
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quarta-feira (19/2) que “não tem paz se não chamar os dois lados” envolvidos na guerra da Ucrânia. Lula criticou a iniciativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de iniciar as negociações sem a participação do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Lula destacou que o Brasil sempre criticou iniciativas que ouviram apenas Zelensky, em detrimento do governo russo. Citou ainda a proposta feita por Brasil e China, que foi “ignorada”, segundo o presidente. Ele foi questionado em declaração à imprensa após reunião com o primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro.
“Muitos países resolveram fazer uma reunião de paz. Até no Catar teve reunião de paz, mas as pessoas só chamaram o lado da Ucrânia, e nós nos cansamos de dizer: não tem paz se não chamar os dois lados e colocar na mesa”, respondeu Lula após ser questionado por jornalistas no Palácio do Planalto.
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“Agora a preocupação é que o Trump só está falando com o (Vladimir) Putin. E eu também acho errado. Não é só chamar o Putin ou só chamar o Zelensky. Tem que chamar os dois, colocar na mesa de negociação e encontrar o denominador comum, para encontrar a paz”, acrescentou o presidente.
Trump iniciou nesta semana em Riad, na Arábia Saudita, uma negociação com o governo de Vladimir Putin para o fim da guerra, sem ouvir Zelensky. A iniciativa vem gerando críticas do ucraniano e também da União Europeia, que pede também participação nas negociações. Trump chegou a chamar Zelensky, hoje, de “ditador”.
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“Acho que o papel do Trump de negociar sem ouvir a União Europeia é muito ruim, porque a UE se envolveu nessa guerra com muita força, e acho que agora a UE não pode ficar de fora”, acrescentou Lula. O presidente brasileiro também negou a possibilidade de o país enviar tropas ou munições à Ucrânia, como cogitou Trump, como uma “força de paz”.