
A espanhola Nieves Milán, 69 anos, integrante do Movimento Irmandades do Trabalho, descansava em um banco da Via della Conciliazone quando falou ao Correio sobre suas expectativas para o conclave e o futuro da Igreja. "Eu penso que a Igreja deve seguir um pouco a esteira deixada pelo papa Francisco. Foi um caminho de amor aos desfavorecidos, aos idosos e aos pobres. Quero um papa que se aproxime do povo, que se desloque até os bairros pobres, de pessoas desempregadas e sem comida, além de jovens que sofrem de abusos de todos os tipos", comentou.
Nieves confia que a Igreja não adotará uma postura mais ortodoxa ou fechdada. "Francisco marcou um ponto de inflexão. Creio que é preciso termos uma continuidade, não podemos recuar, pois seria um mal muito grande", disse ela. Por sua vez, a colombiana Blanca Victoria Hernández, uma a de empresas de 72 anos, disse à reportagem esperar quer Deus dê sabedoria aos 133 cardeais eleitores, para que perseverem na missão católica. "Quero que o próximo papa nos transmita a fé, a humildade e a caridade. Que seja um pontífice para a humanidade, com muito amor. Que seja um ser humano. Não tenho preferências, mas acho que será um italiano", arrisca um palpite. Ela espera um papa mais conservador, "para que a juventude volte aos seus caminhos, pois está muito dispersa".
Depois de visitar a Basílica de São Pedro, o comerciante carioca Roberto Abrantes, 59, afirmou ao Correio esperar que a Igreja continue sendo severa com crimes e "não faça vistas grossas com os erros que cometeu". Ele vê uma renovação da Igreja, com padres buscando uma seriedade "muto grande". "Acho que o catolicismo está crescendo, ao contrário do que as pessoas pensam. Espero que esse legado de renovação continue", acrescentou. No entanto, ele não descarta que um cardeal de linha mais conservadora assuma o comando da Igreja.
O engenheiro peruano Grober Antagurco, 72, contou que mora na Itália há três décadas e que conhece a história de vários papas. "João Paulo II foi o melhor pontífice, para mim. Francisco, um papa argentino, sul-americano, foi muito bom para nós. Ele lutou pelo cristianismo, para unificar o povo", lembrou. "Quem decidirá no conclave será o Espírito Santo. Dizem que será um italiano, mas espero que ele se expanda e cure o sofrimento de todo o mundo." (RC)