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'Semipresidencialismo só agravaria crise política no Brasil' 2j574v diz constitucionalista português
Política

'Semipresidencialismo só agravaria crise política no Brasil', diz constitucionalista português z4b6d

Segundo constitucionalista português Jorge Reis Novais, "problemas da democracia brasileira situam-se a um outro nível" 1t2h2


A opção pelo semipresidencialismo só "agravaria a crise política pela qual a o Brasil e não resolveria problema algum".Essa é a opinião do constitucionalista português Jorge Reis Novais, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e um dos maiores especialistas sobre o tema no país."Eu digo isso, mas, repare, sou um adepto do semipresidencialismo. Os problemas da democracia brasileira situam-se em um outro nível", diz ele à BBC News Brasil."O funcionamento do sistema não mudará sem que a representação no Congresso mude e sem que os partidos políticos brasileiros em a ser partidos com uma ideologia própria e um programa próprio que permita aos cidadãos escolherem em função dos diferentes programas de governo de cada força partidária."

"Para tanto, a meu ver, a primeira e mais importante reforma política deveria ser a alteração do sistema eleitoral. Sem reforma do atual sistema eleitoral, os partidos não mudam e, em consequência, o Congresso é irreformável", acrescenta Novais.Recentemente, o debate sobre o semipresidencialismo voltou a ganhar força no Brasil depois que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pressionado por pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu a proposta, em declaração a jornalistas.

O semiresidencialismo mescla características do presidencialismo e do parlamentarismo e é usado em países como França e Portugal."Não posso fazer esse impeachment sozinho. Erra quem pensa que essa responsabilidade é só minha. Ela é uma somatória de características que não se configuram. Dito por mim, pelo presidente ACM Neto, pelo ministro Gilmar Mendes, para citar alguns. Então, temos que nos acostumar a ter um processo democrático. Nós defendemos eleições em 2022. Daí a possibilidade, muito bem aceita, de votar um semipresidencialismo em 2026, como uma forma de você estabilizar mais o processo político no Congresso nacional", disse ele.Segundo a imprensa brasileira, Lira estaria articulando nos bastidores uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para alterar o sistema eleitoral brasileiro para o semipresidencialismo.Parlamentares que acompanharam a discussão relataram ao jornal O Globo que o presidente da Câmara aventou a possibilidade de incluir a mudança de regime já na reforma política, desde que houvesse apoio dos líderes partidários.

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Arthur Lira tem acenado de modo favorável à discussão sobre um novo regime político que podria vigorar já em 2026

Na segunda-feira (19/7), Lira voltou a defender a proposta.

"Podemos, sim, discutir o semipresidencialismo, que só valeria para as eleições de 2026, como qualquer outra ideia que diminua a instabilidade crônica que o Brasil vive há muito tempo", disse. "Esse é o nosso trabalho, essa é a nossa obrigação."Mas a proposta não deve ser aprovada com facilidade.Não é a primeira vez que o Brasil discute um modelo alternativo ao presidencialismo.Após a redemocratização, em abril de 1993, houve um plebiscito para determinar a forma e o sistema de governo do país. A maioria dos eleitores votou a favor do regime republicano (86,6%) e do sistema presidencialista (69,2%). As opções pela monarquia (13,40%) e pelo parlamentarismo (30,8%) foram, assim, derrotadas.E, em 2016, a própria proposta sobre o semipresidencialismo foi aventada, antes de concretizado o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).No início de março daquele ano, o Senado havia aprovado a criação de uma comissão especial para debater a instalação do semipresidencialismo como saída para a crise política. O projeto era gestado pelos então senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Serra (PSDB-SP).Entrevistado pela BBC News Brasil na ocasião, Jorge Reis Novais já havia dito não acreditar que o modelo funcionaria no Brasil."Tenho grandes dúvidas se o semipresidencialismo funcionaria no Brasil. O sistema partidário brasileiro é uma grande fonte de instabilidade. Enquanto não houver uma ampla reforma política, nenhum sistema de governo dará certo. Não resolveria problema nenhum", afirmou.SemipresidencialismoO semipresidencialismo é um sistema híbrido entre o presidencialismo e o parlamentarismo, o semipresidencialismo é adotado em países como França e Portugal. Nele, o presidente (chefe de Estado) é eleito pelo voto popular e compartilha o comando do Executivo com o primeiro-ministro (chefe do governo), escolhido com o aval do Congresso.Nesse sistema, contudo, diferentemente do parlamentarismo, o presidente não fica reservado a um papel meramente protocolar. Ele tem voz ativa e nomeia o primeiro-ministro, podendo, ocasionalmente, demiti-lo. Também tem a capacidade de dissolver o Congresso, convocando novas eleições. O prazo para isso varia conforme a legislação de cada país.Na opinião de Novais, trata-se de um sistema "muito mais flexível" do que o presidencialismo, porque tanto o presidente pode dissolver o Congresso, convocando eleições antecipadas, quanto o Congresso pode substituir o governo. O presidente, contudo, permanece no cargo.

Já no sistema parlamentarista, por exemplo, o primeiro-ministro é escolhido pelo partido que forma a maioria no Parlamento e pode ser derrubado pelo próprio Parlamento. É o caso do Reino Unido, por exemplo.Novais acredita que o semipresidencialismo também seja mais vantajoso do que o presidencialismo em situações de crise.Segundo ele, "no sistema presidencialista, o presidente é eleito, forma o governo e nem o congresso pode demitir o governo nem o presidente pode dissolver o Congresso. Havendo uma crise, não é possível solucioná-la. Será preciso aguardar as próximas eleições".Mas, ressalva, o sistema semipresidencialista também tem problemas, especialmente quando o Congresso e o presidente são de "diferentes colorações políticas"."Nesse caso, há um conflito permanente entre o presidente e o governo. Nem o presidente pode demitir o governo nem o Congresso pode demitir o presidente", assinala.

O constitucionalista português também reforça que, diferentemente do que pensa a opinião pública, o presidente não tem seus poderes reduzidos no sistema semipresidencialista."No sistema semipresidencialista, o presidente, eleito por voto popular, tem uma legitimidade democrática muito forte. Ele costuma intervir, especialmente em situações de crise. Além disso, tem o direito do veto a medidas tomadas tanto pelo governo quanto pelo Parlamento. Também tem o poder de nomear figuras de Estado"."Se tiver o Congresso a seu favor, o presidente acaba tendo muito mais força. É o caso da França, por exemplo. O presidente francês tem mais poder do que o presidente americano. O presidente americano não pode, por exemplo, dissolver o Congresso, mas precisa governar com ele", conclui.


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