
O médico Sergio Alfieri, que coordenou a equipe que cuidou do papa Francisco no hospital Gemelli, contou sobre os últimos momentos do pontífice. O especialista também disse que o Santo Padre surpreendeu a todos quando teve uma melhora significativa e recebeu alta em 23 de março. "Sabíamos que ele queria ir para casa para ser papa até o último momento. E ele não nos decepcionou", citou.
"Entrei no quarto dele e os seus olhos estavam abertos. Notei que não tinha problemas respiratórios e tentei interagir com ele, mas não respondeu. Não respondia a estímulos, nem mesmo dolorosos. Naquele momento compreendi que não havia mais nada a fazer. Ele estava em coma", disse o médico ao jornal italiano Corriere Della Sera.
Alfieri também afirmou que o papa Francisco sempre expressou o desejo de morrer em casa e que, naquele momento, já não havia mais tempo de levá-lo ao hospital.
"Arriscaríamos deixá-lo morrer durante o transporte, expliquei que o internamento teria sido inútil. Massimiliano Strappetti (o enfermeiro) sabia que o papa queria morrer em casa, quando estávamos em Gemelli dizia-o sempre. Morreu pouco depois. Fiquei lá com o Massimiliano, a Andrea, as outras enfermeiras e as secretárias. Depois chegaram todos e o Cardeal Parolin pediu-nos para rezar e rezámos o terço com ele. Senti-me privilegiado e agora posso confirmá-lo. Nessa manhã fiz-lhe uma carícia como última despedida", disse.
Funeral do papa Francisco
A Basílica de São Pedro, onde o corpo do papa Francisco está sendo velado, ficará aberto para o público nesta quinta-feira (24/4) e na sexta-feira (25/4). O pontífice morreu na segunda-feira (21/4), aos 88 anos.
Segundo o Vaticano, no sábado (26/4) será celebrada a Missa das Exéquias, que marca o primeiro dia do Novendiali (novenário) — os nove dias de luto e orações em honra ao pontífice. A celebração ocorrerá no átrio da Basílica de São Pedro e será presidida pelo cardeal Giovanni Battista, decano do Colégio Cardinalício.
Depois ocorrerão os ritos da Última Commendatio e da Valedictio — despedidas solenes que marcam o encerramento das exéquias. Em seguida, o caixão do papa será levado novamente para o interior da Basílica de São Pedro e, de lá, transferido para a Basílica de Santa Maria Maior, onde será realizada a cerimônia de sepultamento.
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