ELEIÇÕES NO CONGRESSO

Eleições no Congresso mostrarão ainda mais a fragilidade do governo, diz analista político

Em entrevista ao CB.Poder, consultor político comenta dificuldade de Lula de lidar com o Legislativo

Segundo o entrevistado do CB.Poder desta sexta-feira (31/01), o consultor político João Henrique Hummel, o presidente Lula enfrentará maiores dificuldades com os novos chefes, além de parlamentares opositores -  (crédito:  Pedro Santana/CB/DA Press)
Segundo o entrevistado do CB.Poder desta sexta-feira (31/01), o consultor político João Henrique Hummel, o presidente Lula enfrentará maiores dificuldades com os novos chefes, além de parlamentares opositores - (crédito: Pedro Santana/CB/DA Press)

Neste sábado (1º/02), os deputados e senadores votam para a escolher os novos presidentes das respectivas Casas. O resultado traz um futuro incerto para as pautas do governo no Congresso Nacional. Segundo o consultor político João Henrique Hummel, o presidente Lula enfrentará maiores dificuldades com os novos chefes, além de parlamentares opositores. 

A análise foi feita durante entrevista aos jornalistas Carlos Alexandre de Souza e Denise Rothenburg no CB.Poder desta sexta-feira (31/01).

Durante o programa, realizado pelo Correio Braziliense em parceria com a Tv Brasília, João Henrique Hummel comentou a fragilidade do governo Lula de lidar com o Congresso Nacional. 

Para Hummel, as eleições no Congresso Nacional são um momento novo para o governo. “O governo não é coordenador, nem o apoiador dos dois candidatos que hoje são os favoritos, e isso o torna um coadjuvante e não o protagonista dessas eleições. Ao olhar para o futuro, todos os acordos que foram firmados há dois anos, terão de ser firmados de uma forma diferente agora. Tudo isso enquanto o Executivo enfrenta um momento muito fragilizado, principalmente pelos acontecimentos do final do ano ado”, argumenta. 

De acordo com analistas, o governo federal terá uma grande dificuldade de argumentar com o Legislativo nos próximos dois anos, o que torna pouco provável que o legislativo aprove qualquer coisa nova que o governo propor. “Lula, na reunião de ministros no dia 20/1, já deu um recado claro da dificuldade que ele vai ter de negociar com o Legislativo. Ele pega os ministros e dá o seguinte recado: Precisamos entregar o que nós prometemos e já começamos nos dois primeiros anos. Não vamos inventar nada de novo”. 

“Quer dizer que tudo que o Lula tentar colocar no Congresso existe uma dificuldade e não é levado para frente, ou seja, ele precisa fazer aquilo que já conquistou e o que prometeu entregar”, reflete. “Vamos ter dois anos em que o legislativo tentará fazer uma pauta e o executivo terá que ser muito reativo ou não teremos pauta nenhuma”, completa.   

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular 

Supremo Tribunal Federal e a relação com a população

Hummel também comentou sobre a desconfiança da população com o Supremo. Para o analista, o Legislativo incentiva esse descrédito. “A decisão que o Legislativo está fazendo é deixar cada dia mais o Supremo se expor para a sociedade, e quanto mais isso acontece, maior o descrédito, maior a desconfiança. Então, nas eleições majoritárias para o Congresso em 2026, qual será o tema? Qual a pauta? Se eu falar mal do Supremo, eu ganho voto ou perco voto? Qual vai ser a composição de um novo Senado em relação ao Supremo? Eu acredito que o Legislativo vai dar corda para o Supremo se expor mais ainda para a sociedade”, comenta. 

*Estagiária sob a supervisão de Jaqueline Fonseca 

Maria Beatriz Giusti*
postado em 31/01/2025 18:59
x