América Latina

Promessa de 2º turno agitado nas eleições presidenciais no Equador

Com 93% das urnas apuradas, havia um empate técnico entre o presidente Daniel Noboa (44,26%) e a esquerdista Luisa González (43,84%)

 A man reads the front pages with news about Ecuador's presidential election at a newspaper kiosk in Quito on February 10, 2025. The distance between President Daniel Noboa and leftist Luisa Gonzalez became shorter on Monday as the vote count advanced in Ecuador, which will return to the polls next April to elect its next president. (Photo by Galo Paguay / AFP)
       -  (crédito:  AFP)
A man reads the front pages with news about Ecuador's presidential election at a newspaper kiosk in Quito on February 10, 2025. The distance between President Daniel Noboa and leftist Luisa Gonzalez became shorter on Monday as the vote count advanced in Ecuador, which will return to the polls next April to elect its next president. (Photo by Galo Paguay / AFP) - (crédito: AFP)

O inesperado resultado do primeiro turno das eleições presidenciais no Equador, um país dividido e assolado pela violência do narcotráfico, anuncia uma disputa acirrada nos próximos dois meses — os eleitores retornam às urnas para a decisão final em 13 de abril. Com 93% das urnas apuradas, havia um empate técnico entre o presidente Daniel Noboa (44,26%) e a esquerdista Luisa González (43,84%). O líder indígena Leonidas Iza obteve 5,30% dos votos.

"Vencemos o primeiro turno contra todos os partidos do Velho Equador", celebrou, ontem, o governante de 37 anos, que esperava sair reeleito no domingo. Luisa González, por sua vez, afirmou que a eleição foi "uma luta de Davi contra Golias".

Os dois presidenciáveis repetirão o duelo das atípicas eleições de 2023, nas quais Noboa se tornou um dos presidentes mais jovens do mundo. "Os resultados foram realmente surpreendentes. Os candidatos estiveram praticamente lado a lado", disse à agência de notícias Presse o jovem Ronald Armas, em Quito. Ontem, os jornais destacavam o resultado apertado: "Aos pênaltis em abril!", estampava um deles.

Os equatorianos chegaram ao primeiro turno da eleição pressionados por uma crise econômica e presos no fogo cruzado de gangues criminosas que disputam o controle do tráfico de cocaína. A população sente os impactos de um Estado endividado, com uma taxa de pobreza de 28% e concentrado em financiar a custosa guerra contra o narcotráfico.

Em 2023, o país registrou o recorde de 47 homicídios para cada 100 mil habitantes, mas, após 14 meses do governo de Noboa, essa taxa caiu para 38/100 mil. "A população ainda não soube avaliar tudo o que está acontecendo em termos de segurança, economia, trabalho e emprego", afirmou Wilson Bravo, em Quito.

Herdeira política do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), González briga para se tornar a primeira mulher presidente eleita do Equador. "Espero que, no Equador, eles gritem em breve 'presidenta com A' e que as relações México-Equador possam ser restabelecidas", disse, ontem, a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum.

Os dois países romperam após uma operação policial ordenada por Noboa na embaixada mexicana em Quito para prender o ex-vice-presidente correísta Jorge Glas. A operação foi condenada por dezenas de países e rendeu ao Equador uma ação judicial na Corte Internacional de Justiça. Glas está sendo investigado por corrupção.

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Correio Braziliense
postado em 11/02/2025 03:00
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