
Trinta e sete dias após o início de seu novo mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizou, ontem, a primeira reunião de gabinete, que teve como estrela o bilionário Elon Musk. Oficialmente sem cargo no governo, o dono da rede social X, da Tesla e da SpaceX está à frente do Departamento de Eficiência Governamental (Doge), que na verdade é uma comissão encarregada de demitir milhares de servidores públicos e reduzir drasticamente os gastos públicos.
No encontro, Trump celebrou o esforço de redução da máquina pública comandado por Musk, que se reporta diretamente ao presidente. Segundo a imprensa norte-americana, houve desentendimentos entre o empresário e outros membros do Executivo, mas o chefe da Casa Branca externou, ontem, seu apoio ao colaborador em sua rede social, Truth Social, escrevendo em letras maiúsculas: “Todos os membros do gabinete estão muito felizes com Elon”. E acrescentou que Musk é um “funcionário especial do governo” e assessor do presidente.
Durante a reunião, Trump exaltou os avanços das primeiras semanas de sua volta à Casa Branca, fez ameaças a países historicamente aliados dos Estados Unidos e cobrou lealdade da equipe. Numa breve introdução, em que confirmou um encontro amanhã com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para fechar o acordo sobre recursos minerais do país, ele ou a palavra para Musk.
Celeridade
Vestido de preto e com boné, como de costume, o homem mais rico do mundo se apresentou como um “modesto técnico em informática”. Ele pediu para o governo “agir rapidamente” com o objetivo de diminuir o déficit orçamentário nacional. Musk afirmou que Trump formou “o melhor governo da história” e disse ter recebido “ameaças de morte”. “Cometeremos erros. Não seremos perfeitos”, itiu Musk, prometendo resolvê-los “rapidamente”.
Segundo os meios de comunicação norte-americanos, as agências federais foram instruídas a preparar cortes massivos de pessoal. Trump já anunciou que 65% dos funcionários federais que trabalham para a Agência de Proteção Ambiental (EPA) serão demitidos.
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Ele também afirmou que os funcionários que não responderam a um criticado e-mail de Elon Musk, no qual foram solicitados a detalhar cinco tarefas realizadas na semana ada, estão “em avaliação”.
A reunião, seguida de uma sessão de perguntas e respostas de uma hora com a imprensa, foi uma oportunidade para Trump promover sua política. Ele exaltou avanços para encerrar a guerra na Ucrânia, mas descartou uma adesão da ex-república soviética à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). “Podem esquecer”, afirmou.