{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/mundo/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/mundo/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/mundo/", "name": "Mundo", "description": "Fique por dentro sobre o que acontece no mundo. Américas, Europa, África, Ásia, Oceania e Oriente Médio estão em destaque ", "url": "/mundo/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/mundo/2024/04/6837176-o-conflito-esquecido-que-pode-provocar-a-maior-crise-alimentar-do-mundo.html", "name": "O conflito esquecido que pode provocar a maior crise alimentar do mundo", "headline": "O conflito esquecido que pode provocar a maior crise alimentar do mundo", "description": "", "alternateName": "SUDÃO", "alternativeHeadline": "SUDÃO", "datePublished": "2024-04-12T20:23:00Z", "articleBody": "<p class="texto">Um ano se ou desde que eclodiu o conflito entre o Exército do <a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/articles/cd1872p18k4o?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Sudão</a> e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), mergulhando o país em uma <a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/articles/cd1872p18k4o?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">guerra civil</a>.</p> <p class="texto">A violência começou na capital Cartum e espalhou-se por todo o território, causando a morte de milhares de pessoas, além da destruição generalizada de edifícios e infraestruturas.</p> <p class="texto">Um alto funcionário da ONU (Organização das Nações Unidas) disse à BBC Arabic, serviço de notícias em árabe da BBC, que o Sudão está em vias de se tornar a pior crise de <a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/topics/c5qvpqjv4z6t?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">fome</a> no mundo.</p> <p class="texto">"Temos uma catástrofe nas mãos, e o meu receio é de que fique ainda pior", diz Michael Dunford, coordenador de emergência para o Sudão do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU.</p> <p class="texto">Aproximadamente 18 milhões de pessoas enfrentam "fome aguda" – e este número pode aumentar muito.</p> <p class="texto">Especialistas em <a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/topics/ckdxnd3j9v0t?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">ajuda humanitária</a> também alertam que 220 mil pessoas podem morrer nos próximos meses.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/c8b5/live/ed798180-f81c-11ee-a9f7-4d961743aa47.jpg" alt="Michael Dunford conversando com uma família que fugiu pela fronteira para o Sudão do Sul" width="976" height="549" /><footer>WFP/Gemma Snowdon</footer> <figcaption>Michael Dunford também é diretor regional do PMA para a África Oriental – e atende famílias sudanesas desalojadas pela crise dentro e fora do país</figcaption> </figure> <p class="texto">Os combates começaram em 15 de abril de 2023, quando as tensões entre o Exército do país e as RSF, seu antigo aliado, explodiram abertamente.</p> <p class="texto">O estopim foi um plano político apoiado internacionalmente para avançar em direção a um regime civil.</p> <p class="texto">Os especialistas temem que o número oficial da ONU de quase 14 mil mortos seja demasiado baixo, e que o número real seja provavelmente muito mais alto.</p> <p class="texto">Mais de 8 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas, muitos delas estão desalojadas dentro do país, enquanto outras fugiram pela fronteira para os países vizinhos do Sudão.</p> <h2>Uma cidade histórica em ruínas</h2> <p class="texto">A capital Cartum, junto às cidades vizinhas de Omdurman e Bahri, compõem a Grande Cartum. Este era o lar de mais de 7 milhões de pessoas antes da guerra.</p> <p class="texto">As RSF controlam grandes partes da região, mas o Exército tem partido para o ataque — e recentemente assumiu o controle da sede da televisão estatal em Omdurman.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/5c68/live/0f1922f0-f8c7-11ee-a9f7-4d961743aa47.png" alt="Mapa mostrando ambos os lados controlam diferentes partes de Cartum" width="1280" height="1958" /><footer>BBC</footer></figure> <p class="texto">Fotos e vídeos analisados pela BBC , o serviço de verificação da BBC, e pela BBC Arabic mostram danos a lojas, hospitais, universidades e bancos.</p> <p class="texto">Entre os edifícios destruídos, está o Greater Nile Petroleum Oil Company Tower, um dos arranha-céus mais icônicos da capital, que foi consumido pelas chamas em setembro do ano ado.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/7a7b/live/0bfaf440-f81d-11ee-97f7-e98b193ef1b8.jpg" alt="Esta foto tirada em 17 de setembro de 2023 mostra as chamas na torre da Greater Nile Petroleum Oil Company, em Cartum" width="976" height="549" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>O Greater Nile Petroleum Oil Company Tower era um marco importante da capital</figcaption> </figure> <p class="texto">Pelo menos três hospitais e uma universidade sofreram danos de diferentes graus devido aos confrontos.</p> <p class="texto">O médico Alaa El-Din El-Nour, de Cartum, contou à BBC Arabic que os hospitais estavam enfrentando uma grave escassez de suprimentos médicos.</p> <p class="texto">"Não nos sentimos seguros como médicos. Suprimentos e equipamentos médicos também foram saqueados", diz ele.</p> <p class="texto">O PMA afirma que a destruição de infraestruturas está agravando a situação humanitária.</p> <p class="texto">"Está intensificando os níveis de insegurança alimentar", diz Dunford.</p> <p class="texto">A BBC e a BBC Arabic reuniram mais exemplos de destruição em Cartum que estão contribuindo para a crise humanitária.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/cb3e/live/d7fbe0e0-f8bd-11ee-8369-47dc4454b972.png" alt="Ponte Shambat antes e depois" width="1280" height="1882" /><footer>BBC</footer></figure> <p class="texto">A ponte Shambat, que liga as cidades de Omdurman e Bahri, desabou em novembro do ano ado. Era um local estratégico para as RSF, que utilizava a estrutura no deslocamento de combatentes e equipamentos pelo Rio Nilo.</p> <p class="texto">Em janeiro, a refinaria de petróleo al-Jaili, localizada ao norte de Cartum, pegou fogo após relatos de combates. A instalação esteve no centro de uma disputa de poder entre os dois lados em conflito.</p> <p class="texto">Leon Moreland, pesquisador do Observatório de Conflitos e Meio Ambiente, com sede no Reino Unido, diz que 32 tanques de armazenamento grandes foram danificados em três incidentes distintos entre novembro de 2023 e janeiro deste ano.</p> <p class="texto">"Os vazamentos de petróleo podem atingir o lençol freático e as áreas agrícolas na encosta abaixo em direção ao Nilo sem nenhum tipo de intervenção", afirma à BBC Arabic.</p> <p class="texto">"Esta nova poluição vai exacerbar a contaminação pré-existente do solo no local, que as imagens de satélite sugerem que já era extensa."</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/b118/live/acc58fc0-f8bd-11ee-a9f7-4d961743aa47.png" alt="Refinaria de petróleo antes e depois" width="1280" height="1882" /><footer>BBC</footer></figure> <p class="texto">As imagens de satélite também revelam que os reservatórios de três estações de bombeamento de água em Cartum estão vazios. Não está claro como isso aconteceu.</p> <p class="texto">Hassan Mohammed, um morador de 31 anos de Cartum, disse à BBC Arabic que tem sofrido com a falta de água e eletricidade nos últimos quatro meses.</p> <p class="texto">"Caminhamos longas distâncias para obter água potável ou dependemos da água dos rios, que não é adequada para beber, o que provoca a propagação de doenças", relata.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/41b2/live/7dfde510-f8be-11ee-8369-47dc4454b972.png" alt="Reservatório de Bahri antes e depois" width="1280" height="1882" /><footer>BBC</footer></figure> <p class="texto">Os voos no Aeroporto Internacional de Cartum foram suspensos no início da guerra, depois de ter se tornado um grande campo de batalha, impactando a entrega de ajuda humanitária dentro do país.</p> <p class="texto">A BBC analisou e classificou como autênticos vários vídeos do aeroporto divulgados nas primeiras 48 horas do conflito.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/6543/live/fc273780-f8bd-11ee-97f7-e98b193ef1b8.png" alt="Aeroporto Internacional de Cartum antes e depois" width="1280" height="1596" /><footer>BBC</footer></figure> <p class="texto">O primeiro vídeo ao qual a BBC assistiu em 15 de abril foi do extremo norte da pista de pouso e decolagem — as RSF podiam ser vistas correndo pela pista e efetuando disparos perto dos principais edifícios do aeroporto.</p> <blockquote class="twitter-tweet"> <p dir="ltr" lang="en">Footage from the cockpit of one of the planes in Khartoum international airport yesterday shows RSF forces firing while moving across the tarmac <a href="https://t.co/xWUhS4hHhT">pic.twitter.com/xWUhS4hHhT</a></p> — Benjamin Strick (@BenDoBrown) <a href="https://twitter.com/BenDoBrown/status/1647486045787652103?ref_src=twsrc%5Etfw">April 16, 2023</a></blockquote> <p class="texto">Logo depois, havia uma fumaça densa de pelo menos um avião em chamas na extremidade norte da pista.</p> <blockquote class="twitter-tweet"> <p dir="ltr" lang="en">This afternoon, a drone camera flew over Khartoum airport! It illustrates the degree of damage to the airport's facilities and property.<a href="https://twitter.com/hashtag/Sudan?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw">#Sudan</a> <a href="https://t.co/bBylxCBOnS">pic.twitter.com/bBylxCBOnS</a></p> — Hassan Hussain | #KeepEyesOnSudan (@HassanAburas) <a href="https://twitter.com/HassanAburas/status/1647353154680365058?ref_src=twsrc%5Etfw">April 15, 2023</a></blockquote> <p class="texto">Outro vídeo mostrava uma visão dos aviões a nível do solo, provavelmente os mesmos em chamas do vídeo anterior, mas desta vez na parte leste do aeroporto.</p> <blockquote class="twitter-tweet"> <p dir="rtl" lang="ar">?????? ??? ???????? ????? ??????? <a href="https://t.co/3M9XE61I1F">pic.twitter.com/3M9XE61I1F</a></p> — Gamar Abdulrahim (@Qamaroo3) <a href="https://twitter.com/Qamaroo3/status/1647181891202629634?ref_src=twsrc%5Etfw">April 15, 2023</a></blockquote> <p class="texto">Tanto o Exército quanto as RSF são acusados de danificar infraestruturas vitais em Cartum, mas ambos culpam-se mutuamente.</p> <h2>Sem fim à vista</h2> <p class="texto">Os combates também estão acontecendo em outras partes do Sudão, particularmente em Darfur, no oeste, que sofre há anos com a violência entre suas comunidades africanas e árabes.</p> <p class="texto">Uma pesquisa recente realizada pelo Centro de Resiliência da Informação – um grupo de pesquisa financiado pelo governo do Reino Unido – descobriu que mais de 100 vilarejos no oeste do Sudão foram incendiados.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/d6ec/live/6e5469f0-f81d-11ee-a9f7-4d961743aa47.jpg" alt="Foto tirada em 20 de março de 2024 mostra crianças que fugiram de Cartum e Jazira brincando perto de tendas num acampamento para desalojados no sul do estado de Gadaref, no Sudão" width="976" height="549" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>A menos que haja um cessar-fogo, as crianças do país vão sofrer para sobreviver</figcaption> </figure> <p class="texto">O analista econômico sudanês Wael Fahmy afirma que o efeito da guerra na economia e no sistema alimentar tem sido catastrófico.</p> <p class="texto">"A economia contraiu em 50%, e cerca de 60% da atividade agrícola parou", diz ele.</p> <p class="texto">A perspectiva do Programa Mundial de Alimentos da ONU é igualmente sombria.</p> <p class="texto">"O que está acontecendo hoje no Sudão é uma tragédia absoluta. Consideramos que ou do limite", afirma Michael Dunford.</p> <p class="texto">Várias tentativas internacionais de mediar um cessar-fogo fracassaram, embora haja um nova expectativa para negociações na cidade saudita de Jeddah.</p> <p class="texto"><em>* Reportagem adicional de Samira Elsaidi e Benedict Garman.</em></p> <ul> <li><a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/articles/cl7rk258z5po?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">'Tem 150 pessoas enterradas aqui, e conhecia quase todas. Só eu sobrei': o inferno da guerra esquecida no Sudão</a></li> <li><a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/articles/cd1w1w7py58o?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">'Fui deixada no deserto com corpo da minha mãe': o desespero no Sudão com maior crise de refugiados do mundo</a></li> <li><a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/articles/cd1872p18k4o?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Sudão: por que uma das guerras mais violentas do mundo atrai menos atenção do que outros conflitos?</a></li> </ul> <p class="texto"><img src="https://a1.api.bbc.co.uk/hit.xiti/?s=598346&p=portuguese.articles.ce96z3z9pxpo.page&x1=%5Burn%3Abbc%3Aoptimo%3Aasset%3Ace96z3z9pxpo%5D&x4=%5Bpt-br%5D&x5=%5Bhttps%3A%2F%2Fcorreiobraziliense-br.parananoticias.info%2Fportuguese%2Farticles%2Fce96z3z9pxpo%5D&x7=%5Barticle%5D&x8=%5Bsynd_nojs_ISAPI%5D&x9=%5BO+conflito+esquecido+que+pode+provocar+a+maior+crise+alimentar+do+mundo%5D&x11=%5B2024-04-12T23%3A22%3A50.643Z%5D&x12=%5B2024-04-12T23%3A22%3A50.643Z%5D&x19=%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D" /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/04/12/1200x801/1_bf328700_f8b6_11ee_a68b_ed8b953c1e7b-36195597.jpg?20240412202518?20240412202518", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/04/12/1000x1000/1_bf328700_f8b6_11ee_a68b_ed8b953c1e7b-36195597.jpg?20240412202518?20240412202518", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/04/12/800x600/1_bf328700_f8b6_11ee_a68b_ed8b953c1e7b-36195597.jpg?20240412202518?20240412202518" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Abdirahim Saeed", "url": "/autor?termo=abdirahim-saeed" } , { "@type": "Person", "name": "Ahmed Nour", "url": "/autor?termo=ahmed-nour" } , { "@type": "Person", "name": "Paul Cusiac e Richard Irvine-Brown - BBC Arabic e BBC ", "url": "/autor?termo=paul-cusiac-e-richard-irvine-brown---bbc-arabic-e-bbc-" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 5x1i5m

O conflito esquecido que pode provocar a maior crise alimentar do mundo 2f4053
SUDÃO

O conflito esquecido que pode provocar a maior crise alimentar do mundo 5w2n1y

Enquanto todas as atenções estão voltadas para Gaza, outra crise humanitária está em andamento no Sudão, que se aproxima de completar um ano em guerra civil. 4s75t

Um ano se ou desde que eclodiu o conflito entre o Exército do Sudão e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), mergulhando o país em uma guerra civil.

A violência começou na capital Cartum e espalhou-se por todo o território, causando a morte de milhares de pessoas, além da destruição generalizada de edifícios e infraestruturas.

Um alto funcionário da ONU (Organização das Nações Unidas) disse à BBC Arabic, serviço de notícias em árabe da BBC, que o Sudão está em vias de se tornar a pior crise de fome no mundo.

"Temos uma catástrofe nas mãos, e o meu receio é de que fique ainda pior", diz Michael Dunford, coordenador de emergência para o Sudão do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU.

Aproximadamente 18 milhões de pessoas enfrentam "fome aguda" – e este número pode aumentar muito.

Especialistas em ajuda humanitária também alertam que 220 mil pessoas podem morrer nos próximos meses.

WFP/Gemma Snowdon
Michael Dunford também é diretor regional do PMA para a África Oriental – e atende famílias sudanesas desalojadas pela crise dentro e fora do país

Os combates começaram em 15 de abril de 2023, quando as tensões entre o Exército do país e as RSF, seu antigo aliado, explodiram abertamente.

O estopim foi um plano político apoiado internacionalmente para avançar em direção a um regime civil.

Os especialistas temem que o número oficial da ONU de quase 14 mil mortos seja demasiado baixo, e que o número real seja provavelmente muito mais alto.

Mais de 8 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas, muitos delas estão desalojadas dentro do país, enquanto outras fugiram pela fronteira para os países vizinhos do Sudão.

Uma cidade histórica em ruínas 6c1u57

A capital Cartum, junto às cidades vizinhas de Omdurman e Bahri, compõem a Grande Cartum. Este era o lar de mais de 7 milhões de pessoas antes da guerra.

As RSF controlam grandes partes da região, mas o Exército tem partido para o ataque — e recentemente assumiu o controle da sede da televisão estatal em Omdurman.

BBC

Fotos e vídeos analisados pela BBC , o serviço de verificação da BBC, e pela BBC Arabic mostram danos a lojas, hospitais, universidades e bancos.

Entre os edifícios destruídos, está o Greater Nile Petroleum Oil Company Tower, um dos arranha-céus mais icônicos da capital, que foi consumido pelas chamas em setembro do ano ado.

Getty Images
O Greater Nile Petroleum Oil Company Tower era um marco importante da capital

Pelo menos três hospitais e uma universidade sofreram danos de diferentes graus devido aos confrontos.

O médico Alaa El-Din El-Nour, de Cartum, contou à BBC Arabic que os hospitais estavam enfrentando uma grave escassez de suprimentos médicos.

"Não nos sentimos seguros como médicos. Suprimentos e equipamentos médicos também foram saqueados", diz ele.

O PMA afirma que a destruição de infraestruturas está agravando a situação humanitária.

"Está intensificando os níveis de insegurança alimentar", diz Dunford.

A BBC e a BBC Arabic reuniram mais exemplos de destruição em Cartum que estão contribuindo para a crise humanitária.

BBC

A ponte Shambat, que liga as cidades de Omdurman e Bahri, desabou em novembro do ano ado. Era um local estratégico para as RSF, que utilizava a estrutura no deslocamento de combatentes e equipamentos pelo Rio Nilo.

Em janeiro, a refinaria de petróleo al-Jaili, localizada ao norte de Cartum, pegou fogo após relatos de combates. A instalação esteve no centro de uma disputa de poder entre os dois lados em conflito.

Leon Moreland, pesquisador do Observatório de Conflitos e Meio Ambiente, com sede no Reino Unido, diz que 32 tanques de armazenamento grandes foram danificados em três incidentes distintos entre novembro de 2023 e janeiro deste ano.

"Os vazamentos de petróleo podem atingir o lençol freático e as áreas agrícolas na encosta abaixo em direção ao Nilo sem nenhum tipo de intervenção", afirma à BBC Arabic.

"Esta nova poluição vai exacerbar a contaminação pré-existente do solo no local, que as imagens de satélite sugerem que já era extensa."

BBC

As imagens de satélite também revelam que os reservatórios de três estações de bombeamento de água em Cartum estão vazios. Não está claro como isso aconteceu.

Hassan Mohammed, um morador de 31 anos de Cartum, disse à BBC Arabic que tem sofrido com a falta de água e eletricidade nos últimos quatro meses.

"Caminhamos longas distâncias para obter água potável ou dependemos da água dos rios, que não é adequada para beber, o que provoca a propagação de doenças", relata.

BBC

Os voos no Aeroporto Internacional de Cartum foram suspensos no início da guerra, depois de ter se tornado um grande campo de batalha, impactando a entrega de ajuda humanitária dentro do país.

A BBC analisou e classificou como autênticos vários vídeos do aeroporto divulgados nas primeiras 48 horas do conflito.

BBC

O primeiro vídeo ao qual a BBC assistiu em 15 de abril foi do extremo norte da pista de pouso e decolagem — as RSF podiam ser vistas correndo pela pista e efetuando disparos perto dos principais edifícios do aeroporto.

Logo depois, havia uma fumaça densa de pelo menos um avião em chamas na extremidade norte da pista.

Outro vídeo mostrava uma visão dos aviões a nível do solo, provavelmente os mesmos em chamas do vídeo anterior, mas desta vez na parte leste do aeroporto.

Tanto o Exército quanto as RSF são acusados de danificar infraestruturas vitais em Cartum, mas ambos culpam-se mutuamente.

Sem fim à vista 2k6n5s

Os combates também estão acontecendo em outras partes do Sudão, particularmente em Darfur, no oeste, que sofre há anos com a violência entre suas comunidades africanas e árabes.

Uma pesquisa recente realizada pelo Centro de Resiliência da Informação – um grupo de pesquisa financiado pelo governo do Reino Unido – descobriu que mais de 100 vilarejos no oeste do Sudão foram incendiados.

Getty Images
A menos que haja um cessar-fogo, as crianças do país vão sofrer para sobreviver

O analista econômico sudanês Wael Fahmy afirma que o efeito da guerra na economia e no sistema alimentar tem sido catastrófico.

"A economia contraiu em 50%, e cerca de 60% da atividade agrícola parou", diz ele.

A perspectiva do Programa Mundial de Alimentos da ONU é igualmente sombria.

"O que está acontecendo hoje no Sudão é uma tragédia absoluta. Consideramos que ou do limite", afirma Michael Dunford.

Várias tentativas internacionais de mediar um cessar-fogo fracassaram, embora haja um nova expectativa para negociações na cidade saudita de Jeddah.

* Reportagem adicional de Samira Elsaidi e Benedict Garman.

Mais Lidas 72595f

Tags 49q2k