{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/ciencia-e-saude/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/ciencia-e-saude/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/ciencia-e-saude/", "name": "Ciência e Saúde", "description": "Fique por dentro sobre as últimas novidades, pesquisas e análises ", "url": "/ciencia-e-saude/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/mundo/2025/03/7089348-cop-30-as-duras-criticas-as-politicas-ambientais-do-brasil-publicadas-em-importante-jornal-cientifico.html", "name": "COP 30: as duras críticas às políticas ambientais do Brasil publicadas em importante jornal científico", "headline": "COP 30: as duras críticas às políticas ambientais do Brasil publicadas em importante jornal científico", "description": "", "alternateName": "Meio ambiente", "alternativeHeadline": "Meio ambiente", "datePublished": "2025-03-20T15:05:00Z", "articleBody": "<p class="texto">"Como anfitrião, o <a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/topics/cz74k717pw5t?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">Brasil</a> não está liderando pelo exemplo."</p> <p class="texto">Oito meses antes da <a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/topics/c0rg9wxw8ykt?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30</a>, que será realizada em novembro na cidade Belém do Pará, a atuação do governo brasileiro virou alvo de críticas num editorial da prestigiada revista científica Science.</p> <p class="texto">Assinado pelos cientistas Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e Walter Leal Filho, da Universidade de Ciências Aplicadas de Hamburgo, na <a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/topics/c1gdqg5rgzkt?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">Alemanha</a>, o texto aponta que, "com exceção do Ministério de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, virtualmente todos os setores do governo promovem atividades que aumentam as emissões de <a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/articles/cn0854xgq7yo?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D#:~:text=O%20Brasil%20emite%20sozinho%205,milh%C3%B5es%20de%20toneladas%20de%20CO%C2%B2." target="_blank">gases do efeito estufa</a>".</p> <p class="texto">Como exemplo, eles citam o projeto do Ministério dos Transportes de <a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/articles/clkk12xnmj2o?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">recuperar a BR-319</a>, que vai de Manaus, no Estado do Amazonas, a Porto Velho, em Rondônia.</p> <p class="texto">Segundo os autores, a restauração dessa rodovia pode "abrir grandes áreas da Floresta Amazônica à entrada de desmatadores".</p> <p class="texto">"Essa vasta região que será exposta pelas estradas contém carbono suficiente para empurrar o aquecimento global a um ponto irreversível", alertam eles.</p> <p class="texto">Fearnside e Leal Filho também citam o subsídio oferecido pelo Ministério da Agricultura para "transformar pastagens em <a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/articles/cjmkkxzv2k2o?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D#:~:text=Os%20dados%20apontam%20que%20houve,4%2C99%20milh%C3%B5es%20de%20hectares." target="_blank">plantações de soja</a>". Segundo eles, esse é outro elemento incentivador do desmatamento.</p> <p class="texto">"Quando a terra se torna mais valiosa para o plantio de soja, pecuaristas (incluindo aqueles que vêm de fora da Amazônia) vendem a terra para agricultores e usam os lucros para comprar áreas maiores e mais baratas em regiões remotas da Amazônia", argumentam eles.</p> <p class="texto">"Cada hectare de pasto convertido em plantação de soja pode gerar muitos hectares de desmatamento."</p> <p class="texto">Os autores do editorial ainda citam a ação do Ministério de Minas e Energia para a abertura de novos campos de exploração de petróleo e gás na Floresta Amazônica e em regiões costeiras — <a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/articles/c77r7e57ve6o?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">incluindo os planos para avaliar o potencial energético na foz do rio Amazonas.</a></p> <p class="texto">Os especialistas avaliam que o plano brasileiro de continuar a buscar novos poços de petróleo até o país alcançar o nível econômico de países desenvolvidos é "a fórmula para um desastre climático".</p> <p class="texto">Eles lembram que, em 2021, a Agência Internacional de Energia se mostrou favorável a não abrir qualquer novo ponto de exploração de gás ou petróleo, além de restringir a extração nos campos já abertos. A proposta da instituição é acabar com esse tipo de atividade até 2050.</p> <p class="texto">Para Fearnside e Leal Filho, <a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/articles/c98ym2y9q7qo?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">os estudos sobre petróleo na foz do Amazonas</a> implicam efeitos de longo prazo. Eles calculam que um campo de exploração aberto ali demoraria cinco anos para começar a operar e outros cinco anos para dar retorno financeiro.</p> <p class="texto">"E porque ninguém quer apenas recuperar o investimento, uma iniciativa dessas levaria a décadas de extração — muito além de quando o mundo precisaria abandonar os combustíveis fósseis", escrevem eles.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/1dd5/live/2706eb30-03ee-11f0-b646-47f4457af9f7.jpg" alt="Lula e Marina Silva" width="594" height="334" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>Em editorial, cientistas dizem que Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, comandado por Marina Silva (à direita), é exceção nas políticas ambientais do atual governo Lula (à esquerda)</figcaption> </figure> <h2>'Impactos catastróficos'</h2> <p class="texto">Para os especialistas que am o editorial na revista Science, o fato de o Brasil assumir a liderança na luta contra as <a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/topics/cdr56rdy40rt?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">mudanças climáticas</a> faz todo o sentido — e não apenas porque o país vai sediar a COP 30.</p> <p class="texto">Eles lembram que o aumento da temperatura fora de controle terá "impactos catastróficos" no país.</p> <p class="texto">"[Nesse cenário de impactos catastróficos,] O Brasil perderia a Floresta Amazônica, incluindo o papel vital que ela tem ao reciclar a água que supre a Grande São Paulo, a quarta maior região metropolitana do mundo."</p> <p class="texto">A bacia hidrográfica que chega a São Paulo recebe entre 16% e 70% de sua água das chuvas, cujo vapor é transportado a partir da Amazônia <a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/articles/cv2gyv27d3do?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">a partir dos chamados "rios voadores".</a></p> <p class="texto">Estimativas apontam que a destruição desse bioma aumentaria a frequência de secas extremas no Sudeste do país.</p> <p class="texto">"A região semi-árida no Nordeste, que é densamente populada, se transformaria num deserto, e as populações que habitam a costa litorânea seriam expostas a um aumento das tempestades e do nível do mar."</p> <p class="texto">"O agronegócio e a agricultura familiar brasileiras também sofreriam impactos pesados. Secas de uma severidade 'sem precedentes' são esperadas no Brasil, e a frequência desses eventos poderia aumentar em pelo menos dez vezes."</p> <p class="texto">Com isso, "surpresas climáticas" — <a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/topics/cv2691j33vyt?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">como as enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em 2024</a> — se tornarão mais comuns, apontam os pesquisadores.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/c848/live/6a2a9240-03ee-11f0-b646-47f4457af9f7.jpg" alt="Rua afetada pelas enchentes no Rio Grande do Sul" width="594" height="334" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>Eventos climáticos extremos, como as inundações que arrasaram o Rio Grande do Sul no ano ado, ficarão mais frequentes se medidas não forem tomadas agora, apontam estudos</figcaption> </figure> <h2>'Mudança radical'</h2> <p class="texto">Por fim, os responsáveis pelo editorial opinam que, para a COP 30 ser um evento capaz de reverter o "curso desastroso em direção ao ponto de não-retorno climático", será necessário não apenas conter o desmatamento</p> <p class="texto">"É preciso facilitar uma transição rápida para o fim do uso de <a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/articles/crg8lg80xlwo?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">combustíveis fósseis</a>", dizem eles.</p> <p class="texto">Fearnside e Leal Filho defendem que o Brasil, como anfitrião da conferência, precisa ser "encorajado a modificar as práticas atuais".</p> <p class="texto">"A COP 30 enfrenta grandes desafios para atingir os seus objetivos. E uma parte importante disso envolve conter as emissões de gases a partir da <a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/topics/c2dwqd8g290t?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">Amazônia</a>", escrevem eles.</p> <p class="texto">Os cientistas defendem uma "mudança radical nas políticas do governo brasileiro, tanto nos fatores que causam desmatamento quanto na extração de combustível fóssil".</p> <h2>O que diz o governo</h2> <p class="texto">A BBC News Brasil entrou em contato com os ministérios citados no editorial para que eles pudessem se posicionar sobre o debate.</p> <p class="texto">O Ministério do Transporte informou que "as políticas ambientais do Governo Federal são definidas pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima" e ficou à disposição para mais esclarecimentos sobre as políticas da pasta.</p> <p class="texto">Já o Ministério de Minas e Energia pontuou que "os projetos exploratórios na Bacia da Foz do Amazonas não estão próximos à Floresta Amazônica".</p> <p class="texto">"Os blocos atualmente sob contrato nessa região estão situados em águas ultraprofundas, a cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas e a 180 km do litoral do Amapá."</p> <p class="texto">"A pesquisa dessas áreas segue rigorosos padrões ambientais, com avaliações técnicas detalhadas conduzidas pelos órgãos reguladores competentes. O objetivo é conhecer o potencial geológico da Margem Equatorial, uma nova fronteira exploratória offshore que pode contribuir para a segurança energética do Brasil."</p> <p class="texto">O ministério ainda defendeu que "a transição para uma economia de baixo carbono é um processo gradual".</p> <p class="texto">"O petróleo seguirá desempenhando um papel estratégico na matriz energética global até 2050, e reduzir sua exploração de forma abrupta, sem planejamento, pode gerar impactos econômicos e sociais significativos. Além disso, a exploração brasileira tem uma das menores pegadas de carbono do mundo, o que a torna uma alternativa mais sustentável frente à produção global."</p> <p class="texto">"Se o Brasil deixar de explorar suas reservas, poderá se tornar dependente da importação de petróleo nas próximas décadas, resultando em perda de arrecadação e vulnerabilidade energética. De acordo com projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do próprio MME, a não exploração da Margem Equatorial pode levar a perdas de até R$ 3 trilhões até 2050."</p> <p class="texto">Por fim, o ministério reafirmou "o compromisso com uma transição energética justa, sustentável e alinhada às metas climáticas globais, garantindo ao mesmo tempo o desenvolvimento econômico e a segurança energética do país".</p> <p class="texto">O Ministério da Agricultura e Pecuária não enviou respostas até a publicação desta reportagem.</p> <ul> <li><a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/articles/8v44gdjr2o?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">A estrada construída para a COP30 em Belém que vai desmatar a Amazônia</a></li> <li><a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/articles/ce8dlee5vdro?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">Vida a 50ºC: a crise da água potável em um país cada vez mais alagado</a></li> <li><a href="https://correiobraziliense-br.parananoticias.info/portuguese/articles/c72r70vjgj7o?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">Um guia simples para entender as mudanças climáticas</a></li> </ul> <p class="texto"><img src="https://a1.api.bbc.co.uk/hit.xiti/?s=598346&p=portuguese.articles.cx2x13zv0ejo.page&x1=%5Burn%3Abbc%3Aoptimo%3Aasset%3Acx2x13zv0ejo%5D&x4=%5Bpt-br%5D&x5=%5Bhttps%3A%2F%2Fcorreiobraziliense-br.parananoticias.info%2Fportuguese%2Farticles%2Fcx2x13zv0ejo%5D&x7=%5Barticle%5D&x8=%5Bsynd_nojs_ISAPI%5D&x9=%5BCOP+30%3A+as+duras+cr%C3%ADticas+%C3%A0s+pol%C3%ADticas+ambientais+do+Brasil+publicadas+em+importante+jornal+cient%C3%ADfico%5D&x11=%5B2025-03-20T18%3A04%3A12.768Z%5D&x12=%5B2025-03-20T18%3A04%3A12.768Z%5D&x19=%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D" /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/03/20/1200x801/1_ebdbd2f0_03ed_11f0_9bc8_ef492fcd35c4-48298599.jpg?20250320150530?20250320150530", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/03/20/1000x1000/1_ebdbd2f0_03ed_11f0_9bc8_ef492fcd35c4-48298599.jpg?20250320150530?20250320150530", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/03/20/800x600/1_ebdbd2f0_03ed_11f0_9bc8_ef492fcd35c4-48298599.jpg?20250320150530?20250320150530" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "André Biernath - Da BBC News Brasil em Londres", "url": "/autor?termo=andre-biernath---da-bbc-news-brasil-em-londres" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 6f1f2q

COP 30 4k183q as duras críticas às políticas ambientais do Brasil publicadas em importante jornal científico
Meio ambiente

COP 30: as duras críticas às políticas ambientais do Brasil publicadas em importante jornal científico 3y5mc

Num editorial divulgado no periódico acadêmico Science, pesquisadores criticam a atuação do governo brasileiro meses antes da Conferência do Clima que vai acontecer em Belém, no Pará. 646u4b

"Como anfitrião, o Brasil não está liderando pelo exemplo."

Oito meses antes da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30, que será realizada em novembro na cidade Belém do Pará, a atuação do governo brasileiro virou alvo de críticas num editorial da prestigiada revista científica Science.

Assinado pelos cientistas Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e Walter Leal Filho, da Universidade de Ciências Aplicadas de Hamburgo, na Alemanha, o texto aponta que, "com exceção do Ministério de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, virtualmente todos os setores do governo promovem atividades que aumentam as emissões de gases do efeito estufa".

Como exemplo, eles citam o projeto do Ministério dos Transportes de recuperar a BR-319, que vai de Manaus, no Estado do Amazonas, a Porto Velho, em Rondônia.

Segundo os autores, a restauração dessa rodovia pode "abrir grandes áreas da Floresta Amazônica à entrada de desmatadores".

"Essa vasta região que será exposta pelas estradas contém carbono suficiente para empurrar o aquecimento global a um ponto irreversível", alertam eles.

Fearnside e Leal Filho também citam o subsídio oferecido pelo Ministério da Agricultura para "transformar pastagens em plantações de soja". Segundo eles, esse é outro elemento incentivador do desmatamento.

"Quando a terra se torna mais valiosa para o plantio de soja, pecuaristas (incluindo aqueles que vêm de fora da Amazônia) vendem a terra para agricultores e usam os lucros para comprar áreas maiores e mais baratas em regiões remotas da Amazônia", argumentam eles.

"Cada hectare de pasto convertido em plantação de soja pode gerar muitos hectares de desmatamento."

Os autores do editorial ainda citam a ação do Ministério de Minas e Energia para a abertura de novos campos de exploração de petróleo e gás na Floresta Amazônica e em regiões costeiras — incluindo os planos para avaliar o potencial energético na foz do rio Amazonas.

Os especialistas avaliam que o plano brasileiro de continuar a buscar novos poços de petróleo até o país alcançar o nível econômico de países desenvolvidos é "a fórmula para um desastre climático".

Eles lembram que, em 2021, a Agência Internacional de Energia se mostrou favorável a não abrir qualquer novo ponto de exploração de gás ou petróleo, além de restringir a extração nos campos já abertos. A proposta da instituição é acabar com esse tipo de atividade até 2050.

Para Fearnside e Leal Filho, os estudos sobre petróleo na foz do Amazonas implicam efeitos de longo prazo. Eles calculam que um campo de exploração aberto ali demoraria cinco anos para começar a operar e outros cinco anos para dar retorno financeiro.

"E porque ninguém quer apenas recuperar o investimento, uma iniciativa dessas levaria a décadas de extração — muito além de quando o mundo precisaria abandonar os combustíveis fósseis", escrevem eles.

Getty Images
Em editorial, cientistas dizem que Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, comandado por Marina Silva (à direita), é exceção nas políticas ambientais do atual governo Lula (à esquerda)

'Impactos catastróficos' 4i2u3q

Para os especialistas que am o editorial na revista Science, o fato de o Brasil assumir a liderança na luta contra as mudanças climáticas faz todo o sentido — e não apenas porque o país vai sediar a COP 30.

Eles lembram que o aumento da temperatura fora de controle terá "impactos catastróficos" no país.

"[Nesse cenário de impactos catastróficos,] O Brasil perderia a Floresta Amazônica, incluindo o papel vital que ela tem ao reciclar a água que supre a Grande São Paulo, a quarta maior região metropolitana do mundo."

A bacia hidrográfica que chega a São Paulo recebe entre 16% e 70% de sua água das chuvas, cujo vapor é transportado a partir da Amazônia a partir dos chamados "rios voadores".

Estimativas apontam que a destruição desse bioma aumentaria a frequência de secas extremas no Sudeste do país.

"A região semi-árida no Nordeste, que é densamente populada, se transformaria num deserto, e as populações que habitam a costa litorânea seriam expostas a um aumento das tempestades e do nível do mar."

"O agronegócio e a agricultura familiar brasileiras também sofreriam impactos pesados. Secas de uma severidade 'sem precedentes' são esperadas no Brasil, e a frequência desses eventos poderia aumentar em pelo menos dez vezes."

Com isso, "surpresas climáticas" — como as enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em 2024 — se tornarão mais comuns, apontam os pesquisadores.

Getty Images
Eventos climáticos extremos, como as inundações que arrasaram o Rio Grande do Sul no ano ado, ficarão mais frequentes se medidas não forem tomadas agora, apontam estudos

'Mudança radical' 5k1z54

Por fim, os responsáveis pelo editorial opinam que, para a COP 30 ser um evento capaz de reverter o "curso desastroso em direção ao ponto de não-retorno climático", será necessário não apenas conter o desmatamento

"É preciso facilitar uma transição rápida para o fim do uso de combustíveis fósseis", dizem eles.

Fearnside e Leal Filho defendem que o Brasil, como anfitrião da conferência, precisa ser "encorajado a modificar as práticas atuais".

"A COP 30 enfrenta grandes desafios para atingir os seus objetivos. E uma parte importante disso envolve conter as emissões de gases a partir da Amazônia", escrevem eles.

Os cientistas defendem uma "mudança radical nas políticas do governo brasileiro, tanto nos fatores que causam desmatamento quanto na extração de combustível fóssil".

O que diz o governo n3ny

A BBC News Brasil entrou em contato com os ministérios citados no editorial para que eles pudessem se posicionar sobre o debate.

O Ministério do Transporte informou que "as políticas ambientais do Governo Federal são definidas pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima" e ficou à disposição para mais esclarecimentos sobre as políticas da pasta.

Já o Ministério de Minas e Energia pontuou que "os projetos exploratórios na Bacia da Foz do Amazonas não estão próximos à Floresta Amazônica".

"Os blocos atualmente sob contrato nessa região estão situados em águas ultraprofundas, a cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas e a 180 km do litoral do Amapá."

"A pesquisa dessas áreas segue rigorosos padrões ambientais, com avaliações técnicas detalhadas conduzidas pelos órgãos reguladores competentes. O objetivo é conhecer o potencial geológico da Margem Equatorial, uma nova fronteira exploratória offshore que pode contribuir para a segurança energética do Brasil."

O ministério ainda defendeu que "a transição para uma economia de baixo carbono é um processo gradual".

"O petróleo seguirá desempenhando um papel estratégico na matriz energética global até 2050, e reduzir sua exploração de forma abrupta, sem planejamento, pode gerar impactos econômicos e sociais significativos. Além disso, a exploração brasileira tem uma das menores pegadas de carbono do mundo, o que a torna uma alternativa mais sustentável frente à produção global."

"Se o Brasil deixar de explorar suas reservas, poderá se tornar dependente da importação de petróleo nas próximas décadas, resultando em perda de arrecadação e vulnerabilidade energética. De acordo com projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do próprio MME, a não exploração da Margem Equatorial pode levar a perdas de até R$ 3 trilhões até 2050."

Por fim, o ministério reafirmou "o compromisso com uma transição energética justa, sustentável e alinhada às metas climáticas globais, garantindo ao mesmo tempo o desenvolvimento econômico e a segurança energética do país".

O Ministério da Agricultura e Pecuária não enviou respostas até a publicação desta reportagem.

Mais Lidas 72595f