
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (04/12) que fará esforços adicionais para fechar o acordo Mercosul-União Europeia e que só desiste se ouvir "não" de todos os países envolvidos nos blocos. A declaração ocorreu durante cerimônia de da declaração conjunta de intenções, realizada ao lado do chanceler da Alemanha, Olaf Scholz.
"Eu só posso dizer para você que não vai ter [do acordo] na hora que terminar a reunião do Mercosul, que eu tiver o não. Enquanto eu puder acreditar que é possível fazer esse acordo, eu vou lutar para fazer. Porque, depois de 23 anos, se a gente não concluir o acordo, é porque, eu penso que nós estamos sendo irrazoáveis com as necessidades que nós temos de avançar nos acordos comerciais, políticos e econômicos", apontou.
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Comentando sobre o presidente francês Emmanuel Macron que declarou ser contra o tratado, discutido há mais de 20 anos, disse respeitar a posição dele, mas que insistirá para que o acordo vá para frente.
"Nós respeitamos a posição dele. O que eu não posso te dizer é que a gente ainda não vai . Primeiro, porque além da posição da França nós temos uma posição da Argentina que teve eleições, o novo presidente toma posse dia 10, o Alberto Fernández vai participar da nossa reunião dia 7. Dia 6 haverá reunião dos ministros, dos chanceleres dos países do Mercosul, que vão tentar resolver alguma pendência técnica que exista", emendou.
Lula disse que a Cúpula do Mercosul, no próximo dia 7, no Rio de Janeiro, será "momento decisivo na negociação".
"São quase 23 anos de esforços inconclusivos. Na próxima quinta-feira, na Cúpula do MERCOSUL, teremos um momento decisivo nessa negociação. Reiterei ao Chanceler a expectativa de que a União Europeia decida se tem ou não interesse na conclusão de um acordo equilibrado. Num contexto de fragmentação geopolítica, a aproximação entre nossas regiões é central para a construção de um mundo multipolar e o fortalecimento do multilateralismo", concluiu.
No domingo (3), Lula disse que "se não tiver acordo, paciência. Não foi por falta de vontade". "A única coisa que tem que ficar claro é que não digam mais que é por conta do Brasil e que não digam mais que é por conta da América do Sul".
A expectativa era que a COP 28 seria a grande oportunidade para firmar os últimos pontos do acordo, com encontros de Lula com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e com outros chefes de estado do continente. Até o momento, porém, não houve sinalização em prol de um fechamento.
O prazo para o acordo termina na quinta-feira da semana que vem (7), quando ocorre no Rio de Janeiro a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, último evento com a presidência brasileira.
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