{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/opiniao/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/opiniao/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/opiniao/", "name": "Opinião", "description": "Leia editoriais e artigos sobre fatos importantes do dia a dia com a visão do Correio e de articulistas selecionados ", "url": "/opiniao/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/opiniao/2025/02/7061996-a-morte-de-vanessa-e-o-nosso-fracasso-diario.html", "name": "A morte de Vanessa e o nosso fracasso diário", "headline": "A morte de Vanessa e o nosso fracasso diário", "description": "", "alternateName": "Artigo", "alternativeHeadline": "Artigo", "datePublished": "2025-02-16T06:00:00Z", "articleBody": "<p class="texto">Quando um homem mata uma mulher, a culpa é dele, unicamente dele. A responsabilidade é dele. De ninguém mais. Pouco importa se é doente, insano, desumano ou um ser humano aparentemente exemplar. Trata-se de um criminoso, que merece punição exemplar. Ponto final. Mas, é preciso dizer: quando a mulher busca ajuda nos órgãos competentes e, ainda assim, é assassinada, a verdade é que a sociedade falhou; o poder público falhou; as autoridades falharam. </p> <p dir="ltr">O que aconteceu com a jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, — e acontece com tantas mais diariamente — é revoltante. Servidora pública que trabalhava no MPT-MS (Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul), ela foi esfaqueada pelo companheiro, o músico Caio Nascimento, que foi preso em flagrante logo após o crime. Vanessa foi esfaqueada três vezes na região do tórax e morreu. Antes, foi mantida em cárcere privado e foi gravemente ameaçada, entre outras atrocidades. </p> <p dir="ltr">Vanessa havia registrado ocorrência e pedido medida protetiva contra Caio, que, desde 2020, acumulou 11 registros por violência doméstica — de vários relacionamentos. Além da revolta, fica a pergunta: por que este homem violento, agressor contumaz, reincidente, estava livre para ameaçar, agredir e matar mulheres? O flagrante que esperam para a prisão é a agressão e a morte das mulheres?</p> <p dir="ltr">Em áudio enviado para um amigo, após ela sair da delegacia, Vanessa relata a escuta nada empática, a falta de acolhimento, o descaso, a sensação de impotência ao denunciar seu agressor numa delegacia da mulher. Ou seja, existem leis e orientações sobre a estrutura de acolhimento às mulheres, mas é preciso uma mudança de cultura, uma ação mais proativa da polícia, uma celeridade da Justiça e um reforço urgente nas ações preventivas. Além disso, é preciso investigação rigorosa da atuação dos agentes públicos envolvidos. </p> <p dir="ltr">Recentemente, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) realizou o lançamento do Monitor da Violência contra a Mulher, idealizado pela desembargadora Jaceguara Dantas da Silva, responsável pela Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJMS, e pelo delegado Antônio Carlos Videira, secretário de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). O monitor é uma ferramenta estratégica para prevenir, monitorar e combater a violência de gênero. </p> <p dir="ltr">Segundo a magistrada, a leitura dos dados do Monitor permitirá a formulação de políticas públicas assertivas, fomentar pesquisas e servir de subsídio para a atuação integrada do sistema de Justiça e da rede de proteção às mulheres. Trata-se de uma iniciativa incrível, que, esperamos, se reverta em ações concretas e mais imediatas.  </p> <p dir="ltr">Não é possível esperar mais. Agora, o assassino de Vanessa está preso. Mas ela não está mais aqui. Sua família e seus amigos não terão mais a sua presença. O feminicídio causa uma tristeza profunda em mim, acho que em todas nós. Uma sensação de que o mundo é um lugar errado para estarmos, já que não conseguimos condições para vivermos em paz, livres e seguras. Nós, mulheres, temos de nos ajudar, tirar outras de situações de vulnerabilidade, violência e abuso. Vamos fazer nossa parte. </p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/13/1200x801/1_vanessa_ricarte-46432009.jpg?20250213113729?20250213113729", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/13/1000x1000/1_vanessa_ricarte-46432009.jpg?20250213113729?20250213113729", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/13/800x600/1_vanessa_ricarte-46432009.jpg?20250213113729?20250213113729" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Ana Dubeux", "url": "/autor?termo=ana-dubeux" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 4o4w1u

A morte de Vanessa e o nosso fracasso diário 8e2d
Artigo

A morte de Vanessa e o nosso fracasso diário 5a6f5i

Quando a mulher busca ajuda nos órgãos competentes e, ainda assim, é assassinada, a verdade é que a sociedade falhou, o poder público falhou, as autoridades falharam 34t3h

Quando um homem mata uma mulher, a culpa é dele, unicamente dele. A responsabilidade é dele. De ninguém mais. Pouco importa se é doente, insano, desumano ou um ser humano aparentemente exemplar. Trata-se de um criminoso, que merece punição exemplar. Ponto final. Mas, é preciso dizer: quando a mulher busca ajuda nos órgãos competentes e, ainda assim, é assassinada, a verdade é que a sociedade falhou; o poder público falhou; as autoridades falharam. 

O que aconteceu com a jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, — e acontece com tantas mais diariamente — é revoltante. Servidora pública que trabalhava no MPT-MS (Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul), ela foi esfaqueada pelo companheiro, o músico Caio Nascimento, que foi preso em flagrante logo após o crime. Vanessa foi esfaqueada três vezes na região do tórax e morreu. Antes, foi mantida em cárcere privado e foi gravemente ameaçada, entre outras atrocidades. 

Vanessa havia registrado ocorrência e pedido medida protetiva contra Caio, que, desde 2020, acumulou 11 registros por violência doméstica — de vários relacionamentos. Além da revolta, fica a pergunta: por que este homem violento, agressor contumaz, reincidente, estava livre para ameaçar, agredir e matar mulheres? O flagrante que esperam para a prisão é a agressão e a morte das mulheres?

Em áudio enviado para um amigo, após ela sair da delegacia, Vanessa relata a escuta nada empática, a falta de acolhimento, o descaso, a sensação de impotência ao denunciar seu agressor numa delegacia da mulher. Ou seja, existem leis e orientações sobre a estrutura de acolhimento às mulheres, mas é preciso uma mudança de cultura, uma ação mais proativa da polícia, uma celeridade da Justiça e um reforço urgente nas ações preventivas. Além disso, é preciso investigação rigorosa da atuação dos agentes públicos envolvidos. 

Recentemente, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) realizou o lançamento do Monitor da Violência contra a Mulher, idealizado pela desembargadora Jaceguara Dantas da Silva, responsável pela Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJMS, e pelo delegado Antônio Carlos Videira, secretário de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). O monitor é uma ferramenta estratégica para prevenir, monitorar e combater a violência de gênero. 

Segundo a magistrada, a leitura dos dados do Monitor permitirá a formulação de políticas públicas assertivas, fomentar pesquisas e servir de subsídio para a atuação integrada do sistema de Justiça e da rede de proteção às mulheres. Trata-se de uma iniciativa incrível, que, esperamos, se reverta em ações concretas e mais imediatas.  

Não é possível esperar mais. Agora, o assassino de Vanessa está preso. Mas ela não está mais aqui. Sua família e seus amigos não terão mais a sua presença. O feminicídio causa uma tristeza profunda em mim, acho que em todas nós. Uma sensação de que o mundo é um lugar errado para estarmos, já que não conseguimos condições para vivermos em paz, livres e seguras. Nós, mulheres, temos de nos ajudar, tirar outras de situações de vulnerabilidade, violência e abuso. Vamos fazer nossa parte. 

Mais Lidas 72595f