
As manifestações contra o projeto de lei que prevê anistia aos presos do 8 de janeiro reuniram mais de 6 mil pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo, de acordo com levantamento realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). O movimento foi organizado pela Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, e teve o apoio do Partido dos Trabalhadores (PT).
"O Monitor do Debate Político do CEBRAP e a ONG More in Common calcularam 6,5 mil pessoas (+/- 0,8 mil) na manifestação realizada na praça Oswaldo Cruz em São Paulo. A contagem foi feita no momento de pico a partir de fotos aéreas analisadas com software de inteligência artificial. A contagem não leva em consideração pessoas que eventualmente estavam embaixo de árvores", informa o monitor do debate político do meio digital.
O movimento na capital paulista ainda contou com o apoio do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a presença dos parlamentares Guilherme Boulos (Psol-SP) e Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara dos Deputados.
Os manifestantes fizeram uma caminhada a partir da Praça Oswaldo Cruz até o prédio onde funcionou a sede do Destacamento de Operações de Informações — Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), órgão de inteligência responsável pela repressão durante o período da ditadura militar. Os atos também fizeram memória ao golpe de 1964, que completa 51 anos nesta segunda-feira (31/3).
Durante o evento, Boulos disse que o ato conseguiu superar em tamanho o que foi organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no último dia 16 de março. “Se o público fosse medido pela PM lá do Rio, eles iam dar 1 milhão aqui”, ironizou.
Além de São Paulo, houve atos contra a anistia em pelo menos mais sete cidades no Brasil durante este domingo (30/3): Brasília, Fortaleza, São Luís, Belo Horizonte, Belém, Recife e Curitiba. De acordo com os organizadores, os movimentos devem continuar em outras cidades do país até esta terça-feira, dia 1º.
*A matéria foi editada às 08h17 do dia 31/3 para corrigir o número de manifestantes no ato.