
O agente da Polícia Federal Philipe Roters Coutinho é apontado pela investigação sobre a fraude bilionária do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) como um dos que atuaram para favorecer o esquema criminoso. No relatório, é detalhada a movimentação de viagens em cima da hora e “poder de compra atípico”.
Coutinho também teve US$ 199,6 mil em dinheiro vivo apreendido no apartamento dele — o equivalente a cerca de R$ 1,1 milhão.
Philipe Roters é lotado oficialmente no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Ele foi flagrado pela investigação usando uma viatura da PF, acompanhado do então procurador-geral do INSS, Virgílio Oliveira Filho, e o levando até uma aeronave de voo privativo em 28 de novembro de 2024.
“Sobre o agente de Polícia Federal PHILIPE ROTERS COUTINHO, além da ilegalidade da conduta acima apresentada, possui, assim como diversos investigados, movimentações em viagens com perfil de compra atípico, consubstanciadas em deslocamentos com compra de agens ‘em cima da hora’ e voos ‘bate/volta’, principalmente para Brasília”, diz a representação da PF.
Além do procurador-geral do INSS, o empresário Danilo Trento também aparece nas filmagens do aeroporto. Durante a apreensão, os investigadores encontraram computadores, notebooks, pen-drives, três pistolas e mais de 600 munições. Atualmente, Philipe Roters está com o suspenso aos sistemas da Polícia Federal, inclusive, por conexão remota.
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Na semana ada, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram uma operação sobre a existência de um esquema de desvio de recursos em descontos de beneficiários do INSS. O caso, que resultou na demissão do presidente do órgão, tem como figura central o ministro da Previdência, Carlos Lupi — ele havia sido informado do caso em 2023.
O esquema envolve servidores, lobistas, advogados, associações, além da cúpula do INSS. A Polícia Federal acredita que a fraude movimentou R$ 17 milhões em propinas e R$ 6,3 bilhões em recursos de aposentados entre 2019 e 2024.
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