
Heitor escapou da morte uma vez. Mas, indefeso, não resistiu à nova ofensiva dos seus algozes. O corpinho de 2 anos sucumbiu ao espancamento brutal. Diz a polícia que os suspeitos são os próprios pais, justamente as pessoas que tinham o dever de mantê-lo a salvo de todo tipo de violência, que deveriam amá-lo e zelar pelo bem-estar dele.
A atrocidade aconteceu no Rio de Janeiro, na semana ada. Segundo a polícia, a babá de Heitor e do irmão gêmeo dele relatou que os garotinhos foram levados à casa dela pelo pai. Heitor estava "mole" e ofegante. ou o dia vomitando. Ela disse ter avisado aos pais, que nada fizeram. Quando o menino desmaiou, a vizinha da cuidadora pediu ajuda a policiais numa viatura. Heitor já chegou morto ao hospital.
De acordo com O Globo, o exame necroscópico mostrou que a criança foi brutalmente agredida pelos pais momentos antes de ser entregue à babá. O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) não deixa dúvidas sobre a extensão da perversidade: traumatismo craniano com hemorragia, traumatismo abdominal com laceração pancreática e hemorragia retroperitoneal por ação contundente. O menino, de apenas 2 anos, totalmente vulnerável, foi massacrado. Como é possível um ódio tão grande a uma criança? Como é possível que os próprios pais tenham levado a cabo essa barbárie?
As informações são de que Heitor vinha sofrendo ataques. Em janeiro do ano ado, ou 33 dias internado, com lesões na cabeça. Tinha múltiplas fraturas cranianas. À época, os pais alegaram queda do berço, mas exame apontava para agressões.
O casal já estava sob investigação anterior por tentativa de homicídio contra o menino. Por isso, a guarda foi entregue ao avô materno, com medida protetiva expedida pela Justiça. Mas ele itiu que deixava o garotinho com os pais diariamente. Até o dia em que essa desobediência à decisão judicial selou o destino de Heitor.
Os pais — além do avô — foram indiciados. Independentemente da condenação que receberem, será branda demais para o que fizeram. E por aqui, como todos nós sabemos, as sentenças não são cumpridas na totalidade, graças às múltiplas benesses previstas em lei.
Manter crianças e adolescentes a salvo de todos os tipos de violência é um dever da família, da sociedade e do Estado, determinado pela Constituição, em seu artigo 227. Eles têm o direito de viver e de crescer livres de toda forma de crueldade e opressão.
Infelizmente, não há no Brasil penas devidamente rigorosas para quem estupra, tortura e mata meninos e meninas. Tampouco políticas públicas efetivas de combate à violência de que são vítimas. E as covardias se sucedem, como a que tirou a vida de Heitor. Somos um país terrivelmente cruel com crianças e adolescentes, e não há nenhum sinal de que estamos mudando.