirma Br&aacute;s.&nbsp;&nbsp;</p> <h3>Realiza&ccedil;&atilde;o</h3> <p class="texto">O sonho de Isabella sempre foi ser m&eacute;dica. "Desde os 9 anos, eu amava ver partos. 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Eu, Estudante 6rh50

Conquista

Moradora de Taguatinga, filha de pedreiro é aprovada 4 vezes em medicina u5d33

Isabella Lopes, 20 anos, ou em primeiro lugar pelo sistema de cotas na Universidade de Brasília (UnB) e na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), além de garantir bolsa de 100% na Universidade Católica (UCB) 86h3r

Isabella Melquiades Carvalho Lopes, 20 anos, conquistou o primeiro lugar em medicina na Universidade de Brasília (UnB) pelo sistema de cotas para pessoas de baixa renda, tanto pelo vestibular tradicional quanto pelo Programa de Avaliação Seriada (PAS). A terceira surpresa foi a aprovação na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu); e a quarta, a bolsa integral garantida pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) na Universidade Católica de Brasília (UCB). "Foi indescritível, eu não imaginava. Quando vi o resultado, fiquei em choque, repetindo várias vezes 'eu ei", descreve.

Nascida em Ceilândia, ela morou a maior parte da vida em Samambaia e, atualmente, reside em Taguatinga Norte, estudando o ensino fundamental e o médio no Centro de Ensino Médio Ave Branca (CEMAB), em Taguatinga Sul. No terceiro ano, começou a ter aulas em um cursinho pré-vestibular especializado em medicina, o Fleming, onde conseguiu uma bolsa de 100% por meio do projeto Gauss, organização não governamental (ONG) que investe na educação de jovens com pouca oportunidade. "Eu descobri o Gauss a partir de um cursinho comunitário que fazia aqui em Brasília, o Galt. Eles mandaram no grupo sobre esse projeto e ofereceram uma bolsa de 100% em cursinhos, auxílio no transporte e alimentação se eu asse nas etapas, que eram prova, redação e entrevista", explica.

Arquivo pessoal -
Arquivo pessoal -
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press -

A trajetória de Isabella até a aprovação foi marcada por esforço e dedicação total. Sua rotina era chegar às 9h ao cursinho e estudar até as 12h, assistindo às aulas e resolvendo questões. À tarde, fazia simulados, corrigia provas ou escrevia textos, o que lhe rendeu uma nota de 9.875 na redação do vestibular da UnB, do total de 10 mil. "Minha técnica era simples: sentar na cadeira e estudar", brinca. A brasiliense também enfrentava uma longa jornada de deslocamento até o cursinho: "Eu pegava um ônibus até o metrô e depois pegava o trem para a aula. Geralmente, acordava às 5h30 para chegar lá às 6h40. Eu estudava bastante antes das aulas e revisava algumas matérias. Era, mais ou menos, uma hora para ir e uma hora para voltar", relata.

A irmã mais velha de Isabella, Aurora Lopes, de 24 anos, acompanhou de perto essa jornada e viu o desgaste da estudante. "Ela atingiu um nível de exaustão tão grande que chegou a chorar de cansaço. Eram provas atrás de provas e, às vezes, ela ficava por pouco sem ar. Todo mundo via o sofrimento dela, a gente ficava com o coração apertado. Essa aprovação dela e, principalmente do jeito que foi, foi uma festa e, como disse, um alívio", relata.

Apoio da família 5k574o

Arquivo pessoal - Irmã de Isabella, Aurora foi a primeira da família a ir para a faculdade

Filha de Brás Lopes, 61 anos, pedreiro, e de Arlete Carvalho, 51, dona de casa, Isabella teve Aurora como exemplo, já que a irmã foi a primeira da família a ingressar na faculdade. "Aurora ava na frente de escolas particulares e se tremia de vontade de estudar. Mas não tínhamos condição de pagar", lembra o pai. Hoje, a primogênita é formada em pedagogia na UnB, e o filho mais novo, Otávio, 18, estuda engenharia aeroespacial na mesma instituição.  

Brás conta a luta para sustentar a família e educar os filhos. De Minas Gerais, ele chegou a Brasília em 1976, ainda adolescente, e começou a trabalhar na construção civil, enfrentando desafios para se manter. "Na época, não era fácil sem estudo, a gente tinha que arcar com tudo. Até tentei estudar, mas era complicado", recorda. Tudo mudou quando ele conheceu Arlete e pôde formar sua família. "Foi quando as coisas começaram a dar certo, são coisas de Deus", diz.

Segundo o pai, a família vive com uma renda de R$ 2 mil a R$ 3 mil por mês, "dependendo do serviço", e conta com auxílios do governo para transporte e outras despesas. Apesar das dificuldades, os pais nunca deixaram de incentivar os estudos em casa. "Nós amos por muitos problemas, mas minhas filhas e meu filho são um presente, e a Isabela é muito especial. Ela sempre quis medicina, e a gente não podia pagar escola particular ou transporte escolar, mas sempre fizemos o possível para que eles estudassem e, graças a Deus, conseguimos", afirma Brás.  

Realização 6l6a2t

O sonho de Isabella sempre foi ser médica. "Desde os 9 anos, eu amava ver partos. Sempre irei a profissão e tive a certeza quando vi minha mãe ar muito mal e ter um mal súbito na minha frente. Eu não sabia o que fazer, e aquilo me marcou muito. Saber que posso ajudar alguém já faz tudo valer a pena", conta. A irmã mais velha confirma que essa paixão começou muito cedo: "Ela já era encantada por vídeos de parto desde muito nova. Ela tinha um hiperfoco nisso, e era impressionante ver como uma criança tão pequena já demonstrava tanta curiosidade por algo tão específico", recorda.

Estre as opções, Isabella escolheu cursar medicina na UnB. "Minha expectativa é aproveitar ao máximo tudo que aquele lugar tem para me oferecer. Sonho com a área de cardiologia. É uma especialidade que me fascina e que tem grande impacto na vida das pessoas", afirma. Aurora, que também estudou na instituição, acredita que a experiência na universidade será enriquecedora para a irmã: "Eu espero muitas conquistas, e que ela aproveite tudo, porque a UnB te dá uma vasta experiência, tanto profissional quanto pessoal, além do reconhecimento e das amizades. Para mim, foi uma experiência maravilhosa e eu espero que seja para ela também."

*Estagiário sob a supervisão de Marina Rodrigues