{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/opiniao/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/opiniao/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/opiniao/", "name": "Opinião", "description": "Leia editoriais e artigos sobre fatos importantes do dia a dia com a visão do Correio e de articulistas selecionados ", "url": "/opiniao/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/opiniao/2022/05/5006421-visao-do-correio-o-racista-brasil-negro.html", "name": "Visão do Correio: 'O racista Brasil negro'", "headline": "Visão do Correio: 'O racista Brasil negro'", "description": "", "alternateName": "OPINIÃO", "alternativeHeadline": "OPINIÃO", "datePublished": "2022-05-09-0306:00:00-10800", "articleBody": "<p class="texto">O racismo está arraigado no Brasil há séculos. Os portugueses trouxeram os primeiros africanos escravizados em meados de 1540 e, durante mais de 300 anos, esses povos e seus descendentes foram cativos, submetidos a todo tipo de covardia, humilhação e castigos físicos, vivendo, em sua maioria, em condições sub-humanas nas senzalas. De importância econômica crucial em todos os ciclos econômicos e na formação do país, os negros (pretos e pardos) sempre foram tratados como sub-raça, assim como os índios.</p> <p class="texto">Apesar da abolição da escravatura no Brasil, em 13 de maio de 1888 — perto de completar 134 anos —, de mais de 56% da população ser de negros, o racismo perdura na sociedade brasileira até hoje. Tanto o preconceito pela cor da pele quanto o racismo estrutural. Para se ter uma ideia, o número de negros matriculados no ensino superior só chegou a 38,15% com a política de cotas, entre 2010 e 2019, um crescimento de 400%.</p> <p class="texto">Segundo dados do Censo de Educação Superior 2019, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgado em novembro de 2020, o Brasil tem mais de 8,6 milhões de pessoas matriculadas em instituições de ensino superior, mas apenas 613 mil se declararam pretas, o que corresponde a 7,12% do total. Números do Instituto iDados, de 2020, mostram que 37,9% dos homens e 33,2% das mulheres negras com diploma de ensino superior trabalham em cargos que não exigem o diploma. No quesito analfabetismo, a Pnad Contínua Educação, de 2019, apontou que pretos e pardos apresentam analfabetismo quase três vezes maior do que brancos.</p> <p class="texto">Se olharmos pelos desempregados no país no quarto trimestre de 2020, segundo a Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os negros representam 72,9% das 13,9 milhões de pessoas nessa situação no período. Já no sistema carcerário, o 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado em 2020 (dados referentes a 2019), revelou crescimento de 14% de negros encarcerados, enquanto o número de brancos diminuiu 19%. De cada três presos, dois são negros. Das 657,8 mil pessoas presas em 2019 em que há a informação da cor/raça disponível, 438,7 mil são negros (ou 66,7%).</p> <p class="texto">Esses dados são mostras veladas do racismo estrutural existente no Brasil. Mas, dia após dia, a própria população brasileira revela descaradamente o preconceito para quem quiser ver. Só em São Paulo e no Rio, nos últimos dias, alguns exemplos. Um áudio vazado do vereador paulista Camilo Cristófaro chocou: "Não lavaram a calçada (…) é coisa de preto, né?". Depois, só restou pedir desculpas, não antes de ser desfiliado do PSB.</p> <p class="texto">Em Niterói, no Rio de Janeiro, uma defensora pública aposentada ameaçou e xingou de "macaco" dois trabalhadores que faziam entregas no condomínio de luxo onde ela mora. O motivo: a van deles estaria atrapalhando-a de sair de sua garagem. A injúria foi filmada e uma das vítimas disse que o sentimento foi de humilhação, "um misto de raiva, de a gente ser inofensivo diante dessas coisas que acontecem bastante no nosso dia a dia".</p> <p class="texto">Segundo uma pesquisa do Instituto Locomotiva, sete em cada 10 pessoas negras declararam já ter sofrido preconceito em lojas, shoppings, restaurantes ou supermercados. E apesar de termos tipificado na lei os crimes de injúria racial e racismo, dificilmente alguém é condenado. Talvez aí esteja mais uma prova cabal do racismo estrutural vigente no país. Mas é preciso que isso acabe!</p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> </ul> </div></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "", "", "" ], "author": [ ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correiobraziliense5378" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "http://concursos.correioweb.com.br/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 5g4231

Visão do Correio 3q4l35 'O racista Brasil negro'
OPINIÃO

Visão do Correio: 'O racista Brasil negro' 4a67c

4t6y3z

O racismo está arraigado no Brasil há séculos. Os portugueses trouxeram os primeiros africanos escravizados em meados de 1540 e, durante mais de 300 anos, esses povos e seus descendentes foram cativos, submetidos a todo tipo de covardia, humilhação e castigos físicos, vivendo, em sua maioria, em condições sub-humanas nas senzalas. De importância econômica crucial em todos os ciclos econômicos e na formação do país, os negros (pretos e pardos) sempre foram tratados como sub-raça, assim como os índios.

Apesar da abolição da escravatura no Brasil, em 13 de maio de 1888 — perto de completar 134 anos —, de mais de 56% da população ser de negros, o racismo perdura na sociedade brasileira até hoje. Tanto o preconceito pela cor da pele quanto o racismo estrutural. Para se ter uma ideia, o número de negros matriculados no ensino superior só chegou a 38,15% com a política de cotas, entre 2010 e 2019, um crescimento de 400%.

Segundo dados do Censo de Educação Superior 2019, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgado em novembro de 2020, o Brasil tem mais de 8,6 milhões de pessoas matriculadas em instituições de ensino superior, mas apenas 613 mil se declararam pretas, o que corresponde a 7,12% do total. Números do Instituto iDados, de 2020, mostram que 37,9% dos homens e 33,2% das mulheres negras com diploma de ensino superior trabalham em cargos que não exigem o diploma. No quesito analfabetismo, a Pnad Contínua Educação, de 2019, apontou que pretos e pardos apresentam analfabetismo quase três vezes maior do que brancos.

Se olharmos pelos desempregados no país no quarto trimestre de 2020, segundo a Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os negros representam 72,9% das 13,9 milhões de pessoas nessa situação no período. Já no sistema carcerário, o 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado em 2020 (dados referentes a 2019), revelou crescimento de 14% de negros encarcerados, enquanto o número de brancos diminuiu 19%. De cada três presos, dois são negros. Das 657,8 mil pessoas presas em 2019 em que há a informação da cor/raça disponível, 438,7 mil são negros (ou 66,7%).

Esses dados são mostras veladas do racismo estrutural existente no Brasil. Mas, dia após dia, a própria população brasileira revela descaradamente o preconceito para quem quiser ver. Só em São Paulo e no Rio, nos últimos dias, alguns exemplos. Um áudio vazado do vereador paulista Camilo Cristófaro chocou: "Não lavaram a calçada (…) é coisa de preto, né?". Depois, só restou pedir desculpas, não antes de ser desfiliado do PSB.

Em Niterói, no Rio de Janeiro, uma defensora pública aposentada ameaçou e xingou de "macaco" dois trabalhadores que faziam entregas no condomínio de luxo onde ela mora. O motivo: a van deles estaria atrapalhando-a de sair de sua garagem. A injúria foi filmada e uma das vítimas disse que o sentimento foi de humilhação, "um misto de raiva, de a gente ser inofensivo diante dessas coisas que acontecem bastante no nosso dia a dia".

Segundo uma pesquisa do Instituto Locomotiva, sete em cada 10 pessoas negras declararam já ter sofrido preconceito em lojas, shoppings, restaurantes ou supermercados. E apesar de termos tipificado na lei os crimes de injúria racial e racismo, dificilmente alguém é condenado. Talvez aí esteja mais uma prova cabal do racismo estrutural vigente no país. Mas é preciso que isso acabe!

Saiba Mais 321468

Tags 49q2k