DEMOCRACIA 40 ANOS

Temos que assumir a responsabilidade de diálogo com os militares, afirma Jungmann

O ex-ministro da Defesa criticou a falta de uma nova política estratégica nacional de defesa e citou os atos de 8 de janeiro

Raul Jungmann, ex-ministro da Defesa e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, no evento 'Democracia 40 anos: Conquistas, dívidas e desafios' -  (crédito: Mari Camos/CB/D.A. Press)
Raul Jungmann, ex-ministro da Defesa e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, no evento 'Democracia 40 anos: Conquistas, dívidas e desafios' - (crédito: Mari Camos/CB/D.A. Press)

O ex-ministro da Defesa e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Raul Jungmann, considera que os representantes do poder civil devem assumir o compromisso de estabelecer o rumo das Forças Armadas. Mencionando o 8 de janeiro, como um marco de distensão entre os militares e as forças políticas, o ex-ministro disse que é preciso ouvir os apelos dos representantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para construir um discurso coeso e democrático entre os poderes.

“Se nós queremos, de fato, contar com forças armadas plenamente democráticas, nós temos que dar um rumo a elas”, disse Jungmann, durante o evento Democracia 40 anos: conquistas, dívidas e desafios, neste sábado (15/3). O seminário suprapartidário é organizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e pelo partido Cidadania, e conta com o apoio do Correio Braziliense.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

“Quando não assumimos isso, o que vai acontecer? Um militar, que faz sua escolha para defender o país, como é que vocês acham que eles olham para nós, representantes da nação, se nós não temos nem a disposição e nem a responsabilidade para entrar em diálogo com eles? A tendência é que eles falem: ‘Bom, o poder político do meu país é irresponsável. Está pouco preocupado com a defesa. Cabe a nós o papel da tutela’”, destacou o ex-ministro.

Jungmann ainda criticou a ausência de uma nova política estratégica nacional de defesa — a última foi aprovada em 2012 — e afirmou que o momento atual exige uma maior atenção do poder civil sobre a atuação das Forças Armadas. 

“Nós temos que assumir nossa responsabilidade de diálogo com os militares. Nós temos que ter a capacidade da superação e que hoje, o que nós mais necessitamos que o poder civil e o Congresso Nacional deem um rumo no caminho de defesa e de respeito à democracia”, concluiu.

Raphael Pati
postado em 15/03/2025 18:01
x