São Paulo

PF indicia Marçal por laudo usado contra Boulos em campanha

Ex-coach a da condição de investigado para a de indiciado, uma vez que o inquérito policial assinala ao menos um indício de que ele cometeu crime

Quando concluída a investigação, o inquérito policial será enviado ao Ministério Público, que decidirá se oferece ou não a denúncia -  (crédito: Reprodução/TV Cultura )
Quando concluída a investigação, o inquérito policial será enviado ao Ministério Público, que decidirá se oferece ou não a denúncia - (crédito: Reprodução/TV Cultura )

A Polícia Federal (PF) indiciou nesta sexta-feira (8/11) o candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) pelo crime de uso de documento falso. Isso se deve ao laudo falso que Marçal usou contra o também candidato Guilherme Boulos (PSol) em 4 de outubro, às vésperas das eleições municipais. A informação é do portal g1.

O ex-coach a da condição de investigado para a de indiciado, uma vez que o inquérito policial assinala ao menos um indício de que ele cometeu um crime.

Marçal prestou depoimento na manhã desta sexta-feira (8/11) na Superintendência Regional da PF, na Zona Oeste de São Paulo. O empresário negou qualquer envolvimento no episódio e disse que o suposto documento foi publicado pela equipe dele nas redes sociais.

Quando concluída a investigação, o inquérito policial será enviado ao Ministério Público, que decidirá se oferece ou não a denúncia. Caso ela seja oferecida e aceita pelo juiz, Marçal a a ser réu em um processo criminal.

Ao Correio, a assessoria de imprensa de Marçal afirmou que "a velocidade do julgamento moral para aqueles que se identificam com a direita é significativamente mais rápido". 

"Nunca testemunhei uma resposta tão célere em uma investigação como essa. O fato aconteceu no dia 04 de outubro e o indiciamento foi realizado em apenas 34 dias, um verdadeiro recorde. Isso nos leva a crer que, em um tempo ainda menor, seremos declarados inocentes. Sigo acreditando na justiça, no Brasil e, acima de tudo, no nosso povo!", diz nota da assessoria do ex-candidato à prefeita de SP.

O Correio entrou em contato com a PF e aguarda mais detalhes sobre o caso. 

Relembre o caso

Em 4 de outubro, antevéspera das eleições municipais, o perfil de Pablo Marçal no Instagram publicou um suposto laudo que "provava" o consumo de cocaína por Guilherme Boulos.

A equipe do psolista prontamente negou a veracidade do documento e entrou com processo criminal contra o empresário. Por determinação judicial, a postagem foi retirada do ar, bem como o perfil de Marçal na rede social.

No dia seguinte, o ex-coach negou estar arrependido de publicar o laudo. "Eu recebi e publiquei", disse na ocasião. "Quem mentiu é quem tem que falar, eu só publiquei. A minha parte é publicar e não sei como a Meta derrubou em poucos segundos".

Marçal ainda alegou não ter "nenhuma ligação com o laudo". No entanto, ele itiu que é amigo do dono da clínica "Mais Consultas", que consta no falso documento.

Na noite do dia 5, a Polícia Técnico-Científica de São Paulo atestou que o laudo era falso. A perícia afirmou que era falsa a do médico 'José Roberto de Souza' no receituário objeto de exame, "posto que tal não apresenta as mesmas características gráficas dos exemplares observados nos documentos descritos no capítulo 'Padrões de Confronto".

A filha do médico cuja consta no documento afirmou que o pai nunca trabalhou em São Paulo e nem na clínica "Mais Consultas" que consta no laudo. O profissional morreu em 2022.

postado em 08/11/2024 16:03 / atualizado em 09/11/2024 00:09
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