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Novo Censo Escolar mostra que ainda há milhares de crianças pobres fora da escola 4y213g
Educação

Novo Censo Escolar mostra que ainda há milhares de crianças pobres fora da escola 206z40

Os números revelam que há razões para comemorarmos - houve aumento na cobertura de creche e pré-escola - mas evidenciam também os desafios que persistem 636l2p

São excepcionais os números de ampliação de o à creche e à pré-escola recém-divulgados pelo Censo Escolar. As crianças e famílias brasileiras precisam desses serviços e este aumento é motivo para real comemoração. É também positivo poder contar com esse monitoramento feito pelo Inep, ano a ano. Esses dados nos contam onde estamos avançando e também evidenciam os desafios que persistem e precisam ser encarados com urgência — afinal, eles tratam de crianças na primeira infância, fase de intenso desenvolvimento e que tem impactos para a vida toda.

E quais são esses desafios? Há sempre dois grandes aspectos que precisamos olhar para avaliar a educação, o o e a qualidade. Os dados do Censo Escolar liberados agora mostram que evoluímos no primeiro. Em 2023, houve um aumento de 5,3% na cobertura de creches, que atende crianças de menos de 1 a 3 anos, e de 4,8% na pré-escola, que contempla a faixa etária de 4 a 5 anos e 11 meses. Apesar dos avanços, ainda não alcançamos as metas do Plano Nacional de Educação (PNE), de inclusão de 50% das crianças em creches e 100% na pré-escola. A cobertura chegou a 41% nas creches e subiu na pré-escola, mas não alcançou a universalização. No entanto, para cada uma dessas etapas, é necessário fazer considerações distintas.

No caso do o à creche, no Brasil, trata-se de um direito da criança. O que significa que toda família que deseje uma vaga deve ser atendida. A Constituição de 1988 prevê isso. Num país de território com magnitudes continentais e enorme diversidade regional, as demandas de cada município diferem. Nos grandes centros urbanos, muito provavelmente 50% das crianças na creche não seria o bastante, pois a demanda é bem maior. Já em municípios menores, com outra dinâmica, 50% pode se revelar mais do que suficiente. Portanto, mais do que estabelecer uma meta, cada município deveria unir investimento e esforços para conseguir atender a sua necessidade de creche. Por entender essa diversidade, criamos o Índice de Necessidade de Creche (INC), uma ferramenta gratuita para que cada município consiga olhar para a demanda de sua região e desenhar estratégias bem focalizadas.

A educação infantil, fase que compreende a creche e a pré-escola, é uma etapa fundamental de preparação das bases que a criança vai precisar para os próximos anos, tanto do ponto de vista de interações sociais quanto de aprendizados relacionados à linguagem, números e proporções.

A pré-escola é fase obrigatória da educação básica desde 2016. A obrigatoriedade tem razão de ser: é nesse período que as crianças desenvolvem o interesse e a curiosidade para a prática de leitura e escrita, noções de lógica matemática e sequenciação, sempre por meio de brincadeiras e ludicidade, preparando assim o terreno para a alfabetização na idade certa. Por tudo isso, sabemos que as milhares de crianças de 4 e 5 anos que estão fora da escola estão deixando de receber uma formação essencial para todo o seu percurso educacional.

O o tanto à creche quanto à pré-escola é marcado por desigualdades. As crianças que estão fora da educação infantil são pretas, pardas e pobres. O país precisa assumir com maior fervor a responsabilidade de utilizar bem os mecanismos de busca ativa que já existem – de priorizar quem mais precisa e de ir atrás dessas crianças que estão sem o atendimento da educação infantil e, portanto, não têm seus direitos assegurados. Muito provavelmente, estas serão as que mais se beneficiarão da frequência à creche e à pré-escola.

Em paralelo ao desafio do o, há o segundo ponto: a qualidade. É preciso avançar numa lógica de avaliação. O país precisa de metas de melhoria. Uma educação de qualidade tem um potencial transformador no desenvolvimento da criança e em toda a sua trajetória escolar, profissional e como cidadã.

Na educação infantil, a estrutura da escola e seus materiais têm impacto direto na qualidade da oferta, já que nessa fase a criança aprende brincando - com o corpo e com materiais de apoio -, interagindo com o ambiente e com outras pessoas. É necessário haver condições para isso. Os dados do Censo Escolar mostram, entretanto, que menos da metade das unidades educativas (41,8%) tem materiais para atividades artísticas; 57,7% oferecem banheiros adequados para as crianças; e apenas 6,7% têm quadra de esportes. Juntamente com infraestrutura, é fundamental cuidar do currículo, práticas pedagógicas e gestão.

Todos esses aspectos devem estar alinhados com as especificidades da educação infantil e das crianças de até 6 anos, em seu estágio peculiar de desenvolvimento.As informações liberadas agora nos ajudam a calibrar nossas estratégias, como país, para ir em busca do que é necessário para que cada criança alcance todo o seu potencial. Esse é o caminho para virar o jogo da desigualdade e quebrar a pobreza intergeracional. Comemoremos os avanços. Mas vamos trabalhar para ter muito mais a comemorar no próximo Censo Escolar.

MARIANA LUZ, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Young Global Leader do Fórum Econômico Mundial e presidente do Conselho do Instituto Escolhas. 

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