
O candidato à presidência do Senado, Eduardo Girão (Novo-CE) declarou neste sábado (1º/2) que a Casa Alta “só se afundou” desde 2019 e que deveria ter enfrentado o Supremo Tribunal Federal (STF), que acusa de “rasgar a Constituição”.
Girão fez críticas ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes, sem citar seu nome, e ao inquérito das Fake News – que investiga a promoção de atos antidemocráticos nas redes sociais e o “gabinete do ódio” formado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Também voltou a defender a anistia para condenados pelo 8/1.
“De 2019 para cá, o Senado só se afundou”, discursou Girão ao apresentar sua candidatura.
“O Senado ficou assistindo a censura. Vai completar agora seis anos, o inquérito irregular, sem fim, que um ex-ministro do STF colocou, que é o inquérito do fim do mundo, onde o mesmo ministro julga, é a vítima, é o promotor, é tudo, é o dono da bola”, acrescentou.
O senador lançou sua candidatura à presidência do Senado em oposição ao do senador Davi Alcolumbre (União-PB), cuja vitória é dada como certa. Ele chamou Alcolumbre de “candidato do continuísmo” em seu discurso.
Girão afirmou que a imagem do Senado “está péssima” com a população, e acusou a Casa Alta de não ter atuado para defender sua soberania junto aos outros Poderes.” A Constituição da República Federativa do Brasil é rasgada dia sim, dia não, e esse Senado se acovarda. Todos nós somos corresponsáveis por essa derrocada desta casa”, frisou.
Crítica às emendas parlamentares
O senador também fez críticas ao sistema atual de distribuição de emendas parlamentares, pelo qual o Congresso ganhou controle cada vez maior do Orçamento público, bem como maior poder de negociação com o Executivo. Para Girão, o Legislativo deveria apenas fiscalizar os recursos públicos.
“Nós viramos aqui um balcão de emendas há muito tempo. Um Congresso com cada vez mais dinheiro, conchavos, troca de favores. Isso é desigual, é uma concorrência desleal. Eu sou a favor de acabar com emenda parlamentar, isso é um desvio de função. Está lá a nossa prerrogativa constitucional: fiscalizar o poder Executivo”, afirmou Girão.
Anistia aos condenados pelo 8/1
Girão também comentou que, caso eleito, vai pautar o fim do foro privilegiado, a PEC Antidrogas, e o retorno da prisão em segunda instância, bem como dar segmento a pedidos de impeachment. Também defendeu, ao final de seu discurso, anistia aos condenados pelos ataques de 8/1.
“Em pleno século XXI, nós temos hoje presos políticos, que estão com suas familias devastadas, sem direito a defesa, sem contraditório. Os seus advogados, sem o aos autos ", declarou o senador.
“Se fala em pacificação, e não faz anistia. A anistia é prioridade nós vamos mandar direto para o Plenário do Senado Federal, para que possamos colocar digitais. Todo mundo está vendo a injustiça”, afirmou ainda Girão.